O documento resume a história dos conflitos no Sudão e a separação do Sudão do Sul em 2011, incluindo: as principais informações sobre o Sudão e o Sudão do Sul; os motivos étnicos e religiosos para a separação; e conflitos em curso em Darfur e no Sudão do Sul após a independência.
2.
Capital: Cartum
Cidade mais populosa: Omdurman
Presidente: Omar al-Bashir
Moeda: Dinar sundanês
PIB (2014): U$152,264 bilhões
IDH (2014): 0,479
Línguas Oficiais: Arabé e Inglesa
Capital: Juba
Cidade mais populosa: Juba
Presidente: Salva Kiir Mayardit
Moeda: Libra sul-sundanesa
PIB (2014): U$ 23,306 bilhões
IDH (2014): 0,467
Língua Oficial: Língua Inglesa
Informações Principais
3.
O Sudão, oficialmente República do Sudão é um país africano, limitado a norte pelo Egito, a
leste pelo Mar Vermelho, por onde faz fronteira com a Arábia Saudita, pela Eritreia e
pela Etiópia, a sul pelo Sudão do Sul e a oeste pela República - Centro Africana, Chade e Líbia.
Sua religião predominante é o islamismo. Quase um quinto da população do Sudão vive abaixo
da linha internacional de pobreza, vivendo com menos de U$ 1,25 por dia.
Até 2011, o Sudão era o maior país da África e do Mundo árabe, quando o Sudão do Sul se
separou em um país independente. O Sudão é hoje o terceiro maior país da África (após
a Argélia e a República Democrática do Congo) e também o terceiro maior país do mundo árabe
(depois da Argélia e Arábia Saudita). Sua área consiste em 1.886.068 km².
Grande parte da história do Sudão é marcada por conflitos étnicos, além de dois conflitos
internos em andamento (um na região sul e outro na região de Darfur) e duas guerras civis,
entre 1955 e 1972 e 1983 e 2005. Há inúmeros casos de limpeza étnica e escravidão no país.
Quase um quinto da população do Sudão vive abaixo da linha internacional de pobreza,
vivendo com menos de U$ 1,25 por dia.
De acordo com o Índice Global da Fome de 2013, o Sudão tem um valor indicador GHI de 27,0,
indicando que o país tem um "estado alarmante de situação de fome", fazendo desta a quinta
nação mais faminta do mundo. Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de 0,414, o
classifica como um dos mais baixos níveis de desenvolvimento humano no mundo.
Sudão
4.
Sudão do Sul ou Sudão Meridional, oficialmente República do Sudão do Sul, o que é hoje o
Sudão do Sul era parte do Sudão anglo-egípcio e tornou-se parte da República do Sudão,
quando ocorreu a independência deste em 1956. Após a primeira guerra civil sudanesa, o sul do
Sudão tornou-se uma região autônoma em 1972. Esta autonomia durou até 1983. A segunda
guerra civil sudanesa desenvolvida anos depois, resultou novamente na autonomia da região,
através do tratado de Naivasha, assinado em 9 de janeiro de 2005 na Nigéria, com o exército
popular de libertação do Sudão. Em 9 de julho de 2011, o Sudão do Sul tornou-se um estado
independente.
Apesar de ser rico em petróleo, o Sudão do Sul é um dos países mais pobres do mundo, com
altas taxas de mortalidade infantil, e um sistema de saúde muito precário, considerado um dos
piores do mundo. Em termos de educação somente 27% da população acima dos 15 anos sabe
ler e escrever, chegando a 84% o índice de analfabetismo entre as mulheres e boa parte das
crianças não frequentam unidades escolares. Estima-se que aproximadamente 45% da
população não possua acesso a nenhuma fonte de água potável. A população sofre com a falta
de hospitais que na maioria dos casos oferecem péssimas condições estruturais e de higiene e
com o baixo número de profissionais da saúde. Os movimentos organizados pela população
acusam o governo do Sudão de utilizar comida como “arma de guerra”, cortando o seu
fornecimento ou atacando organizações humanitárias, como os Médicos sem Fronteiras, que
fazem constantes anúncios sobre a situação calamitosa que predomina em boa parte dos dois
países em conflito.
Sudão do Sul
5.
Assim como no restante da África, as fronteiras do Sudão foram desenhadas por potências
coloniais pouco preocupadas com as realidades étnicas e culturais da região.
A maioria da população do norte é muçulmana e fala árabe; o sul é composto de vários grupos
étnicos.
Com o governo centralizado no norte, em Cartum, a população no sul se dizia discriminada e
rejeitava tentativas de imposição da lei islâmica no país. Os dois lados lutaram entre si durante
a maior parte de sua história. Para a solução de um conflito armado que se arrastava por anos e
também pela grande pressão internacional foram estabelecidos acordos em 2005 na cidade de
Nairóbi, Nigéria, onde se decidiu pelo referendo de 2011, que culminou na separação que foi
realizado em janeiro do mesmo ano, quando 99% dos votantes apoiaram a divisão do país,
marcado por conflitos sectários.
A diferença entre os dois territórios é latente tanto nos aspectos físicos quanto nas composições
étnicas. O norte é majoritariamente composto por regiões desérticas (salvo o vale por onde
passa o Rio Nilo), com escassez de água e recursos naturais, enquanto o sul possui uma maior
quantidade de vegetação e pântanos. Além disso, o Sudão do Sul é basicamente composto por
povos cristãos e animistas, que não aceitavam a dominação política e legislativa dos povos do
norte, de maioria islâmica.
Motivos da Separação
7.
Darfur é uma região localizada no extremo oeste da República do Sudão, esse é dividido em três
estados, denominados de Darfur ocidental, Darfur do sul e Darfur do norte. Em 2003, dois
grupos armados da região de Darfur rebelaram-se contra o governo central sudanês, pro-árabe.
O Movimento de Justiça e Igualdade e o Exército de Libertação Sudanesa (SLA) acusaram o
governo de oprimir os não-árabes em favor dos árabes do país e de negligenciar a região de
Darfur. Em reação, o governo lançou uma campanha de bombardeios aéreos contra localidades
darfurianas em apoio a ataques por terra efetuados por uma milícia árabe, os janjaweed, houve
relatos de que a janjaweed estavam matando civis com base na etnia, cometendo estupros,
roubando bens, terras e gado. Mais de 2,5 milhões de civis foram deslocados, e se estima o total
de mortos entre 200 mil e 400 mil. Estas estimativas estavam estagnadas desde que os relatórios
iniciais da ONU apontaram genocídio já em 2003/2004. Em 5 de maio de 2006 o governo
sudanês e o principal grupo rebelde do país, o Movimento de Libertação do Sudão - MLS -
assinaram o Acordo de Paz de Darfur, que tentava pôr fim ao conflito. O acordo estabelecia
especificamente o desarmamento da janjaweed e desmantelamento dos grupos armados, e
visava estabelecer um governo temporário no qual os rebeldes pudessem participar. Somente
um grupo rebelde, o SLA, comandado por Minni Arko Minnawi, aceitou assinar o acordo.
Desde que o acordo foi assinado, entretanto, tem havido notícias de violência generalizada na
região. Surgiu um novo grupo, chamado Frente de Redenção Nacional, formado pela união de 4
grupos que recusaram-se a assinar os acordos de maio de 2006.
Conflito em Darfur
9.
A Guerra Civil Sul-Sudanesa é um conflito militar atualmente em curso no Sudão do
Sul, entre as forças do governo e as da oposição. Estimativas apontam que pelo menos 10
mil pessoas morreram no conflito até o momento. Diversas tentativas de cessar-fogo fogo
já ocorreram, mas todas acabaram falhando. A primeira delas em 23 de janeiro seguida
por mais uma em 9 de junho. O conflito tem um caráter fortemente étnico, sendo o
governo representado pelos dinka e a oposição pelos nuer. Mais de 1 milhão de pessoas
foram desalojadas no conflito de acordo com a ONU. O conflito teve início em 15 de
dezembro de 2013, no encontro do Conselho da Libertação Nacional em Nyakuron,
quando os líderes de oposição Riek Machar, Pagan Amum e Rebecca Garang votaram por
boicotar o encontro a ocorrer em 15 de dezembro. O presidente Salva Kiir ordenou então
o desarmamento de todas as tropas. Depois de desarmadas foi ordenado o re-armamento
dos Dinka, em resposta os membros da etnia Nuer se re-armaram. Os combates
irromperam entre esses grupos e se espalharam para as ruas da capital Juba quando
membros dinka do SPLM começaram a atacar civis da etnia Nuer. O presidente acusou
seus opositores de tentarem um golpe de estado, mas que a situação estava
controlada. Em 18 de dezembro, Machar negou qualquer tentativa de golpe e acusou o
presidente de fabricar tal alegação para atacar adversários políticos, afirmando que a
violência havia sido iniciada pela guarda de Kiir.
Guerra Civil Sul-
Sudanesa
10.
Sob controle do Governo Sudão do Sul
Sob controle do SPLM
Sob controle do Governo do Sudão
Mapa do conflito