2. BIOGRAFIA E CONTEXTO
HISTÓRICOFoi um sociólogo, antropólogo, cientista
político, psicólogo social e filósofo francês.
Formalmente, tornou a sociologia uma ciência e,
com Karl Marx e Max Weber, é comumente citado como
o principal arquiteto da ciência social moderna e pai da
sociologia.
3. BIOGRAFIA E CONTEXTO
HISTÓRICONasceu em 15 de abril de 1858 em Épinal,
em Lorena/França, vindo de uma longa linhagem de
devotos judeus franceses. Seu pai, avô e bisavô tinham
sido rabinos. Começou sua educação em uma escola
rabínica, mas, em uma idade precoce, decidiu não
seguir os passos de sua família e mudou de escola.
4. BIOGRAFIA E CONTEXTO
HISTÓRICODürkheim entrou na École Normale Supérieure (ENS)
em 1879. A classe em que entrou naquele ano foi uma
das mais brilhantes do século XIX. Seus colegas de
classe, tais como Jean Jaurès e Henri Bergson, viriam a
se tornar grandes figuras da história intelectual da
França.
5. BIOGRAFIA E CONTEXTO
HISTÓRICOObteve seu agrégation em filosofia em 1882. De 1882 a
1887, ensinou filosofia em várias escolas provinciais. Em
1885, decidiu sair para a Alemanha, onde, por dois anos,
estudou sociologia em Marburgo, Berlim e Leipzig. Em
1886, como parte de sua tese de doutorado, havia
terminado o rascunho de seu livro “A Divisão das Tarefas
na Sociedade”.
6. BIOGRAFIA E CONTEXTO
HISTÓRICOSeus artigos ganharam reconhecimento na França, e
recebeu uma nomeação como docente na Universidade
de Bordeaux em 1887, onde estava a ensinar o primeiro
curso de ciências sociais da universidade.
7. BIOGRAFIA E CONTEXTO
HISTÓRICODurkheim foi nomeado professor da primeira cadeira de
Ciências Sociais, associada à educação, na
Universidade de Bordeaux.
Em 1892, publicou Da Divisão do Trabalho Social, sua
tese de doutorado.
8. BIOGRAFIA E CONTEXTO
HISTÓRICOEm 1896 fundou a revista “L’Année Sociologique”,
quando reuniu um eminente grupo de estudiosos.
Em 1902, foi convidado para lecionar Sociologia e
Pedagogia na Sorbonne, onde permaneceu até sua
morte (1917).
9. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
O PROBLEMA
A divisão do trabalho não date de ontem, foi só no fim
do século passado que as sociedades começaram a
tomar consciência dessa lei [...]. Sem dúvida, [...] vários
pensadores perceberam sua importância; mas foi Adam
Smith o primeiro a tentar teorizá-la. (p.2)
10. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
O PROBLEMA
Mas a divisão do trabalho não é específica do mundo
econômico: podemos observar sua influência crescente
nas regiões mais diferentes da sociedade. As funções
políticas, administrativas, judiciárias especializam-se
cada vez mais. O mesmo ocorre com as funções
artísticas e cientificas. (p. 3)
11. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
O PROBLEMA
Para saber o que é objetivamente a divisão do trabalho,
não basta desenvolver o conteúdo da ideia que dela
temos, mas é preciso tratá-la como um fato objetivo,
observar, comparar, e veremos que o resultado dessas
observações muitas vezes difere daquele que o sentido
íntimo nos sugere. (p. 9)
12. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
A palavra FUNÇÃO é empregada de duas maneiras
bastante diferentes. (p. 14)
1. Sistema de movimentos vitais.
2. Relação de correspondência que existe entre esses
movimentos e algumas necessidades do organismo.
1. BOMBEAR;
2. BOMBEAR SANGUE OXIGENADO
PROVENIENTE DOS PULMÕES PARA TODO O
CORPO E DIRECIONAR O SANGUE
DESOXIGENADO ATÉ OS PULMÕES, ONDE
DEVE SER ENRIQUECIDO COM OXIGÊNIO
13. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
Perguntar-se qual é a FUNÇÃO da divisão do trabalho
é, portanto, procurar a que necessidade ela
corresponde; quando tivermos resolvido essa questão,
poderemos ver se essa necessidade é da mesma
natureza que aquelas a que correspondem outras
regras de conduta cujo caráter moral não e discutido. (p.
14)
1. PRODUZIR MAIS EM MENOR TEMPO;
2. ????????????????
14. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
Nada, a primeira vista, parece tão fácil como determinar
o papel da divisão do trabalho. Acaso seus esforços não
são conhecidos de todos? Por aumentar ao mesmo
tempo a força produtiva e a habilidade do trabalhador,
ela é condição necessária do desenvolvimento
intelectual e material das sociedades; é a fonte da
civilização. (p. 15)
15. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
Por outro lado, como se presta de bom grado à
civilização um valor absoluto, sequer se pensa em
procurar outra função para a divisão do trabalho. (p. 15)
16. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
De fato, o número médio de suicídios, dos crimes de
toda sorte, pode servir para assinalar a altura da
imoralidade numa sociedade dada. Ora, se fizermos
essa experiência, ela não será favorável a civilização,
pois o número desses fenômenos mórbidos parece
crescer a medida que as artes, as ciências e a indústria
progridem. (p. 15)
17. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
Se a divisão do trabalho não cumpre outro papel, ela
não só não tem caráter moral, como não se percebe
que razão possa ter. [...] Assim, tudo nos convida a
procurar outra função para a divisão do trabalho. Alguns
fatos da observação corrente vão nos colocar no
caminho da solução. (p. 19)
18. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
Todo o mundo sabe que gostamos de quem conosco se
parece, de quem pensa e sente como nós. Mas o
fenômeno contrário não e menos frequentemente
encontrado. (p. 20)
19. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
O que prova essa oposição das doutrinas é que ambas
as amizades existem na natureza. A dessemelhança,
como a semelhança, pode ser uma causa de atração
mútua. (p. 20)
20. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
Não temos prazer algum em encontrar em outro uma
natureza simplesmente diferente da nossa. Os pródigos
não buscam a companhia dos avarentos, nem os
caracteres retos e francos a dos hipócritas e sonsos; os
espíritos amáveis e doces não sentem nenhum gosto
pelos temperamentos duros e mal-intencionados. (p. 20)
21. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
Logo, só as diferenças de certo gênero tendem assim
uma para a outra; são as que, em vez de se opor e se
excluir, se completam mutuamente. (p. 20 e 21)
22. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
Por mais ricamente dotados que sejamos, sempre nos
falta alguma coisa, e os melhores dentre nós tem o
sentimento de sua insuficiência. É por isso que
procuramos, em nossos amigos, as qualidades que nos
faltam, porque unindo-nos a eles participamos de certa
forma da sua natureza e nos sentimos, então, menos
incompletos. (p. 21)
23. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
Somos levados, assim, a considerar a divisão do
trabalho sob um novo aspecto. Nesse caso, de fato, os
serviços econômicos que ela pode prestar são pouca
coisa em comparação com o efeito moral que ela
produz, E SUA VERDADEIRA FUNÇÃO É CRIAR
ENTRE DUAS OU VÁRIAS PESSOAS UM
SENTIMENTO DE SOLIDARIEDADE. (p. 21)
1. PRODUZIR MAIS EM MENOR TEMPO;
2. CRIAR ENTRE DUAS OU VÁRIAS
PESSOAS UM SENTIMENTO DE
SOLIDARIEDADE
24. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
MÉTODO PARA DETERMINAR ESSA FUNÇÃO
[...] É a repartição contínua dos diferentes trabalhos
humanos que constitui principalmente a solidariedade
social e que se torna a causa elementar da extensão e
da complicação crescente do organismo social. (p. 21)
25. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
SOLIDARIEDADE MECÂNICA E ORGÂNICA
26. SOLIDARIEDADE MECÂNICA E ORGÂNICA
Em sua obra, Durkheim demonstra que a sociedade
modela o comportamento social do homem no processo
da evolução social, passando de uma solidariedade
mecânica, para uma solidariedade orgânica.
27. SOLIDARIEDADE MECÂNICA
A solidariedade mecânica caracteriza-se pelo “conjunto
das crenças e dos sentimentos comuns à média dos
membros de uma mesma sociedade” que “forma um
sistema determinado que tem vida própria; podemos
chama-Io de consciência coletiva ou comum.” (p. 50)
COLETIVOINDIVIDUAL
28. Este tipo de solidariedade predominava nas sociedades
pré-capitalistas, onde os indivíduos permanecem em
geral independentes e autônomos em relação à divisão
do trabalho social.
SOLIDARIEDADE MECÂNICA
29. Nas sociedades de solidariedade mecânica, o direito é
repressivo, apresentando uma punição por meio dos
costumes, já que o crime representa uma ruptura com
os elos de solidariedade. O criminoso no caso, age
contra a sociedade e sua punição é proporcional ao
delito.
SOLIDARIEDADE MECÂNICA
30. Já a solidariedade orgânica é fruto das diferenças
sociais, há que são essas diferenças que unem os
indivíduos pela necessidade de troca de serviços e pela
sua interdependência, ou seja, é um mecanismo de
integração social.
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
31. Vemos, portanto, que a solidariedade orgânica
prevalece nas sociedades complexas de tipo
capitalistas, onde, através da acelerada divisão social
do trabalho, os indivíduos se tornam interdependentes e
suas funções são vitais para o funcionamento do
sistema social.
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
32. Neste tipo de solidariedade a consciência coletiva se
afrouxa, dando espaço à consciência individual que
expressa o que temos de pessoal e distinto.
COLETIVOINDIVIDUAL
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
33. O direito predominante na solidariedade orgânica seria
os restitutivo, que implica no restabelecimento das
relações perturbadas, sob sua forma normal.
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
34. A especialização de funções e o grande
desenvolvimento das atividades econômicas levaram a
uma acentuação da consciência individual. A acentuada
especialização de atividades faz com que o indivíduo
oriente seus atos, segundo suas próprias intenções,
deixando de lado os valores coletivos.
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
35. Desta forma, o individualismo exacerbado leva a
sociedade à perda de uma moral orientadora e
disciplinadora dos comportamentos.
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
MORAL COLETIVA
MORAL MORAL MORAL MORAL MORAL MORAL MORAL
36. O EXEMPLO DOS MÉDICOS
SOLIDARIEDADE MECÂNICA x ORGÂNICA
CONCORRÊNCIA DIRETA - SEM DIVISÃO
DO TRABALHO OU
ESPECIALIZAÇÃO
INTEGRAÇÃO - COM DIVISÃO DO TRABALHO E
ESPECIALIZAÇÃO
37. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
PREPONDERÂNCIA PROGRESSIVA DA SOLIDARIEDADE
ORGÂNICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
É, pois, uma lei da história a de que a solidariedade
mecânica, [...] perde terreno progressivamente e que a
solidariedade orgânica se torna pouco a pouco
preponderante. (p. 157)
38. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
PREPONDERÂNCIA PROGRESSIVA DA SOLIDARIEDADE
ORGÂNICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
1. A SOCIEDADE DEPENDEM DAS PARTES E DOS
INDIVÍDUOS QUE A COMPÕE;
2. CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL DIRECIONADA À FUNÇÃO;
3. FUNÇÃO CADA VEZ MAIS ESPECIALIZADA;
4. DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO;
5. MECANICA DE PUNIÇÃO MEDIATO;
6. DIREITO RESTITUITIVO;
7. DESENVOLVIMENTO APRIMORADO;
8. SOCIEDADES COMPLEXAS / INDUSTRIAIS;
9. CORPO HUMANO – CADA ÓRGÃO TEM SUA FUNÇÃO;
39. SOLIDARIEDADE CONTRATUAL DE
SPENCER
Neste capítulo, Dürkheim desenvolve a concepção
conhecida como “as bases não-contratuais do contrato”,
ao refutar as ideias de Herbert Spencer sobre o tipo de
solidariedade predominante nas sociedades industriais
e na cooperação advinda da troca fundada nos
interesses individuais.
40. Na visão dos utilitaristas, a solidariedade orgânica seria
exclusivamente CONTRATUAL, seria livre de toda a
regulamentação. Entretanto, para Dürkheim, tal
solidariedade seria instável: “O que manifesta a
extensão da ação social é a extensão do aparelho
jurídico”. É necessário, portanto, uma regulamentação
complexa, um aparelho jurídico.
SOLIDARIEDADE CONTRATUAL DE
SPENCER
41. O controle social sobre os contratos era cada vez maior,
contudo, para Dürkheim, “O contrato não basta por si,
mas só é possível graças a uma regulamentação que é
de origem social.” (p. 203)
SOLIDARIEDADE CONTRATUAL DE
SPENCER
42. Para Dürkheim, a inconstância dos interesses
individuais não produziria mais do que associações
efêmeras, instáveis, o que não garantiria a estabilidade
e a unidade da sociedade.
SOLIDARIEDADE CONTRATUAL DE
SPENCER
43. Dürkheim acreditava em uma sociedade em que os
indivíduos fossem guiados por um sistema de valores e
normas, isto é, por uma moral, que os encorajasse e os
convidasse a se satisfazerem com sua posição no
sistema de divisão do trabalho. Ele assimila sociedade e
organização, sociedade e organismo: “O papel da
solidariedade não é suprimir a concorrência, mas
modera-la.”
SOLIDARIEDADE CONTRATUAL DE
SPENCER
44. A que causas se devem os progressos da divisão do
trabalho? Sem dúvida, não seria o caso de encontrar
uma fórmula única capaz de explicar todas as
modalidades possíveis da divisão do trabalho.
Semelhante fórmula não existe. Cada caso particular
depende de causas particulares que só podem ser
determinadas por um exame especial. (p. 223)
DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
AS CAUSAS E AS CONDIÇÕES
45. Segundo a teoria mais difundida, ela não teria outra
origem além do desejo que tem o homem de aumentar
sem cessar sua felicidade. Sabe-se, de fato, que quanto
mais o trabalho se divide, mais seu rendimento é
elevado. Os recursos que põe a nossa disposição são
mais abundantes; também são de melhor qualidade. (p.
224)
DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
AS CAUSAS E AS CONDIÇÕES
46. Mas é de fato verdade que a felicidade do indivíduo
aumenta a medida que o homem progride? Nada é mais
duvidoso. (p. 233) não se pode afirmar nada com
certeza; no entanto, parece que a felicidade é outra
coisa que uma soma de prazeres. (p. 235)
DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
AS CAUSAS E AS CONDIÇÕES
47. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
AS CAUSAS E AS CONDIÇÕES
No entanto, por mais reais que sejam essas variações
do prazer, elas não podem representar o papel que lhes
é atribuído. O mesmo acontece nas regiões rurais dos
povos civilizados. Nelas, a divisão do trabalho só
progride lentamente, e o gosto pela mudança é sentido
com pouquíssima intensidade. Ora, a influência do
tempo sobre os prazeres é sempre a mesma. Portanto,
não é ela que determina esse desenvolvimento. (p.
247)
48. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
AS CAUSAS E AS CONDIÇÕES
Numa palavra, não se pode admitir que o progresso
seja apenas um efeito do tédio. [...] É impossível que a
humanidade se tenha imposto tanto esforço unicamente
para poder variar um pouco seus prazeres e conservar-
lhes seu frescor original.
49. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
AS CAUSAS E AS CONDIÇÕES
É, portanto, em algumas variações do meio social que
devemos procurar a causa que explica os progressos da
divisão do trabalho. (p. 251) O CRESCIMENTO e
ADENSAMENTO das sociedades podem ser analisados
como causa determinante.
50. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
AS CAUSAS E AS CONDIÇÕES
A divisão do trabalho varia na razão direta do volume e
da densidade das sociedades, e, se esta progride de
uma maneira contínua no curso do desenvolvimento
social, é porque as sociedades se tornam regularmente
mais densas e, em geral, mais volumosas. (p. 258)
VOLUME X DENSIDADE
51. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
AS CAUSAS E AS CONDIÇÕES
Se o trabalho se divide mais a medida que as
sociedades se tornam mais volumosas e mais densas,
não é porque; nelas, as circunstâncias externas sejam
mais variadas, mas porque a luta pela vida e mais
ardente. (p. 263)
SOBREVIVÊN
CIA
52. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
AS CAUSAS E AS CONDIÇÕES
Darwin observou com propriedade que a concorrência
entre dois organismos é tanto mais viva quanta mais
eles são análogos. Tendo as mesmas necessidades e
perseguindo os mesmos objetivos, encontram-se por
toda parte em rivalidade. (p. 263)
53. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
AS CAUSAS E AS CONDIÇÕES
Os homens são sujeitos a mesma lei. Numa mesma
cidade, as profissões diferentes podem coexistir sem
serem obrigadas a se prejudicar reciprocamente, porque
elas perseguem objetivos diferentes. (p. 264)
54. DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
CONSEQUÊNCIAS DO QUE PRECEDE
O que precede permite-nos compreender melhor a
maneira como a divisão do trabalho funciona em nossa
sociedade. Desse ponto de vista, a divisão do trabalho
social se distingue da divisão do trabalho fisiológico por
uma característica essencial. No organismo, cada célula
tem seu papel definido e não pode muda-lo. Na
sociedade, as tarefas nunca foram repartidas de uma
maneira tão imutável. (p. 339)
55. AS FORMAS ANORMAIS – A DIVISÃO DO
TRABALHO
Dürkheim identifica três formas anormais de divisão do
trabalho:
1) Divisão do trabalho anômica;
2) Divisão do trabalho forçada;
3) Divisão do trabalho organizacionalmente inadequada
e descoordenada.
56. É a perda do sentido de dependência das outras áreas,
quando o homem foca-se somente em sua
especificidade e perde a noção do todo, ignorando os
outros atores sociais.
AS FORMAS ANORMAIS – A DIVISÃO DO
TRABALHO ANÔMICA
57. Logo, o restabelecimento do bom funcionamento social
só seria possível através de "corporações capazes de
cumprir com a autoridade moral estabelecendo regras
de conduta sobre os indivíduos". Assim a divisão do
trabalho assumiria o seu caráter moral ampliando a
coesão na sociedade moderna.
AS FORMAS ANORMAIS – A DIVISÃO DO
TRABALHO ANÔMICA
58. AS FORMAS ANORMAIS – A DIVISÃO DO
TRABALHO FORÇADA
Na seção do Livro III intitulada de “Divisão Forçada do
Trabalho”, temos um Dürkheim preocupado com as
consequências sociais e emocionais das desigualdades
externas e estruturais. Estas comprometem a
solidariedade orgânica de diversos modos, segundo o
sociólogo.
59. AS FORMAS ANORMAIS – A DIVISÃO DO
TRABALHO FORÇADA
Em outras palavras, não pode haver ricos e pobres de
nascimento sem que haja contratos injustos. A
existência de desigualdades de casta e de classe
arruína, portanto, o caráter “espontâneo” do trabalho e a
constituição meritocrática das funções profissionais.
60. AS FORMAS ANORMAIS – A DIVISÃO DO
TRABALHO FORÇADA
A divisão forçada do trabalho [s]ó se produz […] quando
é o efeito de uma coerção externa. Ao mesmo tempo
que a especialização se torna maior, as revoltas se
tornam mais frequentes. […] É bem sabido que, desde
então, a guerra tornou-se mais violenta.
61. AS FORMAS ANORMAIS – A DIVISÃO DO
TRABALHO DESCOORDENADA
Acontece com frequência, numa empresa comercial,
industrial ou outra, que as funções sejam distribuídas de
tal sorte que não proporcionam matéria suficiente para a
atividade dos indivíduos.
62. AS FORMAS ANORMAIS – A DIVISÃO DO
TRABALHO DESCOORDENADA
De fato, sabe-se que, numa administração em que cada
empregado não tem com que se ocupar o suficiente, os
movimentos se ajustam mal entre si, as operações se
fazem sem conjunto, numa palavra, a solidariedade se
afrouxa, a incoerência e a desordem aparecem.
64. ARTIGOS - UMA ANÁLISE COMPARATIVA
DAS TEORIAS DE KARL MARX E EMILE
DÜRKHEIMDürkheim considera que os conflitos e as desordens da
sociedade moderna são sintomas deste estado de
anomia e ainda que, a Religião, o Estado e a família têm
sido pouco eficazes no controle moral desta sociedade.
65. ARTIGOS - UMA ANÁLISE COMPARATIVA
DAS TEORIAS DE KARL MARX E EMILE
DÜRKHEIMPara este sociólogo, a anomia que desestabilizou a
sociedade, necessita da criação de uma nova moral,
condizente com os valores da sociedade industrial
emergente.
NOVA MORAL
66. Karl Marx (1818-1883), desenvolveu uma corrente de
pensamento da teoria social moderna: o materialismo
histórico. Foi identificando a forma como os homens
produzem seus meios de vida que Marx chegou à
conclusão que estes estabelecem relações sociais
baseadas nas condições materiais de sua existência.
ARTIGOS - UMA ANÁLISE COMPARATIVA
DAS TEORIAS DE KARL MARX E EMILE
DÜRKHEIM
67. Para Marx, a lei fundamental de transformação de uma
sociedade está vinculada ao desenvolvimento de suas
forças produtivas, que em determinado estágio de
desenvolvimento, chegam ao seu limite entrando em
contradição com as relações de produção que as
desenvolveram. A expressão desta contradição entre as
forças produtivas e as relações de produção é a luta de
classes.
ARTIGOS - UMA ANÁLISE COMPARATIVA
DAS TEORIAS DE KARL MARX E EMILE
DÜRKHEIM
68. Desta forma, Marx vê as relações sociais na sociedade
moderna, como negativas, por serem a principal causa
da desigualdade social entre os homens. Para Marx, “a
história de toda sociedade até hoje é a história da luta
entre classes”.
ARTIGOS - UMA ANÁLISE COMPARATIVA
DAS TEORIAS DE KARL MARX E EMILE
DÜRKHEIM
69. Para Marx, o modo de produção da vida material que
condiciona o desenvolvimento da vida social, política e
intelectual em geral.
Para Dürkheim a sociedade se sobrepõe ao indivíduo e
lhe impõe suas regras e condutas morais.
ARTIGOS - UMA ANÁLISE COMPARATIVA
DAS TEORIAS DE KARL MARX E EMILE
DÜRKHEIM
70. Se para Dürkheim a divisão social do trabalho gera
solidariedade, para Marx, a divisão do trabalho,
expressa os meios de segmentação da sociedade.
ARTIGOS - UMA ANÁLISE COMPARATIVA
DAS TEORIAS DE KARL MARX E EMILE
DÜRKHEIM
71. Para Dürkheim a divisão social do trabalho, irá ocupar o
lugar da Igreja, do Estado e das demais instituições
sociais, na função de integrar o indivíduo ao corpo
social, promovendo a coesão na sociedade, levando-a
ao progresso.
ARTIGOS - UMA ANÁLISE COMPARATIVA
DAS TEORIAS DE KARL MARX E EMILE
DÜRKHEIM
NOVA MORAL
72. Para Marx, a divisão do trabalho, gera uma relação de
exploração da classe burguesa sobre o proletariado,
promovendo a sua alienação, por meio da propriedade
privada dos meios de produção.
ARTIGOS - UMA ANÁLISE COMPARATIVA
DAS TEORIAS DE KARL MARX E EMILE
DÜRKHEIM
73. A análise da relação entre a sociologia do trabalho e o
sindicalismo no Brasil deixa claro que ela experimenta
um movimento quase pendular: da crítica teórico-
metodológica ao engajamento social dos estudos sobre
o trabalho da década de 1950, a sociologia do trabalho
brasileira emerge, nos anos 1960, marcada por um
primeiro ciclo de profissionalização.
ARTIGOS - O PÊNDULO OSCILANTE
74. Se, na década de 1960, os primeiros sociólogos do
trabalho lutaram simbolicamente por formar um campo
singular e uma audiência acadêmica para acolher a
sociologia do trabalho nascente [...], a partir dos anos
1990, a direção muda no sentido de uma audiência
cada vez mais extra-acadêmica cujos interesses
gravitam em torno das políticas públicas e,
consequentemente, do poder de Estado.
ARTIGOS - O PÊNDULO OSCILANTE
75. A vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002,
parece ter coroado esse novo ciclo de
profissionalização, com a entrega do Ministério do
Trabalho brasileiro para o controle da CUT e,
posteriormente, da Força Sindical. Segundo Lula, o
movimento sindical teria esse “cordão umbilical preso ao
Ministério do Trabalho” (NAP.PT-SP, 1981, p. 66).
ARTIGOS - O PÊNDULO OSCILANTE
76. O mundo do trabalho é apenas uma das dimensões de
um amplo espectro de transformações radicais que
afeta nossas vidas e que está a desafiar a nossa
imaginação sociológica.
ARTIGOS - SOCIOLOGIA E TRABALHO:
MUTAÇÕES, ENCONTROS E
DESENCONTROS.
77. Desde a sua constituição como uma subárea da
Sociologia, a Sociologia do Trabalho incorporou o ponto
de vista então predominante entre os intérpretes das
sociedades modernas de que a economia formava uma
esfera central e socialmente diferenciada do conjunto da
vida social.
ARTIGOS - SOCIOLOGIA E TRABALHO:
MUTAÇÕES, ENCONTROS E
DESENCONTROS.
ECONOMIA
VIDA SOCIAL
78. Em que pese a grande variedade de abordagens que
buscam salientar a importância das relações de gênero
na organização do trabalho, todas elas, de uma forma
ou de outra, procuram mostrar a influência dos valores
da cultura mais ampla sobre a organização e a
experiência no mundo do trabalho.
ARTIGOS - SOCIOLOGIA E TRABALHO:
MUTAÇÕES, ENCONTROS E
DESENCONTROS.
79. O cenário produtivo com o qual nos defrontamos hoje
revela fortes sinais de que a produção em massa de
produtos industriais padronizados, empregando
milhares de trabalhadores, pode ser considerada coisa
do passado
ARTIGOS - SOCIOLOGIA E TRABALHO:
MUTAÇÕES, ENCONTROS E
DESENCONTROS.
80. Os empregados das indústrias estão, cada vez mais,
produzindo bens especializados em fábricas que
empregam consideravelmente menos funcionários e
utilizam de forma crescente tecnologias altamente
informatizadas.
ARTIGOS - SOCIOLOGIA E TRABALHO:
MUTAÇÕES, ENCONTROS E
DESENCONTROS.
81. Diante desse quadro, a Sociologia deve enfrentar uma
nova agenda de questões. A primeira delas é a de como
situar as alterações que ora ocorrem no mundo do
trabalho em um quadro mais geral de mudanças sociais
na família, na cultura e na política.
ARTIGOS - SOCIOLOGIA E TRABALHO:
MUTAÇÕES, ENCONTROS E
DESENCONTROS.
82. A segunda refere-se à maneira pela qual as identidades
das pessoas vêm sendo afetadas. Se a flexibilidade do
trabalho requer identidades menos atadas, [...] que
identidades ou comunidades imaginárias, internas ou
externas à produção, se desenvolvem e como elas
moldam as percepções e as chances que se tem no
mercado?
ARTIGOS - SOCIOLOGIA E TRABALHO:
MUTAÇÕES, ENCONTROS E
DESENCONTROS.
83. A terceira questão que se coloca é: que funções o
sindicalismo irá assumir em um contexto em que
contratos de trabalho são cada vez mais negociados
individualmente, as relações entre os empregados são
mais amorfas e em que não há mais uma clara
correspondência entre o trabalho e o espaço da
empresa?
ARTIGOS - SOCIOLOGIA E TRABALHO:
MUTAÇÕES, ENCONTROS E
DESENCONTROS.
84. E, finalmente, que impactos a constante perda de
direitos sociais e trabalhistas terá sobre a política, a
cidadania e a democracia?
ARTIGOS - SOCIOLOGIA E TRABALHO:
MUTAÇÕES, ENCONTROS E
DESENCONTROS.