SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
1
Resolução politica sobre balanço eleitoral
O Diretório Nacional do PT saúda a cada brasileira e a cada brasileiro que tomou
partido, no primeiro e/ou no segundo turno das eleições de 2018, a favor da
democracia, dos direitos sociais, da soberania nacional e a favor da humanidade.
Saudamos, especialmente, a ação de milhares de ativistas, personalidades,
intelectuais, artistas que – filiados ou não  ao PT - foram às ruas generosamente, em
particular no segundo turno, em ações voluntárias de esclarecimento e debate
democrático. Eleições podem ser vencidas ou perdidas, mas, em perspectiva histórica,
o futuro pertence aos que estão ao lado da democracia, da  igualdade e da
solidariedade.
O Diretório Nacional saúda igualmente a militância identificada com o Partido dos
Trabalhadores, milhões de pessoas que vêm doando, voluntariamente, parte do seu
tempo, em todo o país e no exterior, em defesa das causas do povo brasileiro. Nossos
acertos e vitórias devem-se, no fundamental, à brava militância petista.
O Diretório Nacional cumprimenta, também, os partidos e setores partidários que
apoiaram nossa chapa no primeiro e no segundo turno das eleições, em particular o
Partido Comunista do Brasil, o PROS, setores do PSB, o PSOL e setores do PDT.
Saudamos com orgulho e reconhecimento a chapa integrada por Fernando Haddad e
Manuela D´Ávila, que alcançou 31 milhões de votos no primeiro e 47 milhões de votos
no segundo turno. Parte importante deste resultado foi fruto da postura do
companheiro Fernando Haddad, que liderou com altivez e competência nosso partido
na defesa dos compromissos democráticos e populares, e da contribuição aguerrida e
qualificada da companheira Manuela D´Ávila.
O Diretório Nacional registra, com orgulho, o que fizeram nossas candidaturas,
homens e mulheres, que levantaram, com empenho, coragem e competência, nossas
bandeiras. Elegemos quatro governadores (sendo Fátima Bezerra, do Rio Grande do
Norte, a única mulher a governar um Estado a partir de 1 de janeiro de 2019), 4
senadores, a maior bancada na Câmara dos Deputados, e a segunda maior bancada
de deputados estaduais.
Nosso resultado eleitoral é fruto da mobilização cidadã e militante, da resiliência e
resistência do Partido, da valorização de nossos governos por amplos setores do
povo, do prestígio do companheiro Luis Inácio Lula da Silva e do e desempenho de
nossa chapa presidencial. Lula mais uma vez esteve no centro da disputa eleitoral,
política e ideológica. Passada a eleição, Lula segue como a principal liderança da
esquerda brasileira. Por isso declaramos que continuaremos na luta pela liberdade e
pela anulação de todas as sentenças injustas. Lula Livre!
O Diretório Nacional exige que se apurem todos os casos de violência política contra
indivíduos e o direito de livre organização e manifestação. Nas pessoas de Marielle
2
Franco, Moa do Katende e Charlione Lessa Albuquerque, o Diretório Nacional do PT
homenageia às vítimas da violência política da extrema-direita, antes, durante e depois
da campanha eleitoral.
O Diretório Nacional do PT agradece à solidariedade internacional vinda de todos os
quadrantes do mundo, de líderes políticos, da intelectualidade, da cultura, da paz e
dos direitos humanos. Da mesma forma o Diretório Nacional do PT se solidariza, com
os milhões de brasileiros e brasileiras que estão sendo privados de assistência médica
em consequência da ação do presidente eleito contra o Programa Mais Médicos e
contra os médicos cubanos e manifesta o nosso mais profundo agradecimento em
nome daqueles que tiveram suas vidas salvas pela solidariedade internacionalista.
Desde o final do segundo turno de 2014, às classes dominantes brasileiras, seus
representantes e aliados políticos, midiáticos, em partes do judiciário, nos corpos de
segurança, articulados com algumas forças externas desencadearam  uma ofensiva
brutal às conquistas sociais e os avanços políticos das classes populares obtidos em
nossos governos.
Vale lembrar que, depois de sua derrota em 2014, o PSDB e seus aliados decidiram
sabotar o governo Dilma – a partir do resultado eleitoral, seguido pelo apoio tucano às
“pautas-bomba” junto com ex-deputado Eduardo Cunha, pelo apoio ao golpe e pela
participação no ilegítimo governo Temer.
Alinhados PSDB e outros partidos estimularam e legitimaram as posições de extrema
direita nas ruas, na grande mídia, nas Forças Armadas e policiais, e parte do judiciário.
Embora já presentes nas manifestações de 2013, foi em 2015 e 2016 que os
defensores da volta da ditadura militar, da tortura, do extermínio da esquerda e da
violência aberta contra os setores excluídos, pobres e discriminados saíram
abertamente às ruas.
O jogo da disputa geopolítica internacional resultou num esforço de desestabilização
institucional de nosso país, pelo fato de estarmos construindo uma nova arquitetura
internacional pelos BRICS, inaceitável para os EUA, tanto é que este ajudou e
financiou as diferentes fases do golpe até aqui. Tanto que pretendem também
enfraquecer a política externa ativa e altiva que alterou a geopolítica da região
mudando o eixo de nossas relações diplomáticas e comerciais e nos colocando
definitivamente na órbita da política externa norte-americana, facilitando a expansão
de suas bases militares por todo o continente e buscando o desmonte da integração
regional: CELAC, UNASUL e MERCOSUL, além de tensionar as relações com Cuba e
Venezuela e exercer pressões sobre Argentina, Equador e Bolívia.
É válido ressaltar que neste contexto as políticas sociais, de desenvolvimento,
distribuição de renda e participação social realizadas durante os nossos governos não
bastaram para que mantivéssemos a conexão política com as maiorias sociais e
pudéssemos efetivar a disputa cultural de ideias e valores.
Mesmo após o impeachment, a coalizão golpista não cessou sua caçada judicial
contra o PT e o presidente Lula. Com a condenação e a prisão injustas dele setores
que dirigem o judiciário trabalharam para legitimar a narrativa da extrema direita: o PT
apresentado como uma “organização criminosa”. Ao fazê-lo criminalizou a própria
política, dando ensejo a que uma candidatura de extrema direita, supostamente
“contrária a tudo isso que está aí” pudesse vencer as eleições.
3
Houve mudanças significativas no cenário político brasileiro com uma definição da
coalização econômica e política que se aglutinou em torno da candidatura de Jair
Bolsonaro para promover o aniquilamento do PT, da esquerda e dos movimentos
sociais. A estrutura política montada na campanha de Bolsonaro não foi nem será
desmontada, e o golpe iniciado em 2015/2016 com o impeachment de Dilma vem se
mantendo e se desdobrando num aprofundamento proposital da crise política e
institucional cujo objetivo é a destruição da Constituição de 1988, a entrega do
patrimônio público, a apropriação dos serviços de Saúde, Educação e Segurança por
interesses privados, a entrega do Pré-Sal e a privatização da Petrobras, dentre outros.
O golpe se desdobrou através de uma aliança do conglomerado midiático com os
setores majoritários do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e a coalizão
política que para concretizar o programa “Ponte para o Futuro” do golpista Michel
Temer tem promovido ações violentas sendo a mais brutal a farsa do julgamento e
condenação de Lula, a prisão do maior líder popular do país para evitar que ele fosse
eleito presidente, pois seria eleito até no primeiro turno.A proibição dele ser candidato,
contrariando toda a jurisprudência eleitoral nacional, a revogação do princípio
constitucional da presunção da inocência até o transitado em julgado e a proibição
dele dar entrevistas, alteraram significativamente o processo eleitoral.
Mas, o que viabilizou mesmo Bolsonaro foram as decisões tomadas pelo juiz Moro,
pelo TRF4, pela maioria do Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior Eleitoral, ao
condenarem, amordaçarem e caçarem ilegalmente a candidatura de Lula em
desrespeito, inclusive, à determinação da Comissão de Direitos Humanos da
ONU.Lula candidato poderia sair-se vitorioso. A verdadeira razão para a condenação
injusta de Lula e sua prisão ilegal foi essa: impedi-lo de voltar à Presidência da
República.
Oficialmente impedido no 11 de setembro, Lula, líder nas pesquisas com quase 40%
das intenções de voto, foi substituído pelo companheiro Fernando Haddad. Sem Lula,
o PSDB acreditava poder levar Alckmin ao segundo turno, seja subtraindo votos da
centro-esquerda conta Bolsonaro, seja atraindo votos antipetistas que houvessem
migrado para Bolsonaro, então em primeiro nas pesquisas, mas seguido de perto por
Haddad, cuja candidatura subia rapidamente.
O que se viu, porém, é que, esfaqueado no dia 06 de setembro durante um ato de
campanha em Juiz de Fora, Bolsonaro blindou sua candidatura contraofensiva dos
candidatos de centro-direita, recebeu cobertura extensiva e permanente da grande
mídia, e ainda, se utilizou das sequelas do atentado como pretexto para fugir em
definitivo dos debates. Isso sem mencionar que, após a facada, o PSDB concentrou os
ataques quase que inteiramente no PT, contribuindo para aumentar significativamente
a rejeição a nossa candidatura.
Houve uma vitória da extrema direita, com corte fascista, que pela primeira vez em
muito tempo, talvez desde o Integralismo na década de 1930, se expressa de forma
nítida sobre suas bandeiras autoritárias, excludentes e de natureza profundamente
antissocial, antinacional e antidemocrático.
Esse triunfo da extrema direita ocorre num processo de transmutação, em que o
Neoliberalismo se radicaliza, acompanhando uma tendência do capital e das forças
conservadoras no mundo após a crise sistêmica do Capitalismo de 2008, com as
propostas de desmonte e destruição de praticamente todas as políticas sociais e de
soberania nacional presentes na Constituição de 1988.Tais como: a mudança da
Previdência para o modelo chileno de capitalização e contribuição individual, a
4
privatização de serviços de Educação, o desmonte do Sistema Único de Saúde, a
desativação do Sistema Único da Assistência Social, a revogação da reforma
psiquiátrica, a revogação da demarcação de terras indígenas e quilombolas, a
privatização de todo o parque de empresas estatais brasileiras, dentre outras.
Essa radicalização da econômica neoliberal é acompanhada por uma agenda
regressiva de ataque aos direitos humanos, aos direitos das mulheres, dos negros, da
comunidade LGBT, dos índios, migrantes e dos direitos dos trabalhadores no mercado
de trabalho. É uma política que verbaliza, milita e tem o objetivo de acabar com o que
restou de Estado Laico e de direitos dos grupos historicamente discriminados.
Depois da eleição, no período de apenas dez dias, a aparato jurídico – policial do
golpe iniciou 5 processos novos contra Haddad, Dilma, Lula, Guido Mantega, Vaccari
e outros. O objetivo nesse momento é condenar Lula em várias outras ações sem
base legal, sem provas e sem direito ao contraditório. No mesmo passo, o
companheiro Fernando Haddad foi transformado em réu por meio de ação arbitrária e
infundada, seguido pela presidenta Dilma e outros petistas o que revela a natureza do
Estado policial que se estrutura a partir do Ministério da Justiça, composto por quadros
oriundos da Operação Lava Jato.
Não estamos num momento “normal” pós-eleições. O pacto constitucional que foi
quebrado com a derrubada de Dilma, a prisão e o impedimento da candidatura de Lula
não será restabelecido, e podemos afirmar que o ataque à democracia encerrou o
respeito aos direitos civis e políticos mínimos. Lula foi condenado e preso por motivos
políticos, fato confirmado pela premiação de Sérgio Moro nomeado para um
superministério de Bolsonaro e pela chantagem, agora tornada pública, anunciada
pelo comandante do Exército para que o STF negasse um habeas corpus a Lula O
objetivo será a destruição e criminalização do PT, da esquerda e dos movimentos
sociais, num ritmo mais acelerado do que antes das eleições.
Assim, Bolsonaro tornou-se presidente em eleições marcadas pela interdição da
candidatura Lula, pela fraude, pela desinformação, vícios e irregularidades, inclusive
pagamentos ilegais para difundir fakenews criminosas. O PT exige da Justiça ampla
investigação — inclusive sobre a utilização de tecnologias de ponta compradas em
outros países — para que os responsáveis sejam punidos na forma da lei.
O processo eleitoral demonstrou ter sido correto tanto política, quanto eleitoralmente,
lutar até o limite pela manutenção da candidatura de Lula.
Finalmente, é imprescindível ressaltar nesse balanço que o companheiro Fernando
Haddad se projeta como uma nova liderança nacional do Partido. Defendeu o legado
do PT, ao mesmo tempo em que simbolizou aspectos de renovação política e social
de que o PT é capaz, logrando conjuntamente com a militância democrática, da
esquerda e do partido chegar ao final do segundo turno com 47 milhões de votos. É
com este saldo político que Fernando Haddad poderá cumprir destacado papel frente
aos novos e complexos desafios da conjuntura.
Ainda que uma caracterização completa do governo Bolsonaro deva aguardar a posse
e o início de seu governo, sua campanha, as medidas anunciadas e os nomes
indicados para os ministérios confirmam que estamos diante de um governo
profundamente autoritário, ultraliberal e submisso aos interesses do governo
estadunidense. O presidente eleito adota uma retórica violenta, faz a apologia do uso
de armas, elogia a ditadura militar, promove a intolerância contra quem pensa
5
diferente, investe contra os direitos humanos, as liberdades civis e democráticas da
maioria da população.
No âmbito econômico e social, a tendência é de que o novo governo aumente a
dependência externa, a financeirização, a desindustrialização e a primarização de
nossa pauta exportadora, a supressão de políticas sociais, especialmente de
empregos, salários, previdência, saúde, educação e habitação. Um país como o Brasil
só se desenvolverá e, principalmente, reduzirá as desigualdades sociais e regionais,
se o Estado ocupar lugar central no planejamento, na indução das atividades
econômicas, e no investimento em infraestrutura e logística e na promoção da
cidadania.
É importante ressaltar, que o novo Presidente quer impor ao país uma agenda de
privatização e supressão de direitos – como a reforma da previdência e a entrega do
Pré-Sal que por exemplos – não foram propostas de sua campanha, nem debatida
pela população, muito menos aprovadas pelas urnas.
Isto posto e tomando como referência o que discorremos até aqui, apresenta se para
nós três eixos fundamentais de atuação: 1- Defesa da Democracia e da liberdade de
Lula; 2 – Defesa dos Direitos do povo brasileiro e do patrimônio nacional; 3 – Defesa
do papel soberano do Brasil no mundo.
A questão democrática é central para a evolução política do país, trata-se de favorecer
a unidade das classes trabalhadoras para impulsionar a construção de um amplo
movimento em defesa da democracia e dos direitos sociais.
Fortalecer a campanha Lula Livre e a denúncia nacional e internacional contra as
arbitrariedades e a parcialidade de setores do Judiciário e do MP brasileiros, nas redes
e principalmente nas ruas, em movimentos de massa. Essa campanha ganha
centralidade pois esse aparato de exceção tende a avançar sobre todas as
personalidades do partido e posteriormente de outros partidos e movimentos sociais
de esquerda e democráticos. Eles ganharam a eleição manipulando parte do sistema
judicial e agora se sentem seguros em radicalizá-lo. Não temos mais como acreditar
na imparcialidade e na justeza do funcionamento das instituições brasileiras e
precisamos denunciar esse estado de coisas, internamente e externamente, com
rapidez e procurando envolver todos os democratas em movimentos de massa.
O partido fará oposição nos espaços institucionais, mas principalmente nas ruas por
meio da mobilização política, social e na organização popular buscando nesse
processo dialogar com todos os partidos, setores partidários, setores sociais,
personalidades da sociedade que em diferentes regiões do Brasil, apoiaram a
candidatura de Haddad. Tal movimento deve ser fortalecido pelos sindicatos e centrais
sindicais, pelos movimentos populares e sociais, pelo mundo da arte e da cultura,
pelas juventudes, pelas mulheres, pelos movimentos LGBTs, de combate ao racismo,
a intelectualidade e o mundo universitário, e também pelas Frentes Brasil Popular e
Povo sem Medo.
O PT nesse contexto além da crítica, defenderá nosso legado e apontará rumos para o
desenvolvimento do país tendo como princípios a justiça, a liberdade, a defesa do
papel do Estado e a inserção soberana do Brasil no mundo. Com especial olhar para a
Defesa da democracia e da liberdade de Lula, e a Defesa dos direitos do povo
brasileiro e do patrimônio nacional.
6
Nossos governos estaduais e municipais, além da defesa do pacto federativo, se
empenharão na efetivação de políticas transformadoras e emancipadoras em
contraponto às políticas ultraliberais.
Além da destruição jurídico-policial e da destruição moral pelos meios de
comunicação, a partir de agora haverá a perseguição dos órgãos de segurança, que
foram unificados no governo Temer sob o comando do GSI (Gabinete se Segurança
Institucional). Foram subordinados ao mesmo comando a inteligência das Forças
Armadas, a Polícia Federal, a ABIN e criada uma coordenação das polícias estaduais.
O argumento explícito é combater o “terrorismo”. O absurdo e temerário é o terrorismo
ser identificado com o MST, o MTST e os movimentos sociais, nas lutas sociais por
direitos. Hoje o Estado brasileiro tem uma capacidade de monitoramento e repressão
que daria inveja à ditadura civil e militar de 1964-1985.
Articular a luta democrática e pelo Estado democrático de direito com a luta dos
direitos sociais, a começar em defesa da Previdência pública, a defesa do serviço
público, a revogação da emenda do congelamento dos gastos sociais (que está
destruindo os serviços de Saúde, Assistência Social, Minha Casa Minha Vida e
Educação, entre outros). Precisamos defender especialmente o setor de Educação,
em articulação com o Fórum Popular de Educação, que está indicado como a primeiro
a ser destruído pelo próximo governo, nas escolas de educação básica e
universidades.
É importante criar núcleos de luta pela democracia e pela defesa dos direitos sociais/
contra o fascismo, nas universidades, escolas, locais de moradia. Precisamos ter uma
agenda de visita aos bairros, comunidades, fábricas. Por tais razões o principal desafio
do Partido e de cada um de seus militantes, é o de se aproximar, dialogar e organizar
a maioria do povo participando de suas lutas cotidianas.
É nossa tarefa realizar Campanha de Filiação ao Partido e criar condições efetivas de
militância, com nossas instâncias de base funcionando como centros políticos e
culturais, com atividades permanentes abertas à participação de nossa base social.
A batalha cultural e a luta contra a extrema-direita englobam o enfrentamento das
mentiras e manipulações difundidas pelas Fake News e a luta contra o oligopólio da
mídia. A abertura e investimento na comunicação de massas são imprescindíveis para
a disputa da narrativa dos próximos períodos. A modernização de nossa comunicação,
especialmente nas redes sociais, e estratégias direcionadas aos filiados e filiadas, e o
conjunto da sociedade são agendas necessárias para a continuidade do debate
democrático nos espaços virtuais.
É fundamental a reflexão e a renovação das dinâmicas de funcionamento partidário
em especial dos espaços de participação local. Relacionado a isto está a
compreensão da centralidade da batalha cultural em todos os âmbitos, inclusive
tecnológica, da luta ideológica, da defesa dos direitos humanos, das ideias e dos
valores (cooperação, solidariedade e respeito à diversidade), a visão democrática do
mundo com radicalidade, inspirados por nosso projeto histórico do socialismo
democrático
Ressaltamos a importância da continuidade da articulação política do segundo turno
em torno de Haddad para dialogar com esses setores. Precisamos nos encontrar com
os grupos religiosos progressistas, que estavam se expressando desde o segundo
turno, a exemplo do Movimento Evangélicos pelo Estado de Direito, e os movimentos
ecumênicos em todos os estados. Devemos procurar e nos articular com os
7
movimentos como Médicos pela Democracia, Jornalistas pela Democracia, Juristas
pela Democracia, movimentos em defesa do meio ambiente e dos direitos dos
animais, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Academia
Brasileira de Ciências, reitores de universidades e institutos federais, dentre outros.
Para fortalecer o partido como instrumento de transformação social, o Diretório
Nacional do PT decide:
• Impulsionar um amplo Movimento Nacional em Defesa da Democracia, dos
Direitos Sociais e da Soberania Nacional;
• Fortalecer e ampliar, em nível nacional e internacional, a campanha pela
Libertação de Lula a partir do calendário de mobilização definido pela Campanha Lula
Livre;
• Orientar a CEN e as bancadas parlamentares a definirem oficialmente uma
linha de orientação partidária para a eleição das mesas diretivas, tanto no Congresso
Nacional quanto nas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais.
• Orientar também nossas bancadas a aumentarem a sintonia com os
movimentos sociais.
• Fomentar a desburocratização do Partido, disponibilizar informações em tempo
hábil, tornar acessível as instâncias partidárias, investir na organização partidária de
base e no revigoramento da sede para que sejam acolhedoras, referências da difusão
das informações sobre o Partido e das expressões da cultura local.
• Convocar a Fundação Perseu Abramo a constituir – se possível com outras
Fundações e entidades dispostas – um “observatório” que reúna todas as informações
acerca da guerra em curso contra o povo brasileiro, em especial que analise todas as
iniciativas do governo Bolsonaro, e subsidie a construção de propostas de unidade de
ação contra iniciativas antidemocráticas, antinacionais e antipopulares.
• Fortalecer a Rede de Solidariedade “Você não está só” no combate as
violências promovendo o aparato jurídico, psicológico e político para as vítimas de
violência.
• Organizar grupos de trabalho, dirigidos por membros do Diretório Nacional,
com a participação da Fundação Perseu Abramo e da Escola Nacional de Formação,
com prazo determinado de elaboração visando aprofundar a elaboração do partido nas
seguintes áreas: questão religiosa, comunicação, reorganização do PT e de suas
dinâmicas de funcionamento, questão militar no Brasil, formação política e Corrupção;
• Orientar os Diretórios Municipais e Estaduais do Partido, em todas as cidades,
a organizar atividades públicas de debate desta resolução, abertas à participação dos
setores políticos e sociais que participaram conosco da campanha no primeiro e no
segundo turno.
• Criar redes de ativistas digitais a partir das iniciativas formadas durante a
disputa eleitoral. Precisamos estar em contato com essas redes e dar apoio pelos
movimentos sociais organizados e pelas estruturas de poder que dispomos hoje.
• Convocar, desde já, atividades para comemorar publicamente o aniversário de
39 anos de criação do Partido dos Trabalhadores;
8
• Mobilizar os diretórios petistas para apoiar as ações da CUT, das demais
centrais sindicais, da FBP, da FPSM contra a reforma da Previdência, produzindo
materiais de informação e formação que orientem a militância a participar da luta
comum;
• Criar Grupo de Trabalho com a Secretaria Nacional de Formação, Escola
Nacional de Formação e a Fundação Perseu Abramo visando a produção de
conteúdos para a comunicação e a formação sobre temas relevantes na conjuntura
política visando a realização de oficinas rápidas nos municípios e bairros possibilitando
às instâncias partidária organizarem, também um calendário de recepção e debates a
filiados, novos filiados e simpatizantes.
• Fortalecer o trabalho do partido com as Juventudes, respeitando suas formas
de organização e expressão, contribuindo para que, cada vez mais, os jovens se
constituam como sujeitos da ação política no país. O PT, por meio da preparação de
milhares candidaturas jovens para as próximas eleições, pretende ampliar e renovar
nossas representações públicas.
• No mesmo sentido o partido se empenhará em fortalecer a representação
pública de mulheres, negros, população LGBT e indígenas.
• Criar GT com a tarefa de realizar um balanço detalhado dos resultados obtidos
nessas campanhas, bem como um diagnóstico da situação dos governos estaduais ,
municipais e de cada um dos partidos que disputou em 2018, cujos resultados iniciais
serão apresentados na próxima reunião do DN.
O Partido dos Trabalhadores continuará honrando seu compromisso com o povo
brasileiro em defesa da democracia, dos direitos e da soberania do Brasil.
Lula Inocente! Lula Livre!
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores
Brasília, 01 de dezembro de 2018
22h58

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Inconfidência nº 264
Inconfidência nº 264Inconfidência nº 264
Inconfidência nº 264Lucio Borges
 
Pt aprova diretrizes para implantar o comunismo
Pt aprova diretrizes para implantar o comunismoPt aprova diretrizes para implantar o comunismo
Pt aprova diretrizes para implantar o comunismoFrancisco Amado
 
Rede de Resistência: Conjuntura pós-eleição 2018
Rede de Resistência: Conjuntura pós-eleição 2018Rede de Resistência: Conjuntura pós-eleição 2018
Rede de Resistência: Conjuntura pós-eleição 2018Conceição Lemes
 
Resolução política do PT prega hegemonia na sociedade
Resolução política do PT prega hegemonia na sociedadeResolução política do PT prega hegemonia na sociedade
Resolução política do PT prega hegemonia na sociedadeJosé Ripardo
 
Inconfidência nº 265
Inconfidência nº 265Inconfidência nº 265
Inconfidência nº 265Lucio Borges
 
PT faz novo pedido de impeachment de Bolsonaro
PT faz novo pedido de impeachment de BolsonaroPT faz novo pedido de impeachment de Bolsonaro
PT faz novo pedido de impeachment de BolsonaroEditora 247
 
Brasil de Fato Especial
Brasil de Fato EspecialBrasil de Fato Especial
Brasil de Fato EspecialPaulo Souza
 
Consumado o golpe de estado por lula e pelo pt com a conivência de dilma rous...
Consumado o golpe de estado por lula e pelo pt com a conivência de dilma rous...Consumado o golpe de estado por lula e pelo pt com a conivência de dilma rous...
Consumado o golpe de estado por lula e pelo pt com a conivência de dilma rous...Fernando Alcoforado
 
Urge a solução da crise política para salvar o brasil do colapso econômico
Urge a solução da crise política para salvar o brasil do colapso econômicoUrge a solução da crise política para salvar o brasil do colapso econômico
Urge a solução da crise política para salvar o brasil do colapso econômicoFernando Alcoforado
 
Jornal Com Social numero 03
Jornal Com Social numero 03Jornal Com Social numero 03
Jornal Com Social numero 03Carlos Amaro
 
Jornal Inconfidência edição nº 222
Jornal Inconfidência edição nº 222Jornal Inconfidência edição nº 222
Jornal Inconfidência edição nº 222Lucio Borges
 

Mais procurados (15)

Inconfidência nº 264
Inconfidência nº 264Inconfidência nº 264
Inconfidência nº 264
 
Pt aprova diretrizes para implantar o comunismo
Pt aprova diretrizes para implantar o comunismoPt aprova diretrizes para implantar o comunismo
Pt aprova diretrizes para implantar o comunismo
 
Teses Congresso PT final
Teses Congresso PT finalTeses Congresso PT final
Teses Congresso PT final
 
Rede de Resistência: Conjuntura pós-eleição 2018
Rede de Resistência: Conjuntura pós-eleição 2018Rede de Resistência: Conjuntura pós-eleição 2018
Rede de Resistência: Conjuntura pós-eleição 2018
 
Diz Jornal - Edição 263
Diz Jornal - Edição 263Diz Jornal - Edição 263
Diz Jornal - Edição 263
 
Resolução política do PT prega hegemonia na sociedade
Resolução política do PT prega hegemonia na sociedadeResolução política do PT prega hegemonia na sociedade
Resolução política do PT prega hegemonia na sociedade
 
Textos livres
Textos livresTextos livres
Textos livres
 
Inconfidência nº 265
Inconfidência nº 265Inconfidência nº 265
Inconfidência nº 265
 
PT faz novo pedido de impeachment de Bolsonaro
PT faz novo pedido de impeachment de BolsonaroPT faz novo pedido de impeachment de Bolsonaro
PT faz novo pedido de impeachment de Bolsonaro
 
Brasil de Fato Especial
Brasil de Fato EspecialBrasil de Fato Especial
Brasil de Fato Especial
 
Consumado o golpe de estado por lula e pelo pt com a conivência de dilma rous...
Consumado o golpe de estado por lula e pelo pt com a conivência de dilma rous...Consumado o golpe de estado por lula e pelo pt com a conivência de dilma rous...
Consumado o golpe de estado por lula e pelo pt com a conivência de dilma rous...
 
Urge a solução da crise política para salvar o brasil do colapso econômico
Urge a solução da crise política para salvar o brasil do colapso econômicoUrge a solução da crise política para salvar o brasil do colapso econômico
Urge a solução da crise política para salvar o brasil do colapso econômico
 
Jornal Com Social numero 03
Jornal Com Social numero 03Jornal Com Social numero 03
Jornal Com Social numero 03
 
Jornal Inconfidência edição nº 222
Jornal Inconfidência edição nº 222Jornal Inconfidência edição nº 222
Jornal Inconfidência edição nº 222
 
Cnb balanco 2014 cnb
Cnb   balanco 2014 cnbCnb   balanco 2014 cnb
Cnb balanco 2014 cnb
 

Semelhante a Resolução Diretório Nacional do PT - balanço eleitoral

Jornal Com Social edição de Outubro de 2013 n. 03
Jornal Com Social edição de Outubro de 2013 n. 03Jornal Com Social edição de Outubro de 2013 n. 03
Jornal Com Social edição de Outubro de 2013 n. 03Lauro Andrade Oliveira
 
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther Solano
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther SolanoO crescimento da extrema direita no Brasil - Esther Solano
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther SolanoMiguel Rosario
 
20160419 O fator Roberto Jefferson
20160419 O fator Roberto Jefferson20160419 O fator Roberto Jefferson
20160419 O fator Roberto JeffersonFrancisco Pinheiro
 
TESES DO CONGRESSO PETISTA 2015
TESES DO CONGRESSO PETISTA 2015TESES DO CONGRESSO PETISTA 2015
TESES DO CONGRESSO PETISTA 2015Pery Salgado
 
Livro pdf Teses congresso 2030 ATE 2150.. ONU
Livro pdf Teses congresso 2030 ATE 2150.. ONULivro pdf Teses congresso 2030 ATE 2150.. ONU
Livro pdf Teses congresso 2030 ATE 2150.. ONUELIAS OMEGA
 
Teses5 congressoptfinal
Teses5 congressoptfinalTeses5 congressoptfinal
Teses5 congressoptfinalsrmuniz
 
Oligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileirasOligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileirasJustino Amorim
 
Oligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileirasOligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileirasJustino Amorim
 
Material de divulgação do volume 2 da Enciclopédia do Golpe: A Mídia e o Golpe
Material de divulgação do volume 2 da Enciclopédia do Golpe: A Mídia e o GolpeMaterial de divulgação do volume 2 da Enciclopédia do Golpe: A Mídia e o Golpe
Material de divulgação do volume 2 da Enciclopédia do Golpe: A Mídia e o GolpeMiguel Rosario
 
O coletivo tese do coletivo pt, ao 5º congresso nacional do partido dos tra...
O coletivo   tese do coletivo pt, ao 5º congresso nacional do partido dos tra...O coletivo   tese do coletivo pt, ao 5º congresso nacional do partido dos tra...
O coletivo tese do coletivo pt, ao 5º congresso nacional do partido dos tra...Partido dos Trabalhadores
 
Brasil - 1994 até primeiro mandato de Lula
Brasil - 1994 até primeiro mandato de LulaBrasil - 1994 até primeiro mandato de Lula
Brasil - 1994 até primeiro mandato de Lulahistoriando
 
O fundamentalismo lulopetista e o risco de retrocesso político no brasil
O fundamentalismo lulopetista e o risco de retrocesso político no brasilO fundamentalismo lulopetista e o risco de retrocesso político no brasil
O fundamentalismo lulopetista e o risco de retrocesso político no brasilFernando Alcoforado
 
CARTA DO POVO BRASILEIRO -GRITO DAS RUAS
CARTA DO POVO BRASILEIRO -GRITO DAS RUASCARTA DO POVO BRASILEIRO -GRITO DAS RUAS
CARTA DO POVO BRASILEIRO -GRITO DAS RUASMarcos Hermano Ribeiro
 
Pronunciamento da Presidenta Dilma após consumação do Golpe
Pronunciamento da Presidenta Dilma após consumação do GolpePronunciamento da Presidenta Dilma após consumação do Golpe
Pronunciamento da Presidenta Dilma após consumação do GolpeDilmaRousseff
 
Carta de Montreal pela defesa da democracia no brasil
Carta de Montreal pela defesa da democracia no brasilCarta de Montreal pela defesa da democracia no brasil
Carta de Montreal pela defesa da democracia no brasilMiguel Rosario
 
A História Política do Brasil Contemporâneo
A História Política do Brasil ContemporâneoA História Política do Brasil Contemporâneo
A História Política do Brasil Contemporâneoguest0739d3c
 
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdf
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdfResoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdf
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdfELIAS OMEGA
 

Semelhante a Resolução Diretório Nacional do PT - balanço eleitoral (20)

Jornal Com Social edição de Outubro de 2013 n. 03
Jornal Com Social edição de Outubro de 2013 n. 03Jornal Com Social edição de Outubro de 2013 n. 03
Jornal Com Social edição de Outubro de 2013 n. 03
 
Etica
EticaEtica
Etica
 
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther Solano
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther SolanoO crescimento da extrema direita no Brasil - Esther Solano
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther Solano
 
20160419 O fator Roberto Jefferson
20160419 O fator Roberto Jefferson20160419 O fator Roberto Jefferson
20160419 O fator Roberto Jefferson
 
TESES DO CONGRESSO PETISTA 2015
TESES DO CONGRESSO PETISTA 2015TESES DO CONGRESSO PETISTA 2015
TESES DO CONGRESSO PETISTA 2015
 
Livro pdf Teses congresso 2030 ATE 2150.. ONU
Livro pdf Teses congresso 2030 ATE 2150.. ONULivro pdf Teses congresso 2030 ATE 2150.. ONU
Livro pdf Teses congresso 2030 ATE 2150.. ONU
 
Teses5 congressoptfinal
Teses5 congressoptfinalTeses5 congressoptfinal
Teses5 congressoptfinal
 
Oligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileirasOligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileiras
 
Oligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileirasOligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileiras
 
Material de divulgação do volume 2 da Enciclopédia do Golpe: A Mídia e o Golpe
Material de divulgação do volume 2 da Enciclopédia do Golpe: A Mídia e o GolpeMaterial de divulgação do volume 2 da Enciclopédia do Golpe: A Mídia e o Golpe
Material de divulgação do volume 2 da Enciclopédia do Golpe: A Mídia e o Golpe
 
O coletivo tese do coletivo pt, ao 5º congresso nacional do partido dos tra...
O coletivo   tese do coletivo pt, ao 5º congresso nacional do partido dos tra...O coletivo   tese do coletivo pt, ao 5º congresso nacional do partido dos tra...
O coletivo tese do coletivo pt, ao 5º congresso nacional do partido dos tra...
 
Brasil - 1994 até primeiro mandato de Lula
Brasil - 1994 até primeiro mandato de LulaBrasil - 1994 até primeiro mandato de Lula
Brasil - 1994 até primeiro mandato de Lula
 
O fundamentalismo lulopetista e o risco de retrocesso político no brasil
O fundamentalismo lulopetista e o risco de retrocesso político no brasilO fundamentalismo lulopetista e o risco de retrocesso político no brasil
O fundamentalismo lulopetista e o risco de retrocesso político no brasil
 
CARTA DO POVO BRASILEIRO -GRITO DAS RUAS
CARTA DO POVO BRASILEIRO -GRITO DAS RUASCARTA DO POVO BRASILEIRO -GRITO DAS RUAS
CARTA DO POVO BRASILEIRO -GRITO DAS RUAS
 
Carta programa clemente
Carta programa clementeCarta programa clemente
Carta programa clemente
 
Carta programa
Carta programa Carta programa
Carta programa
 
Pronunciamento da Presidenta Dilma após consumação do Golpe
Pronunciamento da Presidenta Dilma após consumação do GolpePronunciamento da Presidenta Dilma após consumação do Golpe
Pronunciamento da Presidenta Dilma após consumação do Golpe
 
Carta de Montreal pela defesa da democracia no brasil
Carta de Montreal pela defesa da democracia no brasilCarta de Montreal pela defesa da democracia no brasil
Carta de Montreal pela defesa da democracia no brasil
 
A História Política do Brasil Contemporâneo
A História Política do Brasil ContemporâneoA História Política do Brasil Contemporâneo
A História Política do Brasil Contemporâneo
 
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdf
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdfResoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdf
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdf
 

Mais de LilianMilena

Aposentadoria Professores e orientadores educacionais
Aposentadoria Professores e orientadores educacionaisAposentadoria Professores e orientadores educacionais
Aposentadoria Professores e orientadores educacionaisLilianMilena
 
Sentença absolvição Carmem da Silva Ferreira - caso Hotel Cambridge
Sentença absolvição Carmem da Silva Ferreira - caso Hotel CambridgeSentença absolvição Carmem da Silva Ferreira - caso Hotel Cambridge
Sentença absolvição Carmem da Silva Ferreira - caso Hotel CambridgeLilianMilena
 
Release Embraer-Boeing, 10 de Janeiro
Release Embraer-Boeing, 10 de JaneiroRelease Embraer-Boeing, 10 de Janeiro
Release Embraer-Boeing, 10 de JaneiroLilianMilena
 
Thiago de Azevedo Camargo, Diretor de Relações Institucionais e Comunicação d...
Thiago de Azevedo Camargo, Diretor de Relações Institucionais e Comunicação d...Thiago de Azevedo Camargo, Diretor de Relações Institucionais e Comunicação d...
Thiago de Azevedo Camargo, Diretor de Relações Institucionais e Comunicação d...LilianMilena
 
Leonardo Guerra, diretor presidente da P7 Criativo
Leonardo Guerra, diretor presidente da P7 CriativoLeonardo Guerra, diretor presidente da P7 Criativo
Leonardo Guerra, diretor presidente da P7 CriativoLilianMilena
 
Helder Quiroga, Coordenador da ONG Contato
Helder Quiroga, Coordenador da ONG ContatoHelder Quiroga, Coordenador da ONG Contato
Helder Quiroga, Coordenador da ONG ContatoLilianMilena
 
Especial eleição Jornal Brasil de Fato
Especial eleição Jornal Brasil de FatoEspecial eleição Jornal Brasil de Fato
Especial eleição Jornal Brasil de FatoLilianMilena
 
Pela Democracia, todas e todos com Haddad!
Pela Democracia, todas e todos com Haddad!Pela Democracia, todas e todos com Haddad!
Pela Democracia, todas e todos com Haddad!LilianMilena
 
Nelson Hubner - Ex-Diretor-geral da ANEEL no Fórum Brasilianas-Cemig
Nelson Hubner - Ex-Diretor-geral da ANEEL no Fórum Brasilianas-CemigNelson Hubner - Ex-Diretor-geral da ANEEL no Fórum Brasilianas-Cemig
Nelson Hubner - Ex-Diretor-geral da ANEEL no Fórum Brasilianas-CemigLilianMilena
 
Joceli Andrioli - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Joceli Andrioli - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)Joceli Andrioli - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Joceli Andrioli - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)LilianMilena
 
César Emílio Lopes Oliveira, Secretário de Estado de Desenvolvimento e Integr...
César Emílio Lopes Oliveira, Secretário de Estado de Desenvolvimento e Integr...César Emílio Lopes Oliveira, Secretário de Estado de Desenvolvimento e Integr...
César Emílio Lopes Oliveira, Secretário de Estado de Desenvolvimento e Integr...LilianMilena
 
Scott Wells Queiroz - Quebec Engenharia
Scott Wells Queiroz - Quebec EngenhariaScott Wells Queiroz - Quebec Engenharia
Scott Wells Queiroz - Quebec EngenhariaLilianMilena
 
Apresentação ZEG e ZEG Ambiental
Apresentação ZEG e ZEG AmbientalApresentação ZEG e ZEG Ambiental
Apresentação ZEG e ZEG AmbientalLilianMilena
 
Nota de apoio à Malvina Tuttman
Nota de apoio à Malvina TuttmanNota de apoio à Malvina Tuttman
Nota de apoio à Malvina TuttmanLilianMilena
 
Palestra de Guilherme Dantas sobre novo mercado de energia
Palestra de Guilherme Dantas sobre novo mercado de energiaPalestra de Guilherme Dantas sobre novo mercado de energia
Palestra de Guilherme Dantas sobre novo mercado de energiaLilianMilena
 
Palestra de Renato Queiroz sobre Cidades Inteligentes
Palestra de Renato Queiroz sobre Cidades InteligentesPalestra de Renato Queiroz sobre Cidades Inteligentes
Palestra de Renato Queiroz sobre Cidades InteligentesLilianMilena
 
Smart city - Belo Horizonte, por Prodabel
Smart city - Belo Horizonte, por ProdabelSmart city - Belo Horizonte, por Prodabel
Smart city - Belo Horizonte, por ProdabelLilianMilena
 
Conect Me - Plataforma de tecnologia e inovação
Conect Me - Plataforma de tecnologia e inovaçãoConect Me - Plataforma de tecnologia e inovação
Conect Me - Plataforma de tecnologia e inovaçãoLilianMilena
 
Companhia Energética de Minas Gerais S.A (Cemig)
Companhia Energética de Minas Gerais S.A (Cemig)Companhia Energética de Minas Gerais S.A (Cemig)
Companhia Energética de Minas Gerais S.A (Cemig)LilianMilena
 
Modelo de investimento da Companhia Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig)
Modelo de investimento da Companhia Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig)Modelo de investimento da Companhia Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig)
Modelo de investimento da Companhia Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig)LilianMilena
 

Mais de LilianMilena (20)

Aposentadoria Professores e orientadores educacionais
Aposentadoria Professores e orientadores educacionaisAposentadoria Professores e orientadores educacionais
Aposentadoria Professores e orientadores educacionais
 
Sentença absolvição Carmem da Silva Ferreira - caso Hotel Cambridge
Sentença absolvição Carmem da Silva Ferreira - caso Hotel CambridgeSentença absolvição Carmem da Silva Ferreira - caso Hotel Cambridge
Sentença absolvição Carmem da Silva Ferreira - caso Hotel Cambridge
 
Release Embraer-Boeing, 10 de Janeiro
Release Embraer-Boeing, 10 de JaneiroRelease Embraer-Boeing, 10 de Janeiro
Release Embraer-Boeing, 10 de Janeiro
 
Thiago de Azevedo Camargo, Diretor de Relações Institucionais e Comunicação d...
Thiago de Azevedo Camargo, Diretor de Relações Institucionais e Comunicação d...Thiago de Azevedo Camargo, Diretor de Relações Institucionais e Comunicação d...
Thiago de Azevedo Camargo, Diretor de Relações Institucionais e Comunicação d...
 
Leonardo Guerra, diretor presidente da P7 Criativo
Leonardo Guerra, diretor presidente da P7 CriativoLeonardo Guerra, diretor presidente da P7 Criativo
Leonardo Guerra, diretor presidente da P7 Criativo
 
Helder Quiroga, Coordenador da ONG Contato
Helder Quiroga, Coordenador da ONG ContatoHelder Quiroga, Coordenador da ONG Contato
Helder Quiroga, Coordenador da ONG Contato
 
Especial eleição Jornal Brasil de Fato
Especial eleição Jornal Brasil de FatoEspecial eleição Jornal Brasil de Fato
Especial eleição Jornal Brasil de Fato
 
Pela Democracia, todas e todos com Haddad!
Pela Democracia, todas e todos com Haddad!Pela Democracia, todas e todos com Haddad!
Pela Democracia, todas e todos com Haddad!
 
Nelson Hubner - Ex-Diretor-geral da ANEEL no Fórum Brasilianas-Cemig
Nelson Hubner - Ex-Diretor-geral da ANEEL no Fórum Brasilianas-CemigNelson Hubner - Ex-Diretor-geral da ANEEL no Fórum Brasilianas-Cemig
Nelson Hubner - Ex-Diretor-geral da ANEEL no Fórum Brasilianas-Cemig
 
Joceli Andrioli - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Joceli Andrioli - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)Joceli Andrioli - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Joceli Andrioli - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
 
César Emílio Lopes Oliveira, Secretário de Estado de Desenvolvimento e Integr...
César Emílio Lopes Oliveira, Secretário de Estado de Desenvolvimento e Integr...César Emílio Lopes Oliveira, Secretário de Estado de Desenvolvimento e Integr...
César Emílio Lopes Oliveira, Secretário de Estado de Desenvolvimento e Integr...
 
Scott Wells Queiroz - Quebec Engenharia
Scott Wells Queiroz - Quebec EngenhariaScott Wells Queiroz - Quebec Engenharia
Scott Wells Queiroz - Quebec Engenharia
 
Apresentação ZEG e ZEG Ambiental
Apresentação ZEG e ZEG AmbientalApresentação ZEG e ZEG Ambiental
Apresentação ZEG e ZEG Ambiental
 
Nota de apoio à Malvina Tuttman
Nota de apoio à Malvina TuttmanNota de apoio à Malvina Tuttman
Nota de apoio à Malvina Tuttman
 
Palestra de Guilherme Dantas sobre novo mercado de energia
Palestra de Guilherme Dantas sobre novo mercado de energiaPalestra de Guilherme Dantas sobre novo mercado de energia
Palestra de Guilherme Dantas sobre novo mercado de energia
 
Palestra de Renato Queiroz sobre Cidades Inteligentes
Palestra de Renato Queiroz sobre Cidades InteligentesPalestra de Renato Queiroz sobre Cidades Inteligentes
Palestra de Renato Queiroz sobre Cidades Inteligentes
 
Smart city - Belo Horizonte, por Prodabel
Smart city - Belo Horizonte, por ProdabelSmart city - Belo Horizonte, por Prodabel
Smart city - Belo Horizonte, por Prodabel
 
Conect Me - Plataforma de tecnologia e inovação
Conect Me - Plataforma de tecnologia e inovaçãoConect Me - Plataforma de tecnologia e inovação
Conect Me - Plataforma de tecnologia e inovação
 
Companhia Energética de Minas Gerais S.A (Cemig)
Companhia Energética de Minas Gerais S.A (Cemig)Companhia Energética de Minas Gerais S.A (Cemig)
Companhia Energética de Minas Gerais S.A (Cemig)
 
Modelo de investimento da Companhia Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig)
Modelo de investimento da Companhia Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig)Modelo de investimento da Companhia Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig)
Modelo de investimento da Companhia Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig)
 

Resolução Diretório Nacional do PT - balanço eleitoral

  • 1. 1 Resolução politica sobre balanço eleitoral O Diretório Nacional do PT saúda a cada brasileira e a cada brasileiro que tomou partido, no primeiro e/ou no segundo turno das eleições de 2018, a favor da democracia, dos direitos sociais, da soberania nacional e a favor da humanidade. Saudamos, especialmente, a ação de milhares de ativistas, personalidades, intelectuais, artistas que – filiados ou não  ao PT - foram às ruas generosamente, em particular no segundo turno, em ações voluntárias de esclarecimento e debate democrático. Eleições podem ser vencidas ou perdidas, mas, em perspectiva histórica, o futuro pertence aos que estão ao lado da democracia, da  igualdade e da solidariedade. O Diretório Nacional saúda igualmente a militância identificada com o Partido dos Trabalhadores, milhões de pessoas que vêm doando, voluntariamente, parte do seu tempo, em todo o país e no exterior, em defesa das causas do povo brasileiro. Nossos acertos e vitórias devem-se, no fundamental, à brava militância petista. O Diretório Nacional cumprimenta, também, os partidos e setores partidários que apoiaram nossa chapa no primeiro e no segundo turno das eleições, em particular o Partido Comunista do Brasil, o PROS, setores do PSB, o PSOL e setores do PDT. Saudamos com orgulho e reconhecimento a chapa integrada por Fernando Haddad e Manuela D´Ávila, que alcançou 31 milhões de votos no primeiro e 47 milhões de votos no segundo turno. Parte importante deste resultado foi fruto da postura do companheiro Fernando Haddad, que liderou com altivez e competência nosso partido na defesa dos compromissos democráticos e populares, e da contribuição aguerrida e qualificada da companheira Manuela D´Ávila. O Diretório Nacional registra, com orgulho, o que fizeram nossas candidaturas, homens e mulheres, que levantaram, com empenho, coragem e competência, nossas bandeiras. Elegemos quatro governadores (sendo Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, a única mulher a governar um Estado a partir de 1 de janeiro de 2019), 4 senadores, a maior bancada na Câmara dos Deputados, e a segunda maior bancada de deputados estaduais. Nosso resultado eleitoral é fruto da mobilização cidadã e militante, da resiliência e resistência do Partido, da valorização de nossos governos por amplos setores do povo, do prestígio do companheiro Luis Inácio Lula da Silva e do e desempenho de nossa chapa presidencial. Lula mais uma vez esteve no centro da disputa eleitoral, política e ideológica. Passada a eleição, Lula segue como a principal liderança da esquerda brasileira. Por isso declaramos que continuaremos na luta pela liberdade e pela anulação de todas as sentenças injustas. Lula Livre! O Diretório Nacional exige que se apurem todos os casos de violência política contra indivíduos e o direito de livre organização e manifestação. Nas pessoas de Marielle
  • 2. 2 Franco, Moa do Katende e Charlione Lessa Albuquerque, o Diretório Nacional do PT homenageia às vítimas da violência política da extrema-direita, antes, durante e depois da campanha eleitoral. O Diretório Nacional do PT agradece à solidariedade internacional vinda de todos os quadrantes do mundo, de líderes políticos, da intelectualidade, da cultura, da paz e dos direitos humanos. Da mesma forma o Diretório Nacional do PT se solidariza, com os milhões de brasileiros e brasileiras que estão sendo privados de assistência médica em consequência da ação do presidente eleito contra o Programa Mais Médicos e contra os médicos cubanos e manifesta o nosso mais profundo agradecimento em nome daqueles que tiveram suas vidas salvas pela solidariedade internacionalista. Desde o final do segundo turno de 2014, às classes dominantes brasileiras, seus representantes e aliados políticos, midiáticos, em partes do judiciário, nos corpos de segurança, articulados com algumas forças externas desencadearam  uma ofensiva brutal às conquistas sociais e os avanços políticos das classes populares obtidos em nossos governos. Vale lembrar que, depois de sua derrota em 2014, o PSDB e seus aliados decidiram sabotar o governo Dilma – a partir do resultado eleitoral, seguido pelo apoio tucano às “pautas-bomba” junto com ex-deputado Eduardo Cunha, pelo apoio ao golpe e pela participação no ilegítimo governo Temer. Alinhados PSDB e outros partidos estimularam e legitimaram as posições de extrema direita nas ruas, na grande mídia, nas Forças Armadas e policiais, e parte do judiciário. Embora já presentes nas manifestações de 2013, foi em 2015 e 2016 que os defensores da volta da ditadura militar, da tortura, do extermínio da esquerda e da violência aberta contra os setores excluídos, pobres e discriminados saíram abertamente às ruas. O jogo da disputa geopolítica internacional resultou num esforço de desestabilização institucional de nosso país, pelo fato de estarmos construindo uma nova arquitetura internacional pelos BRICS, inaceitável para os EUA, tanto é que este ajudou e financiou as diferentes fases do golpe até aqui. Tanto que pretendem também enfraquecer a política externa ativa e altiva que alterou a geopolítica da região mudando o eixo de nossas relações diplomáticas e comerciais e nos colocando definitivamente na órbita da política externa norte-americana, facilitando a expansão de suas bases militares por todo o continente e buscando o desmonte da integração regional: CELAC, UNASUL e MERCOSUL, além de tensionar as relações com Cuba e Venezuela e exercer pressões sobre Argentina, Equador e Bolívia. É válido ressaltar que neste contexto as políticas sociais, de desenvolvimento, distribuição de renda e participação social realizadas durante os nossos governos não bastaram para que mantivéssemos a conexão política com as maiorias sociais e pudéssemos efetivar a disputa cultural de ideias e valores. Mesmo após o impeachment, a coalizão golpista não cessou sua caçada judicial contra o PT e o presidente Lula. Com a condenação e a prisão injustas dele setores que dirigem o judiciário trabalharam para legitimar a narrativa da extrema direita: o PT apresentado como uma “organização criminosa”. Ao fazê-lo criminalizou a própria política, dando ensejo a que uma candidatura de extrema direita, supostamente “contrária a tudo isso que está aí” pudesse vencer as eleições.
  • 3. 3 Houve mudanças significativas no cenário político brasileiro com uma definição da coalização econômica e política que se aglutinou em torno da candidatura de Jair Bolsonaro para promover o aniquilamento do PT, da esquerda e dos movimentos sociais. A estrutura política montada na campanha de Bolsonaro não foi nem será desmontada, e o golpe iniciado em 2015/2016 com o impeachment de Dilma vem se mantendo e se desdobrando num aprofundamento proposital da crise política e institucional cujo objetivo é a destruição da Constituição de 1988, a entrega do patrimônio público, a apropriação dos serviços de Saúde, Educação e Segurança por interesses privados, a entrega do Pré-Sal e a privatização da Petrobras, dentre outros. O golpe se desdobrou através de uma aliança do conglomerado midiático com os setores majoritários do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e a coalizão política que para concretizar o programa “Ponte para o Futuro” do golpista Michel Temer tem promovido ações violentas sendo a mais brutal a farsa do julgamento e condenação de Lula, a prisão do maior líder popular do país para evitar que ele fosse eleito presidente, pois seria eleito até no primeiro turno.A proibição dele ser candidato, contrariando toda a jurisprudência eleitoral nacional, a revogação do princípio constitucional da presunção da inocência até o transitado em julgado e a proibição dele dar entrevistas, alteraram significativamente o processo eleitoral. Mas, o que viabilizou mesmo Bolsonaro foram as decisões tomadas pelo juiz Moro, pelo TRF4, pela maioria do Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior Eleitoral, ao condenarem, amordaçarem e caçarem ilegalmente a candidatura de Lula em desrespeito, inclusive, à determinação da Comissão de Direitos Humanos da ONU.Lula candidato poderia sair-se vitorioso. A verdadeira razão para a condenação injusta de Lula e sua prisão ilegal foi essa: impedi-lo de voltar à Presidência da República. Oficialmente impedido no 11 de setembro, Lula, líder nas pesquisas com quase 40% das intenções de voto, foi substituído pelo companheiro Fernando Haddad. Sem Lula, o PSDB acreditava poder levar Alckmin ao segundo turno, seja subtraindo votos da centro-esquerda conta Bolsonaro, seja atraindo votos antipetistas que houvessem migrado para Bolsonaro, então em primeiro nas pesquisas, mas seguido de perto por Haddad, cuja candidatura subia rapidamente. O que se viu, porém, é que, esfaqueado no dia 06 de setembro durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Bolsonaro blindou sua candidatura contraofensiva dos candidatos de centro-direita, recebeu cobertura extensiva e permanente da grande mídia, e ainda, se utilizou das sequelas do atentado como pretexto para fugir em definitivo dos debates. Isso sem mencionar que, após a facada, o PSDB concentrou os ataques quase que inteiramente no PT, contribuindo para aumentar significativamente a rejeição a nossa candidatura. Houve uma vitória da extrema direita, com corte fascista, que pela primeira vez em muito tempo, talvez desde o Integralismo na década de 1930, se expressa de forma nítida sobre suas bandeiras autoritárias, excludentes e de natureza profundamente antissocial, antinacional e antidemocrático. Esse triunfo da extrema direita ocorre num processo de transmutação, em que o Neoliberalismo se radicaliza, acompanhando uma tendência do capital e das forças conservadoras no mundo após a crise sistêmica do Capitalismo de 2008, com as propostas de desmonte e destruição de praticamente todas as políticas sociais e de soberania nacional presentes na Constituição de 1988.Tais como: a mudança da Previdência para o modelo chileno de capitalização e contribuição individual, a
  • 4. 4 privatização de serviços de Educação, o desmonte do Sistema Único de Saúde, a desativação do Sistema Único da Assistência Social, a revogação da reforma psiquiátrica, a revogação da demarcação de terras indígenas e quilombolas, a privatização de todo o parque de empresas estatais brasileiras, dentre outras. Essa radicalização da econômica neoliberal é acompanhada por uma agenda regressiva de ataque aos direitos humanos, aos direitos das mulheres, dos negros, da comunidade LGBT, dos índios, migrantes e dos direitos dos trabalhadores no mercado de trabalho. É uma política que verbaliza, milita e tem o objetivo de acabar com o que restou de Estado Laico e de direitos dos grupos historicamente discriminados. Depois da eleição, no período de apenas dez dias, a aparato jurídico – policial do golpe iniciou 5 processos novos contra Haddad, Dilma, Lula, Guido Mantega, Vaccari e outros. O objetivo nesse momento é condenar Lula em várias outras ações sem base legal, sem provas e sem direito ao contraditório. No mesmo passo, o companheiro Fernando Haddad foi transformado em réu por meio de ação arbitrária e infundada, seguido pela presidenta Dilma e outros petistas o que revela a natureza do Estado policial que se estrutura a partir do Ministério da Justiça, composto por quadros oriundos da Operação Lava Jato. Não estamos num momento “normal” pós-eleições. O pacto constitucional que foi quebrado com a derrubada de Dilma, a prisão e o impedimento da candidatura de Lula não será restabelecido, e podemos afirmar que o ataque à democracia encerrou o respeito aos direitos civis e políticos mínimos. Lula foi condenado e preso por motivos políticos, fato confirmado pela premiação de Sérgio Moro nomeado para um superministério de Bolsonaro e pela chantagem, agora tornada pública, anunciada pelo comandante do Exército para que o STF negasse um habeas corpus a Lula O objetivo será a destruição e criminalização do PT, da esquerda e dos movimentos sociais, num ritmo mais acelerado do que antes das eleições. Assim, Bolsonaro tornou-se presidente em eleições marcadas pela interdição da candidatura Lula, pela fraude, pela desinformação, vícios e irregularidades, inclusive pagamentos ilegais para difundir fakenews criminosas. O PT exige da Justiça ampla investigação — inclusive sobre a utilização de tecnologias de ponta compradas em outros países — para que os responsáveis sejam punidos na forma da lei. O processo eleitoral demonstrou ter sido correto tanto política, quanto eleitoralmente, lutar até o limite pela manutenção da candidatura de Lula. Finalmente, é imprescindível ressaltar nesse balanço que o companheiro Fernando Haddad se projeta como uma nova liderança nacional do Partido. Defendeu o legado do PT, ao mesmo tempo em que simbolizou aspectos de renovação política e social de que o PT é capaz, logrando conjuntamente com a militância democrática, da esquerda e do partido chegar ao final do segundo turno com 47 milhões de votos. É com este saldo político que Fernando Haddad poderá cumprir destacado papel frente aos novos e complexos desafios da conjuntura. Ainda que uma caracterização completa do governo Bolsonaro deva aguardar a posse e o início de seu governo, sua campanha, as medidas anunciadas e os nomes indicados para os ministérios confirmam que estamos diante de um governo profundamente autoritário, ultraliberal e submisso aos interesses do governo estadunidense. O presidente eleito adota uma retórica violenta, faz a apologia do uso de armas, elogia a ditadura militar, promove a intolerância contra quem pensa
  • 5. 5 diferente, investe contra os direitos humanos, as liberdades civis e democráticas da maioria da população. No âmbito econômico e social, a tendência é de que o novo governo aumente a dependência externa, a financeirização, a desindustrialização e a primarização de nossa pauta exportadora, a supressão de políticas sociais, especialmente de empregos, salários, previdência, saúde, educação e habitação. Um país como o Brasil só se desenvolverá e, principalmente, reduzirá as desigualdades sociais e regionais, se o Estado ocupar lugar central no planejamento, na indução das atividades econômicas, e no investimento em infraestrutura e logística e na promoção da cidadania. É importante ressaltar, que o novo Presidente quer impor ao país uma agenda de privatização e supressão de direitos – como a reforma da previdência e a entrega do Pré-Sal que por exemplos – não foram propostas de sua campanha, nem debatida pela população, muito menos aprovadas pelas urnas. Isto posto e tomando como referência o que discorremos até aqui, apresenta se para nós três eixos fundamentais de atuação: 1- Defesa da Democracia e da liberdade de Lula; 2 – Defesa dos Direitos do povo brasileiro e do patrimônio nacional; 3 – Defesa do papel soberano do Brasil no mundo. A questão democrática é central para a evolução política do país, trata-se de favorecer a unidade das classes trabalhadoras para impulsionar a construção de um amplo movimento em defesa da democracia e dos direitos sociais. Fortalecer a campanha Lula Livre e a denúncia nacional e internacional contra as arbitrariedades e a parcialidade de setores do Judiciário e do MP brasileiros, nas redes e principalmente nas ruas, em movimentos de massa. Essa campanha ganha centralidade pois esse aparato de exceção tende a avançar sobre todas as personalidades do partido e posteriormente de outros partidos e movimentos sociais de esquerda e democráticos. Eles ganharam a eleição manipulando parte do sistema judicial e agora se sentem seguros em radicalizá-lo. Não temos mais como acreditar na imparcialidade e na justeza do funcionamento das instituições brasileiras e precisamos denunciar esse estado de coisas, internamente e externamente, com rapidez e procurando envolver todos os democratas em movimentos de massa. O partido fará oposição nos espaços institucionais, mas principalmente nas ruas por meio da mobilização política, social e na organização popular buscando nesse processo dialogar com todos os partidos, setores partidários, setores sociais, personalidades da sociedade que em diferentes regiões do Brasil, apoiaram a candidatura de Haddad. Tal movimento deve ser fortalecido pelos sindicatos e centrais sindicais, pelos movimentos populares e sociais, pelo mundo da arte e da cultura, pelas juventudes, pelas mulheres, pelos movimentos LGBTs, de combate ao racismo, a intelectualidade e o mundo universitário, e também pelas Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. O PT nesse contexto além da crítica, defenderá nosso legado e apontará rumos para o desenvolvimento do país tendo como princípios a justiça, a liberdade, a defesa do papel do Estado e a inserção soberana do Brasil no mundo. Com especial olhar para a Defesa da democracia e da liberdade de Lula, e a Defesa dos direitos do povo brasileiro e do patrimônio nacional.
  • 6. 6 Nossos governos estaduais e municipais, além da defesa do pacto federativo, se empenharão na efetivação de políticas transformadoras e emancipadoras em contraponto às políticas ultraliberais. Além da destruição jurídico-policial e da destruição moral pelos meios de comunicação, a partir de agora haverá a perseguição dos órgãos de segurança, que foram unificados no governo Temer sob o comando do GSI (Gabinete se Segurança Institucional). Foram subordinados ao mesmo comando a inteligência das Forças Armadas, a Polícia Federal, a ABIN e criada uma coordenação das polícias estaduais. O argumento explícito é combater o “terrorismo”. O absurdo e temerário é o terrorismo ser identificado com o MST, o MTST e os movimentos sociais, nas lutas sociais por direitos. Hoje o Estado brasileiro tem uma capacidade de monitoramento e repressão que daria inveja à ditadura civil e militar de 1964-1985. Articular a luta democrática e pelo Estado democrático de direito com a luta dos direitos sociais, a começar em defesa da Previdência pública, a defesa do serviço público, a revogação da emenda do congelamento dos gastos sociais (que está destruindo os serviços de Saúde, Assistência Social, Minha Casa Minha Vida e Educação, entre outros). Precisamos defender especialmente o setor de Educação, em articulação com o Fórum Popular de Educação, que está indicado como a primeiro a ser destruído pelo próximo governo, nas escolas de educação básica e universidades. É importante criar núcleos de luta pela democracia e pela defesa dos direitos sociais/ contra o fascismo, nas universidades, escolas, locais de moradia. Precisamos ter uma agenda de visita aos bairros, comunidades, fábricas. Por tais razões o principal desafio do Partido e de cada um de seus militantes, é o de se aproximar, dialogar e organizar a maioria do povo participando de suas lutas cotidianas. É nossa tarefa realizar Campanha de Filiação ao Partido e criar condições efetivas de militância, com nossas instâncias de base funcionando como centros políticos e culturais, com atividades permanentes abertas à participação de nossa base social. A batalha cultural e a luta contra a extrema-direita englobam o enfrentamento das mentiras e manipulações difundidas pelas Fake News e a luta contra o oligopólio da mídia. A abertura e investimento na comunicação de massas são imprescindíveis para a disputa da narrativa dos próximos períodos. A modernização de nossa comunicação, especialmente nas redes sociais, e estratégias direcionadas aos filiados e filiadas, e o conjunto da sociedade são agendas necessárias para a continuidade do debate democrático nos espaços virtuais. É fundamental a reflexão e a renovação das dinâmicas de funcionamento partidário em especial dos espaços de participação local. Relacionado a isto está a compreensão da centralidade da batalha cultural em todos os âmbitos, inclusive tecnológica, da luta ideológica, da defesa dos direitos humanos, das ideias e dos valores (cooperação, solidariedade e respeito à diversidade), a visão democrática do mundo com radicalidade, inspirados por nosso projeto histórico do socialismo democrático Ressaltamos a importância da continuidade da articulação política do segundo turno em torno de Haddad para dialogar com esses setores. Precisamos nos encontrar com os grupos religiosos progressistas, que estavam se expressando desde o segundo turno, a exemplo do Movimento Evangélicos pelo Estado de Direito, e os movimentos ecumênicos em todos os estados. Devemos procurar e nos articular com os
  • 7. 7 movimentos como Médicos pela Democracia, Jornalistas pela Democracia, Juristas pela Democracia, movimentos em defesa do meio ambiente e dos direitos dos animais, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Academia Brasileira de Ciências, reitores de universidades e institutos federais, dentre outros. Para fortalecer o partido como instrumento de transformação social, o Diretório Nacional do PT decide: • Impulsionar um amplo Movimento Nacional em Defesa da Democracia, dos Direitos Sociais e da Soberania Nacional; • Fortalecer e ampliar, em nível nacional e internacional, a campanha pela Libertação de Lula a partir do calendário de mobilização definido pela Campanha Lula Livre; • Orientar a CEN e as bancadas parlamentares a definirem oficialmente uma linha de orientação partidária para a eleição das mesas diretivas, tanto no Congresso Nacional quanto nas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. • Orientar também nossas bancadas a aumentarem a sintonia com os movimentos sociais. • Fomentar a desburocratização do Partido, disponibilizar informações em tempo hábil, tornar acessível as instâncias partidárias, investir na organização partidária de base e no revigoramento da sede para que sejam acolhedoras, referências da difusão das informações sobre o Partido e das expressões da cultura local. • Convocar a Fundação Perseu Abramo a constituir – se possível com outras Fundações e entidades dispostas – um “observatório” que reúna todas as informações acerca da guerra em curso contra o povo brasileiro, em especial que analise todas as iniciativas do governo Bolsonaro, e subsidie a construção de propostas de unidade de ação contra iniciativas antidemocráticas, antinacionais e antipopulares. • Fortalecer a Rede de Solidariedade “Você não está só” no combate as violências promovendo o aparato jurídico, psicológico e político para as vítimas de violência. • Organizar grupos de trabalho, dirigidos por membros do Diretório Nacional, com a participação da Fundação Perseu Abramo e da Escola Nacional de Formação, com prazo determinado de elaboração visando aprofundar a elaboração do partido nas seguintes áreas: questão religiosa, comunicação, reorganização do PT e de suas dinâmicas de funcionamento, questão militar no Brasil, formação política e Corrupção; • Orientar os Diretórios Municipais e Estaduais do Partido, em todas as cidades, a organizar atividades públicas de debate desta resolução, abertas à participação dos setores políticos e sociais que participaram conosco da campanha no primeiro e no segundo turno. • Criar redes de ativistas digitais a partir das iniciativas formadas durante a disputa eleitoral. Precisamos estar em contato com essas redes e dar apoio pelos movimentos sociais organizados e pelas estruturas de poder que dispomos hoje. • Convocar, desde já, atividades para comemorar publicamente o aniversário de 39 anos de criação do Partido dos Trabalhadores;
  • 8. 8 • Mobilizar os diretórios petistas para apoiar as ações da CUT, das demais centrais sindicais, da FBP, da FPSM contra a reforma da Previdência, produzindo materiais de informação e formação que orientem a militância a participar da luta comum; • Criar Grupo de Trabalho com a Secretaria Nacional de Formação, Escola Nacional de Formação e a Fundação Perseu Abramo visando a produção de conteúdos para a comunicação e a formação sobre temas relevantes na conjuntura política visando a realização de oficinas rápidas nos municípios e bairros possibilitando às instâncias partidária organizarem, também um calendário de recepção e debates a filiados, novos filiados e simpatizantes. • Fortalecer o trabalho do partido com as Juventudes, respeitando suas formas de organização e expressão, contribuindo para que, cada vez mais, os jovens se constituam como sujeitos da ação política no país. O PT, por meio da preparação de milhares candidaturas jovens para as próximas eleições, pretende ampliar e renovar nossas representações públicas. • No mesmo sentido o partido se empenhará em fortalecer a representação pública de mulheres, negros, população LGBT e indígenas. • Criar GT com a tarefa de realizar um balanço detalhado dos resultados obtidos nessas campanhas, bem como um diagnóstico da situação dos governos estaduais , municipais e de cada um dos partidos que disputou em 2018, cujos resultados iniciais serão apresentados na próxima reunião do DN. O Partido dos Trabalhadores continuará honrando seu compromisso com o povo brasileiro em defesa da democracia, dos direitos e da soberania do Brasil. Lula Inocente! Lula Livre! Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores Brasília, 01 de dezembro de 2018 22h58