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AMAZÔNIA
4. CIÊNCIA ÉTNICA E O PODER DO EQUILÍBRIO DA FORÇA ANCESTRAL FEMININA
Mallku Chanez Willka Kallawaya
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Facebook: Mallku Chanez
IKA: Instituto Kallawaya de
Pesquisa Andino
WhatsApp: 55 11 9 6329 3080
Luqiqaman Tink’u
o valor energético para uso próprio
Originário da transcendência energética do Tiawanaku ou
Tiowayaku no Kollasuyo, Bolívia.
Jaxy Ovoguaçu, Lua Cheia, e o solstício do verão 2021, associado à Mãe do Fogo, Jawaratê.
CIÊNCIA ÉTNICA E O PODER DO EQUILÍBRIO DA FORÇA
ANCESTRAL FEMININA
Jagwaratê e o Jagwar
Jagwaratê, a Mãe do Fogo, o poder e o equilíbrio da força ancestral, a
instintividade, a emancipação, a coragem, a agressividade, devem ser
considerados entes sobrenaturais complementares.
Jaxy Ovoguaçu, Lua Cheia, 12  2021
Diz a grande sabedoria milenar que numa época antes da existência da irmã Jaxy, Lua, e da irmã
kuarasy, Sol, bem no comecinho da formação da vida, não se podia esquentar, dançar e nem cantar, já
que não se conhecia a Mãe Fogo, Jagwaratê.
2. Nos primórdios dos tempos, um par de onças complementares corriam pelo Céu Alto, Jará, e
iluminavam a Terra com seus grandes olhos amarelos e cintilantes. No Céu Baixo, Yvanga, fluíam
espessas nuvens escuras e fogos brancos e amarelos. A jagwaratê queria vivenciar, cheirar e sentir a Mãe
Terra.
3. Para eso, a su primeira providência seria descer do Céu Alto para o Céu Baixo e depois para a Terra.
Perguntou a onça fêmea ao jagwar, seu parceiro, já que havia entre ambos uma estreita relação de
amizade e complementaridade - se ele queria acompanhá-la. Ele imediatamente concordou.
4. Um dia, as onças decidiram descer do Céu Alto para o Céu Baixo, para ver o Tatá Vera Guaçu, o
grande brilho dos fogos, ouvir a música e o canto dos trovões, raios, relâmpagos, Yvajaku, e sentir em sua
pelagem as grandes águas da chuva, Lara.
Um rugir, dentro de um grunhido, inspiram os sentimentos instintivos da jawaratê.
5. Foi, então, que lhes surgiu uma oportunidade de pularem do Yvanga, para percorrer, admirar, com
encanto, com deleite, a Mãe Terra.
Já na Terra, território escuro e frio, a onça fêmea inspirada pelas suas intenções, pelo seu
instinto, pela sua intuição, coragem, agressividade e ferocidade que independiam da onça macho,
este a sua vez foi explora-lo e conhecê-lo, sumindo mata adentro.
6. Enquanto a onça fêmea, jaguaratê, subia no alto de um penhasco para observar o fluir (correr) das
nuvens pelo temperamento do vento, - yvy tingy ajepete, yvy tingy ajepete – elas começaram a se
misturar, dando lugar a um grande espetáculo: as músicas, os cantos, as cores dos raios, dos relâmpagos
e os trovões se espalhavam por todo lado (Tatá Vera Guaçu, o grande brilho dos fogos).
7. A jaguaratê curiosa e inquieta teve a oportunidade de observar os movimentos da Terra território, as
trevas, as numerosas nuvens espessas fluindo e se misturando, formando figuras e formas misteriosas
que se desfaziam depois de algum tempo, levadas pelo temperamento e o caráter do vento.
8. Pela primeira vez, ela ouviu o começo do canto dos trovões, Yvarypy, que saíam da sua encruzilhada e
as músicas fortes dos raios e relâmpagos que se espalhavam pelo Yvanga, Céu Baixo.
9. Era muito bonito e fascinante o movimento das forças sobrenaturais no Céu Baixo. O brilho grande de
Tatá Vera Guaçu iluminava todos os cantos da terra, provocando agitação e comoção. Depois, vinham os
torrenciais aguaceiros, as chuvas agitadas. Parando as chuvas, nasciam perto dos lagos e das pedras,
um arco-íris, Jy’y, deslumbrantemente colorido. Jy’y vai se engrandecendo, ilustrando-se e enriquecendo-
se. A transcendência da Mãe Terra é fenomenal.
10. A jaguaratê, a onça fêmea, começa a observar e a pensar numa maneira de conseguir a
transcendência energética, a música encantadora, os cantos fortes, as cores do arco-íris, e finalmente ser
dona de todos esses recursos, dessas forças sobrenaturais e da sua correspondente magia, do zênite até
o nadir.
11. A onça fêmea vai percebendo que os raios caem sempre sobre uma mesma pedra que resiste à força
energética dos grandes brilhos e aos impactos dos fogos às margens do lago.
A pedra, as olhos d’água e os lagos são os detentores dos grandes mistérios, segredos e poderes
do fogo amarelo e do fogo branco. Ela repara que enquanto a pedra recepciona os grandes brilhos, que
a atinge com uma imensa força energética, gradativamente vai se transformando numa pedra amarela.
12. Ela deseja mais que nunca possuir a magia desse fogo transcendental intensamente amarelo e
dourado que se entrelaça com o fogo branco e que são jaspeados ou bordeados com chamas azuis, Tatá
Guiti, já que é muito difícil estabelecer limites entre as chamas.
Retornando às Sementes e Raízes da Mãe d’Umbigo
13. Passa-se pouco tempo antes de resolver que ela deveria seguir os encantamentos das forças do raio,
dos relâmpagos e do trovão. Essa decisão seria um caminho sem volta, pois ela poderia ser atingida e ser
“separada dela mesma”. Mesmo assim, em seu íntimo, deseja possuir o fogo transcendental, os poderes
místicos femininos, as mais nobres e altas virtudes que podem honrar os poderes femininos
transcendentais, as quais poderiam ajudar a mudar a vida e a existência na Mãe Terra.
14. Nos dias que transcorreram, não se viu a perseverança e a constância da luz, dos grandes brilhos e
dos impactos dos fogos, nenhuma dessas grandes criações que estavam perpetuadas na veneração da
posteridade. Hospedar tantos prodígios para a jagwaratê não seria nada impossível.
15. Num determinado momento, a jagwaratê senta-se corajosamente junto à “pedra amarela” para ouvir
a música, o canto das nuvens pretas, espessas e prenhas de água. Enquanto espera recepcionar os
raios, pede ao Céu Baixo: “deixa cair teu brilho branco, deixa cair teu brilho amarelo, deixa possuir teu
brilho e fogo branco, deixa possuir teu brilho e fogo amarelo”. “Eu desejo aquecer-me, aquecer a terra fria
e escura e a toca onde eu moro”. Suspira lentamente a coragem que ela deveria sustentar.
16. E então, acontece o inevitável. As nuvens negras, espessas e prenhas giram sobre o seu corpo como
redemoinhos. O entoar do trovão, dos raios, dos relâmpagos saem da encruzilhada com muita
agressividade. Cada vez se fazem mais fortes. Rugem, rugem, até que se ouve o estalido do Tatá Guti,
atingindo, em cheio, a pedra e afetando indiretamente a onça fêmea, a qual deixa de ser a mesma. No
princípio, ela fica branca; depois, cinzenta. Ela arde, ela vai transcendendo ...
17. As chamas se espalham pelo corpo todo, provocando queimaduras e formando cicatrizes profundas.
Possuída pela energia do fogo, Tatá Ayvu, ela foi se transformando numa onça pintada, jagwaratê, o
oposto do jagwar.
Ela finalmente se torna detentora dos segredos da instintividade, dos poderes do fogo sagrado,
da coragem, da ferocidade, da agressividade, da inspiração, da fertilidade, da fecundidade, dos
renascimentos femininos e dos nascimentos das crianças.
18. Assim foi que a existência e a vida, jasuka, foram transformadas, colhidas e recepcionadas. A música
e o canto dos raios, dos relâmpagos, dos trovões, a chuva e o arco-íris foram adquiridos junto à pedra
amarela.
19. As Mães d’ Água amazônicas afirmam, hoje, que a jagwaratê tem essa cor porque ela se encontrava
junto à pedra amarela e foi atingida em cheio pelo fogo, Tatá Guti. Ela tem o fogo, o azul e as cinzas do
raio espalhadas por todo o corpo.
20. Depois desse grande feito de coragem, sua agressividade e sua ferocidade rugiram, rugiram aos
quatro ventos. “A jasuka, a vida, nos pertence”, “a jasuka nos pertence”, “é a nossa existência”, “a nossa
vida nos pertence”, “somos poderosas, cheias de coragem, de energia”, dizia ela.
MARA WATA
Observatório do
Tiowanaku
(Tiawayaku),
umbigo energético dos
povos originários
Andinos e Amazônicos.
MARA WATA
Em busca da nossa
própria fonte de
energia.
Luqiqaman Tink’u,
o valor energético
para uso próprio.
21. Foi desta maneira que o povo da Terra começou a ter fogo e luz. A primeira coisa que a jagwaratê,
agora a onça pintada (Mãe do Fogo), criou a irmã Lua Cheia, Jaxy Ovoguaçu, com pequenas manchas
cinzentas para iluminar as noites e a irmã Sol, Kuarasy, para dar calor e iluminar o dia. Assim, na Terra
território, as sombras e as trevas foram separadas em dia e em noite.
22. A transformação da jagwaratê em Mãe do Fogo foi o começo da feminilidade, um comportamento
universal que até então não chamava a atenção dos mortais. A sensitividade, a sensibilidade, a
independência, a emancipação, a coragem, a força, a agressividade, foram valorizadas.
23. A jagwaratê, Mãe do Fogo, percorreu um longo caminho até chegar ao coração da floresta, onde
havia construído a sua toca. Carregou consigo pequenos pedaços de pedra amarela para misturá-los
com as cicatrizes carbonizadas e com as brasas amarelas que cobriram seu corpo. Mantendo o fogo
aceso e juntando o barro preto do local, fez uma grande mistura para construir o fogão de pedra amarela.
24. O fogo e as brasas que se apossaram da divindade, da jagwaratê, da Mãe do Fogo (a Mãe
primordial dos renascimentos das Mães d’Água e dos nascimentos das crianças), o poder ancestral das
entes sobrenaturais complementares foram depositados nesse fogareiro para aquecer a sua toca e assar
os alimentos: beiju de farinha de mandioca, batata doce, macaxeira, banana assada, etc.
25. Orientações da onça jagwaratê antes de voltar ao Céu Baixo e depois, ao infinito, ao Céu Alto. A
jaguaratê, Mãe do Fogo, antes de retornar ao Céu Alto, orientou os jagwares e as Pessoas Paisagens
sobre os novos rituais das meninas-mulheres, das mulheres, dos renascimentos da Olho d’Água e do
nascimento da mitã.
“Que as mulheres enalteçam a inspiração do poder da intuição, da instintividade, da fertilidade
radiante como a concepção e que as Olhos d’Água, as prenhas nuas dos rios amazônicos, sejam as
detentoras dos segredos e dos poderes da jagwaratê, Mãe do Fogo”.
26. A jagwaratê, onça pintada, servindo como uma intermediária entre o Céu Baixo e suas divindades e
os parentes na Terra território, tornou-se a protagonista de um novo início da existência da vida na Terra.
Ela sabia que não ia permanecer por muito tempo mais na Mãe Terra. Já que havia concluído sua tarefa,
ela deveria retornar com seu companheiro para o Céu Baixo e depois para o Céu Alto (Pachakana).
27. A Mãe do Fogo, a transcendência da jagwaratê, é a personificação do começo. A Mãe do Fogo se
localiza no ventre, no Anel do Beiço, canal de nascimento, no Anel do Lábio, clitóris, no Piraguaçu, útero,
da Olho d’Água, prenha nua, e da Mãe d’Água, prenha vestida.
Não é do fogo e da água que saíram todas as manifestações da vida? Na concepção da jagwaratê, o
fogo e a água são os elementos da concepção que transformam os renascimentos das Mães d’Água e os
nascimentos das crianças, mitã.
Jagwaratê, Mãe do Fogo
Práticas e Políticas Psicossociais de Transformação
28. Quando a Olho d’Água chegar à plenitude ou seja no momento da descida da mitã pelo canal de
nascimento, via baixa, seu novo coração, xe pya’ hu, deve beber muita água entre uma pulsação e outra.
Entoando um canto mágico à beira de um belo rio, ela deve banhar-se e se sentar nas águas. Sendo possuída
(hospedada) pela jagwaratê, Mãe do Fogo, a Olho d’Água deve recepcionar a mitã com a coragem, a
agressividade, a ferocidade e a instintividade.
29. A onça fêmea possuída pela energia do fogo, Tatá Ayvu, foi transformada em uma onça pintada, jaguaratê.
As brasas da jagwaratê, Mãe do Fogo, depositadas no fogão de pedra amarela passaram a
representar a instintividade, a unidade, a organização, reciprocidade, a polaridade, a fidelidade, a
complementariedade, a memória, o sentimento, a imaginação, as crenças, a generosidade e a consciência.
É a praticidade da vida real com a abertura da instintividade, a transcendência cósmica que é tudo que está
acima da razão e da irracionalidade civilizada.
30. As onças retornaram e voltaram a viver no Céu Alto, no arrulho da eternidade, naquele reino insondável,
onde o princípio se confunde com o fim e onde as estrelas e as constelações *LLallawa Pumas, par de
pumas (gêmeos, gemines), andinas e amazônicas buscam a suprema perfeição através do todo.
Ver - IKA 2 - Ano Internacional da Língua Materna dos Povos Originários, Tiowanaku
Ver- IKA - Luqiqamam Tink’u 3.
*Puma, onça, jagwaratê, jagwar, felinos, felinas, titi, Illampu, onça amarela, onça parda, onça pintada, são sinônimos.
Nota : Jagwaratê - Mãe do Fogo- Narrativa escrita em Portugués, Guarani Anhangatu e Aymara do Kollasuyo-Bolívia.
MARA WATA - K’UYCHI
LLallawa Pumas, Par de Pumas (gêmeos, gemines)
LLallawa Pumas, par de Pumas (gêmeos, gemines) as constelações Aymaras andinas. As duas principais
estrelas formam os olhos circundados pela cabeça e o corpo. Pertencem ao calendário agrícola Mara
Wata, composto de treze meses e um dia. O dia solto é Wilkasi, o dia mais curto do ano, o qual
representa o ano novo andino, o dia 21 de junho.
Nascemos Phawary, livres, para
alçar voo, e Phawantaj, livres
queremos continuar ...
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JAGWARATÊ - MÃE DO FOGO

  • 1. AMAZÔNIA 4. CIÊNCIA ÉTNICA E O PODER DO EQUILÍBRIO DA FORÇA ANCESTRAL FEMININA Mallku Chanez Willka Kallawaya
  • 2. www.mallkuchanez.com Facebook: Mallku Chanez IKA: Instituto Kallawaya de Pesquisa Andino WhatsApp: 55 11 9 6329 3080
  • 3. Luqiqaman Tink’u o valor energético para uso próprio Originário da transcendência energética do Tiawanaku ou Tiowayaku no Kollasuyo, Bolívia.
  • 4. Jaxy Ovoguaçu, Lua Cheia, e o solstício do verão 2021, associado à Mãe do Fogo, Jawaratê.
  • 5. CIÊNCIA ÉTNICA E O PODER DO EQUILÍBRIO DA FORÇA ANCESTRAL FEMININA Jagwaratê e o Jagwar Jagwaratê, a Mãe do Fogo, o poder e o equilíbrio da força ancestral, a instintividade, a emancipação, a coragem, a agressividade, devem ser considerados entes sobrenaturais complementares. Jaxy Ovoguaçu, Lua Cheia, 12 2021
  • 6. Diz a grande sabedoria milenar que numa época antes da existência da irmã Jaxy, Lua, e da irmã kuarasy, Sol, bem no comecinho da formação da vida, não se podia esquentar, dançar e nem cantar, já que não se conhecia a Mãe Fogo, Jagwaratê. 2. Nos primórdios dos tempos, um par de onças complementares corriam pelo Céu Alto, Jará, e iluminavam a Terra com seus grandes olhos amarelos e cintilantes. No Céu Baixo, Yvanga, fluíam espessas nuvens escuras e fogos brancos e amarelos. A jagwaratê queria vivenciar, cheirar e sentir a Mãe Terra. 3. Para eso, a su primeira providência seria descer do Céu Alto para o Céu Baixo e depois para a Terra. Perguntou a onça fêmea ao jagwar, seu parceiro, já que havia entre ambos uma estreita relação de amizade e complementaridade - se ele queria acompanhá-la. Ele imediatamente concordou. 4. Um dia, as onças decidiram descer do Céu Alto para o Céu Baixo, para ver o Tatá Vera Guaçu, o grande brilho dos fogos, ouvir a música e o canto dos trovões, raios, relâmpagos, Yvajaku, e sentir em sua pelagem as grandes águas da chuva, Lara.
  • 7. Um rugir, dentro de um grunhido, inspiram os sentimentos instintivos da jawaratê.
  • 8. 5. Foi, então, que lhes surgiu uma oportunidade de pularem do Yvanga, para percorrer, admirar, com encanto, com deleite, a Mãe Terra. Já na Terra, território escuro e frio, a onça fêmea inspirada pelas suas intenções, pelo seu instinto, pela sua intuição, coragem, agressividade e ferocidade que independiam da onça macho, este a sua vez foi explora-lo e conhecê-lo, sumindo mata adentro. 6. Enquanto a onça fêmea, jaguaratê, subia no alto de um penhasco para observar o fluir (correr) das nuvens pelo temperamento do vento, - yvy tingy ajepete, yvy tingy ajepete – elas começaram a se misturar, dando lugar a um grande espetáculo: as músicas, os cantos, as cores dos raios, dos relâmpagos e os trovões se espalhavam por todo lado (Tatá Vera Guaçu, o grande brilho dos fogos). 7. A jaguaratê curiosa e inquieta teve a oportunidade de observar os movimentos da Terra território, as trevas, as numerosas nuvens espessas fluindo e se misturando, formando figuras e formas misteriosas que se desfaziam depois de algum tempo, levadas pelo temperamento e o caráter do vento. 8. Pela primeira vez, ela ouviu o começo do canto dos trovões, Yvarypy, que saíam da sua encruzilhada e as músicas fortes dos raios e relâmpagos que se espalhavam pelo Yvanga, Céu Baixo.
  • 9. 9. Era muito bonito e fascinante o movimento das forças sobrenaturais no Céu Baixo. O brilho grande de Tatá Vera Guaçu iluminava todos os cantos da terra, provocando agitação e comoção. Depois, vinham os torrenciais aguaceiros, as chuvas agitadas. Parando as chuvas, nasciam perto dos lagos e das pedras, um arco-íris, Jy’y, deslumbrantemente colorido. Jy’y vai se engrandecendo, ilustrando-se e enriquecendo- se. A transcendência da Mãe Terra é fenomenal. 10. A jaguaratê, a onça fêmea, começa a observar e a pensar numa maneira de conseguir a transcendência energética, a música encantadora, os cantos fortes, as cores do arco-íris, e finalmente ser dona de todos esses recursos, dessas forças sobrenaturais e da sua correspondente magia, do zênite até o nadir. 11. A onça fêmea vai percebendo que os raios caem sempre sobre uma mesma pedra que resiste à força energética dos grandes brilhos e aos impactos dos fogos às margens do lago. A pedra, as olhos d’água e os lagos são os detentores dos grandes mistérios, segredos e poderes do fogo amarelo e do fogo branco. Ela repara que enquanto a pedra recepciona os grandes brilhos, que a atinge com uma imensa força energética, gradativamente vai se transformando numa pedra amarela. 12. Ela deseja mais que nunca possuir a magia desse fogo transcendental intensamente amarelo e dourado que se entrelaça com o fogo branco e que são jaspeados ou bordeados com chamas azuis, Tatá Guiti, já que é muito difícil estabelecer limites entre as chamas.
  • 10. Retornando às Sementes e Raízes da Mãe d’Umbigo
  • 11. 13. Passa-se pouco tempo antes de resolver que ela deveria seguir os encantamentos das forças do raio, dos relâmpagos e do trovão. Essa decisão seria um caminho sem volta, pois ela poderia ser atingida e ser “separada dela mesma”. Mesmo assim, em seu íntimo, deseja possuir o fogo transcendental, os poderes místicos femininos, as mais nobres e altas virtudes que podem honrar os poderes femininos transcendentais, as quais poderiam ajudar a mudar a vida e a existência na Mãe Terra. 14. Nos dias que transcorreram, não se viu a perseverança e a constância da luz, dos grandes brilhos e dos impactos dos fogos, nenhuma dessas grandes criações que estavam perpetuadas na veneração da posteridade. Hospedar tantos prodígios para a jagwaratê não seria nada impossível. 15. Num determinado momento, a jagwaratê senta-se corajosamente junto à “pedra amarela” para ouvir a música, o canto das nuvens pretas, espessas e prenhas de água. Enquanto espera recepcionar os raios, pede ao Céu Baixo: “deixa cair teu brilho branco, deixa cair teu brilho amarelo, deixa possuir teu brilho e fogo branco, deixa possuir teu brilho e fogo amarelo”. “Eu desejo aquecer-me, aquecer a terra fria e escura e a toca onde eu moro”. Suspira lentamente a coragem que ela deveria sustentar. 16. E então, acontece o inevitável. As nuvens negras, espessas e prenhas giram sobre o seu corpo como redemoinhos. O entoar do trovão, dos raios, dos relâmpagos saem da encruzilhada com muita agressividade. Cada vez se fazem mais fortes. Rugem, rugem, até que se ouve o estalido do Tatá Guti, atingindo, em cheio, a pedra e afetando indiretamente a onça fêmea, a qual deixa de ser a mesma. No princípio, ela fica branca; depois, cinzenta. Ela arde, ela vai transcendendo ...
  • 12. 17. As chamas se espalham pelo corpo todo, provocando queimaduras e formando cicatrizes profundas. Possuída pela energia do fogo, Tatá Ayvu, ela foi se transformando numa onça pintada, jagwaratê, o oposto do jagwar. Ela finalmente se torna detentora dos segredos da instintividade, dos poderes do fogo sagrado, da coragem, da ferocidade, da agressividade, da inspiração, da fertilidade, da fecundidade, dos renascimentos femininos e dos nascimentos das crianças. 18. Assim foi que a existência e a vida, jasuka, foram transformadas, colhidas e recepcionadas. A música e o canto dos raios, dos relâmpagos, dos trovões, a chuva e o arco-íris foram adquiridos junto à pedra amarela. 19. As Mães d’ Água amazônicas afirmam, hoje, que a jagwaratê tem essa cor porque ela se encontrava junto à pedra amarela e foi atingida em cheio pelo fogo, Tatá Guti. Ela tem o fogo, o azul e as cinzas do raio espalhadas por todo o corpo. 20. Depois desse grande feito de coragem, sua agressividade e sua ferocidade rugiram, rugiram aos quatro ventos. “A jasuka, a vida, nos pertence”, “a jasuka nos pertence”, “é a nossa existência”, “a nossa vida nos pertence”, “somos poderosas, cheias de coragem, de energia”, dizia ela.
  • 13. MARA WATA Observatório do Tiowanaku (Tiawayaku), umbigo energético dos povos originários Andinos e Amazônicos.
  • 14. MARA WATA Em busca da nossa própria fonte de energia. Luqiqaman Tink’u, o valor energético para uso próprio.
  • 15. 21. Foi desta maneira que o povo da Terra começou a ter fogo e luz. A primeira coisa que a jagwaratê, agora a onça pintada (Mãe do Fogo), criou a irmã Lua Cheia, Jaxy Ovoguaçu, com pequenas manchas cinzentas para iluminar as noites e a irmã Sol, Kuarasy, para dar calor e iluminar o dia. Assim, na Terra território, as sombras e as trevas foram separadas em dia e em noite. 22. A transformação da jagwaratê em Mãe do Fogo foi o começo da feminilidade, um comportamento universal que até então não chamava a atenção dos mortais. A sensitividade, a sensibilidade, a independência, a emancipação, a coragem, a força, a agressividade, foram valorizadas. 23. A jagwaratê, Mãe do Fogo, percorreu um longo caminho até chegar ao coração da floresta, onde havia construído a sua toca. Carregou consigo pequenos pedaços de pedra amarela para misturá-los com as cicatrizes carbonizadas e com as brasas amarelas que cobriram seu corpo. Mantendo o fogo aceso e juntando o barro preto do local, fez uma grande mistura para construir o fogão de pedra amarela. 24. O fogo e as brasas que se apossaram da divindade, da jagwaratê, da Mãe do Fogo (a Mãe primordial dos renascimentos das Mães d’Água e dos nascimentos das crianças), o poder ancestral das entes sobrenaturais complementares foram depositados nesse fogareiro para aquecer a sua toca e assar os alimentos: beiju de farinha de mandioca, batata doce, macaxeira, banana assada, etc.
  • 16. 25. Orientações da onça jagwaratê antes de voltar ao Céu Baixo e depois, ao infinito, ao Céu Alto. A jaguaratê, Mãe do Fogo, antes de retornar ao Céu Alto, orientou os jagwares e as Pessoas Paisagens sobre os novos rituais das meninas-mulheres, das mulheres, dos renascimentos da Olho d’Água e do nascimento da mitã. “Que as mulheres enalteçam a inspiração do poder da intuição, da instintividade, da fertilidade radiante como a concepção e que as Olhos d’Água, as prenhas nuas dos rios amazônicos, sejam as detentoras dos segredos e dos poderes da jagwaratê, Mãe do Fogo”. 26. A jagwaratê, onça pintada, servindo como uma intermediária entre o Céu Baixo e suas divindades e os parentes na Terra território, tornou-se a protagonista de um novo início da existência da vida na Terra. Ela sabia que não ia permanecer por muito tempo mais na Mãe Terra. Já que havia concluído sua tarefa, ela deveria retornar com seu companheiro para o Céu Baixo e depois para o Céu Alto (Pachakana). 27. A Mãe do Fogo, a transcendência da jagwaratê, é a personificação do começo. A Mãe do Fogo se localiza no ventre, no Anel do Beiço, canal de nascimento, no Anel do Lábio, clitóris, no Piraguaçu, útero, da Olho d’Água, prenha nua, e da Mãe d’Água, prenha vestida. Não é do fogo e da água que saíram todas as manifestações da vida? Na concepção da jagwaratê, o fogo e a água são os elementos da concepção que transformam os renascimentos das Mães d’Água e os nascimentos das crianças, mitã.
  • 17. Jagwaratê, Mãe do Fogo Práticas e Políticas Psicossociais de Transformação
  • 18. 28. Quando a Olho d’Água chegar à plenitude ou seja no momento da descida da mitã pelo canal de nascimento, via baixa, seu novo coração, xe pya’ hu, deve beber muita água entre uma pulsação e outra. Entoando um canto mágico à beira de um belo rio, ela deve banhar-se e se sentar nas águas. Sendo possuída (hospedada) pela jagwaratê, Mãe do Fogo, a Olho d’Água deve recepcionar a mitã com a coragem, a agressividade, a ferocidade e a instintividade. 29. A onça fêmea possuída pela energia do fogo, Tatá Ayvu, foi transformada em uma onça pintada, jaguaratê. As brasas da jagwaratê, Mãe do Fogo, depositadas no fogão de pedra amarela passaram a representar a instintividade, a unidade, a organização, reciprocidade, a polaridade, a fidelidade, a complementariedade, a memória, o sentimento, a imaginação, as crenças, a generosidade e a consciência. É a praticidade da vida real com a abertura da instintividade, a transcendência cósmica que é tudo que está acima da razão e da irracionalidade civilizada. 30. As onças retornaram e voltaram a viver no Céu Alto, no arrulho da eternidade, naquele reino insondável, onde o princípio se confunde com o fim e onde as estrelas e as constelações *LLallawa Pumas, par de pumas (gêmeos, gemines), andinas e amazônicas buscam a suprema perfeição através do todo. Ver - IKA 2 - Ano Internacional da Língua Materna dos Povos Originários, Tiowanaku Ver- IKA - Luqiqamam Tink’u 3. *Puma, onça, jagwaratê, jagwar, felinos, felinas, titi, Illampu, onça amarela, onça parda, onça pintada, são sinônimos. Nota : Jagwaratê - Mãe do Fogo- Narrativa escrita em Portugués, Guarani Anhangatu e Aymara do Kollasuyo-Bolívia.
  • 19. MARA WATA - K’UYCHI LLallawa Pumas, Par de Pumas (gêmeos, gemines) LLallawa Pumas, par de Pumas (gêmeos, gemines) as constelações Aymaras andinas. As duas principais estrelas formam os olhos circundados pela cabeça e o corpo. Pertencem ao calendário agrícola Mara Wata, composto de treze meses e um dia. O dia solto é Wilkasi, o dia mais curto do ano, o qual representa o ano novo andino, o dia 21 de junho.
  • 20. Nascemos Phawary, livres, para alçar voo, e Phawantaj, livres queremos continuar ... MARA WATA A Ciência Étnica e a Astronomia Solar do Kollasuyo O solstício de inverno 2021 associado ao ventre feminino 21 de Junho Ano Novo Andino e Amazônico -5529 anos