A autenticidade da Bíblia é comprovada por:
1) Mais de 24 mil manuscritos do Novo Testamento, muito mais do que qualquer outro texto antigo;
2) Citações dos escritos bíblicos em outros documentos a partir do século I d.C.;
3) A igreja primitiva reconheceu rapidamente os livros como inspirados por Deus.
1. Sobre os manuscritos
A Bíblia é o livro mais vendido todos os anos, chegando a mais de 100 milhões de exemplares
anualmente.
A autenticidade de qualquer documento antigo é determinado pela quantidade de
manuscritos ou fragmentos de manuscritos encontrados.
No início da era cristã, o material geralmente usado para a escrita era o papiro, um junco
altamente durável e resistente encontrado nas margens do rio Nilo. O processo de preparação era
semelhante ao processamento atual da maneira compensada, e após o preparo, o material era
debaixo ao sol para secar.
Outro material utilizado era o pergaminho, fabricado com pele de carneiros ou cabritos e bastante
utilizado até o final da Idade Média, quando passou a ser substituído pelo papel.
Foram encontrados mais de 5300 manuscritos gregos do NT. Se acrescentarmos a esse
número os 10 mil manuscritos em latim e as 9300 porções antigas do NT, teremos cerca de
2400 cópias manuscritas de trechos do NT. Nenhum documento da Antiguidade chega perto
deste número. Além dos manuscritos gregos atuais, existem mais de mil cópias e
fragmentos do NT em sírio, copta, armênio, gótico e etiópico, bem como 8 mil cópias da
Vulgata latina, algumas praticamente da mesma época da tradução original de Jerônimo
(384-400 d.C.).
Existem, na verdade, 86 mil citações – isso significa que se todos os antigos manuscritos
do NT desaparecessem do dia para a noite, seria possível reconstruí-lo apenas com as
citações dos pais da igreja, com exceção de uns 20 versos.
2. Manuscritos como evidências dos escritos antigos
autor escrito em
fragmento (cópia mais
antiga)
intervalo de
tempo
n° de
manuscrito
s
César 100-44 a.C. 900 d.C. 1000 anos 10
Platão 427-347 a.C. 900 d.C 1200 anos 7
Tucídides 460-400 a.C. 900 d.C 1300 anos 8
Tácito 100 d.C. 1100 d.C. 1000 anos 20
Suetônio 75-160 d.C. 950 d.C. 800 anos 8
Homero (Ilíada) 900 a.C. 400 a.C. 500 anos 643
Novo
Testamento 40-100 a.C. 125 d.C. 25-50 anos 24000
3. • Nenhum desses outros textos são postos em dúvidas, a não ser as
Escrituras, a mais confiável.
• O Codex Vaticanus e o Codex Siniaticus são bons exemplos de
manuscritos antigos do NT. Trata-se de cópias em pergaminho de
todo o NT, datadas do 4° século (325-450 d.C.). Existem fragmentos
e cópias em papiro ainda mais antigas porções do NT, datadas de
100 a 200 anos antes de Vaticanus e Siniaticus (180-225 d.C.).
Algumas excepcionalmente nítidas, como o Papiro Chester Beatty
(P45, P46, P47) e o Papiro Bodmer II, XIV, XV (P66, P72, P75).
Podendo reconstruir vários livros e cartas do NT integralmente e
outros parcialmente.
• Uma das porções mais antigas da Bíblia já encontradas é o
fragmento de um códice de papiro contendo o texto de João 18.31-
33,37. Este documento, conhecido como o Papiro Rylands (P52),
datado de 130 d.C., foi encontrado no Egito.
• Todo o material do NT foi escrito no primeiro século. A Epístola de
Clemente aos coríntios (datada de 95 d.C.) e as cartas de Inácio
(datadas de 115 d.C.) cita trechos e várias passagens de todo o NT.
4. • Atestação histórica dos Escritos Sagrados:
• Josefo , nasceu em 37 d.C., aderiu ao farisaímo aos 19 e nos seus diversos escritos
encontra-se:
• 1. Personagens do NT – Herodes, Pilatos, Festo (procurador da Judéia), Anás,
Caifás, entre outros e “Tiago, irmão do assim chamado Cristo”;
• 2. Acontecimentos mencionados no NT: a fome nos dias e Cláudio (At 11.28);
• 3. A crucificação de Jesus: “E aconteceu que nesse tempo se levantou Jesus, um
homem sábio, se é que podemos considerá-lo um homem, pois ele fez grandes
maravilhas, um mestre de homens, que tinha prazer em ensinar a verdade. Muitos
judeus e também muitos dos gregos se tornaram seus seguidores. Este homem era
o Cristo. E quando Pilatos o condenou à cruz, depois de ter sido acusado pelo
principal entre nós, aqueles que o amaram desde o princípio não se dispersaram;
pois ele apareceu a eles ao terceiro dia, vivo novamente. Os profetas haviam falado
sobre isso e milhares de outras coisas maravilhosas a respeito dele; e a tribo dos
cristãos, assim denominada por causa dele, permanece até hoje”.
• Tallus escreveu sobre a história da Grécia até o ano 52 d.C. Nenhum dos seus
manuscritos foi encontrado, mas ele é citado por Júlio Africano em 221 d.C. Isso é
bastante interessante, pois Tallus escreveu sobre a escuridão que houve na terra
durante a crucificação de Cristo, procurando diminuir a importância religiosa desse
acontecimento, dizendo que fora apenas um eclipse solar. Mas ao fazer isso, ele
acabou deixando uma referência histórica.
5. • Tácito: Escreveu sobre a Roma da época de Nero, seu escritos são datados do
ano 110 a.C.:
“Assim, para calar os rumores, Nero jogou a culpa e puniu com requintes de crueldade
uma classe de homens odiada por causa de seus vícios, a quem a multidão
chamavam de cristãos. Cristo, de quem eles receberam o nome, foi executado por
ordem do procurador Pôncio Pilatos na época em que Tibério era imperador, e
assim essa superstição perniciosa foi contida por breve tempo, apenas para retornar
revigorada, não apenas na Judéia, berço da praga, mas até alcançar Roma, lugar
onde todas as coisas horríveis e vergonhosas que há no mundo encontram abrigo.
• Suetônio: escreveu as biografias dos primeiros doze césares. No livro Vida de
Nero, ele escreveu: “A punição foi imposta aos cristãos, uma classe de homens que
aderiu a uma superstição recente e nociva”.
• Plínio, governador da Bitínia, na Ásia menor, entre os anos 111 à 113 d.C. pediu
orientação ao imperador Trajano de como lidar com os cristãos.
• Talmude – explicação ou comentário feito por estudiosos rabinos do Antigo
Testamento à comunidade judaica.. Esse grupo reproduziu os manuscritos do AT
entre os anos 279 a 500 d.C. e a seriedade desse grupo, garante confiabilidade das
cópias.
• Os massoretas – realizaram o árduo trabalho de editar e padronizar o texto do AT
entre 500 e 1000 d.C. Eles contavam o número de vezes que cada letra aparecia em
cada livro ou destacavam a letra do meio do Pentateuco e a letra central de toda a
Bíblia hebraica, além de outros cálculos ainda mais detalhados.
6. • A igreja no seu início estava em plena expansão, florescendo nos três principais
continentes da época, a Europa, a Ásia e a África, e por conta disso Paulo insta que
todos chegassem ao conhecimento dos seus escritos (Cl 4.16; I Ts 5.27). E devido essa
expansão das cartas, as igrejas passam a ter comunhão entre elas, facilitando a
detecção de erros e fraudes que pudessem assolá-los.
• Isso está registrado pelos escritos de alguns nomes: Justino Mártir (110-165) – “No dia
chamado domingo todos os que vivem na cidade ou no campo se reúnem em um determinado
lugar para ler as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, enquanto o tempo lhes
permite”. Esses escritos começam desde o primeiro século ganhar autoridade, serem
reconhecidos com devida autoridade, como por exemplo, Justino citando os evangelhos
começava com as palavras: “Está escrito”.
• Eusébio, nascido em 270, classificou os escritos em:
• Universalmente aceitos (homolegoumena);
• Livros em que o status bíblico era questionado por uns (antilegoumena) – Tiago, Hebreus,
Judas, 2° Pedro, 2°e 3° João e Apocalipse;
• Livros que deveriam ser rejeitados (notha) – dos quais está O Pastor, de Hermas e a Epístola
de Barnabé.
• Observa-se que a grande maioria do NT era aceito por todos desde o começo e as
determinações subsequente de oficializar essa crença (canonização), nada mais foi do que
confirmar o óbvio.
• Em relação a inclusão a carta de Tiago, que uns creem ser o filho de Zebedeu e outros, o
irmão de Jesus, é que logo fora incluída na versão siríaca, uma vez que a igreja da Síria
situava-se na fronteira com a Palestina onde Tiago, irmão do Senhor, fora bispo.
7. • Atanásio, ao escrever para o clero em 367, cita uma lista de livros
inspirados, idêntico ao nosso cânon reconhecido.
• A igreja não escolheu os livros, mas antes, reconheceu a inspiração divina
de certos livros. Portanto, o Concílio de Hipona em 393 e depois o de
Cartago em 397, os líderes apenas confirmaram o cânon já aceito pela
igreja e atacaram as heresias e perseguições que começavam a surgir.
• Sobre o AT – Flávio Josefo descrevia os 22 livros da Bíblia dos judeus,
correspondendo ao alfabeto hebraico, os dois livros de Samuel eram
contados como um, assim como os livros de Reis, Esdras e Neemias,
Jeremias e Lamentações,Juízes e Rute, não incluindo os livros apócrifos
em sua descrição. Semelhantemente a igreja cristão não os inclui durante
os quatro primeiros séculos.
• O próprio Jerônimo, tradutor da Vulgata Latina afirmava que esses livros
não poderiam ser considerados doutrinários e para nada mais serviam para
exemplos de vida e instruções sobre os costumes da época.
• Somente no ano 1546, no Concílio de Trento, motivada pela Contra-
Reforma, que a Igreja Católica Romana concedeu completo status canônico
aos apócrifos. A definição do AT se deu em Jamnia, sem a presença dos
apócrifos.