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Jefferson Picanço1, 2 ; Maria José Mesquita 1, Flávio Sturion 1,3; Vitor Cardoso 1
jeffpicanco@ige.unicamp.br
1 - Departamento de Geologia e Recursos Naturais (DGRN/IG/UNICAMP), R. João Pandiá Calógeras, 51 –13.083-970, Campinas, SP,;
2 – CENACID/UFPR; 3 – ARCADIS/LOGOS
Introdução
ANÁLISE DE SUSCETIBILIDADE PARA DEBRIS FLOWS NA SUB-BACIA
DO RIBEIRÃO TINGIDOR (MORRETES, PR)
Os fluxos de detritos (debris flows), por sua enorme
capacidade de destruição, são objeto de intenso estudo
na literatura especializada (Hungr et al. 2001). O
presente trabalho discute os parâmetros de
suscetibilidade e hazard para o fluxo de detritos do
ribeirão Tingidor, no município de Morretes (PR), afetado
pelo evento hidrológico de março/2011.
A sub-bacia do ribeirão Tingidor está localizada na bacia
do rio Jacareí, no litoral do estado do Paraná (Fig 1). Faz
parte da Serra da Prata, uma das denominações locais
para a Serra do Mar (Fig. 2) . A bacia do ribeirão Tingidor
tem uma área de 213,3 ha, com um perímetro máximo
de 3350 m, com altitude máxima de 890 m e nível de
base em 27 m.
A partir dos dados do inventário (Fig 8) as áreas de cada feição analisada foram calculadas as estimativas do
volume total do fluxo de detritos gerados neste evento. A partir das áreas obtidas no GIS, foram estimadas
espessuras médias para cada feição analisada, variando de 1,0 a 1,5 m. Os cálculos de volume foram então
realizadas pela equação de Jakob (2005a): Vt = SVi + SVe - SVd onde Vi é o volume das cicatrizes de
escorregamento, Ve é o material erodido no canal para formar as ravinas e Vd é o volume final depositado, seja
no canal seja no leque.
O volume total do fluxo de detritos do rio Tingidor é 4,6x105 m³, classe 5 (Muito Grande) na classificação por
tamanho de Jakob (2005b).
A relação entre a distância percorrida pelo fluxo (L = 3158 m) e sua altura (H = 660 m) é de H/L=0,21. As
diversas ocorrências de debris flows na serra do Mar discutidas na literatura e apresentadas na figura 9 com os
dados da Bacia do rio Jacareí mostram uma relação H/L= 6,0373V-0,252 (R²=0,7608).
O debris flow do ribeirão Tingidor apresenta zonas de iniciação, transporte e deposição bem marcadas. Trata-se
também de um debris flow de grande porte. Foram obtidos os parâmetros de volume total e H/L, que foram
correlacionadas com dados de outros debris flows da literatura ocorridos na Serra do Mar. A relação obtida é
também bastante similar as encontradas na literatura (Estrada, 2010). Os próximos passos da pesquisa são o
cálculo dos parâmetros das vazões de pico e velocidade do fluxo de detritos, visando determinar zonas de
suscetibilidade. Da mesma forma, não existem ainda dados quantitativos para outros eventos de mesma
frequência e magnitude na área. A delimitação de parâmetros empíricos é essencial para a confecção de mapas
de suscetibilidade e hazard para debris flows na região.
Agradecimentos
Projeto financiado por IG, FAEPEX-UNICAMP, e PIBIC-SAE-UNICAMP com bolsa de iniciação científica de Vitor
Cardoso. Agradecemos ao Prof. Renato Lima (CENACID/UFPR), líder do projeto IPL-182 (Characterization of
Landslides Mechanism and impacts as a tool to fast risk analysis of landslides-related disasters in Brazil).
Conclusões/Recomendações
9º Simpósio Nacional de 
Cartografia Geotécnica
0
50
100
150
200
250
Precipitação(mm)
Figura 1 – Localização da área de estudo.
Figura 3 – Dados regionais de precipitação no evento de março/2011
conforme o SIMEPAR, 2013).
Figura 9 – Diagrama de volume (Vt) por H/L para diversas
ocorrências de debris flows na Serra do Mar. O campo
entre linhas pretas é o campo de ocorrência de debris
flows segundo Corominas (1996).
Círculo vermelho: dados do ribeirão Tingidor (CT-11, este
trabalho), e ribeirão do Gigante (CG-11, trabalho em
preparação) ambos na bacia do rio Jacareí;
Círculos pretos (Massad et al. 1997 e Estrada 2010):
Caraguatatuba, 1967 (CG-67); Córrego das Pedras, 1994
(CP-94); Córrego das Pedras 1996 (CP-96); Via Anchieta,
1996 (VA-96); Morro do Quitite, 1996 (MP-96); Morro do
Papagaio, 1996 (MP-96); Lavrinhas, 2001 (LV-01).
Figura 4 - Zona de iniciação dos
escorregamentos, com material
remontante e residual ainda instável
na encosta.
Figura 6 - Vista para montante da zona
de deposição, com formação de leque
coluvionar. Ao fundo no alto, vista de
cicatrizes de escorregamentos.
Figura 7 – Alinhamento de blocos
imbricados (barra lateral?) na zona
de deposição do leque coluvionar.
Figura 5 - Vista para jusante da Zona
de iniciação para a zona de
transporte de material.
Discussão
Os debris flows na área foram deflagrados pela
precipitação dos dias 10-12 de março de 2011 (Fig 3).
Na sub-bacia do ribeirão Tingidor foram reconhecidas
em campo as zonas de iniciação/nucleação dos
escorregamentos, nas cicatrizes de escorregamentos
translacionais rasos (Fig 4), a zona de transporte de
material nos canais (Fig 5) e as áreas de deposição
formando leques coluvionares (Fig 6 e 7). O inventário
destas zonas foi realizado em imagem worldview© em
ambiente GIS (Fig 8).
Referencias
Corominas J. (1996) “The angle of reach as a mobility index for small and large landslides”. Canadian Geotechnical Journal 33:260-271
Estrada LSP (2010) Correlações Empíricas para Fluxos de Detritos. Dissertação UFRJ/COPPE, 2010, 110 p.
Hung, O, Evans SG, Bovis MJ, Hutchinson JN (2001) A review of the classification of landslides in the flow type. Environmental and Engineering Geoscience VII (3):221–228
Jakob M (2005a) A Debris flow hazard analysis. In: Jakob, M and Hungr, O (ed). Debris flow hazards and related fenomena. Springer/Praxis, p. 411 - 444
Jakob, M. (2005b) A size classification for debris flows. Engineering Geology 79:151-161
Massad F, Cruz PT, Kanji MA, Araujo Filho HA (1997) Comparison between estimated and measured debris-flow discharges and volume of sediments. 2nd Panamerican
Symposium on Landslides and 2º Congr. Bras. Estab. Encostas COBRAE, R. Janeiro, 1:212–222
Resultados
Figura 8 – Inventário das feições erosivas e deposicionais do debris flow do ribeirão Tingidor.
Legenda: classes de declividade em graus; tipos de feições analisadas: 1) zonas de iniciação
(cicatriz de escorregamento); 2) zonas de transporte: canal; zonas de deposição: leques
coluvionares; Elaborada em ambiente GIS sobre imagem worldview©.
Figura 2 – Ortofoto retificada com a
Localização da sub-bacia do ribeirão Tingidor
na bacia do rio Jacareí.

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Debris Flow Susceptibility Analysis Ribeirão Tingidor Stream Sub-basin (Morretes, PR

  • 1. Jefferson Picanço1, 2 ; Maria José Mesquita 1, Flávio Sturion 1,3; Vitor Cardoso 1 jeffpicanco@ige.unicamp.br 1 - Departamento de Geologia e Recursos Naturais (DGRN/IG/UNICAMP), R. João Pandiá Calógeras, 51 –13.083-970, Campinas, SP,; 2 – CENACID/UFPR; 3 – ARCADIS/LOGOS Introdução ANÁLISE DE SUSCETIBILIDADE PARA DEBRIS FLOWS NA SUB-BACIA DO RIBEIRÃO TINGIDOR (MORRETES, PR) Os fluxos de detritos (debris flows), por sua enorme capacidade de destruição, são objeto de intenso estudo na literatura especializada (Hungr et al. 2001). O presente trabalho discute os parâmetros de suscetibilidade e hazard para o fluxo de detritos do ribeirão Tingidor, no município de Morretes (PR), afetado pelo evento hidrológico de março/2011. A sub-bacia do ribeirão Tingidor está localizada na bacia do rio Jacareí, no litoral do estado do Paraná (Fig 1). Faz parte da Serra da Prata, uma das denominações locais para a Serra do Mar (Fig. 2) . A bacia do ribeirão Tingidor tem uma área de 213,3 ha, com um perímetro máximo de 3350 m, com altitude máxima de 890 m e nível de base em 27 m. A partir dos dados do inventário (Fig 8) as áreas de cada feição analisada foram calculadas as estimativas do volume total do fluxo de detritos gerados neste evento. A partir das áreas obtidas no GIS, foram estimadas espessuras médias para cada feição analisada, variando de 1,0 a 1,5 m. Os cálculos de volume foram então realizadas pela equação de Jakob (2005a): Vt = SVi + SVe - SVd onde Vi é o volume das cicatrizes de escorregamento, Ve é o material erodido no canal para formar as ravinas e Vd é o volume final depositado, seja no canal seja no leque. O volume total do fluxo de detritos do rio Tingidor é 4,6x105 m³, classe 5 (Muito Grande) na classificação por tamanho de Jakob (2005b). A relação entre a distância percorrida pelo fluxo (L = 3158 m) e sua altura (H = 660 m) é de H/L=0,21. As diversas ocorrências de debris flows na serra do Mar discutidas na literatura e apresentadas na figura 9 com os dados da Bacia do rio Jacareí mostram uma relação H/L= 6,0373V-0,252 (R²=0,7608). O debris flow do ribeirão Tingidor apresenta zonas de iniciação, transporte e deposição bem marcadas. Trata-se também de um debris flow de grande porte. Foram obtidos os parâmetros de volume total e H/L, que foram correlacionadas com dados de outros debris flows da literatura ocorridos na Serra do Mar. A relação obtida é também bastante similar as encontradas na literatura (Estrada, 2010). Os próximos passos da pesquisa são o cálculo dos parâmetros das vazões de pico e velocidade do fluxo de detritos, visando determinar zonas de suscetibilidade. Da mesma forma, não existem ainda dados quantitativos para outros eventos de mesma frequência e magnitude na área. A delimitação de parâmetros empíricos é essencial para a confecção de mapas de suscetibilidade e hazard para debris flows na região. Agradecimentos Projeto financiado por IG, FAEPEX-UNICAMP, e PIBIC-SAE-UNICAMP com bolsa de iniciação científica de Vitor Cardoso. Agradecemos ao Prof. Renato Lima (CENACID/UFPR), líder do projeto IPL-182 (Characterization of Landslides Mechanism and impacts as a tool to fast risk analysis of landslides-related disasters in Brazil). Conclusões/Recomendações 9º Simpósio Nacional de  Cartografia Geotécnica 0 50 100 150 200 250 Precipitação(mm) Figura 1 – Localização da área de estudo. Figura 3 – Dados regionais de precipitação no evento de março/2011 conforme o SIMEPAR, 2013). Figura 9 – Diagrama de volume (Vt) por H/L para diversas ocorrências de debris flows na Serra do Mar. O campo entre linhas pretas é o campo de ocorrência de debris flows segundo Corominas (1996). Círculo vermelho: dados do ribeirão Tingidor (CT-11, este trabalho), e ribeirão do Gigante (CG-11, trabalho em preparação) ambos na bacia do rio Jacareí; Círculos pretos (Massad et al. 1997 e Estrada 2010): Caraguatatuba, 1967 (CG-67); Córrego das Pedras, 1994 (CP-94); Córrego das Pedras 1996 (CP-96); Via Anchieta, 1996 (VA-96); Morro do Quitite, 1996 (MP-96); Morro do Papagaio, 1996 (MP-96); Lavrinhas, 2001 (LV-01). Figura 4 - Zona de iniciação dos escorregamentos, com material remontante e residual ainda instável na encosta. Figura 6 - Vista para montante da zona de deposição, com formação de leque coluvionar. Ao fundo no alto, vista de cicatrizes de escorregamentos. Figura 7 – Alinhamento de blocos imbricados (barra lateral?) na zona de deposição do leque coluvionar. Figura 5 - Vista para jusante da Zona de iniciação para a zona de transporte de material. Discussão Os debris flows na área foram deflagrados pela precipitação dos dias 10-12 de março de 2011 (Fig 3). Na sub-bacia do ribeirão Tingidor foram reconhecidas em campo as zonas de iniciação/nucleação dos escorregamentos, nas cicatrizes de escorregamentos translacionais rasos (Fig 4), a zona de transporte de material nos canais (Fig 5) e as áreas de deposição formando leques coluvionares (Fig 6 e 7). O inventário destas zonas foi realizado em imagem worldview© em ambiente GIS (Fig 8). Referencias Corominas J. (1996) “The angle of reach as a mobility index for small and large landslides”. Canadian Geotechnical Journal 33:260-271 Estrada LSP (2010) Correlações Empíricas para Fluxos de Detritos. Dissertação UFRJ/COPPE, 2010, 110 p. Hung, O, Evans SG, Bovis MJ, Hutchinson JN (2001) A review of the classification of landslides in the flow type. Environmental and Engineering Geoscience VII (3):221–228 Jakob M (2005a) A Debris flow hazard analysis. In: Jakob, M and Hungr, O (ed). Debris flow hazards and related fenomena. Springer/Praxis, p. 411 - 444 Jakob, M. (2005b) A size classification for debris flows. Engineering Geology 79:151-161 Massad F, Cruz PT, Kanji MA, Araujo Filho HA (1997) Comparison between estimated and measured debris-flow discharges and volume of sediments. 2nd Panamerican Symposium on Landslides and 2º Congr. Bras. Estab. Encostas COBRAE, R. Janeiro, 1:212–222 Resultados Figura 8 – Inventário das feições erosivas e deposicionais do debris flow do ribeirão Tingidor. Legenda: classes de declividade em graus; tipos de feições analisadas: 1) zonas de iniciação (cicatriz de escorregamento); 2) zonas de transporte: canal; zonas de deposição: leques coluvionares; Elaborada em ambiente GIS sobre imagem worldview©. Figura 2 – Ortofoto retificada com a Localização da sub-bacia do ribeirão Tingidor na bacia do rio Jacareí.