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Terapia das gagueirasTerapia das gagueiras
infantisinfantis
Profª Ms. Daniella Thaís CurrielProfª Ms. Daniella Thaís Curriel
Programas terapêuticos de
promoção da fluência
(alto risco)
1. Pré-escolar
2. Escolar
1. Tratamento Pré-escolar
Fala Fácil X Fala Difícil
Para cças até 6 anos e 11 meses
Objetivo
Sensibilizar a cça e a família que a
fala fácil é relaxada e relativamente
lenta e a fala difícil é tensa e rápida
Terapeuta
Visa a informação pelo modelo e não
pela instrução
Usa termos simples enfatizando só os
valores positivos
Programa
Composto por 12 sessões semanais
divididas em 3 fases
- Identificação
- Produção
- Transição
Programa
A terapia é estruturada com base em
atividade de brinquedo e jogo
orientado
Programa
Na 1ª parte da sessão a T. orienta a
atividade
Na 2ª parte os pais e a cça interagem
aplicando as técnicas
Programa
O T. ajusta os pontos desequilibrados
e incentiva pelo modelamento
Durante a semana a família deve
repetir a atividade correspondente a
cada fase no ambiente familiar
Fase 1 - Identificação
Objetivo – cça e pais identificam a fala fácil
e difícil em suas falas com base nas metas
pragmáticas de: ouvir/esperar/não falar.
A meta não é reduzir a freqüência das
rupturas e sim reduzir a tensão e a duração
dessas rupturas
Terapeuta
Só direciona o processo identificando os
momentos em que a fala foi relaxada,
suave e lenta (ótimo, essa é uma fala fácil)
ou ficou difícil
Procedimento
Essa fase é desenvolvida em 2 sessões e
são realizadas com o mesmo material e a
mesma seqüência de ações.
Tanto em brincadeira quanto em jogo a
identificação da fala deve estar
fundamentada nos princípios: ouvir o que o
outro está falando (prestar atenção ao
conteúdo); esperar antes de começar (não
falar sem saber o que quer dizer ou sem ter o
que falar); não interromper (esperar a vez de
falar para não falar pelo outro e não falar
fora do turno).
Evitar questões que levam a respostas curtas e
demandam pressão p/ falar rápido; reduzir a
super estimulação da lgg (que sobrecarrega o
sistema morfo-sintático-semântico), ou seja,
falar menos e criar um ambiente no qual a fala
rápida não é necessária
Fase 2
Objetivo – aumentar a produção de fala fácil
e a habilidade de interação comunicativa. A
meta é reduzir a freqüência das rupturas pela
lentificação e início suave da fonação
Terapeuta
Modela a fala fixando o olhar, prolongando
levemente os sons, articulando suavemente
e fazendo pausas entre as palavras.
Continua identificando a fala fácil e as
metas pragmáticas
Procedimento
Essa fase é desenvolvida em 8 sessões
Sessões 3 e 4 – palavra (nessas sessões a
cça nomeia objetos e figuras isoladamente
usando a fala fácil)
Sessões 5 e 6 – frase de apoio (é estabelecida
uma frase de apoio e a criança complementa
com a palavra. Ex: a T. mostra a figura e
produz a frase “eu gosto de ... banana” e
depois pode haver inversão de papéis com a
cça usando a mesma frase. As frases devem
ser sempre as mesmas. Se mudar a atividade
muda-se o apoio: “quero comprar um...”
Sessões 7 e 8 – frase livre (a T. modela
a situação e depois os papéis são
invertidos. Ex:
T: pinte o cachorro de vermelho
Cça: mostre o palhaço feio
Sessões 9 e 10 – expressão verbal (a T.
modela a situação – seqüência lógica,
pequenas histórias, dramatizações)
Fase 3 - Transição
Objetivo – cça aprende a modificar a fala
transformando a ruptura.
A meta é dar recurso para redução da
disfluência residual
Terapeuta
É ativo, quando a cça apresentar a
ruptura a T. modela a palavra e a cça
repete o modelo
Procedimento
Essa fase é desenvolvida em 2 sessões
Sessões 11 e 12 – ao ocorrer a “fala
difícil” a T. interrompe e identifica: “essa
palavra ficou difícil, vamos deixar mais
fácil” e depois faz o modelo suavizado.
A cça repete a palavra suavizada.
2. Tratamento escolar
Momento e modificação da
gagueira
7 anos até 11 anos e 11 meses
Objetivo
Sensibilizar a criança e a família a
entender a gagueira e a modificar a fala
disfluente
Terapeuta
visa a modificação da fala da criança e das
atitudes familiares. Enfrenta as questões
difíceis da conscientização da gagueira. Usa
termos simples mas é firme no
enfrentamento
Programa
12 sessões semanais
3 fases: exploração; modificação e
convivência com a gagueira
Atividade de jogo orientado
Fase 1 – Exploração do momento
da gagueira
Objetivo: cça e pais aprendem que pela sua
natureza as rupturas da fala não podem ser
totalmente eliminadas.
Identificam que a fala lenta e de contato suave
permite que a cça fale o que tem a dizer.
A meta é atingir a produção de sentenças em
ritmo suave e com respiração coordenada
Terapeuta
Modela a fala e pede a imitação
fluente
Sessões 1 e 2 (palavra)
A T. modela a palavra (lenta e suave) e a
criança imita.
Positivo: “muito bem”
Ruptura: indica padrão perceptual (tensão ou
velocidade)
Demonstra visualmente o que ocorreu
Fala junto a palavra respirada, suavizada e lenta
Sessões 3 e 4 (respiração
contínua)
A T. introduz o conceito de respiração contínua
Produção de frases curtas em 2 segmentos
usando toda a expiração
Ex: meu nome é Nina
Frases úteis
Sessões 5 e 6
(conversa estruturada)
A T. introduz o jogo e a conversa é temática,
natural (lenta, suave, respiração contínua)
Ruptura: situação é interrompida pela frase –
“aconteceu uma ruptura, vamos ver se vc
descobre o porquê” (velocidade, respiração,
tensão)
Objetivo: que a cça perceba a razão da
ruptura e possa numa nova tentativa
retomar a fluência
Caso não perceba, a T. atua como no
estágio anterior (indica o padrão
perceptual)
Fase 2 - Modificação
Objetivo: a introdução da gagueira
voluntária, visando que a cça e pais
percebam que é possível retomar a produção
de fala fluente
Terapeuta: modela a fala usando as
disfluências comuns
Sessões 7 e 8
Em situação de jogo estabelece uma cota
numérica para o uso das disfluências
comuns
Ex: “eu hã não tenho esse bicho, esse
bicho”
Fase 3 - Convivência
Objetivo: reduzir os sentimentos negativos
aprendendo a conviver e enfrentar a
ridicularização e eliminando a evitação
Terapeuta: apóia e sensibiliza sobre o confronto
social e sobre o medo das palavras. Conscientiza
que as rupturas não podem ser totalmente
eliminadas
Sessões 9 e 10
A T. através de dramatizações (role-play) ensina
recursos para lidar com situações de confronto
com o “agressor” (pessoas que tiram sarro, dão
dicas, falam pra falar depressa)
Sensibiliza que a melhor defesa é aceitação (“eu
sei que sou gago e estou fazendo fono pra
melhorar”) – com isso vai desarmar o agressor
Dramatizar situações de vida cotidiana
“é possível que eu gagueje algumas vezes
durante a apresentação, mas não deixe que isso
te incomode. É mais fácil para mim se vc ficar
me olhando enquanto eu falo”
“uau, ficou muito difícil agora, hoje estou com
muitos bloqueios, ou mais devagar
Quanto mais espontâneo melhor
Sessões 11 e 12
A T. através de situações de teatrinho ou jogo
ensina a reduzir ou eliminar as evitações
Sensibiliza que quanto mais fugir da palavra ou
de uma situação maior vai ficar o medo
Qdo evitar a palavra a T. retoma falando em
coro, suave e lentamente, ajudando a enfrentar

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Terapia de gagueira infantil 1

  • 1. Terapia das gagueirasTerapia das gagueiras infantisinfantis Profª Ms. Daniella Thaís CurrielProfª Ms. Daniella Thaís Curriel
  • 2. Programas terapêuticos de promoção da fluência (alto risco) 1. Pré-escolar 2. Escolar
  • 3. 1. Tratamento Pré-escolar Fala Fácil X Fala Difícil Para cças até 6 anos e 11 meses
  • 4. Objetivo Sensibilizar a cça e a família que a fala fácil é relaxada e relativamente lenta e a fala difícil é tensa e rápida
  • 5. Terapeuta Visa a informação pelo modelo e não pela instrução Usa termos simples enfatizando só os valores positivos
  • 6. Programa Composto por 12 sessões semanais divididas em 3 fases - Identificação - Produção - Transição
  • 7. Programa A terapia é estruturada com base em atividade de brinquedo e jogo orientado
  • 8. Programa Na 1ª parte da sessão a T. orienta a atividade Na 2ª parte os pais e a cça interagem aplicando as técnicas
  • 9. Programa O T. ajusta os pontos desequilibrados e incentiva pelo modelamento Durante a semana a família deve repetir a atividade correspondente a cada fase no ambiente familiar
  • 10. Fase 1 - Identificação Objetivo – cça e pais identificam a fala fácil e difícil em suas falas com base nas metas pragmáticas de: ouvir/esperar/não falar. A meta não é reduzir a freqüência das rupturas e sim reduzir a tensão e a duração dessas rupturas
  • 11. Terapeuta Só direciona o processo identificando os momentos em que a fala foi relaxada, suave e lenta (ótimo, essa é uma fala fácil) ou ficou difícil
  • 12. Procedimento Essa fase é desenvolvida em 2 sessões e são realizadas com o mesmo material e a mesma seqüência de ações.
  • 13. Tanto em brincadeira quanto em jogo a identificação da fala deve estar fundamentada nos princípios: ouvir o que o outro está falando (prestar atenção ao conteúdo); esperar antes de começar (não falar sem saber o que quer dizer ou sem ter o que falar); não interromper (esperar a vez de falar para não falar pelo outro e não falar fora do turno).
  • 14. Evitar questões que levam a respostas curtas e demandam pressão p/ falar rápido; reduzir a super estimulação da lgg (que sobrecarrega o sistema morfo-sintático-semântico), ou seja, falar menos e criar um ambiente no qual a fala rápida não é necessária
  • 15. Fase 2 Objetivo – aumentar a produção de fala fácil e a habilidade de interação comunicativa. A meta é reduzir a freqüência das rupturas pela lentificação e início suave da fonação
  • 16. Terapeuta Modela a fala fixando o olhar, prolongando levemente os sons, articulando suavemente e fazendo pausas entre as palavras. Continua identificando a fala fácil e as metas pragmáticas
  • 17. Procedimento Essa fase é desenvolvida em 8 sessões Sessões 3 e 4 – palavra (nessas sessões a cça nomeia objetos e figuras isoladamente usando a fala fácil)
  • 18. Sessões 5 e 6 – frase de apoio (é estabelecida uma frase de apoio e a criança complementa com a palavra. Ex: a T. mostra a figura e produz a frase “eu gosto de ... banana” e depois pode haver inversão de papéis com a cça usando a mesma frase. As frases devem ser sempre as mesmas. Se mudar a atividade muda-se o apoio: “quero comprar um...”
  • 19. Sessões 7 e 8 – frase livre (a T. modela a situação e depois os papéis são invertidos. Ex: T: pinte o cachorro de vermelho Cça: mostre o palhaço feio
  • 20. Sessões 9 e 10 – expressão verbal (a T. modela a situação – seqüência lógica, pequenas histórias, dramatizações)
  • 21. Fase 3 - Transição Objetivo – cça aprende a modificar a fala transformando a ruptura. A meta é dar recurso para redução da disfluência residual
  • 22. Terapeuta É ativo, quando a cça apresentar a ruptura a T. modela a palavra e a cça repete o modelo
  • 23. Procedimento Essa fase é desenvolvida em 2 sessões Sessões 11 e 12 – ao ocorrer a “fala difícil” a T. interrompe e identifica: “essa palavra ficou difícil, vamos deixar mais fácil” e depois faz o modelo suavizado. A cça repete a palavra suavizada.
  • 24. 2. Tratamento escolar Momento e modificação da gagueira 7 anos até 11 anos e 11 meses
  • 25. Objetivo Sensibilizar a criança e a família a entender a gagueira e a modificar a fala disfluente
  • 26. Terapeuta visa a modificação da fala da criança e das atitudes familiares. Enfrenta as questões difíceis da conscientização da gagueira. Usa termos simples mas é firme no enfrentamento
  • 27. Programa 12 sessões semanais 3 fases: exploração; modificação e convivência com a gagueira Atividade de jogo orientado
  • 28. Fase 1 – Exploração do momento da gagueira Objetivo: cça e pais aprendem que pela sua natureza as rupturas da fala não podem ser totalmente eliminadas.
  • 29. Identificam que a fala lenta e de contato suave permite que a cça fale o que tem a dizer. A meta é atingir a produção de sentenças em ritmo suave e com respiração coordenada
  • 30. Terapeuta Modela a fala e pede a imitação fluente
  • 31. Sessões 1 e 2 (palavra) A T. modela a palavra (lenta e suave) e a criança imita. Positivo: “muito bem” Ruptura: indica padrão perceptual (tensão ou velocidade) Demonstra visualmente o que ocorreu Fala junto a palavra respirada, suavizada e lenta
  • 32. Sessões 3 e 4 (respiração contínua) A T. introduz o conceito de respiração contínua Produção de frases curtas em 2 segmentos usando toda a expiração Ex: meu nome é Nina Frases úteis
  • 33. Sessões 5 e 6 (conversa estruturada) A T. introduz o jogo e a conversa é temática, natural (lenta, suave, respiração contínua) Ruptura: situação é interrompida pela frase – “aconteceu uma ruptura, vamos ver se vc descobre o porquê” (velocidade, respiração, tensão)
  • 34. Objetivo: que a cça perceba a razão da ruptura e possa numa nova tentativa retomar a fluência Caso não perceba, a T. atua como no estágio anterior (indica o padrão perceptual)
  • 35. Fase 2 - Modificação Objetivo: a introdução da gagueira voluntária, visando que a cça e pais percebam que é possível retomar a produção de fala fluente Terapeuta: modela a fala usando as disfluências comuns
  • 36. Sessões 7 e 8 Em situação de jogo estabelece uma cota numérica para o uso das disfluências comuns Ex: “eu hã não tenho esse bicho, esse bicho”
  • 37. Fase 3 - Convivência Objetivo: reduzir os sentimentos negativos aprendendo a conviver e enfrentar a ridicularização e eliminando a evitação Terapeuta: apóia e sensibiliza sobre o confronto social e sobre o medo das palavras. Conscientiza que as rupturas não podem ser totalmente eliminadas
  • 38. Sessões 9 e 10 A T. através de dramatizações (role-play) ensina recursos para lidar com situações de confronto com o “agressor” (pessoas que tiram sarro, dão dicas, falam pra falar depressa)
  • 39. Sensibiliza que a melhor defesa é aceitação (“eu sei que sou gago e estou fazendo fono pra melhorar”) – com isso vai desarmar o agressor Dramatizar situações de vida cotidiana
  • 40. “é possível que eu gagueje algumas vezes durante a apresentação, mas não deixe que isso te incomode. É mais fácil para mim se vc ficar me olhando enquanto eu falo” “uau, ficou muito difícil agora, hoje estou com muitos bloqueios, ou mais devagar Quanto mais espontâneo melhor
  • 41. Sessões 11 e 12 A T. através de situações de teatrinho ou jogo ensina a reduzir ou eliminar as evitações Sensibiliza que quanto mais fugir da palavra ou de uma situação maior vai ficar o medo Qdo evitar a palavra a T. retoma falando em coro, suave e lentamente, ajudando a enfrentar