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AULA 9:
Taninos
Profa. Dra. Nilce Nazareno da Fonte
Disciplina:
FARMACOGNOSIA I
O que são taninos?
• um grande grupo de substâncias naturais, complexas, de
natureza fenólica, hidrossolúveis, que possuem peso
molecular compreendido entre 500 e 3000 Dalton e que, além
das reações clássicas dos fenóis, apresentam a propriedade
de precipitar alcalóides, gelatina e outras proteínas (formam
complexos insolúveis em água com estes compostos).
• historicamente usados para curtir couro.
• responsáveis pela adstringência de muitos frutos e outros
produtos vegetais.
Como agem:
taninos + macromoléculas
interações hidrofóbicas e pontes de hidrogênio entre os
agrupamentos fenólicos dos taninos e as proteínas e outros
polímeros
formação de complexos que precipitam
CONDIÇÃO: o peso molecular da molécula de tanino
deve estar compreendida entre limites bem definidos.

Fonte: CARVALHO, E. B. Estudo da interacção entre proteínas e taninos. 183 f. Tese. (Doutorado em Química). Faculdade
de Ciências da Universidade do Porto. Porto, Portugal, 2007.
Como os taninos agem:
Fonte: CARVALHO, E. B. Estudo da interacção entre proteínas e taninos. 183 f. Tese. (Doutorado em Química). Faculdade
de Ciências da Universidade do Porto. Porto, Portugal, 2007.
Como os taninos agem:
Fonte: CARVALHO, E. B. Estudo da interacção entre proteínas e taninos. 183 f. Tese. (Doutorado em Química). Faculdade
de Ciências da Universidade do Porto. Porto, Portugal, 2007.
Como os taninos agem:
Classificação:
• taninos hidrolisáveis
• taninos elágicos
• taninos gálicos
• taninos condensados (ou não hidrolisáveis, ou
pró-antocianidinas)
• (pseudo-taninos)
Taninos hidrolisáveis:
• ésteres de glucose (ou compostos semelhantes) e
de ácidos fenólicos: ác. gálico (taninos gálicos) ou
ác. hexahidroxidifênico e seus derivados (taninos
elágicos).
• podem ser hidrolisados por ácidos ou enzimas.
Taninos hidrolisáveis: taninos elágicos
• são mais frequentes que os gálicos.
• presentes em pele de romã, casca de romãzeira,
folhas de eucalipto, castanha, casca de carvalho etc.
Taninos hidrolisáveis: taninos gálicos
• presentes em ruibarbo, cravo, pétalas de rosa
vermelha, hamamélis, castanheira etc.
Taninos condensados:
• oligômeros e polímeros formados pela policondensação
de duas ou mais unidades de flavan-3-ol e flavan-3,4-diol.
• não são hidrolisados e não contêm um núcleo
açucarado.
Taninos condensados (contin.):
• quando tratados com ácidos ou enzimas, se convertem
em compostos vermelhos insolúveis conhecidos por
flobafenos  coloração vermelha de muitas drogas
(cascas principalmente).
• amplamente distribuídos em plantas lenhosas.
Presentes em cascas de canelas, cereja, quina, acácia,
salgueiro, carvalho, hamamélis; sementes de cacau,
guaraná, cola; folhas de hamamélis, chá (verde) etc.
Propriedades físico-químicas:
• formam sólidos amorfos;
• solúveis em água (formam soluções coloidais) e em
solventes orgânicos polares (acetona, álcool, glicerina). A
solubilidade depende do grau de polimerização;
• insolúveis em solventes orgânicos apolares (éter,
clorofórmio);
• capacidade de precipitar com alcalóides, proteínas,
celulose e outras macromoléculas; com hidróxido de cálcio e
de bário; com molibdato de amônio;
• formam complexos (são agentes quelantes) com metais
pesados (cobre, mercúrio, chumbo, estanho, zinco etc.);
• se oxidam com facilidade, principalmente em meio ácido,
podendo atuar como agentes antioxidantes.
Métodos laboratoriais:
• precipitação com cloreto férrico (FeCl3): coloração azul =
taninos hidrolisáveis; coloração verde = taninos
condensados ;
• precipitação com soluções de gelatina e/ou de alcalóides
(quinina, cafeína etc.) e/ou de metais pesados;
• doseamento por precipitação de pó de pele (fonte de
colágeno = proteína), por espectrofotometria ou gravimetria;
• doseamento por precipitação de hemoglobinas e/ou de
albumina bovina sérica;
• cromatografia.
Ações farmacológicas e usos:
 3 características gerais principais:
1- complexação com íons metálicos
2- atividade antioxidante e seqüestradora de radicais
livres
3- complexação com macromoléculas
(complexação tanino-proteína ou polissacarídeo = impermeabilização
de camadas externas de pele e mucosas = limitação da perda de fluidos
e proteção contra agressões externas = regeneração de tecidos em
feridas, queimaduras e/ou inflamações; complexação com enzimas
microbianas e/ou seus substratos.)
Ações farmacológicas e usos:
USOS:
• antídotos em intoxicações por metais pesados e
alcalóides;
• adstringentes:
- via externa: cicatrizantes, hemostáticos, protetores e
reepitelizantes;
- via interna: antidiarreicos;
• antissépticos;
• antioxidantes;
• antinutritivos.
Aplicações industriais:
• curtimento de couro;
• fabricação de tintas;
• reagentes para detecção de gelatina, proteínas e
alcalóides;
• junto com outros compostos, produção de agentes
floculantes e coagulantes para tratamento de água;
• produção de espumas de uretano (boa resistência à
flamabilidade);
• desenvolvimento de sabor adstringente de vinhos, sucos
de frutas, chás e outras bebida, etc.
Curiosidades:
• papel biológico: defesa química das plantas contra o
ataque de herbívoros vertebrados ou invertebrados
(diminuição da palatabilidade, dificuldades na digestão,
produção de compostos tóxicos a partir da hidrólise dos
taninos) e contra microorganismos patogênicos;
• chá com leite (ingleses) X chá sem leite (holandeses).
HAMAMÉLIS - folhas de Hamamelis virginiana L.,
HAMAMELIDACEAE
HAMAMÉLIS
 arbusto ou pequena árvore nativa do leste da América do
Norte.
 indicada para o tratamento de lesões cutâneas leves,
processos inflamatórios da pele e das membranas mucosas,
hemorroidas e problemas associados a veias varicosas,
flebite, com aplicação tópica.
 na Alemanha a casca também é considerada droga. É
também indicada para tratamento da diarreia aguda,
inflamação das gengivas e da mucosa bucal.
 também se utiliza a água destilada de hamamélis ou
extrato de hamamélis.
NOZ-DE-GALHA - crescimentos vegetais em brotos jovens
de Quercus infectoria Olivier (FAGACEAE) resultantes da
deposição de ovos de insetos Himenópteros (Cynips)
NOZ-DE-GALHA
 inseto deposita os ovos no broto da planta 
desenvolvimento da larva  proliferação e hipertrofia dos
tecidos vegetais  formação de taninos .
 seu principal componente é o ácido tânico (50 a 70%).
 em desuso na medicina humana.
 usada na indústria de curtumes e corantes.
ESPINHEIRA-SANTA - folhas de Maytenus ilicifolia Reissek e
Maytenus aquifolium Mart. , CELASTRACEAE
ESPINHEIRA-SANTA
 conhecida como cancorosa ou cancerosa por ser usada
popularmente no tratamento de câncer de pele (uso tópico).
 nativa do sul do Brasil, Paraguai, Bolívia, Uruguai e
Argentina.
 além de taninos condensados (grupo das catequinas),
possui alcalóides e terpenos, entre outros.
 apresenta atividade antiulcerogênica semelhante à
cimetidina (inibidor de secreção ácida – bloqueia receptores H2).
 externamente é usada como cicatrizante e antisséptica.
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  • 1. AULA 9: Taninos Profa. Dra. Nilce Nazareno da Fonte Disciplina: FARMACOGNOSIA I
  • 2. O que são taninos? • um grande grupo de substâncias naturais, complexas, de natureza fenólica, hidrossolúveis, que possuem peso molecular compreendido entre 500 e 3000 Dalton e que, além das reações clássicas dos fenóis, apresentam a propriedade de precipitar alcalóides, gelatina e outras proteínas (formam complexos insolúveis em água com estes compostos). • historicamente usados para curtir couro. • responsáveis pela adstringência de muitos frutos e outros produtos vegetais.
  • 3. Como agem: taninos + macromoléculas interações hidrofóbicas e pontes de hidrogênio entre os agrupamentos fenólicos dos taninos e as proteínas e outros polímeros formação de complexos que precipitam CONDIÇÃO: o peso molecular da molécula de tanino deve estar compreendida entre limites bem definidos. 
  • 4. Fonte: CARVALHO, E. B. Estudo da interacção entre proteínas e taninos. 183 f. Tese. (Doutorado em Química). Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Porto, Portugal, 2007. Como os taninos agem:
  • 5. Fonte: CARVALHO, E. B. Estudo da interacção entre proteínas e taninos. 183 f. Tese. (Doutorado em Química). Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Porto, Portugal, 2007. Como os taninos agem:
  • 6. Fonte: CARVALHO, E. B. Estudo da interacção entre proteínas e taninos. 183 f. Tese. (Doutorado em Química). Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Porto, Portugal, 2007. Como os taninos agem:
  • 7. Classificação: • taninos hidrolisáveis • taninos elágicos • taninos gálicos • taninos condensados (ou não hidrolisáveis, ou pró-antocianidinas) • (pseudo-taninos)
  • 8. Taninos hidrolisáveis: • ésteres de glucose (ou compostos semelhantes) e de ácidos fenólicos: ác. gálico (taninos gálicos) ou ác. hexahidroxidifênico e seus derivados (taninos elágicos). • podem ser hidrolisados por ácidos ou enzimas.
  • 9. Taninos hidrolisáveis: taninos elágicos • são mais frequentes que os gálicos. • presentes em pele de romã, casca de romãzeira, folhas de eucalipto, castanha, casca de carvalho etc.
  • 10. Taninos hidrolisáveis: taninos gálicos • presentes em ruibarbo, cravo, pétalas de rosa vermelha, hamamélis, castanheira etc.
  • 11. Taninos condensados: • oligômeros e polímeros formados pela policondensação de duas ou mais unidades de flavan-3-ol e flavan-3,4-diol. • não são hidrolisados e não contêm um núcleo açucarado.
  • 12. Taninos condensados (contin.): • quando tratados com ácidos ou enzimas, se convertem em compostos vermelhos insolúveis conhecidos por flobafenos  coloração vermelha de muitas drogas (cascas principalmente). • amplamente distribuídos em plantas lenhosas. Presentes em cascas de canelas, cereja, quina, acácia, salgueiro, carvalho, hamamélis; sementes de cacau, guaraná, cola; folhas de hamamélis, chá (verde) etc.
  • 13. Propriedades físico-químicas: • formam sólidos amorfos; • solúveis em água (formam soluções coloidais) e em solventes orgânicos polares (acetona, álcool, glicerina). A solubilidade depende do grau de polimerização; • insolúveis em solventes orgânicos apolares (éter, clorofórmio); • capacidade de precipitar com alcalóides, proteínas, celulose e outras macromoléculas; com hidróxido de cálcio e de bário; com molibdato de amônio; • formam complexos (são agentes quelantes) com metais pesados (cobre, mercúrio, chumbo, estanho, zinco etc.); • se oxidam com facilidade, principalmente em meio ácido, podendo atuar como agentes antioxidantes.
  • 14. Métodos laboratoriais: • precipitação com cloreto férrico (FeCl3): coloração azul = taninos hidrolisáveis; coloração verde = taninos condensados ; • precipitação com soluções de gelatina e/ou de alcalóides (quinina, cafeína etc.) e/ou de metais pesados; • doseamento por precipitação de pó de pele (fonte de colágeno = proteína), por espectrofotometria ou gravimetria; • doseamento por precipitação de hemoglobinas e/ou de albumina bovina sérica; • cromatografia.
  • 15. Ações farmacológicas e usos:  3 características gerais principais: 1- complexação com íons metálicos 2- atividade antioxidante e seqüestradora de radicais livres 3- complexação com macromoléculas (complexação tanino-proteína ou polissacarídeo = impermeabilização de camadas externas de pele e mucosas = limitação da perda de fluidos e proteção contra agressões externas = regeneração de tecidos em feridas, queimaduras e/ou inflamações; complexação com enzimas microbianas e/ou seus substratos.)
  • 16. Ações farmacológicas e usos: USOS: • antídotos em intoxicações por metais pesados e alcalóides; • adstringentes: - via externa: cicatrizantes, hemostáticos, protetores e reepitelizantes; - via interna: antidiarreicos; • antissépticos; • antioxidantes; • antinutritivos.
  • 17. Aplicações industriais: • curtimento de couro; • fabricação de tintas; • reagentes para detecção de gelatina, proteínas e alcalóides; • junto com outros compostos, produção de agentes floculantes e coagulantes para tratamento de água; • produção de espumas de uretano (boa resistência à flamabilidade); • desenvolvimento de sabor adstringente de vinhos, sucos de frutas, chás e outras bebida, etc.
  • 18. Curiosidades: • papel biológico: defesa química das plantas contra o ataque de herbívoros vertebrados ou invertebrados (diminuição da palatabilidade, dificuldades na digestão, produção de compostos tóxicos a partir da hidrólise dos taninos) e contra microorganismos patogênicos; • chá com leite (ingleses) X chá sem leite (holandeses).
  • 19. HAMAMÉLIS - folhas de Hamamelis virginiana L., HAMAMELIDACEAE
  • 20. HAMAMÉLIS  arbusto ou pequena árvore nativa do leste da América do Norte.  indicada para o tratamento de lesões cutâneas leves, processos inflamatórios da pele e das membranas mucosas, hemorroidas e problemas associados a veias varicosas, flebite, com aplicação tópica.  na Alemanha a casca também é considerada droga. É também indicada para tratamento da diarreia aguda, inflamação das gengivas e da mucosa bucal.  também se utiliza a água destilada de hamamélis ou extrato de hamamélis.
  • 21.
  • 22. NOZ-DE-GALHA - crescimentos vegetais em brotos jovens de Quercus infectoria Olivier (FAGACEAE) resultantes da deposição de ovos de insetos Himenópteros (Cynips)
  • 23. NOZ-DE-GALHA  inseto deposita os ovos no broto da planta  desenvolvimento da larva  proliferação e hipertrofia dos tecidos vegetais  formação de taninos .  seu principal componente é o ácido tânico (50 a 70%).  em desuso na medicina humana.  usada na indústria de curtumes e corantes.
  • 24. ESPINHEIRA-SANTA - folhas de Maytenus ilicifolia Reissek e Maytenus aquifolium Mart. , CELASTRACEAE
  • 25. ESPINHEIRA-SANTA  conhecida como cancorosa ou cancerosa por ser usada popularmente no tratamento de câncer de pele (uso tópico).  nativa do sul do Brasil, Paraguai, Bolívia, Uruguai e Argentina.  além de taninos condensados (grupo das catequinas), possui alcalóides e terpenos, entre outros.  apresenta atividade antiulcerogênica semelhante à cimetidina (inibidor de secreção ácida – bloqueia receptores H2).  externamente é usada como cicatrizante e antisséptica.
  • 26.
  • 27. Chega por hoje? Então... Até a próxima aula!