2. Aluísio Azevedo
São Luís, Maranhão
Escritor e caricaturista
Folhetins romanescos +
romances naturalistas que
representam sua visão de
mundo, como O mulato e
O cortiço
O cortiço
1857-1913
3. O CORTIÇO
Cortiço na rua Visconde do Rio Branco, Rio de Janeiro, por volta de 1906
4. ROMANCE EXPERIMENTAL
Émile Zola define o Naturalismo como uma
aplicação, na Literatura, do método de
observação e de experimentação.
Romance de tese porque desenvolve uma
estrutura pensada para provar a visão
determinista da sociedade.
O aviltamento e a perda da dignidade dos
indivíduos é a grande tese exposta nos
romances naturalistas.
5. FOCO NARRATIVO
FOCO NARRATIVO
Narrado em 3ª pessoa, onisciente: revela o
pensamento dos personagens, faz julgamentos e
tenta comprovar, como se fosse um cientista, as
influências do meio, da raça e do momento
histórico.
Discurso indireto livre
6. TEMPO
TEMPO
O tempo é linear: fatos apresentados em ordem
cronológica – princípio, meio e desfecho da
narrativa.
Ciclo biológico: nascimento - construção do
cortiço, crescimento - vinda de um grande
número de moradores, morte - destruição da
estalagem pelo fogo.
A história se desenrola no Brasil do final do
século XIX, sem precisão de datas.
7. ESPAÇO
ESPAÇO
Espaço é o microcosmo de uma sociedade
em formação: cortiço x sobrado, ressaltando
a briga constante de forças econômicas e
sociais.
O espaço urbano: o proletariado e a classe
média ganharam campo, pois a mão-de-obra
era muito necessária, houve, na época, a
imigração de italianos e portugueses em
busca de trabalho.
8. Espaço físico: habitação coletiva
Espaço social: mistura de “raças”,
choque entre elas.
Espaço simbólico : ALEGORIA do Brasil
(“matéria-prima de lucro para o
capitalismo”)
9. PERSONAGENS
PERSONAGENS
O cortiço: personagem principal, pois é o núcleo
gerador de tudo. Cresce, desenvolve-se e
transforma-se juntamente com seu proprietário, João
Romão.
O sobrado: personagem atrelado ao cortiço,
funciona como rival. A tensão existente entre cortiço
e sobrado é apresentada por meio da relação entre
João Romão e Miranda.
João Romão: português interesseiro, deseja
enriquecer, explora os moradores do cortiço e os
trabalhadores da pedreira.
Miranda: português que enriquece através do
casamento.
10. PERSONAGENS
PERSONAGENS
Bertoleza: cafuza, escrava, pobre, trabalhadeira e
fiel a João Romão.
D. Estela: mulher branca, nobre e adúltera.
Zulmira: filha de D. Estela e de Miranda
Botelho: amigo de Miranda, como agregado, vive na
casa de favor, por isso não tem voz, somente vê,
escuta e se faz amigo de todos, diplomático.
João Romão e Bertoleza se juntam e constroem o
cortiço; Miranda e D. Estela compram o sobrado. Os
homens agem como rivais e sentem inveja um do
outro, até que João Romão se casa com Zulmira.
11. Jerônimo: português, começa a trabalhar na pedreira de
João Romão, conquistando respeito de todos, mas
“abrasileirou-se”, tornando-se preguiçoso, festeiro,
apreciador de cachaça.
Piedade: esposa de Jerônimo e mãe de Marianita
(Senhorinha), sofre muito a partir do momento em que o
marido se interessa por Rita Baiana.
Rita Baiana: mulata sensual, provocante, tem um caso com
Firmo, mas não se casam, o relacionamento vive de idas e
vindas.
Firmo: mulato capoeirista, valente, preguiçoso, gosta muito
de gastar, vive de festa com Rita.
Jerônimo, desde o dia em que viu Rita dançar pela primeira
vez, estava fadado à perdição, arrastando Firmo e Piedade
para o caminho do ciúme e da destruição. Firmo morre e
Piedade torna-se miserável e bêbada.
12. Pombinha: filha de D. Isabel. Separou-se do marido para
ficar com Léonie, que a iniciara no prazer sexual, fazendo-a
atingir a puberdade.
Léonie: prostituta, madrinha de uma das filhas de Augusta,
possui a independência financeira. Vende seu corpo, mas o
que faz não é crime aos olhos dos moradores do cortiço, que
não têm as restrições sexuais da burguesia brasileira.
Senhorinha: filha de Jerônimo e Piedade, foi educada em
bons colégios, mas vive em meio ao ambiente do cortiço e
acaba com um destino parecido com o de Pombinha.
Pombinha foi criada por D. Isabel com muito desvelo,
estudou, não lavava e esperava se tornar mulher para casar-
se. Envolve-se com Léonie, torna-se mulher e depois casa,
mas não se adapta à falta de liberdade imposta pelo
casamento, por isso decide morar com a prostituta,
aprendendo seu ofício, tornando-se senhora de si por meio do
13. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS
Henrique: filho de um fazendeiro importante que se
encontra aos cuidados de Miranda até o fim de seus
estudos. Cultivará um caso com D. Estela.
Valentim: filho alforriado de uma escrava por quem
D. Estela nutria afeição ilimitada.
Libório: velho pão-duro que esmolava entre os
outros moradores do Cortiço, mas que possuía uma
fortuna escondida, da qual Romão irá se apoderar
depois da morte de Libório no segundo incêndio
provocado pela Bruxa.
14. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS
Paula (a Bruxa): cabocla velha que exercia função
de curandeira. Põe fogo no cortiço duas vezes após
enlouquecer, morrendo na segunda tentativa.
Marciana: mulata velha, com mania de limpeza, mãe
de Florinda. Perde o juízo quando a filha foge de
casa.
Florinda: filha virgem de Marciana, que engravida
de um dos vendeiros de Romão e foge de casa.
Dona Isabel: mãe de Pombinha. Seu maior sonho é
ver a filha casada.
Albino: lavadeiro homossexual, morador do cortiço.
15. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS
Agostinho: filho caçula de Machona que morre num
acidente da pedreira.
Augusta: brasileira branca, honesta, casada com
Alexandre e com muitos filhos.
Alexandre: mulato, militar, dava muito valor ao seu
emprego.
Juju: afilhada de Léonie.
Leocádia: portuguesa, esposa de Bruno, comete
adultério com Henrique.
Bruno: ferreiro casado com Leocádia.
16. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS
Leonor: negrinha virgem, moradora do cortiço.
Leandra (Machona): portuguesa feroz, habitante do cortiço.
Ana das Dores: filha desquitada de Machona.
Neném: filha virgem de Machona, muito cobiçada.
Delporto, Pompeo, Francesco e Andrea: imigrantes italianos
que residiam no cortiço. Azevedo foi um dos primeiros a
caracterizar literariamente a figura do imigrante italiano no
Brasil, mesmo que de forma preconceituosa, retratando-os
como carcamanos imundos.
Porfiro: mulato capoeira amigo de Firmo.
Pataca: cúmplice de Jerônimo no assassinato de Firmo, torna-
se um dos aproveitadores de Piedade depois que Jerônimo vai
morar com Rita.
17. RESUMO DO ENREDO
É a história do Cortiço – personagem principal da
obra. “Durante dois anos o cortiço prosperou de dia
para dia, ganhando forças, socando-se de gente.(...)
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava,
abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas
e janelas alinhadas.”
João Romão, português, trabalha em uma vendinha
em Botafogo, quando o o dono da venda decide voltar
para Portugal, João Romão recebe a venda e mais um
dinheiro como pagamento de salários vencidos.
18. Junta-se a Bertoleza – escrava quitandeira, que
vendia peixes fritos e iscas de boi, submissiva e
trabalhadeira. Bertoleza pagava ao seu dono
todo mês para manter-se livre e juntava
dinheiro para comprar sua carta de Alforria.
João Romão simula uma carta de Alforria e a dá
à Bertoleza que em troca passa a ser o braço
direito de João Romão.
Romão compra o terreno ao lado da venda e
constrói o cortiço com material roubado das
fábricas em construção na redondeza do cortiço
e ajuda de Bertoleza.
Além de alugar as casinhas do cortiço, João
Romão monta um restaurante para vender
almoço aos trabalhadores das fábricas.
19. Ao lado do cortiço, constrói um casarão, um
outro português, mas de classe elevada, com
certos ares de pessoa importante, o Senhor
Miranda, cuja mulher leva vida irregular.
Miranda não se dá com João Romão, nem vê
com bons olhos o cortiço perto de sua casa.
Os dois mantêm uma relação de inveja um
pelo outro, pois Romão inveja a vida
pomposa de Miranda; enquanto Miranda
inveja a liberdade de Romão, pois Miranda,
precisa viver com uma mulher que o trai,
para poder manter ser status.
20. No cortiço moram os mais variados tipos:
brancos, pretos, mulatos, lavadeiras,
malandros, assassinos, vadios, benzedeiras
etc. Entre outros: a Machona, lavadeira
gritalhona, "cujos filhos não se pareciam uns
com os outros"; Alexandre, mulato
pernóstico; Pombinha, moça franzina que se
desencaminha por influência das más
companhias; Rita Baiana, mulata faceira que
andava amigada na ocasião com Firmo,
malandro valentão; Jerônimo e sua mulher,
e outros mais.
21. João Romão compra uma pedreira que existe
no fundo do cortiço e passa a enriquecer de
modo acelerado, pois a cidade do Rio está
passando por um processo de urbanização e as
ruas são pavimentadas com paralelepípedos
retirados das pedreiras.
No cortiço há festas com certa frequência,
destacando-se nelas Rita Baiana como
dançarina provocante e sensual, o que faz
Jerônimo perder a cabeça. Enciumado, Firmo
acaba brigando com Jerônimo, e abre a barriga
do rival com a navalha e foge.
22. Naquela mesma rua, outro cortiço se forma. Os
moradores do cortiço de João Romão chamam-
no de "Cabeça-de-gato"; como revide, recebem
o apelido de "Carapicus“(peixe mais vendido
por Bertoleza). Firmo passara a morar no
"Cabeça-de-Gato", onde se torna chefe dos
malandros.
Jerônimo, que havia sido internado em um
hospital após a briga com Firmo, arma uma
emboscada traiçoeira para o malandro e o mata
a pauladas, fugindo em seguida com Rita
Baiana, abandonando a mulher.
23. Querendo vingar a morte de Firmo, os
moradores do "Cabeça-de-gato" travam séria
briga com os "Carapicus". Um incêndio,
porém, em vários barracos do cortiço de João
Romão põe fim à briga coletiva.
O português, agora endinheirado, reconstrói
o cortiço, dando-lhe nova feição e pretende
realizar um objetivo que há tempos vinha
alimentando: casar-se com uma mulher "de
fina educação", legitimamente.
24. Lança os olhos em Zulmira, filha do Miranda.
Botelho, um velho parasita que reside com a
família do Miranda e de grande influência junto
deste, aplaina o caminho para João Romão,
mediante o pagamento de vinte contos de réis.
E em breve os dois patrícios, por interesse, se
tornam amigos e o casamento é coisa certa. Só
há uma dificuldade: Bertoleza. João Romão
arranja um piano para livrar- se dela: manda um
aviso aos antigos proprietários da escrava,
denunciando-lhe o paradeiro.
E em breve os dois patrícios, por interesse, se tornam amigos e o casamento é coisa certa. Só há uma dificuldade: Bertoleza. João Romão arranja um piano para livrar- se dela: manda um aviso aos antigos proprietários da escrava, denunciando-lhe o paradeiro.
25. Pouco tempo depois, surge a polícia na casa
de João Romão para levar Bertoleza aos
seus antigos senhores. A escrava
compreende o destino que lhe estava
reservado, suicida-se, cortando o ventre com
a mesma faca com que estava limpando o
peixe para a refeição de João Romão.
26. CORTIÇO X SOBRADO
HORIZONTALIDADE
Estagnação social
VERTICALIDADE
Ascensão social
Ausência de regras
Regras definidas
ANIMAL
Natureza fisiológica
CULTURA
Organização social regida por
leis
M
U
R
O
INSTINTO
Insultos, Brigas, Morte
RAZÃO
Troca de favores
Jogo de interesses
27. ASPECTOS CENTRAIS
ASPECTOS CENTRAIS
Romance social
Crítica ao capitalismo
selvagem (a exploração do
homem pelo próprio homem)
O trabalhador sob a
condição de servidão,
exploração da renda
imobiliária, da usura e
prática do roubo
O homem socialmente
alienado e rebaixado ao
nível da animalidade
28. A situação da mulher
Mulher-objeto: usada e
aviltada pelo homem
(Bertoleza e Piedade)
Mulher-sujeito:
independente dos homens
(Léonie e Pombinha)
Mulher-objeto-sujeito:
simultaneamente objeto e
sujeito (Rita Baiana)
29. Zoomorfização
homem = animal
O instinto predomina sobre a razão
E naquela terra encharcada e fumegante, naquela
umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a
fervilhar, a crescer um mundo, uma coisa viva, uma
geração que parecia brotar espontânea, ali mesmo,
daquele lameiro e multiplicar-se como larvas no esterco.
As corridas até a venda reproduziam-se num
verminar de formigueiro assanhado.
30. A força do sexo
Degradante, conduz os personagens ao
acanalhamento, prostituição, lesbianismo, adultério.
E cada verso que vinha da sua boca de mulata era um arrulhar
choroso de pomba no cio. E o Firmo, bêbedo de volúpia,
enroscava-se todo ao violão; e o violão e ele gemiam com o
mesmo gosto, grunhindo, ganindo, miando, com todas as
vozes de bichos sensuais, num desespero de luxúria que
penetrava até ao tutano com línguas finíssimas de cobra.
O homossexualismo
A questão da homossexualidade é tratada como desvio
de conduta, anormal, patológico, animalesca.
31.
32. EXERCÍCIOS:
A PEDREIRA Daí à pedreira, restavam apenas uns cinqüenta passos e o
chão era já todo coberto por uma farinha de pedra moída que sujava
como a cal. Aqui, ali, por toda a parte, encontravam-se trabalhadores,
uns ao sol, outros debaixo de pequenas barracas feitas de lona ou de
folha de palmeira. De um lado cunhavam pedra cantando; de outro a
quebravam a picareta; de outro afeiçoavam lajedos a ponta de picão;
mais adiante faziam paralelepípedos a escopro e macete. E todo
aquele retintim de ferramentas, e o martelar da forja, e o corpo dos
que lá em cima brocavam a rocha para lançar-lhe fogo, e a surda
zoada ao longe, que vinha do cortiço, como de uma aldeia alarmada;
tudo dava a idéia de uma atividade feroz, de uma luta de vingança e
de ódio. Aqueles homens gotejantes de suor, bêbedos de calor,
desvairados de insolação, a quebrarem, a espicaçarem, a torturarem
a pedra, pareciam um punhado de demônios revoltados na sua
impotência contra o impassível gigante que os contemplava com
desprezo, imperturbável a todos os golpes e a todos os tiros que lhe
33. desfechavam no dorso, deixando sem um gemido que lhe abrissem as
entranhas de granito. O membrudo cavouqueiro havia chegado à fralda
do orgulhoso monstro de pedra; tinha-o cara a cara, mediu-o de alto a
baixo, arrogante, num desafio surdo.
A pedreira mostrava nesse ponto de vista o seu lado mais imponente.
Descomposta, com o escalavrado flanco exposto ao sol, erguia-se
altaneira e desassombrada, afrontando o céu, muito íngreme, lisa,
escaldante e cheia de cordas que, mesquinhamente, lhe escorriam pela
ciclópica nudez com um efeito de teias de aranha. Em certos lugares,
muito alto do chão, lhe haviam espetado alfinetes de ferro,
amparando, sobre um precipício, miseráveis tábuas que, vistas cá de
baixo, pareciam palitos, mas em cima das quais uns atrevidos pigmeus
de forma humana equilibravam-se, desfechando golpes de picareta
contra o gigante. (AZEVEDO, Aluísio de. O Cortiço. 25a ed. São Paulo.
Ática, 1992, 48-49)
34. Faça o somatório das alternativas corretas:
01. Retratam fatos que a sociedade procura ocultar.
02. O meio ambiente é preponderante e determinante no
comportamento do personagem.
04. O enredo é carregado de determinismo e fatalismo.
08. O meio social, a hereditariedade, os instintos determinam os
conflitos e a vida do homem.
16. Personagens humildes são fotografados em situações chocantes
para o leitor da época.
32. Em “lhe haviam espetado alfinetes de ferro, amparando, sobre
um precipício” o pronome lhe poderia ser substituído por ‘o’ sem
alteração do sentido.
36. A questão a seguir baseia-se no seguinte fragmento do romance O cortiço
(1890), de Aluísio Azevedo (1857-1913).
O cortiço Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem
casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os
tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora
de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de
gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e
pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os
guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer
água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que
se despejavam sobre as chamas. Os sinos da vizinhança começaram a badalar. E
tudo era um clamor. A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma
fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de
cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada,
escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter
fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as
queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que
ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca. Ia
atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa
incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de
brasas. (Aluísio Azevedo. O cortiço)
37. O caráter naturalista nessa obra de Aluísio Azevedo oferece, de maneira figurada,
um retrato de nosso país, no final do século XIX. Põe em evidência a competição
dos
mais fortes, entre si, e estes, esmagando as camadas de baixo, compostas de
brancos pobres, mestiços e escravos africanos. No ambiente de degradação de um
cortiço, o autor expõe um quadro tenso de misérias materiais e humanas. No
fragmento, há várias outras características do Naturalismo. Aponte a alternativa
em que as duas características apresentadas são corretas.
a)Exploração do comportamento anormal e dos instintos baixos; enfoque da vida
e dos fatos sociais contemporâneos ao escritor.
b)Visão subjetivista dada pelo foco narrativo; tensão conflitiva entre o ser humano
e o meio ambiente.
c)Preferência pelos temas do passado, propiciando uma visão objetiva dos fatos;
crítica aos valores burgueses e predileção pelos mais pobres.
d)A onisciência do narrador imprime-lhe o papel de criador, e se confunde com a
idéia de Deus; utilização de preciosismos vocabulares, para enfatizar o
distanciamento entre a enunciação e os fatos enunciados.
e)Exploração de um tema em que o ser humano é aviltado pelo mais forte;
predominância de elementos anticientíficos, para ajustar a narração ao ambiente
degradante dos personagens.