Art Archaeology the Ineligible project (2020) - extended book chapter.pdf
Arquitetura Moderna Pernambucana entre o Antigo e o Moderno
1. A REINTERPRETAÇÃO DA ARQUITETURA COLONIAL
NA ARQUITETURA MODERNA PERNAMBUCANA
ORIENTADOR: PROF. MARCOS ASSIS PESSOA DE LIMA
FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS ESUDA
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
THERESA CAROLINE GOMES DO RÊGO
RECIFE
DEZEMBRO / 2022
2. SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1 PERÍODO COLONIAL
1.1 Chegada ao Brasil, Influência Portuguesa na Arquitetura
Colonial
1.2 Arquitetura Colonial em Pernambuco
1.3 Exemplos
2 ARQUITETURA MODERNA PERNAMBUCANA
2.1 Arquitetura Moderna no Brasil e a Influência de Le Corbusie
2.2 Arquitetura Moderna: A Chegada em Pernambuco
2.3 Exemplos
3 ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.1 Metodologia de Análise
3.2 Estudo de Caso 1 (Casa Colonial)
3.3 Estudos de Caso 2 (Casas Modernistas - Amorim e Borsoi)
3.4 Estudo de Caso 3 (Casa Modernista - Antônio Figueiredo)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
3. INTRODUÇÃO
A compreensão das relações e influências entre a
arquitetura colonial e moderna dentro do estado de
Pernambuco, a fim de conscientizar socialmente e
academicamente a arquitetura no âmbito cultural
pernambucano através do reconhecimento e da
identificação decorrente a colonização, e posteriormente
do modernismo. A fim de proporcionar dados que prestem o
entendimento do período colonial e da evolução da moradia
no âmbito estético e funcional, como transformação em
plantas baixas e técnicas construtivas, evidenciando os
aspectos bioclimáticos litorâneo e tropical até o
modernismo pernambucano, nascido da busca por uma
arquitetura própria local com a finalidade de manifestar
imponência e grandiosidade, buscando no passado a
referências explicativas aos projetos desenvolvidos
contemporaneamente.
PROBLEMÁTICA
A necessidade de uma identificação arquitetônica
cultural no estado de Pernambuco, ainda do
conhecimento histórico e arquitetônico
correspondente aos modos locais considerando os
costumes e hábitos advindos da miscigenação.
Assim, existe a ausência de trabalhos acadêmicos
que retratem o tema, bem como, a mínima exposição
da arquitetura pernambucana, de forma que deva
ser explorada e esclarecida acerca de suas
características estéticas e funcionais
fundamentadas nas heranças do período colonial.
JUSTIFICATIVA
4. INTRODUÇÃO
OBJETIVO GERAL
Desenvolver e analisar a reinterpretação
da Arquitetura Colonial na Arquitetura
Moderna em Pernambuco, bem como
desenvolver analogia entre seus padrões
e propriedades; a fim de destacar a
necessidade do conhecimento cultural
entre o conforto e tipologias
arquitetônicas, exercidos pela produção
do arquiteto Antonio Figueiredo na cidade
de Carpina..
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Discorrer e revisar bibliografias acerca da arquitetura colonial
e a arquitetura moderna pernambucana.
Analisar construções dos períodos entre 1500 a 1822 e 1920
a 1970, correspondentes aos recortes pertinentes ao objetivo
deste trabalho, ainda das produções do arquiteto Antonio
Figueiredo na cidade de Carpina dentre os anos de 1980 e
1987.
Explorar e verificar as características funcionais e estéticas da
arquitetura colonial e da arquitetura moderna.
Apresentar as semelhanças sobre as particularidades da
arquitetura colonial sobre a arquitetura moderna
pernambucana.
6. 1. PERÍODO COLONIAL
1.1 Chegada ao Brasil, Influência Portuguesa na Arquitetura Colonial
1.2 Arquitetura Colonial em Pernambuco
1.3 Exemplos
Engenho Santana, São Paulo.
Engenho do Meio, Pernambuco.
Engenho Passassunga, Pernambuco.
7. 2. ARQUITETURA MODERNA PERNAMBUCANA
2.1 Arquitetura Moderna no Brasil e a Influência de Le Corbusier
2.2 Arquitetura Moderna: A Chegada em Pernambuco
2.3 Exemplos
Residência Helena Costa, Rio de Janeiro.
Residência Serafim Amorim, Pernambuco.
Residência Francisco C. de Albuquerque Filho, Pernambuco.
8. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.1 Metodologia de Análise
Os estudos devem-se ao conjunto do Engenho Poço Comprido e suas edificações
com enfoque a casa-grande – remanescente do século XVIII, período colonial –
em Vicência, interior de Pernambuco, as construções modernas de Acácil Gil
Borsoi e Delfim Amorim em suas obras Dulce Mattos de 1958 e Cairutas de 1962
em Recife, e por fim, as residências ER e EGR do arquiteto Antonio Figueiredo –
discípulo da linha pernambucana, na cidade de Carpina, também no interior de
Pernambuco dos anos de 1980 e 1987. As citações mediante estas últimas em
Carpina serão tratadas de forma inédita, enquanto as primeiras obras devem-se à
presença de estudos prévios e disponibilidade de informações. A escolha de todas
as obras abordadas faz-se mediante suas distinções e semelhanças.
9. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.2 Estudo de Caso 1 (Casa Colonial)
Engenho Poço Comprido, Pernambuco.
10. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.2 Estudo de Caso 1 (Casa Colonial)
11. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.2 Estudo de Caso 1 (Casa Colonial)
12. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.2 Estudo de Caso 1 (Casa Colonial)
13. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.3 Estudo de Caso 2 (Casas Modernistas - Amorim e Borsoi)
Residência Dulce Mattos, 1958
14. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.3 Estudo de Caso 2 (Casas Modernistas - Amorim e Borsoi)
15. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.3 Estudo de Caso 2 (Casas Modernistas - Amorim e Borsoi)
16. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.3 Estudo de Caso 2 (Casas Modernistas - Amorim e Borsoi)
Residência Cairutas, 1962
17. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.3 Estudo de Caso 2 (Casas Modernistas - Amorim e Borsoi)
18. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.4 Estudo de Caso 3 (Casas Modernistas - Antonio Figueiredo)
Residências ER e EGR
19. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.4 Estudo de Caso 3 (Casas Modernistas - Antonio Figueiredo)
20. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.4 Estudo de Caso 3 (Casas Modernistas - Antonio Figueiredo)
21. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.4 Estudo de Caso 3 (Casas Modernistas - Antonio Figueiredo)
22. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.4 Estudo de Caso 3 (Casas Modernistas - Antonio Figueiredo)
23. 3. ENTRE O ANTIGO E O MODERNO - ANÁLISE
3.4 Estudo de Caso 3 (Casas Modernistas - Antonio Figueiredo)
34. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de lajes e telhados inclinados em concreto armado cobertos por telhas cerâmicas,
esquadrias com bandeiras ventiladas e venezianas de madeira, largos terraços e
varandas, peitoris em madeira, aplicação de elementos tradicionais como pedras, cal,
cerâmica e madeira em natura consolidam as experiências que identificam o passado
colonial ao período moderno pernambucano. Com base na arquitetura de Lucio Costa,
destaca-se a reflexão do regionalismo, suscetível aos condicionantes locais. O período
da concepção da linha pernambucana transforma-se num processo de afirmação cultural
do estado, a adaptar-se as possibilidades locais.
A apropriação arquitetônica mediante o espaço e seus usuários em Pernambuco deve-se
as cargas estabelecidas pela civilização do açúcar do período colonial. Ao entender a
consolidação estrutural de Pernambuco analisam-se aspectos característicos
percorrentes ao tempo, isto é, as residências pernambucanas detém-se a um pilar, as
casas-grandes dos engenhos açucareiros, coincidentes a originária e tradicional moradia
brasileira. Deste modo, tratam-se as casas pernambucanas que passam por modificações
e modernizações ao longo do tempo. A importância da valorização de um reconhecimento
e pertencimento local ressaltada pela arquitetura moderna pernambucana, baseia-se na
originária moradia brasileira, manifestada pelas produções de Acácio Gil Borsoi e Delfim
Amorim na cidade de Recife, em detrimento suas características exercidas.
35. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não há de considerar uma completa inovação na arquitetura moderna em Pernambuco,
como acontece na Europa, tendo em vista de suas apropriações do período colonial, uma
vez que suas aplicações consistentes devem-se a utilização de materiais de base
tradicional e local ressaltada pela preocupação de uma aproximação histórica com o
passado, adequação climática e até mesmo econômica. Embora utilizados elementos
avançados, como o concreto e o vidro – estes devem-se ao desenvolvimento decorrente
ao tempo que alcançam novas ideias e conhecimentos, não houve uma prática
significativa tecnológica. Contudo, este modelo de construir preocupa-se com o futuro,
enfatizando à medida que constrói, as necessidades do homem tal qual do meio que está
inserido.
A pesquisa permitiu identificar o conceito norteador de criação dos partidos modernos ao
perceber em suas influências as constantes preocupações de uma geração com princípios
plásticos, construtivos, históricos e tudo que este último acompanha. A arquitetura
revela-se como recuperação de uma cultura, identificação do indivíduo e o meio,
aperfeiçoamento das atividades correspondentes a complexidade da vida firmadas aos
programas bem definidos e suas conseguintes setorizações do íntimo, serviço e social. Ao
longo da pesquisa verificou-se a atuação das atividades e construções coloniais sobre as
produções modernas, por vezes intencionalmente ou não mediante as cargas
constituintes de Pernambuco.
36. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A arquitetura moderna pernambucana busca adaptações para melhorias construtivas.
Consiste no aprimoramento dos modelos das antigas casas coloniais, todavia
mantenedoras das características tradicionais, a proporcionar, posteriormente a
identificação de uma arquitetura própria, a arquitetura moderna pernambucana.
As corriqueiras características desta recorrência do moderno a arquitetura colonial
consistem na presença de elementos próprios do moderno manifestados em aplicações de
origem colonial, estes devotam-se ao concreto armado, tijolos aparentes, telhas
cerâmicas com telhados de variadas inclinações, largos beirais, treliças de madeira, pisos
e balcões, de finalidades tradicionais ainda aplicam-se pedras, extensa utilização da
madeira, revestimentos cerâmicos, elementos vazados e constância em varandas e
terraços. Trata-se do princípio em busca do resgate colonial, suas origens a uma
incorporação de elementos clássicos do colonial, inclusive religioso. Há o interesse pela
busca de uma identidade através das evidentes heranças e significados do período
colonial e suas características ao povo pernambucano que configuram a reinterpretação
da arquitetura colonial na arquitetura moderna pernambucana.
37. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É sabido que as influencias exercidas pelo passado da sociedade pernambucana,
transfere cargas, hábitos, costumes e princípios que tornam-se parte constituinte do
povo. Deste modo, as residências estudadas em Carpina a comparada com as residências
de Borsoi e Amorim possuem o mesmo propósito a visar uma relação com o passado
colonial e as antigas casas de engenho.
A arquitetura moderna pernambucana desfruta de traços característicos da arquitetura
colonial, como ajustamentos construtivos ao clima tropical, as atribuições funcionais,
bem como as separações das atividades das residências, utilização de elementos
semelhantes mediante as exigências construtivas, a salvo do emprego do vidro e
concreto, por vezes utilizados pelos efeitos dos avanços tecnológicos. A relação da
arquitetura com o meio perpassa de Amorim e Borsoi, como nota-se na atuação do
arquiteto Antonio Figueiredo, transmitindo a arquitetura moderna uma continuidade
evidente na plasticidade e nas inserções da casa. Dessa forma, o arquiteto Antonio
Figueiredo apresenta-se como percursor da escola moderna pernambucana.
38. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contata-se que os preceitos modernos foram adequados a uma assimilação entre
características arquitetônicas interessados na execução de edificações construtivamente
de maior eficiência energética, maior economia e conformação a identidade, técnica,
mão de obra e tecnologia locais. Os elementos com maior utilização são pedra, madeira –
em diversas aplicações, como grandes esquadrias, forros, assoalhos, bandeiras e
venezianas, telhados em telha cerâmica e elementos vazados, no moderno denominado
cobogó. Das atribuições do espaço, observam-se em todas as obras a clara setorização e
as criações de área de convivência, como pátio e jardim, ainda, apresentam acessos
propostos pelas áreas de circulação a evitar relações entre os setores e seus usuários.
39. REFERÊNCIAS
NASLAVSKY, Guilah. Arquitetura Moderna no Recife 1949-1972. Recife: Prefeitura do Recife, 2012.
SILVA, Geraldo Gomes da. Engenho e arquitetura. 1a ed. Recife: Fundação Gilberto Freyre, 1998.
TELLES, Augusto; SILVA, Geraldo Gomes da; ROCHA-PEIXOTO, Gustavo; et al. Arquitetura na
Formação do Brasil. 6a ed. Brasília: UNESCO, 2008.