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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
JEAN CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS
ESFÉRULAS PLÁSTICAS (PLASTIC PELLETS) NAS PRAIAS DE IMBITUBA E
LAGUNA - SANTA CATARINA
Tubarão
2012
JEAN CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS
ESFÉRULAS PLÁSTICAS (PLASTIC PELLETS) NAS PRAIAS DE IMBITUBA E
LAGUNA - SANTA CATARINA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito para obtenção do título de
licenciatura em Ciências Biológicas da
Universidade do Sul de Santa Catarina.
Orientador: Prof. Adilson Tibúrcio, Msc.
Co-orientador: Prof. Sergio A. Netto, Dr.
Tubarão
2012
JEAN CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS
ESFÉRULAS PLÁSTICAS (PLASTIC PELLETS) NAS PRAIAS DE IMBITUBA E
LAGUNA - SANTA CATARINA
Este trabalho de conclusão de curso foi
julgado adequado à obtenção do grau de
Licenciado em Ciências Biológicas e aprovado
em sua forma final pelo curso de Ciências
Biológicas da Universidade do Sul de Santa
Catarina.
Tubarão, 30 de Novembro de 2012.
_______________________________________________________
Prof. e orientador Adilson Tibúrcio, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina
________________________________________________________
Profª. Josiane Somariva Prophiro, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina
________________________________________________________
Prof. Mariselma Simiano Jung, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e da sabedoria.
Aos meus pais, a minha esposa e aos meus filhos, que sempre estiveram comigo
nesta trajetória, inclusive na realização das atividades em campo para o desenvolvimento
deste trabalho e por me incentivarem a continuar meus estudos, fazendo-me entender que
nunca é tarde para se adquirir o conhecimento.
Aos meus professores Adilson Tibúrcio (orientador) e professor Sergio Antonio
Netto (co-orientador), que abraçaram esta pesquisa comigo, dando-me a oportunidade de
desenvolver um projeto de pesquisa na área em que sempre gostei, depositando em mim sua
confiança, motivação e paciência.
Durante os últimos anos tem havido um corpo crescente de
evidência que os plásticos estão se tornando um contaminante
de praias e águas costeiras da Europa (MORRIS &
HAMILTON, 1974; KARTAR et al., 1973,1976), no Mediterrâneo.
(SHIBER, 1979), na América do Norte e América Central (CARPENTER et al.,
1972; COLTON et al., 1974; HAYS; CORMONS, 1974; AUSTIN;
STOOPS, 1973) e Nova Zelândia (GREGORY, 1978).
RESUMO
O presente trabalho objetivou estudar a presença de esférulas plásticas “Plastic Pellets” em
oito praias dos municípios de Imbituba e Laguna. Foram estabelecidas malhas amostrais onde
foram coletados as esférulas plásticas, nas praias do Mar Grosso, Praia do Gi, Praia do Sol
(Laguna), Praia Itapirubá Norte, Itapirubá Sul, Praia da Vila, Praia do Porto e Praia da
Ribanceira (Imbituba), no período de março, abril e maio de 2012. A área dos perfis estava
localizada entre a zona de estirâncio e a região inicial das dunas embrionárias. Embora as
praias estudadas tenham apresentado concentrações menores de esférula plásticas em
comparação a outros lugares – como em Santos/SP e no Rio Grande/RS – as mesmas se
mostraram contaminadas com este material, em função das marés ou da atividade portuária e
industrial. As concentrações médias de esférulas plásticas encontradas foram: 32,62 itens/m e
4,22g de massa total dos itens na Praia do Mar Grosso; 81,25 itens/m e 7,72g de massa total
dos itens na Praia do Gi; 27,25 itens/m e 2,93g de massa total dos itens na na Praia do Sol;
10,37 itens/m e 1,76g de massa total dos itens na Praia Itapirubá Norte; 58,75 itens/m e 3,61g
de massa total dos itens na Praia Itapirubá Sul; 15,87 itens/m e 2,44g de massa total dos itens
na Praia da Vila; 36,62 itens/m e 6,14g de massa total dos itens na Praia do Porto; 8,12
itens/m e 2,43g de massa total dos itens na Praia da Ribanceira. As esférulas apresentam
origens distintas, podendo ser de origem portuária ou marinha, possivelmente a partir de
embarcações e operações do porto para as praias da Vila, Praia do Porto e Praia da
Ribanceira; sendo que as praias de Itapirubá Norte, Itapirubá Sul e Praia do Sol, por não
apresentarem uma atividade turística muito grande, a presença das esférulas é, em sua
maioria, de origem marinha; enquanto nas praias do Mar Grosso e Praia do Gi, a origem é
predominantemente marinha e de aportes continentais. As esférulas apresentaram baixas
concentrações nas praias estudadas em comparação com outros locais já estudados, o que
demonstra que o problema é recente na região. A maioria das esférulas encontradas foi do tipo
colorida. A maior concentração de esférulas plásticas foi encontrada na Praia do Gi, sendo a
média 81,25 itens/m. A maior parte das esférulas analisadas apresentou um estado de relativa
conservação. As prováveis fontes de emissão (porto e indústrias) estão localizadas na região
estuarina. A solução para evitar o acúmulo das esférulas plásticas nas praias está na revisão
dos procedimentos de armazenamento, manuseio e transporte das mesmas.
Palavras-chave: Esférulas plásticas. Resíduos sólidos. Atividade portuária. Marés.
ABSTRACT
The present work sought to investigate the presence of plastic beads "Plastic Pellets" in eight
municipalities of Imbituba beaches and Laguna. Sampling grids were established they were
collected materials "plastic beads" on the beaches of Mar Grosso (Laguna) and Gi Beach
(Laguna) and Praia do Sol (Laguna) and North Beach Itapiruba (Imbituba) and South
Itapiruba (Imbituba) and the Beach Vila (Imbituba) and Praia do Porto (Imbituba) and Praia
da bank (Imbituba) during March, April and May 2012. The profiles of the area was located
between the zone and estirâncio initial region of the embryonic dunes. Although the beaches
studied have shown lower concentrations of plastic bead compared to other places - Santos,
Rio Grande - they proved contaminated with this material, depending on the seas or the
Industrial and port activities. The average concentrations of plastic beads were found: 32.62
Items / m 4.22 g of total weight of the items on the shore of the Sea thick; 81.25 items / m
7.72 g of the total weight of the items on the beach of the Gi, 27,25 items / m 2.93 g of total
weight of the items on the beach in the sun; 10.37 items / m 1.76 g of the total mass of the
items on the beach Itapiruba North, 58.75 items / m 3.61 g of total mass items on the beach of
South Itapiruba; 15.87 items / m 2.44 g of the total mass of the items on the beach of the
village; 36.62 items / m 6.14 g of the total weight of the items on the beach of Porto; 8.12
items / I 2.43 g of the total weight of the items on the beach slope. The beads have different
origins at the time were being carried out port and marine samples, possibly from ships and
port operations, to the beaches of Vila do Porto Praia Beach and cliff, and that the beaches of
northern and Itapiruba Itapiruba southern sun and beach tourism does not have a very large
presence of spherules, and mostly of marine origin, and the beaches on the Sea Beach Gi thick
and the origin and predominantly marine and continental contributions. The beads showed
low concentrations in comparison with other study sites, which demonstrates that the problem
in the region and recent, most colored beads was found. The beach with the highest
concentration of plastic beads Beach was the Gi, and the average 81,25 items / m. Most beads
had analyzed on a state of preservation. The likely sources of emissions (and port industries)
are located in the estuarine region. The solution to the beads in this review of procedures for
storage, handling and transporting them.
Keywords: Plastic pellets. Solid waste. Port activity. Tides.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Esférulas plásticas................................................................................................ 15
Figura 2 - Esférula plástica (pellets) em lupa microscópica .................................................. 16
Gráfico 1 – Quantidades de estudos por década.................................................................... 17
Figura 3 - Esférulas fragmentadas em lupa microscópica...................................................... 18
Figura 4 - Localização das praias analisadas ao longo do litoral Sul de Santa Catarina ......... 21
Figura 5 - Esférulas em local de estudo ................................................................................ 22
Figura 6 - Malha amostral .................................................................................................... 22
Figura 7 - Amostras de 1m2
.................................................................................................. 23
Gráfico 2 - Total de esférulas brancas por área estudada....................................................... 29
Gráfico 3 - Total de esférulas coloridas por área estudada .................................................... 29
Gráfico 4 - Comparação em porcentagem de esférulas brancas e coloridas........................... 30
Figura 8 - Esférulas plásticas................................................................................................ 31
Figura 9 - Esférulas plásticas em dunas primárias................................................................. 31
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Gi ......................... 24
Tabela 2 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Sul ......... 25
Tabela 3 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Porto..................... 25
Tabela 4 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Mar Grosso........... 26
Tabela 5 - Abundância e classificação de esférulas plásticas Praia do Sol............................. 26
Tabela 6 - Abundância e classificação de esférulas plásticas Praia da Vila ........................... 27
Tabela 7 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Norte...... 27
Tabela 8 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Ribanceira............. 28
Tabela 9 - Resultado geral da análise quantitativa esférulas plásticas brancas, coloridas e
massa total........................................................................................................................... 28
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 10
1.1 OBJETIVOS.................................................................................................................. 12
1.1.1 Objetivo geral............................................................................................................ 12
1.1.2 Objetivos específicos.................................................................................................. 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 13
2.1 DEFINIÇÃO DE LIXO MARINHO .............................................................................. 13
2.2 PLÁSTICO .................................................................................................................... 14
2.3 POLUIÇÃO MARINHA POR ESFÉRULAS PLÁSTICAS OU PELLETS EM INGLÊS15
3 MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................... 20
3.1 ÁREA DE ESTUDO...................................................................................................... 20
3.2 AMOSTRAGEM E PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS ....................................... 21
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................... 24
4.1 PRAIA DO GI ............................................................................................................... 24
4.2 PRAIA DE ITAPIRUBÁ SUL ....................................................................................... 24
4.3 PRAIA DO PORTO (AGUADA)................................................................................... 25
4.4 PRAIA DO MAR GROSSO........................................................................................... 25
4.5 PRAIA DO SOL ............................................................................................................ 26
4.6 PRAIA DA VILA .......................................................................................................... 26
4.7 PRAIA DE ITAPIRUBÁ NORTE.................................................................................. 27
4.8 PRAIA DA RIBANCEIRA............................................................................................ 27
5 CONCLUSÃO................................................................................................................. 32
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 33
ANEXO .............................................................................................................................. 36
ANEXO A – Coleta praias................................................................................................. 36
10
1 INTRODUÇÃO
As alterações ambientais atingem hoje proporções preocupantes, envolvendo não
somente as regiões continentais como também os ambientes de água doce e marinhos do
planeta, especialmente aqueles próximos a regiões de grande adensamento humano, como as
zonas liorâneas.
Segundo Ferreira (1995):
A nossa civilização chega ao limiar do século XXI como a civilização dos resíduos,
marcada pelo desperdício e pelas contradições de um desenvolvimento industrial e
tecnológico sem precedentes na história da humanidade, enquanto populações
inteiras são mantidas à margem, não só dos benefícios de tal desenvolvimento, mas
das condições mínimas de subsistência. Ao mesmo tempo em que utilizamos os
recursos da biosfera como se fossem inexauríveis, todos os dias lançamos à natureza
o desafio de ter que assimilar novos produtos artificiais, desconhecidos dos agentes
naturais, incapazes, portanto, de promover o controle de seus usos e riscos,
ultrapassando os limites da capacidade dos ciclos naturais e dos fluxos de energia.
Nas últimas décadas houve um considerável aumento na produção de materiais
sintéticos, o que mudou, significativamente, o tipo e a qualidade de lixo gerado pelas
sociedades modernas, levando a um custo ambiental muito alto. A poluição ambiental
resultante da industrialização moderna tem afetado também os ecossistemas marinhos,
comprometendo não só a qualidade da água como a vida presente nesses ecossistemas.
Para Cunha (2005), o avanço da urbanização, com formas de ocupação e uso do
solo irregulares, sem saneamento básico, é a principal ameaça aos ecossistemas costeiros. A
atividade turística desordenada é uma outra causa de destruição de habitats naturais
litorâneos. Além da poluição de origem doméstica, também a originada de atividades
industriais, portuárias, agrícolas e de mineração são mencionadas como focos de
contaminação.
A praia é um ambiente suscetível à acumulação de resíduos que chegam de
inúmeras fontes. Como o lixo não obedece fronteiras, espalha-se rapidamente, dependendo da
conjunção de condições oceanográficas favoráveis, e atinge locais pouco prováveis, como
praias desertas, ilhas oceânicas ou recifes costeiros. As fontes podem ser inúmeras, mas o
destino final é geralmente o ambiente costeiro. (TORRES; ARAÚJO, 2008).
Juntamente com outras formas de poluição extremamente danosas, os plásticos
compõem uma das maiores preocupações com o mar em termos de poluição marinha, por
causa de suas propriedades intrínsecas como baixa densidade (que facilita sua flutuação, e
consequente dispersão), acumulação lenta, persistência, aporte crescente com o tempo, e
11
ampla disseminação do uso. (DIXON & DIXON,1981; GREGORY, 1999; GUIA
COMPLETO SOBRE O LIXO NO MAR, 1997 apud ARAUJO; COSTA, 2003).
Entre as inúmeras causas de problemas ambientais nos oceanos está a grande
quantidade de resíduos gerados pela atividade humana, como os resíduos sólidos. A
quantidade e tipo destes resíduos nas praias e oceanos vem sendo uma fonte geradora de
preocupações que tem merecido estudos frente aos problemas causados por esses resíduos à
fauna marinha.
Os resíduos sólidos oriundos da indústria de plásticos geralmente aparecem na
costa litorânea em pequenas dimensões conhecidas como “esférulas plásticas”. Para
D’Antonio et al. (2012), o tipo de resíduos de pequenas dimensões indetectável pelos meios
de recolhimento de lixo convencional, conhecido como microlixo, é um problema que ganhou
ampla preocupação pública nas últimas décadas.
As esférulas ou pellets são pequenas pastilhas mais ou menos achatadas, que
variam entre 2 a 5 mm de diâmetro, possuem várias cores, principalmente brancas e
translúcidas que são as de estado virgem. Surgem como resultado da degradação dos vários
plásticos, mas na forma inicial de produção a matéria-prima granulada serve, por exemplo,
para a fabricação de embalagens, cabos de ferramentas, utensílios de cozinha e revestimentos.
As esférulas plásticas são liberadas no ambiente marinho muito provavelmente na
produção, transporte, processamento, manuseio pela indústria e pela lavagem da superfície
costeira proveniente das águas pluviais e de despejo de tratamento de esgoto. A presença das
esférulas está fortemente documentada e é citada em inúmeros artigos científicos, assim como
sua capacidade de absorção de poluentes orgânicos.
Em 2001 revelou-se a existência de vários micropoluentes orgânicos (ou seja,
bifenilos policlorados: PCBs,DDE, e nonilfenol) em esférulas plásticas recolhidas em praias
(MATO et al., 2001). A resistência destes materiais no ambiente devido às cadeias de
polimerização leva a uma degradação lenta.
Associado à elevada persistência, a baixa densidade dos plásticos relativamente à
água faz com que estes consigam flutuar ficando visíveis nas massas de água. Desta forma, e
por se encontrarem sujeitos às variadas condições meteorológicas, podem quebrar-se por ação
mecânica, química, térmica ou por foto-oxidação, em fragmentos cada vez menores.
Segundo a classificação proposta pela IOC/FAO/UNEP (1989), os resíduos
sólidos podem ser subdivididos em categorias como plástico, papel, vidro e madeira. Entre as
categorias comumente conhecidas de resíduos sólidos, o presente estudo visa a identificar,
analisar, quantificar e classificar as esférulas plásticas ou em inglês plastic pellets.
12
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Avaliar e quantificar a presença de esférulas plásticas em 8 (oito) praias dos
municípios de Imbituba e Laguna, Santa Catarina, identificando-as quanto à cor, peso.
1.1.2 Objetivos específicos
a) Avaliar a presença e abundância de esférulas plásticas em 8 (oito) praias do
litoral sul de Santa Catarina, localizadas nos municípios de Imbituba e Laguna;
b) Identificar a cor, peso das esférulas plásticas em 8 (oito) praias dos municípios
de Imbituba e Laguna, Santa Catarina;
c) Gerar dados para incentivar futuros estudos e programas de monitoramento das
esférulas plásticas em todo o litoral de Santa Catarina.
13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 DEFINIÇÃO DE LIXO MARINHO
São visíveis as alterações ambientais provocadas pela humanidade, tanto em
ambientes habitados quanto nos ambientes naturais, como os mares e as zonas litorâneas por
exemplo. Existe atualmente uma grande preocupação mundial com o ambiente aquático, em
especial com o marinho, pois corresponde à maior parcela do planeta e sua importância já está
bem fundamentada e difundida.
O lixo, denominação genérica aplicada aos resíduos sólidos, é um dos
subprodutos mais deletérios das atividades humanas e passou a ocupar lugar destacado depois
do advento e disseminação dos materiais plásticos e não biodegradáveis. (IVAR DO SUL;
COSTA, 2007).
O termo lixo aplica-se a qualquer resto de atividades humanas considerado pelos
geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Apresentam-se, normalmente, sob
estado sólido, semissólido ou semilíquido, desde que o conteúdo líquido seja insuficiente para
fazê-lo fluir livremente. (ABNT, 1987 apud D’ALMEIDA; VILHENA, 2000).
Lixo marinho pode ser caracterizado como qualquer tipo de resíduo sólido que
tenha sido introduzido no oceano por qualquer tipo de fonte, normalmente constituído por
plástico, isopor, borracha, vidro, metal, tecido, entre outros materiais (COE; ROGERS, 1997).
Atualmente, os resíduos sólidos são reconhecidos como uma das mais importantes
formas de poluição marinha (LAIST, 1997). Os ambientes costeiros e marinhos têm sofrido
uma crescente ameaça nos últimos cinquenta anos devido ao aumento da utilização de
matérias não degradáveis, principalmente material plástico. (GOLIK; GARTNER, 1992).
Nos oceanos a ameaça à vida marinha ocorre de várias formas, tais como:
superexploração de recursos, poluição térmica, sonora e por despejo de resíduos, introdução
de espécies não nativas, dragagem e mudanças climáticas globais. (BEATLEY, 1991;
NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1995; IRISH; NORSE, 1996; ORMOND; GAGE;
ANGEL, 1997; TICKEL, 1997; SNELGROVE, 1999).
Os resíduos sólidos têm sido considerados um contaminante amplamente
distribuído pelo planeta (SLIP; BURTON, 1992). O plástico, nos últimos cinquenta anos, tem
gerado impactos nos ambientes costeiro e marinho em vários níveis, causando danos sobre a
biota, sobre o valor cênico e sobre o potencial recreativo dos locais contaminados, assim
como sobre a navegação e sobre a saúde humana.
14
Segundo a classificação proposta pela IOC/FAO/UNEP (1989), resíduos sólidos
são matérias que podem ser subdivididas em categorias como plástico, material de construção,
material de pesca, papel, vidro, borracha, espuma, metal, tecido, isopor e madeira
antropogênica. Usando como base esta classificação, dentro da categoria plástica, pode ser
criada uma subcategoria para as esférulas de plástico virgem, comumente chamadas de nibs
(GREGORY, 1978) ou pellets.
2.2 PLÁSTICO
A maior parte dos materiais plásticos não existia antes dos anos 30. Na segunda
metade do século XIX desenvolveu-se o celulóide, um material plástico baseado em celulose
modificada de material natural que era produzido da madeira ou palha. (LIMA, 2001).
Em seguida novos compostos surgiram para explorar as características deste
produto, como a resina de acetato de celulose. Entre 1900 e 1940 muitos progressos
científicos e tecnológicos foram alcançados. Em 1907 o primeiro termorrígido, a baquelite, foi
patenteada e a 1ª Guerra Mundial estimulou o desenvolvimento de materiais como o
policloreto de Vinila (PVC) na Alemanha. (LIMA, 2001).
Ainda segundo Lima (2001), No começo dos anos 30 foram desenvolvidas a
estrutura e síntese das substâncias chamadas de materiais poliméricos. São considerados
polímeros as moléculas relativamente grandes, de peso molecular da ordem de 103 a 106 cuja
estrutura é composta de unidades químicas repetidas, os monômeros. (MANO 1999).
A matéria-prima do plástico é derivada do petróleo ou gás natural, que é formado
por uma complexa mistura de compostos. Pelo fato destes compostos possuírem diferentes
temperaturas de ebulição é possível separá-los em misturas ou cortes através de colunas de
destilação. Um desses cortes, a nafta, é fornecido para as centrais petroquímicas, onde passa
por uma série de processos, dando origem aos principais monômeros, como, por exemplo, o
eteno.
A grande variedade de produtos de plásticos produzidos internacionalmente tem
criado uma demanda por diferentes tipos de resinas ou por suas combinações. Combinando
polímeros, criando novos ou incorporando aditivos, as resinas podem ser feitas sob medida de
acordo com a aplicação desejada e o produto final (EPA, 1990a).
Os oceanos são um meio de passagem cotidiana de navios e embarcações e
juntamente com as correntes marítimas ajudam a dispersão dos plásticos. O plástico acaba
ainda por ser levado por correntes superficiais para locais distantes dos de origem tendo
15
efeitos prejudiciais para as espécies oceânicas e para os ecossistemas costeiros. (US-EPA,
2002). O plástico vindo do mar vai degradando muito lentamente sendo lançado nas praias
sob várias formas, mas a que tem causado grande preocupação atualmente são as esférulas
plásticas.
2.3 POLUIÇÃO MARINHA POR ESFÉRULAS PLÁSTICAS
Segundo a classificação proposta pela IOC/FAO/UNEP (1989), resíduos sólidos
são matérias que podem ser subdivididas em categorias como plástico, material de construção,
material de pesca, papel, vidro, borracha, espuma, metal, tecido, isopor e madeira
antropogênica. Usando como base esta classificação, dentro da categoria plástica, pode ser
criada uma subcategoria para as esférulas de plástico virgem, comumente chamadas de nibs
(GREGORY, 1978) ou pellets.
As esférulas ou pellets (figuras 1 e 2) são pequenas pastilhas mais ou menos
achatadas, arredondadas e ovóides, que variam entre 2 a 5 mm de diâmetro, possuem várias
cores, principalmente brancas e translúcidas que são as de estado virgem. Surgem como
resultado da degradação dos vários plásticos, mas na forma inicial de produção é a matéria-
prima granulada que serve, por exemplo, para a fabricação de embalagens, cabos de
ferramentas, utensílios de cozinha e revestimentos.
Os pellets mais comuns são derivados do propileno, como o polipropileno (PP), o
polietileno (PE) e o poliestireno (OS). (SHIBER, 1982 e 1987; PRUTER; PRUTER, 1987;
EPA,1992a).
Figura 1 - Esférulas plásticas
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
16
Figura 2 - Esférula plástica (pellets) em lupa microscópica
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Para Mano (199), existem dois principais tipos de resinas, que são classificadas de
acordo com as características de fusibilidade: as resinas termoplásticas e as resinas
termorrígidas. As primeiras podem ser derretidas ou reprocessadas sem danificar ou alterar as
propriedades químicas e físicas do polímero; são altamente maleáveis, mas tornam-se rígidas
quando esfriadas. Devido à estreita faixa entre o ponto de derretimento da resina
termoplástica e a temperatura na qual a resina irá se decompor, estas resinas são mantidas no
estado líquido (derretidas) por um tempo mínimo e são pelletizadas assim que possível. (EPA,
1990a). Os polímeros termoplásticos mais comumente usados são o Polietileno de Baixa
Densidade (PEBD), Policloreto de Vinila (PVC), Polietileno de Alta Densidade (PEAD), o
Polipropileno (PP) e o Poliestireno (PS). (EPA, 1990a).
As publicações que primeiro apontaram para as esférulas plásticas no ambiente
datam da década de 1970 e referiam-se à presença destes em águas oceânicas, baías, estuários
e praias ( Carpenter, et. al., 1972; Cundell, 1973; Kartar, et. al., 1973; Colton, et. al., 1974;
Morris, et.al., 1974). Em seguida, estudos realizados especificamente sinalizavam a
contaminação por pequenas esférulas plásticas em praias e em águas costeiras da Nova
Zelândia, defendendo aidéia de que estes eram provenientes das regiões industrializadas do
hemisfério norte (Gregory, 1977;1978).
No Brasil são relativamente recentes e ainda escassos os estudos relativos as
esférulas plásticas no ambiente costeiro, não sendo possível,ainda, traçar um panorama que
favoreça diagnósticos, monitoramento e planejamento sobre as mesmas. As principais
contribuições, até então, registraram o tema em algumas praias do Rio Grande do Sul
17
(Pianowski, 1997), Pernambuco (Costa, et al., 2009; Silva-Cavalcanti, et.al., 2009), Rio
Grande do Norte (Ivar do Sul, et.al., 2009) e São Paulo (Turra, et al., 2008; Manzano, 2009),
demonstrando a necessidade de novas investigações, a fim de se ampliar o conhecimento
sobre as esférulas plásticas, sua distribuição e conseqüências ao ambiente.
Há décadas os ambientalistas apontam que os materiais plásticos descartados no
mar representam uma das maiores ameaças ao meio ambiente. Cerca de 90% do lixo nos
oceanos é composto de plástico. (GALGANI et al., 1995a; COE e ROGERS, 1997;
DERRAIK, 2002).
As esférulas plásticas aparecem no meio ambiente devido a derramamentos
acidentais durante o manuseio, transporte marítimo ou terrestre ou pelas perdas ocasionadas
pelas indústrias de produção de plástico (GREGORY, 1978; SHIBER, 1987) e pela lavagem
da superfície costeira proveniente das águas pluviais e de despejo de tratamento de esgoto.
A presença das esférulas está fortemente documentada e é citada em inúmeros
artigos científicos, assim como sua capacidade de absorção de poluentes orgânicos.
Constatou-se que durante as décadas de 1980 e 1990 houve uma redução na quantidade de
estudos sobre os pellets em relação à década anterior. Mas a partir de 2000, com a intensa
chamada para os problemas que acenam para uma crise ambiental no planeta, a temática do
lixo marinho passou a ser observada de forma mais criteriosa pela comunidade científica
mundial. (Gráfico-1)
Gráfico 1: Quantidades de estudos por década
Fonte: Elaborado por Falcão, Plínio (2011)
18
Em 2001 revelou-se a existência de vários micropoluentes orgânicos (ou seja,
bifenilos policlorados: PCBs, DDE, e nonilfenol) em esférulas plásticas recolhidas em praias
(MATO et al., 2001). A resistência destes materiais no ambiente devido às cadeias de
polimerização leva a uma degradação lenta. Associada à elevada persistência, a baixa
densidade dos plásticos relativamente à água faz com que estes consigam flutuar, ficando
visíveis nas massas de água. Dessa forma, e por se encontrarem sujeitos às variadas condições
meteorológicas, podem quebrar-se por ação mecânica, química, térmica ou por foto-oxidação,
em fragmentos cada vez menores (figura 3). Em nível de microfauna aquática, as esférulas
plásticas são também um sério problema, pois a sua degradação leva a que estes atinjam
dimensões reduzidas, fazendo com que integrem as cadeias alimentares aquáticas, conduzindo
à morte de muitos organismos. (DERRAIK, 2002).
Figura 3- Esférulas fragmentadas em lupa microscópica
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Devido ao fato das esférulas plásticas (pellets) serem pequenas, transparentes,
translúcidas e flutuantes são uma potencial ameaça para os organismos aquáticos que os
ingerem por engano, confundindo-as com ovas de peixes. (ANANTHASWAMY, 2001;
WATSON, 2001).
Diversos estudos realizados confirmam a potencialidade da ingestão de esférulas
plásticas pela fauna marinha e terrestre. Estudos mostraram que 73% (DAY, 1980) e 76%
(ROBARDS; PIATT; WOHL, 1995) do material plástico encontrado nos estômagos de aves
era composto por esférulas plásticas, assim como em petréis (Thalassoica Antarctica) na
Antártica (VAN FRANEKER; BELL, 1988). No Havaí, 16 das 18 espécies de aves marinhas
residentes ingerem plásticos, sendo 70% desta ingestão de esférulas plásticas flutuantes (FRY;
19
FEFER; SILEO, 1987). Vooren e Fernandes (1989) e Petry e Fonseca (2002) observaram um
índice de contaminação por partículas plásticas respectivamente de 41% e 58% em aves
Procellariiformes mortas em praias do Rio Grande do Sul.
20
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 ÁREA DE ESTUDO
A zona costeira brasileira compreende uma faixa de 8.698 km de extensão, com
largura variável, contemplando um conjunto de ecossistemas contíguos sobre uma área de
aproximadamente 388 mil km2
. Esta faixa concentra quase um quarto da população do país,
abrigada em cerca de 400 municípios, com uma densidade média de 87 hab./km2
, cinco vezes
superior à média nacional (17 hab./km2
). São 17 os estados brasileiros litorâneos. (Projeto de
Gerenciamento Integrado das Atividades Desenvolvidas em Terra na Bacia do Rio São
Francisco; Programa de Ações Estratégicas para o Gerenciamento Integrado da Bacia do Rio
São Francisco e da sua Zona Costeira – PAE: GEF, 2004, p. 72).
A amostragem foi retirada da região da antepraia das praias do litoral de Imbituba
e Laguna, localizadas na região Sul do Estado de Santa Catarina (figura 4), compreendendo as
seguintes praias: Praia do Mar Grosso/Laguna coordenadas (28°29'39.195"S 48°45'43.1892"
W), Praia do Gi/Laguna coordenadas (28°25'42.9198"S 48°44'52.5978"W), Praia do
Sol/Laguna coordenadas (28°24'12.4806"S 48°44'46.0068"W), Praia de Itapirubá
Norte/Imbituba coordenadas (28°19'31.5798"S 48°42'35.4342"W), Praia de Itapirubá
Sul/Imbituba coordenadas (28°20'28.7448"S 48°42'28.5948"W), Praia da Vila/Imbituba
coordenadas (28°14'20.097"S 48°39'15.4398"W), Praia do Porto (Aguada)/Imbituba
coordenadas (28°13' 5.2818"S 48°39'59.3856"W), Praia da Ribanceira/Imbituba coordenadas
(28°11'22.64"S 48°39’45.85" W).
21
Figura 4 - Localização das praias analisadas ao longo do litoral Sul de Santa Catarina
Fonte: Google Earth, 2012.
3.2 AMOSTRAGEM E PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS
A definição das praias supracitadas deu-se pela verificação prévia de relativa
concentração das esférulas plásticas nos locais de estudo (figura 5). Foi estabelecida uma
malha amostral de 50 metros, perpendicular à linha da água, a partir da última maré mais alta
e a região inicial das dunas embrionárias. Por 100 metros, paralelos à linha da água (figura 6),
em cada praia, definida por GPS.
Em cada malha amostral foram coletadas 8 amostras de 1m2
, com tubos de PVC,
em cada praia pesquisada (figura 7). Os locais das coletas foram escolhidos aleatoriamente
dentro do espaço de cem metros, segundo método de Wetzel (1995) adaptado de
IOC/FAO/UNEP (1989).
As esférulas plásticas coletadas superficialmente, com uso de “colher de
pedreiro”, foram despejadas em baldes com água do mar para que pudessem flutuar
(flotação). As esférulas flutuantes foram separadas dos demais sedimentos com peneira fina
(um milímetro), sendo depois embaladas em recipientes devidamente limpos, separadas por
22
amostra para posterior contagem e classificação por cor e peso. Para análise da dimensão das
esférulas, foram utilizadas peneiras granulométricas e para análise do peso foi utilizada
balança de precisão.
Figura 5 - Esférulas em local de estudo
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Figura 6 - Malha amostral
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
23
Figura 7 - Amostras de 1m2
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos foram analisados de forma a facilitar a visualização dos
padrões existentes para cada área de estudo. Para tanto os dados estão dispostos em tabelas.
4.1 PRAIA DO GI
A praia do Gi foi a praia que apresentou a maior concentração de esférulas
plásticas na soma total de itens, com a média de 81,25 itens/m e 7,72 g no total geral de itens.
Uma vez que a praia localiza-se na parte central da area de estudo longe do porto
de Imbituba e dos molhes de Laguna, provalvelmente a alta concentração das esférulas
plásticas se deve as correntes de deriva litoranea.
Tabela 1 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Gi
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 13 107 120
2 11 52 63
3 9 82 91
4 9 70 79
5 10 78 88
6 6 51 57
7 8 68 76
8 6 70 76
Total 72 578 650
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC,2012.
4.2 PRAIA DE ITAPIRUBÁ SUL
A praia de Itapirubá sul foi a praia com a segunda maior concentração de esférulas
plásticas na soma total de itens, com a média de 58,75 itens/m e 3,61 g no total geral de itens.
25
Tabela 2 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Sul
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 22 119 141
2 15 18 33
3 6 15 21
4 4 20 24
5 19 9 28
6 4 10 14
7 34 115 149
8 10 50 60
Total 114 356 470
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC, 2012.
4.3 PRAIA DO PORTO (AGUADA)
A Praia do porto foi a praia com a terceira maior concentração de esférulas
plásticas na soma total de itens, com a média de 36,62 itens/m e 6,14 g no total geral de itens.
Apresentou maior quantidade de itens da cor branca, ou seja, as esférulas plásticas virgens, o
que pode estar relacionado com o porto de Imbituba.
Tabela 3 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Porto
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 37 2 39
2 32 0 32
3 31 1 32
4 28 4 32
5 49 2 51
6 36 3 39
7 41 1 42
8 25 1 26
Total 279 14 293
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012.
4.4 PRAIA DO MAR GROSSO
A praia do Mar Grosso foi a praia que apresentou a quarta maior concentração de
esférulas plásticas na soma total de itens, com média de 32,62 itens/m e 4,22 g no total geral
de itens, sendo a segunda a apresentar o maior número de esférulas plásticas brancas,
portanto, não apresenta porto em sua localidade, assim se pode deduzir que a presença das
esférulas plásticas se deve ao aporte marinho e continental.
26
Tabela 4 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Mar Grosso
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 33 3 36
2 29 0 29
3 76 3 79
4 65 5 70
5 10 2 12
6 2 10 12
7 5 5 10
8 9 4 13
Total 229 32 261
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC, 2012.
4.5 PRAIA DO SOL
A Praia do Sol foi a praia com a quinta maior concentração de esférulas plásticas
na soma total de itens, com a média de 27,25 itens/m e 2,93 g no total geral de itens.
Tabela 5 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Sol
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 2 32 34
2 8 29 37
3 6 14 20
4 8 23 31
5 5 21 26
6 5 9 14
7 9 9 18
8 5 33 38
Total 48 170 218
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC, 2012.
4.6 PRAIA DA VILA
A Praia da Vila foi a praia com a sexta maior concentração de esférulas plásticas
na soma total de itens, com a média de 15,87 itens/m e 2,44 g no total geral de itens. A praia
da Vila, pela sua localização ao lado do porto, deveria ter apresentado uma concentração igual
ou maior do que a praia do Porto, o que não ocorreu. Isto se deve talvez à grande atividade
turística da praia, práticas esportivas e que, devido ao pisoteio, pode ter soterrado as esférulas
plásticas no sedimento, camuflando-as.
27
Tabela 6 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Vila
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 9 0 9
2 8 2 10
3 10 8 18
4 8 6 14
5 11 10 21
6 10 15 25
7 9 8 17
8 6 7 13
Total 71 56 127
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012.
4.7 PRAIA DE ITAPIRUBÁ NORTE
A Praia de Itapirubá Norte foi a praia com a sétima maior concentração de
esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 10,37 itens/m e 1,76 g no total geral
de itens.
Tabela 7 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Norte
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 9 3 12
2 10 4 14
3 5 6 11
4 2 1 3
5 8 6 14
6 2 1 3
7 7 0 7
8 15 4 19
Total 58 25 83
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012.
4.8 PRAIA DA RIBANCEIRA
A Praia da Ribanceira foi a praia com a oitava maior concentração de esférulas
plásticas na soma total de itens, com a média de 8,12 itens/m e 2,43 g no total geral de itens.
28
Tabela 8 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Ribanceira
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 10 0 10
2 9 2 11
3 8 3 11
4 16 4 20
5 2 0 2
6 1 3 4
7 4 0 4
8 3 0 3
Total 53 12 65
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012.
A tabela 9, abaixo apresenta os resultados da abundância das esférulas plásticas nas Praias de
Imbituba e Laguna, considerando a massa total e a coloração das esférulas encontradas,
constatando-se que a Praia com a maior abundância em massa de esférulas plásticas foi a
Praia do Gi com 7.72g e aquela que apresentou menor abundância em massa foi a Praia de
Itapirubá do Norte com 1.76g.
Tabela 9 - Resultado geral da análise quantitativa esférulas plásticas brancas, coloridas e
massa total
Grosso Gi Sol Itap.
Norte
Itap.
Sul
Vila Porto Riba
Brancas 229 72 48 58 114 71 279 53
Coloridas 32 578 170 25 356 56 14 12
Total 261 650 218 83 470 127 293 65
Massa
total 4,22g 7,72g 2,93g 1,76g 3,61g 2,44g 6,14g 2,43g
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC e Laguna-SC, 2012.
Como mostrado na tabela 9, no Porto foi o lugar com maior abundância de
esférulas brancas e a praia do Gi foi a que apresentou maior abundância de esférulas
coloridas.
29
Gráfico 2 - Total de esférulas brancas por área estudada
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Gráfico 3 - Total de esférulas coloridas por área estudada
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Como se pode observar a seguir, nas comparações de esférulas coloridas com as
brancas no gráfico 3, a única praia que teve índices de porcentagens parecidos para ambas foi
a Praia da Vila, sendo um numero um pouco maior para as brancas, com 56% e as coloridas
com 44%. Nas demais praias houve grandes variações, como, por exemplo a Praia do Porto
apresentando, em sua maioria, esférulas brancas, atingindo 95% e somente 5% coloridas.
Grosso Gi Sol Norte Sul Vila Porto Riba
229
72 48 58
114
71 53
279
Esférulas Brancas
Porto; 14
Grosso; 32
Gi; 578
Sol; 170
Norte; 25
Sul; 356
Vila; 56
Riba; 12
Coloridas
30
Gráfico 4 - Comparação em porcentagem de esférulas brancas e coloridas
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Branca
88%
Color.
12%
Grosso branca
11%
color.
89%
Gi
branca
22%
color.
78%
Sol
branca
70%
color.
30%
Norte
branca
24%
color.
76%
Sul
branca
56%
color.
44%
Vila
branca
95%
color.
5%
Porto
branca
s
82%
colorid
as
18%
Ribanceira
31
Figura 8 - Esférulas plásticas
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Figura 9 - Esférulas plásticas em dunas primárias
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Devido ao seu baixo impacto visual, as esférulas plásticas não devem ser
desprezadas uma vez que sua capacidade de contaminação por adsorção de produtos químicos
e os impactos que podem provocar sobre a fauna marinha já se encontra fundamentada em
diversas pesquisas. Estudos mais detalhados são necessários, visando análises químicas das
esférulas plásticas e pesquisas em região de dunas primárias onde o material tende a se
acumular significativamente.
32
5 CONCLUSÃO
Conclui-se, como mostrado nos resultados, que em todas as praias pesquisadas foi
encontrada a presença das esférulas plásticas, principalmente na praia do Gi e praia de
Itapirubá Sul, que são praias com grandes atividades turísticas, onde há maior nivel de
adensamento humano.
Embora as praias estudadas tenham apresentado concentrações menores de
esférulas plásticas em comparação a outros lugares – como em Santos/SP e no Rio Grande/RS
– as mesmas se mostraram contaminadas com este material, em função das atividades
portuária e industrial.
As esférulas plásticas na costa marinha estão relacionadas com problemas na
indústria, quanto ao manuseio e transporte. Assim, há necessidade de uma fiscalização e
possíveis mudanças imediatas nestas atividades.
É importante se destacar que as esférulas plásticas se enquadram na categoria
“plástica”, isto é, possuem um alto tempo de resistência no ambiente seja marinho ou
continental e que, juntamente com os fragmentos plásticos, permanecem por um longo tempo
no ambiente, causam danos à vida marinha e animais costeiros devido à ingestão dos mesmos.
Faz-se necessário incentivar estudos mais detalhados sobre a origem, dispersão no
meio marinho e monitoramento deste material no ambiente bem como seu efeito real sobre a
vida marinha e costeira.
Também é importante divulgar à comunidade, empresas e órgãos ambientais
responsáveis sobre a realidade da contaminação do meio ambiente e da fauna pelas esférulas
plásticas a fim de que se tomem medidas que busquem soluções para o problema.
33
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36
ANEXO
36
ANEXO A – Coleta praias
Esferúlas Plásticas “ Plastic Pellets” nas Praias de Imbituba e Laguna - Santa Catarina
Orientador : Profº Adilson Tibúrcio
Co-Orientador : Profº Sergio Netto
TABELA - COLETAS PRAIAS
Praia Coordenadas Amostras
Praia do Mar
grosso / Laguna
1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas
2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas
3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas
4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas
Praia do Gi /
Laguna
1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas
2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas
3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas
4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas
37
Praia do Sol /
Laguna
1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas
2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas
3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas
4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas
Praia de
Itapirubá Norte /
Imbituba
1. ( 09 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 08 ) Brancas ( 06 ) Coloridas
2. ( 10 ) Brancas ( 04 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 01 ) Coloridas
3. ( 05 ) Brancas ( 06 )Coloridas 7. ( 07 ) Brancas ( 00 ) Coloridas
4. ( 02 ) Brancas ( 01 )Coloridas 8. ( 15 ) Brancas ( 04 ) Coloridas
Praia de
Itapirubá Sul /
Imbituba
1. ( 05 ) Brancas ( 01 ) Coloridas 5. ( 00 ) Brancas ( 00 ) Coloridas
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Praia da Vila /
Imbituba
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Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna santa catarina

  • 1. UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JEAN CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS ESFÉRULAS PLÁSTICAS (PLASTIC PELLETS) NAS PRAIAS DE IMBITUBA E LAGUNA - SANTA CATARINA Tubarão 2012
  • 2. JEAN CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS ESFÉRULAS PLÁSTICAS (PLASTIC PELLETS) NAS PRAIAS DE IMBITUBA E LAGUNA - SANTA CATARINA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do título de licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade do Sul de Santa Catarina. Orientador: Prof. Adilson Tibúrcio, Msc. Co-orientador: Prof. Sergio A. Netto, Dr. Tubarão 2012
  • 3. JEAN CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS ESFÉRULAS PLÁSTICAS (PLASTIC PELLETS) NAS PRAIAS DE IMBITUBA E LAGUNA - SANTA CATARINA Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas e aprovado em sua forma final pelo curso de Ciências Biológicas da Universidade do Sul de Santa Catarina. Tubarão, 30 de Novembro de 2012. _______________________________________________________ Prof. e orientador Adilson Tibúrcio, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina ________________________________________________________ Profª. Josiane Somariva Prophiro, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina ________________________________________________________ Prof. Mariselma Simiano Jung, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina
  • 4. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e da sabedoria. Aos meus pais, a minha esposa e aos meus filhos, que sempre estiveram comigo nesta trajetória, inclusive na realização das atividades em campo para o desenvolvimento deste trabalho e por me incentivarem a continuar meus estudos, fazendo-me entender que nunca é tarde para se adquirir o conhecimento. Aos meus professores Adilson Tibúrcio (orientador) e professor Sergio Antonio Netto (co-orientador), que abraçaram esta pesquisa comigo, dando-me a oportunidade de desenvolver um projeto de pesquisa na área em que sempre gostei, depositando em mim sua confiança, motivação e paciência.
  • 5. Durante os últimos anos tem havido um corpo crescente de evidência que os plásticos estão se tornando um contaminante de praias e águas costeiras da Europa (MORRIS & HAMILTON, 1974; KARTAR et al., 1973,1976), no Mediterrâneo. (SHIBER, 1979), na América do Norte e América Central (CARPENTER et al., 1972; COLTON et al., 1974; HAYS; CORMONS, 1974; AUSTIN; STOOPS, 1973) e Nova Zelândia (GREGORY, 1978).
  • 6. RESUMO O presente trabalho objetivou estudar a presença de esférulas plásticas “Plastic Pellets” em oito praias dos municípios de Imbituba e Laguna. Foram estabelecidas malhas amostrais onde foram coletados as esférulas plásticas, nas praias do Mar Grosso, Praia do Gi, Praia do Sol (Laguna), Praia Itapirubá Norte, Itapirubá Sul, Praia da Vila, Praia do Porto e Praia da Ribanceira (Imbituba), no período de março, abril e maio de 2012. A área dos perfis estava localizada entre a zona de estirâncio e a região inicial das dunas embrionárias. Embora as praias estudadas tenham apresentado concentrações menores de esférula plásticas em comparação a outros lugares – como em Santos/SP e no Rio Grande/RS – as mesmas se mostraram contaminadas com este material, em função das marés ou da atividade portuária e industrial. As concentrações médias de esférulas plásticas encontradas foram: 32,62 itens/m e 4,22g de massa total dos itens na Praia do Mar Grosso; 81,25 itens/m e 7,72g de massa total dos itens na Praia do Gi; 27,25 itens/m e 2,93g de massa total dos itens na na Praia do Sol; 10,37 itens/m e 1,76g de massa total dos itens na Praia Itapirubá Norte; 58,75 itens/m e 3,61g de massa total dos itens na Praia Itapirubá Sul; 15,87 itens/m e 2,44g de massa total dos itens na Praia da Vila; 36,62 itens/m e 6,14g de massa total dos itens na Praia do Porto; 8,12 itens/m e 2,43g de massa total dos itens na Praia da Ribanceira. As esférulas apresentam origens distintas, podendo ser de origem portuária ou marinha, possivelmente a partir de embarcações e operações do porto para as praias da Vila, Praia do Porto e Praia da Ribanceira; sendo que as praias de Itapirubá Norte, Itapirubá Sul e Praia do Sol, por não apresentarem uma atividade turística muito grande, a presença das esférulas é, em sua maioria, de origem marinha; enquanto nas praias do Mar Grosso e Praia do Gi, a origem é predominantemente marinha e de aportes continentais. As esférulas apresentaram baixas concentrações nas praias estudadas em comparação com outros locais já estudados, o que demonstra que o problema é recente na região. A maioria das esférulas encontradas foi do tipo colorida. A maior concentração de esférulas plásticas foi encontrada na Praia do Gi, sendo a média 81,25 itens/m. A maior parte das esférulas analisadas apresentou um estado de relativa conservação. As prováveis fontes de emissão (porto e indústrias) estão localizadas na região estuarina. A solução para evitar o acúmulo das esférulas plásticas nas praias está na revisão dos procedimentos de armazenamento, manuseio e transporte das mesmas. Palavras-chave: Esférulas plásticas. Resíduos sólidos. Atividade portuária. Marés.
  • 7. ABSTRACT The present work sought to investigate the presence of plastic beads "Plastic Pellets" in eight municipalities of Imbituba beaches and Laguna. Sampling grids were established they were collected materials "plastic beads" on the beaches of Mar Grosso (Laguna) and Gi Beach (Laguna) and Praia do Sol (Laguna) and North Beach Itapiruba (Imbituba) and South Itapiruba (Imbituba) and the Beach Vila (Imbituba) and Praia do Porto (Imbituba) and Praia da bank (Imbituba) during March, April and May 2012. The profiles of the area was located between the zone and estirâncio initial region of the embryonic dunes. Although the beaches studied have shown lower concentrations of plastic bead compared to other places - Santos, Rio Grande - they proved contaminated with this material, depending on the seas or the Industrial and port activities. The average concentrations of plastic beads were found: 32.62 Items / m 4.22 g of total weight of the items on the shore of the Sea thick; 81.25 items / m 7.72 g of the total weight of the items on the beach of the Gi, 27,25 items / m 2.93 g of total weight of the items on the beach in the sun; 10.37 items / m 1.76 g of the total mass of the items on the beach Itapiruba North, 58.75 items / m 3.61 g of total mass items on the beach of South Itapiruba; 15.87 items / m 2.44 g of the total mass of the items on the beach of the village; 36.62 items / m 6.14 g of the total weight of the items on the beach of Porto; 8.12 items / I 2.43 g of the total weight of the items on the beach slope. The beads have different origins at the time were being carried out port and marine samples, possibly from ships and port operations, to the beaches of Vila do Porto Praia Beach and cliff, and that the beaches of northern and Itapiruba Itapiruba southern sun and beach tourism does not have a very large presence of spherules, and mostly of marine origin, and the beaches on the Sea Beach Gi thick and the origin and predominantly marine and continental contributions. The beads showed low concentrations in comparison with other study sites, which demonstrates that the problem in the region and recent, most colored beads was found. The beach with the highest concentration of plastic beads Beach was the Gi, and the average 81,25 items / m. Most beads had analyzed on a state of preservation. The likely sources of emissions (and port industries) are located in the estuarine region. The solution to the beads in this review of procedures for storage, handling and transporting them. Keywords: Plastic pellets. Solid waste. Port activity. Tides.
  • 8. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Esférulas plásticas................................................................................................ 15 Figura 2 - Esférula plástica (pellets) em lupa microscópica .................................................. 16 Gráfico 1 – Quantidades de estudos por década.................................................................... 17 Figura 3 - Esférulas fragmentadas em lupa microscópica...................................................... 18 Figura 4 - Localização das praias analisadas ao longo do litoral Sul de Santa Catarina ......... 21 Figura 5 - Esférulas em local de estudo ................................................................................ 22 Figura 6 - Malha amostral .................................................................................................... 22 Figura 7 - Amostras de 1m2 .................................................................................................. 23 Gráfico 2 - Total de esférulas brancas por área estudada....................................................... 29 Gráfico 3 - Total de esférulas coloridas por área estudada .................................................... 29 Gráfico 4 - Comparação em porcentagem de esférulas brancas e coloridas........................... 30 Figura 8 - Esférulas plásticas................................................................................................ 31 Figura 9 - Esférulas plásticas em dunas primárias................................................................. 31
  • 9. LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Gi ......................... 24 Tabela 2 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Sul ......... 25 Tabela 3 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Porto..................... 25 Tabela 4 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Mar Grosso........... 26 Tabela 5 - Abundância e classificação de esférulas plásticas Praia do Sol............................. 26 Tabela 6 - Abundância e classificação de esférulas plásticas Praia da Vila ........................... 27 Tabela 7 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Norte...... 27 Tabela 8 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Ribanceira............. 28 Tabela 9 - Resultado geral da análise quantitativa esférulas plásticas brancas, coloridas e massa total........................................................................................................................... 28
  • 10. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 10 1.1 OBJETIVOS.................................................................................................................. 12 1.1.1 Objetivo geral............................................................................................................ 12 1.1.2 Objetivos específicos.................................................................................................. 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 13 2.1 DEFINIÇÃO DE LIXO MARINHO .............................................................................. 13 2.2 PLÁSTICO .................................................................................................................... 14 2.3 POLUIÇÃO MARINHA POR ESFÉRULAS PLÁSTICAS OU PELLETS EM INGLÊS15 3 MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................... 20 3.1 ÁREA DE ESTUDO...................................................................................................... 20 3.2 AMOSTRAGEM E PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS ....................................... 21 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................... 24 4.1 PRAIA DO GI ............................................................................................................... 24 4.2 PRAIA DE ITAPIRUBÁ SUL ....................................................................................... 24 4.3 PRAIA DO PORTO (AGUADA)................................................................................... 25 4.4 PRAIA DO MAR GROSSO........................................................................................... 25 4.5 PRAIA DO SOL ............................................................................................................ 26 4.6 PRAIA DA VILA .......................................................................................................... 26 4.7 PRAIA DE ITAPIRUBÁ NORTE.................................................................................. 27 4.8 PRAIA DA RIBANCEIRA............................................................................................ 27 5 CONCLUSÃO................................................................................................................. 32 REFERÊNCIAS................................................................................................................. 33 ANEXO .............................................................................................................................. 36 ANEXO A – Coleta praias................................................................................................. 36
  • 11. 10 1 INTRODUÇÃO As alterações ambientais atingem hoje proporções preocupantes, envolvendo não somente as regiões continentais como também os ambientes de água doce e marinhos do planeta, especialmente aqueles próximos a regiões de grande adensamento humano, como as zonas liorâneas. Segundo Ferreira (1995): A nossa civilização chega ao limiar do século XXI como a civilização dos resíduos, marcada pelo desperdício e pelas contradições de um desenvolvimento industrial e tecnológico sem precedentes na história da humanidade, enquanto populações inteiras são mantidas à margem, não só dos benefícios de tal desenvolvimento, mas das condições mínimas de subsistência. Ao mesmo tempo em que utilizamos os recursos da biosfera como se fossem inexauríveis, todos os dias lançamos à natureza o desafio de ter que assimilar novos produtos artificiais, desconhecidos dos agentes naturais, incapazes, portanto, de promover o controle de seus usos e riscos, ultrapassando os limites da capacidade dos ciclos naturais e dos fluxos de energia. Nas últimas décadas houve um considerável aumento na produção de materiais sintéticos, o que mudou, significativamente, o tipo e a qualidade de lixo gerado pelas sociedades modernas, levando a um custo ambiental muito alto. A poluição ambiental resultante da industrialização moderna tem afetado também os ecossistemas marinhos, comprometendo não só a qualidade da água como a vida presente nesses ecossistemas. Para Cunha (2005), o avanço da urbanização, com formas de ocupação e uso do solo irregulares, sem saneamento básico, é a principal ameaça aos ecossistemas costeiros. A atividade turística desordenada é uma outra causa de destruição de habitats naturais litorâneos. Além da poluição de origem doméstica, também a originada de atividades industriais, portuárias, agrícolas e de mineração são mencionadas como focos de contaminação. A praia é um ambiente suscetível à acumulação de resíduos que chegam de inúmeras fontes. Como o lixo não obedece fronteiras, espalha-se rapidamente, dependendo da conjunção de condições oceanográficas favoráveis, e atinge locais pouco prováveis, como praias desertas, ilhas oceânicas ou recifes costeiros. As fontes podem ser inúmeras, mas o destino final é geralmente o ambiente costeiro. (TORRES; ARAÚJO, 2008). Juntamente com outras formas de poluição extremamente danosas, os plásticos compõem uma das maiores preocupações com o mar em termos de poluição marinha, por causa de suas propriedades intrínsecas como baixa densidade (que facilita sua flutuação, e consequente dispersão), acumulação lenta, persistência, aporte crescente com o tempo, e
  • 12. 11 ampla disseminação do uso. (DIXON & DIXON,1981; GREGORY, 1999; GUIA COMPLETO SOBRE O LIXO NO MAR, 1997 apud ARAUJO; COSTA, 2003). Entre as inúmeras causas de problemas ambientais nos oceanos está a grande quantidade de resíduos gerados pela atividade humana, como os resíduos sólidos. A quantidade e tipo destes resíduos nas praias e oceanos vem sendo uma fonte geradora de preocupações que tem merecido estudos frente aos problemas causados por esses resíduos à fauna marinha. Os resíduos sólidos oriundos da indústria de plásticos geralmente aparecem na costa litorânea em pequenas dimensões conhecidas como “esférulas plásticas”. Para D’Antonio et al. (2012), o tipo de resíduos de pequenas dimensões indetectável pelos meios de recolhimento de lixo convencional, conhecido como microlixo, é um problema que ganhou ampla preocupação pública nas últimas décadas. As esférulas ou pellets são pequenas pastilhas mais ou menos achatadas, que variam entre 2 a 5 mm de diâmetro, possuem várias cores, principalmente brancas e translúcidas que são as de estado virgem. Surgem como resultado da degradação dos vários plásticos, mas na forma inicial de produção a matéria-prima granulada serve, por exemplo, para a fabricação de embalagens, cabos de ferramentas, utensílios de cozinha e revestimentos. As esférulas plásticas são liberadas no ambiente marinho muito provavelmente na produção, transporte, processamento, manuseio pela indústria e pela lavagem da superfície costeira proveniente das águas pluviais e de despejo de tratamento de esgoto. A presença das esférulas está fortemente documentada e é citada em inúmeros artigos científicos, assim como sua capacidade de absorção de poluentes orgânicos. Em 2001 revelou-se a existência de vários micropoluentes orgânicos (ou seja, bifenilos policlorados: PCBs,DDE, e nonilfenol) em esférulas plásticas recolhidas em praias (MATO et al., 2001). A resistência destes materiais no ambiente devido às cadeias de polimerização leva a uma degradação lenta. Associado à elevada persistência, a baixa densidade dos plásticos relativamente à água faz com que estes consigam flutuar ficando visíveis nas massas de água. Desta forma, e por se encontrarem sujeitos às variadas condições meteorológicas, podem quebrar-se por ação mecânica, química, térmica ou por foto-oxidação, em fragmentos cada vez menores. Segundo a classificação proposta pela IOC/FAO/UNEP (1989), os resíduos sólidos podem ser subdivididos em categorias como plástico, papel, vidro e madeira. Entre as categorias comumente conhecidas de resíduos sólidos, o presente estudo visa a identificar, analisar, quantificar e classificar as esférulas plásticas ou em inglês plastic pellets.
  • 13. 12 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral Avaliar e quantificar a presença de esférulas plásticas em 8 (oito) praias dos municípios de Imbituba e Laguna, Santa Catarina, identificando-as quanto à cor, peso. 1.1.2 Objetivos específicos a) Avaliar a presença e abundância de esférulas plásticas em 8 (oito) praias do litoral sul de Santa Catarina, localizadas nos municípios de Imbituba e Laguna; b) Identificar a cor, peso das esférulas plásticas em 8 (oito) praias dos municípios de Imbituba e Laguna, Santa Catarina; c) Gerar dados para incentivar futuros estudos e programas de monitoramento das esférulas plásticas em todo o litoral de Santa Catarina.
  • 14. 13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 DEFINIÇÃO DE LIXO MARINHO São visíveis as alterações ambientais provocadas pela humanidade, tanto em ambientes habitados quanto nos ambientes naturais, como os mares e as zonas litorâneas por exemplo. Existe atualmente uma grande preocupação mundial com o ambiente aquático, em especial com o marinho, pois corresponde à maior parcela do planeta e sua importância já está bem fundamentada e difundida. O lixo, denominação genérica aplicada aos resíduos sólidos, é um dos subprodutos mais deletérios das atividades humanas e passou a ocupar lugar destacado depois do advento e disseminação dos materiais plásticos e não biodegradáveis. (IVAR DO SUL; COSTA, 2007). O termo lixo aplica-se a qualquer resto de atividades humanas considerado pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Apresentam-se, normalmente, sob estado sólido, semissólido ou semilíquido, desde que o conteúdo líquido seja insuficiente para fazê-lo fluir livremente. (ABNT, 1987 apud D’ALMEIDA; VILHENA, 2000). Lixo marinho pode ser caracterizado como qualquer tipo de resíduo sólido que tenha sido introduzido no oceano por qualquer tipo de fonte, normalmente constituído por plástico, isopor, borracha, vidro, metal, tecido, entre outros materiais (COE; ROGERS, 1997). Atualmente, os resíduos sólidos são reconhecidos como uma das mais importantes formas de poluição marinha (LAIST, 1997). Os ambientes costeiros e marinhos têm sofrido uma crescente ameaça nos últimos cinquenta anos devido ao aumento da utilização de matérias não degradáveis, principalmente material plástico. (GOLIK; GARTNER, 1992). Nos oceanos a ameaça à vida marinha ocorre de várias formas, tais como: superexploração de recursos, poluição térmica, sonora e por despejo de resíduos, introdução de espécies não nativas, dragagem e mudanças climáticas globais. (BEATLEY, 1991; NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1995; IRISH; NORSE, 1996; ORMOND; GAGE; ANGEL, 1997; TICKEL, 1997; SNELGROVE, 1999). Os resíduos sólidos têm sido considerados um contaminante amplamente distribuído pelo planeta (SLIP; BURTON, 1992). O plástico, nos últimos cinquenta anos, tem gerado impactos nos ambientes costeiro e marinho em vários níveis, causando danos sobre a biota, sobre o valor cênico e sobre o potencial recreativo dos locais contaminados, assim como sobre a navegação e sobre a saúde humana.
  • 15. 14 Segundo a classificação proposta pela IOC/FAO/UNEP (1989), resíduos sólidos são matérias que podem ser subdivididas em categorias como plástico, material de construção, material de pesca, papel, vidro, borracha, espuma, metal, tecido, isopor e madeira antropogênica. Usando como base esta classificação, dentro da categoria plástica, pode ser criada uma subcategoria para as esférulas de plástico virgem, comumente chamadas de nibs (GREGORY, 1978) ou pellets. 2.2 PLÁSTICO A maior parte dos materiais plásticos não existia antes dos anos 30. Na segunda metade do século XIX desenvolveu-se o celulóide, um material plástico baseado em celulose modificada de material natural que era produzido da madeira ou palha. (LIMA, 2001). Em seguida novos compostos surgiram para explorar as características deste produto, como a resina de acetato de celulose. Entre 1900 e 1940 muitos progressos científicos e tecnológicos foram alcançados. Em 1907 o primeiro termorrígido, a baquelite, foi patenteada e a 1ª Guerra Mundial estimulou o desenvolvimento de materiais como o policloreto de Vinila (PVC) na Alemanha. (LIMA, 2001). Ainda segundo Lima (2001), No começo dos anos 30 foram desenvolvidas a estrutura e síntese das substâncias chamadas de materiais poliméricos. São considerados polímeros as moléculas relativamente grandes, de peso molecular da ordem de 103 a 106 cuja estrutura é composta de unidades químicas repetidas, os monômeros. (MANO 1999). A matéria-prima do plástico é derivada do petróleo ou gás natural, que é formado por uma complexa mistura de compostos. Pelo fato destes compostos possuírem diferentes temperaturas de ebulição é possível separá-los em misturas ou cortes através de colunas de destilação. Um desses cortes, a nafta, é fornecido para as centrais petroquímicas, onde passa por uma série de processos, dando origem aos principais monômeros, como, por exemplo, o eteno. A grande variedade de produtos de plásticos produzidos internacionalmente tem criado uma demanda por diferentes tipos de resinas ou por suas combinações. Combinando polímeros, criando novos ou incorporando aditivos, as resinas podem ser feitas sob medida de acordo com a aplicação desejada e o produto final (EPA, 1990a). Os oceanos são um meio de passagem cotidiana de navios e embarcações e juntamente com as correntes marítimas ajudam a dispersão dos plásticos. O plástico acaba ainda por ser levado por correntes superficiais para locais distantes dos de origem tendo
  • 16. 15 efeitos prejudiciais para as espécies oceânicas e para os ecossistemas costeiros. (US-EPA, 2002). O plástico vindo do mar vai degradando muito lentamente sendo lançado nas praias sob várias formas, mas a que tem causado grande preocupação atualmente são as esférulas plásticas. 2.3 POLUIÇÃO MARINHA POR ESFÉRULAS PLÁSTICAS Segundo a classificação proposta pela IOC/FAO/UNEP (1989), resíduos sólidos são matérias que podem ser subdivididas em categorias como plástico, material de construção, material de pesca, papel, vidro, borracha, espuma, metal, tecido, isopor e madeira antropogênica. Usando como base esta classificação, dentro da categoria plástica, pode ser criada uma subcategoria para as esférulas de plástico virgem, comumente chamadas de nibs (GREGORY, 1978) ou pellets. As esférulas ou pellets (figuras 1 e 2) são pequenas pastilhas mais ou menos achatadas, arredondadas e ovóides, que variam entre 2 a 5 mm de diâmetro, possuem várias cores, principalmente brancas e translúcidas que são as de estado virgem. Surgem como resultado da degradação dos vários plásticos, mas na forma inicial de produção é a matéria- prima granulada que serve, por exemplo, para a fabricação de embalagens, cabos de ferramentas, utensílios de cozinha e revestimentos. Os pellets mais comuns são derivados do propileno, como o polipropileno (PP), o polietileno (PE) e o poliestireno (OS). (SHIBER, 1982 e 1987; PRUTER; PRUTER, 1987; EPA,1992a). Figura 1 - Esférulas plásticas Fonte: Elaboração do autor, 2012.
  • 17. 16 Figura 2 - Esférula plástica (pellets) em lupa microscópica Fonte: Elaboração do autor, 2012. Para Mano (199), existem dois principais tipos de resinas, que são classificadas de acordo com as características de fusibilidade: as resinas termoplásticas e as resinas termorrígidas. As primeiras podem ser derretidas ou reprocessadas sem danificar ou alterar as propriedades químicas e físicas do polímero; são altamente maleáveis, mas tornam-se rígidas quando esfriadas. Devido à estreita faixa entre o ponto de derretimento da resina termoplástica e a temperatura na qual a resina irá se decompor, estas resinas são mantidas no estado líquido (derretidas) por um tempo mínimo e são pelletizadas assim que possível. (EPA, 1990a). Os polímeros termoplásticos mais comumente usados são o Polietileno de Baixa Densidade (PEBD), Policloreto de Vinila (PVC), Polietileno de Alta Densidade (PEAD), o Polipropileno (PP) e o Poliestireno (PS). (EPA, 1990a). As publicações que primeiro apontaram para as esférulas plásticas no ambiente datam da década de 1970 e referiam-se à presença destes em águas oceânicas, baías, estuários e praias ( Carpenter, et. al., 1972; Cundell, 1973; Kartar, et. al., 1973; Colton, et. al., 1974; Morris, et.al., 1974). Em seguida, estudos realizados especificamente sinalizavam a contaminação por pequenas esférulas plásticas em praias e em águas costeiras da Nova Zelândia, defendendo aidéia de que estes eram provenientes das regiões industrializadas do hemisfério norte (Gregory, 1977;1978). No Brasil são relativamente recentes e ainda escassos os estudos relativos as esférulas plásticas no ambiente costeiro, não sendo possível,ainda, traçar um panorama que favoreça diagnósticos, monitoramento e planejamento sobre as mesmas. As principais contribuições, até então, registraram o tema em algumas praias do Rio Grande do Sul
  • 18. 17 (Pianowski, 1997), Pernambuco (Costa, et al., 2009; Silva-Cavalcanti, et.al., 2009), Rio Grande do Norte (Ivar do Sul, et.al., 2009) e São Paulo (Turra, et al., 2008; Manzano, 2009), demonstrando a necessidade de novas investigações, a fim de se ampliar o conhecimento sobre as esférulas plásticas, sua distribuição e conseqüências ao ambiente. Há décadas os ambientalistas apontam que os materiais plásticos descartados no mar representam uma das maiores ameaças ao meio ambiente. Cerca de 90% do lixo nos oceanos é composto de plástico. (GALGANI et al., 1995a; COE e ROGERS, 1997; DERRAIK, 2002). As esférulas plásticas aparecem no meio ambiente devido a derramamentos acidentais durante o manuseio, transporte marítimo ou terrestre ou pelas perdas ocasionadas pelas indústrias de produção de plástico (GREGORY, 1978; SHIBER, 1987) e pela lavagem da superfície costeira proveniente das águas pluviais e de despejo de tratamento de esgoto. A presença das esférulas está fortemente documentada e é citada em inúmeros artigos científicos, assim como sua capacidade de absorção de poluentes orgânicos. Constatou-se que durante as décadas de 1980 e 1990 houve uma redução na quantidade de estudos sobre os pellets em relação à década anterior. Mas a partir de 2000, com a intensa chamada para os problemas que acenam para uma crise ambiental no planeta, a temática do lixo marinho passou a ser observada de forma mais criteriosa pela comunidade científica mundial. (Gráfico-1) Gráfico 1: Quantidades de estudos por década Fonte: Elaborado por Falcão, Plínio (2011)
  • 19. 18 Em 2001 revelou-se a existência de vários micropoluentes orgânicos (ou seja, bifenilos policlorados: PCBs, DDE, e nonilfenol) em esférulas plásticas recolhidas em praias (MATO et al., 2001). A resistência destes materiais no ambiente devido às cadeias de polimerização leva a uma degradação lenta. Associada à elevada persistência, a baixa densidade dos plásticos relativamente à água faz com que estes consigam flutuar, ficando visíveis nas massas de água. Dessa forma, e por se encontrarem sujeitos às variadas condições meteorológicas, podem quebrar-se por ação mecânica, química, térmica ou por foto-oxidação, em fragmentos cada vez menores (figura 3). Em nível de microfauna aquática, as esférulas plásticas são também um sério problema, pois a sua degradação leva a que estes atinjam dimensões reduzidas, fazendo com que integrem as cadeias alimentares aquáticas, conduzindo à morte de muitos organismos. (DERRAIK, 2002). Figura 3- Esférulas fragmentadas em lupa microscópica Fonte: Elaboração do autor, 2012. Devido ao fato das esférulas plásticas (pellets) serem pequenas, transparentes, translúcidas e flutuantes são uma potencial ameaça para os organismos aquáticos que os ingerem por engano, confundindo-as com ovas de peixes. (ANANTHASWAMY, 2001; WATSON, 2001). Diversos estudos realizados confirmam a potencialidade da ingestão de esférulas plásticas pela fauna marinha e terrestre. Estudos mostraram que 73% (DAY, 1980) e 76% (ROBARDS; PIATT; WOHL, 1995) do material plástico encontrado nos estômagos de aves era composto por esférulas plásticas, assim como em petréis (Thalassoica Antarctica) na Antártica (VAN FRANEKER; BELL, 1988). No Havaí, 16 das 18 espécies de aves marinhas residentes ingerem plásticos, sendo 70% desta ingestão de esférulas plásticas flutuantes (FRY;
  • 20. 19 FEFER; SILEO, 1987). Vooren e Fernandes (1989) e Petry e Fonseca (2002) observaram um índice de contaminação por partículas plásticas respectivamente de 41% e 58% em aves Procellariiformes mortas em praias do Rio Grande do Sul.
  • 21. 20 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 ÁREA DE ESTUDO A zona costeira brasileira compreende uma faixa de 8.698 km de extensão, com largura variável, contemplando um conjunto de ecossistemas contíguos sobre uma área de aproximadamente 388 mil km2 . Esta faixa concentra quase um quarto da população do país, abrigada em cerca de 400 municípios, com uma densidade média de 87 hab./km2 , cinco vezes superior à média nacional (17 hab./km2 ). São 17 os estados brasileiros litorâneos. (Projeto de Gerenciamento Integrado das Atividades Desenvolvidas em Terra na Bacia do Rio São Francisco; Programa de Ações Estratégicas para o Gerenciamento Integrado da Bacia do Rio São Francisco e da sua Zona Costeira – PAE: GEF, 2004, p. 72). A amostragem foi retirada da região da antepraia das praias do litoral de Imbituba e Laguna, localizadas na região Sul do Estado de Santa Catarina (figura 4), compreendendo as seguintes praias: Praia do Mar Grosso/Laguna coordenadas (28°29'39.195"S 48°45'43.1892" W), Praia do Gi/Laguna coordenadas (28°25'42.9198"S 48°44'52.5978"W), Praia do Sol/Laguna coordenadas (28°24'12.4806"S 48°44'46.0068"W), Praia de Itapirubá Norte/Imbituba coordenadas (28°19'31.5798"S 48°42'35.4342"W), Praia de Itapirubá Sul/Imbituba coordenadas (28°20'28.7448"S 48°42'28.5948"W), Praia da Vila/Imbituba coordenadas (28°14'20.097"S 48°39'15.4398"W), Praia do Porto (Aguada)/Imbituba coordenadas (28°13' 5.2818"S 48°39'59.3856"W), Praia da Ribanceira/Imbituba coordenadas (28°11'22.64"S 48°39’45.85" W).
  • 22. 21 Figura 4 - Localização das praias analisadas ao longo do litoral Sul de Santa Catarina Fonte: Google Earth, 2012. 3.2 AMOSTRAGEM E PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS A definição das praias supracitadas deu-se pela verificação prévia de relativa concentração das esférulas plásticas nos locais de estudo (figura 5). Foi estabelecida uma malha amostral de 50 metros, perpendicular à linha da água, a partir da última maré mais alta e a região inicial das dunas embrionárias. Por 100 metros, paralelos à linha da água (figura 6), em cada praia, definida por GPS. Em cada malha amostral foram coletadas 8 amostras de 1m2 , com tubos de PVC, em cada praia pesquisada (figura 7). Os locais das coletas foram escolhidos aleatoriamente dentro do espaço de cem metros, segundo método de Wetzel (1995) adaptado de IOC/FAO/UNEP (1989). As esférulas plásticas coletadas superficialmente, com uso de “colher de pedreiro”, foram despejadas em baldes com água do mar para que pudessem flutuar (flotação). As esférulas flutuantes foram separadas dos demais sedimentos com peneira fina (um milímetro), sendo depois embaladas em recipientes devidamente limpos, separadas por
  • 23. 22 amostra para posterior contagem e classificação por cor e peso. Para análise da dimensão das esférulas, foram utilizadas peneiras granulométricas e para análise do peso foi utilizada balança de precisão. Figura 5 - Esférulas em local de estudo Fonte: Elaboração do autor, 2012. Figura 6 - Malha amostral Fonte: Elaboração do autor, 2012.
  • 24. 23 Figura 7 - Amostras de 1m2 Fonte: Elaboração do autor, 2012.
  • 25. 24 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados obtidos foram analisados de forma a facilitar a visualização dos padrões existentes para cada área de estudo. Para tanto os dados estão dispostos em tabelas. 4.1 PRAIA DO GI A praia do Gi foi a praia que apresentou a maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 81,25 itens/m e 7,72 g no total geral de itens. Uma vez que a praia localiza-se na parte central da area de estudo longe do porto de Imbituba e dos molhes de Laguna, provalvelmente a alta concentração das esférulas plásticas se deve as correntes de deriva litoranea. Tabela 1 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Gi Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 13 107 120 2 11 52 63 3 9 82 91 4 9 70 79 5 10 78 88 6 6 51 57 7 8 68 76 8 6 70 76 Total 72 578 650 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC,2012. 4.2 PRAIA DE ITAPIRUBÁ SUL A praia de Itapirubá sul foi a praia com a segunda maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 58,75 itens/m e 3,61 g no total geral de itens.
  • 26. 25 Tabela 2 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Sul Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 22 119 141 2 15 18 33 3 6 15 21 4 4 20 24 5 19 9 28 6 4 10 14 7 34 115 149 8 10 50 60 Total 114 356 470 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC, 2012. 4.3 PRAIA DO PORTO (AGUADA) A Praia do porto foi a praia com a terceira maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 36,62 itens/m e 6,14 g no total geral de itens. Apresentou maior quantidade de itens da cor branca, ou seja, as esférulas plásticas virgens, o que pode estar relacionado com o porto de Imbituba. Tabela 3 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Porto Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 37 2 39 2 32 0 32 3 31 1 32 4 28 4 32 5 49 2 51 6 36 3 39 7 41 1 42 8 25 1 26 Total 279 14 293 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012. 4.4 PRAIA DO MAR GROSSO A praia do Mar Grosso foi a praia que apresentou a quarta maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com média de 32,62 itens/m e 4,22 g no total geral de itens, sendo a segunda a apresentar o maior número de esférulas plásticas brancas, portanto, não apresenta porto em sua localidade, assim se pode deduzir que a presença das esférulas plásticas se deve ao aporte marinho e continental.
  • 27. 26 Tabela 4 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Mar Grosso Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 33 3 36 2 29 0 29 3 76 3 79 4 65 5 70 5 10 2 12 6 2 10 12 7 5 5 10 8 9 4 13 Total 229 32 261 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC, 2012. 4.5 PRAIA DO SOL A Praia do Sol foi a praia com a quinta maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 27,25 itens/m e 2,93 g no total geral de itens. Tabela 5 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Sol Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 2 32 34 2 8 29 37 3 6 14 20 4 8 23 31 5 5 21 26 6 5 9 14 7 9 9 18 8 5 33 38 Total 48 170 218 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC, 2012. 4.6 PRAIA DA VILA A Praia da Vila foi a praia com a sexta maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 15,87 itens/m e 2,44 g no total geral de itens. A praia da Vila, pela sua localização ao lado do porto, deveria ter apresentado uma concentração igual ou maior do que a praia do Porto, o que não ocorreu. Isto se deve talvez à grande atividade turística da praia, práticas esportivas e que, devido ao pisoteio, pode ter soterrado as esférulas plásticas no sedimento, camuflando-as.
  • 28. 27 Tabela 6 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Vila Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 9 0 9 2 8 2 10 3 10 8 18 4 8 6 14 5 11 10 21 6 10 15 25 7 9 8 17 8 6 7 13 Total 71 56 127 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012. 4.7 PRAIA DE ITAPIRUBÁ NORTE A Praia de Itapirubá Norte foi a praia com a sétima maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 10,37 itens/m e 1,76 g no total geral de itens. Tabela 7 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Norte Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 9 3 12 2 10 4 14 3 5 6 11 4 2 1 3 5 8 6 14 6 2 1 3 7 7 0 7 8 15 4 19 Total 58 25 83 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012. 4.8 PRAIA DA RIBANCEIRA A Praia da Ribanceira foi a praia com a oitava maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 8,12 itens/m e 2,43 g no total geral de itens.
  • 29. 28 Tabela 8 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Ribanceira Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 10 0 10 2 9 2 11 3 8 3 11 4 16 4 20 5 2 0 2 6 1 3 4 7 4 0 4 8 3 0 3 Total 53 12 65 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012. A tabela 9, abaixo apresenta os resultados da abundância das esférulas plásticas nas Praias de Imbituba e Laguna, considerando a massa total e a coloração das esférulas encontradas, constatando-se que a Praia com a maior abundância em massa de esférulas plásticas foi a Praia do Gi com 7.72g e aquela que apresentou menor abundância em massa foi a Praia de Itapirubá do Norte com 1.76g. Tabela 9 - Resultado geral da análise quantitativa esférulas plásticas brancas, coloridas e massa total Grosso Gi Sol Itap. Norte Itap. Sul Vila Porto Riba Brancas 229 72 48 58 114 71 279 53 Coloridas 32 578 170 25 356 56 14 12 Total 261 650 218 83 470 127 293 65 Massa total 4,22g 7,72g 2,93g 1,76g 3,61g 2,44g 6,14g 2,43g Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC e Laguna-SC, 2012. Como mostrado na tabela 9, no Porto foi o lugar com maior abundância de esférulas brancas e a praia do Gi foi a que apresentou maior abundância de esférulas coloridas.
  • 30. 29 Gráfico 2 - Total de esférulas brancas por área estudada Fonte: Elaboração do autor, 2012. Gráfico 3 - Total de esférulas coloridas por área estudada Fonte: Elaboração do autor, 2012. Como se pode observar a seguir, nas comparações de esférulas coloridas com as brancas no gráfico 3, a única praia que teve índices de porcentagens parecidos para ambas foi a Praia da Vila, sendo um numero um pouco maior para as brancas, com 56% e as coloridas com 44%. Nas demais praias houve grandes variações, como, por exemplo a Praia do Porto apresentando, em sua maioria, esférulas brancas, atingindo 95% e somente 5% coloridas. Grosso Gi Sol Norte Sul Vila Porto Riba 229 72 48 58 114 71 53 279 Esférulas Brancas Porto; 14 Grosso; 32 Gi; 578 Sol; 170 Norte; 25 Sul; 356 Vila; 56 Riba; 12 Coloridas
  • 31. 30 Gráfico 4 - Comparação em porcentagem de esférulas brancas e coloridas Fonte: Elaboração do autor, 2012. Branca 88% Color. 12% Grosso branca 11% color. 89% Gi branca 22% color. 78% Sol branca 70% color. 30% Norte branca 24% color. 76% Sul branca 56% color. 44% Vila branca 95% color. 5% Porto branca s 82% colorid as 18% Ribanceira
  • 32. 31 Figura 8 - Esférulas plásticas Fonte: Elaboração do autor, 2012. Figura 9 - Esférulas plásticas em dunas primárias Fonte: Elaboração do autor, 2012. Devido ao seu baixo impacto visual, as esférulas plásticas não devem ser desprezadas uma vez que sua capacidade de contaminação por adsorção de produtos químicos e os impactos que podem provocar sobre a fauna marinha já se encontra fundamentada em diversas pesquisas. Estudos mais detalhados são necessários, visando análises químicas das esférulas plásticas e pesquisas em região de dunas primárias onde o material tende a se acumular significativamente.
  • 33. 32 5 CONCLUSÃO Conclui-se, como mostrado nos resultados, que em todas as praias pesquisadas foi encontrada a presença das esférulas plásticas, principalmente na praia do Gi e praia de Itapirubá Sul, que são praias com grandes atividades turísticas, onde há maior nivel de adensamento humano. Embora as praias estudadas tenham apresentado concentrações menores de esférulas plásticas em comparação a outros lugares – como em Santos/SP e no Rio Grande/RS – as mesmas se mostraram contaminadas com este material, em função das atividades portuária e industrial. As esférulas plásticas na costa marinha estão relacionadas com problemas na indústria, quanto ao manuseio e transporte. Assim, há necessidade de uma fiscalização e possíveis mudanças imediatas nestas atividades. É importante se destacar que as esférulas plásticas se enquadram na categoria “plástica”, isto é, possuem um alto tempo de resistência no ambiente seja marinho ou continental e que, juntamente com os fragmentos plásticos, permanecem por um longo tempo no ambiente, causam danos à vida marinha e animais costeiros devido à ingestão dos mesmos. Faz-se necessário incentivar estudos mais detalhados sobre a origem, dispersão no meio marinho e monitoramento deste material no ambiente bem como seu efeito real sobre a vida marinha e costeira. Também é importante divulgar à comunidade, empresas e órgãos ambientais responsáveis sobre a realidade da contaminação do meio ambiente e da fauna pelas esférulas plásticas a fim de que se tomem medidas que busquem soluções para o problema.
  • 34. 33 REFERÊNCIAS ANANTHASWAMY, A. Junk food - A diet of plastic pellets plays havoc with animals immunity. New Scient., v. 169, n. 2274, p. 18, 2001. ARAUJO, M. C. B.; COSTA, M. F. Lixo no ambiente marinho. Ciência Hoje, v. 32, n. 191, p. 64-67, 2003. BEATLEY, T. Protecting biodiversity in coastal environments: introduction and overview. Coastal Management, v. 19, n. 1, p. 1-19, 1991. CARPENTER, E. J. eT AL.. Polystyrene spherules in coastal waters. Science, 178(62), 749-750.1972. COE, J.M.; ROGERS, D.B. Marine Debris: sources, impacts and solutions. SpringerVerlac, v. 8, p. 99-139, 1997. CUNHA, Ícaro. Desenvolvimento sustentável na costa brasileira. Máster en Gestão de Negócios – Coordinadora de Pós Graduação. Universidade Católica de Santos, 2005. D’ALMEIDA, Maria L.; VILHENA, André (Org.). Lixo Municipal: Manual de gerenciamento integrado. 2. ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000. D'ANTONIO et al. Will extreme climatic events facilitate biological invasions? Frontiers in Ecology and the Environment 10(5):!249F257, 2012. DAY, R. H. The occurrence and characteristics of plastic pollutions in Alaska’s marine birds. Dissertação de Mestrado. University of Alaska, Fairbanks, AK, 111 p. 1980. DERRAIK, J. G. B. The pollution of the marine environment by plastic debris: A review. Marine Pollution Bulletin, v. 44, n. 9, p. 842-852, 2002. DIXON, T. R. & DIXON, T. J. Marine litter surveillance. Marine Pollution Bulletin, 12: 289-295, 1981. EPA. Methods to Manage and Control Plastic Wastes. Report to the Congress. Washington: EPA/530-SW-89-051. Environmental Protection Agency. 1990a. ______. Plastics Pellets in the Aquatic Environment: Sources and recommendations. Washington: EPA/842-B-92-010. Final Report. Environmental Protection Agency. 1992a. FERREIRA, J. A. Resíduos Sólidos e Lixo Hospitalar: Uma Discussão Ética. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 11 (2): 314-320, abr./jun. 1995.
  • 35. 34 FRY, D. M.; FEFER, S. I.; SILEO, L. Ingestion of plastic debris by Laysan Albatrosses and Wedge-tailed Shearwaters in the Hawaiian-Islands. Mar. Pollut. Bull., v. 18, n. 6B, p. 339- 343, 1987. GALGANI, F. et al. Distribution and Abundance of Debris on the Continental Shelf of the Bay of Biscay and in Seine Bay. Mar. Pollut. Bull., v. 30, n. 1, p. 58-62, 1995a. GOLIK, A. & GARTNER, Y. Litter on israeli coastline. Marine Environmental Research, 33:1-15, 1992. GREGORY, M. Accumulation and distribution of virgin plastic granules on New Zealand beaches. New Zealand Journal of Marine and Freshwater Research, 12(4), 399-414. 1978. ______. Plastics and South Pacific Island shores: environmental implications. Ocean & Coastal Management 42: (6-7) p. 603-615, 1999. IOC/FAO/UNEP. Report of IOC/FAO/UNEP review meeting on persistent synhetic materials pilot survey. Athenas, 1989. 46 p. IRISH, K.E.; NORSE, E.A. Scant emphasis on marine biodiversity. Conservation Biology, v. 10, n. 2, p. 680, 1996. IVAR DO SUL, J. A.; COSTA, M. F. Marine debris review for Latin America and the Wider Caribbean Region: From the 1970s until now, and where do we go from here? Marine Pollution Bulletin, v. 54, n. 8, p. 1087-1104, 2007. LAIST, D.W. Impacts of marine debris: entanglement of marine life in marine debris including a comprehensive list of species with entanglement and ingestion records. In: J.M. Coe & D.B. Rogers [Eds.]. Marine Debris: sources, impacts and solutions. New York, Springer-Verlac, 1997. p. 99-139. LIMA, A. M. F. Estudo da cadeia produtiva do Polietileno Tereftalato (PET) na Região Metropolitana de Salvador como subsídio para análise do ciclo de vida. Monografia (Curso de Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria). Escola Politécnica. Departamento de Hidráulica e Saneamento. Rede de Tecnologias Limpas (TECLIM). Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2001. MANO, E. B. Introdução a polímeros. 2. ed. São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda. 1999. 191 p. MATO, Y. I. et al. Plastic Resin Pellets as a Transport Medium for Toxic Chemicals in the Marine Environment. Environmental Science and Technology, 35, 318-324, 2001. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Understanding marine biodiversity. Washington DC: National Academy Press, 1995. 128 p. NOAA. ORMOND, R.F.G.; GAGE, J.D., ANGEL, M.V. Marine biodiversity: patterns and processes. Cambridge: Cambridge University Press, 1997. 449 p. PETRY, M. V.; FONSECA, V. S. S. Effects of human activities in the marine environment on seabirds along the coast of Rio Grande do Sul, Brazil. Ornitol. Neotrop., v. 13, p. 137-142, 2002.
  • 36. 35 PRUTER, A. T. Sources, quantities and distribution of persistent plastics in the marine environment. Mar. Pollut. Bull., v. 18, n. 6B, p. 305-310, 1987. ROBARDS, M.D.; PIATT, J.F.; WOHL, K.D. Increasing frequency of plastic particles ingested by seabirds in the subarctic North Pacific. Marine Pollution Bulletin, v. 30, n. 2, p. 151-157, 1995. SHIBER, J. G. Plastic pellets on the coast of Lebanon. Mar. Pollut. Bull., v. 10, p.28-30, 1979. ______. Plastic pellets on Spain's Costa del Sol beaches. Mar. Pollut. Bull., v. 13, p. 409-412, 1982. ______. Plastic pellets and tar on Spain's Mediterranean beaches. Mar. Pollut. Bull., v. 18, n. 2, p. 84-86, 1987. SLIP, D.J. & BURTON, H.R. Accumulation of fishing debris, plastic litter, Environmental Conservation, 18(3): 249-254, 1991. SNELGROVE, P.V.R. Getting to the bottom of marine biodiversity: sedimentary habitats. BioScience, v. 49, p. 129-138, 1999. TICKEL, C. The value of biodiversity. In: ORMOND, R.F.G.; GAGE, J.D., ANGEL, M.V. Marine Biodiversity: Patterns and Processes. Cambridge: University Press, 1997, p. xiii– xxii. US-EPA. Assessing and monitoring floatable debris. US Environmental Protection Agency,Washington DC 20460: Oceans and Coastal Protection Division, Office of Wetlands, Oceans, and Watersheds, Office of Water. 2002. VAN FRANEKER, J. A; BELL, P. J. Plastic ingestion by petrels breeding in Antarctica. Mar. Pollut. Bull., v. 19, p. 672-674, 1988. VOOREN, C. M.; FERNANDES, A. C. Guia de albatrozes e petréis do sul do Brasil. Porto Alegre: Sagra, 1989. 99 p. WATSON, P. Against the current – The Plastic Sea. 2001. Disponível em: <http://libaware.economads.com/plasticsea.php>. Acesso em: 06 ago. 2011.
  • 38. 36 ANEXO A – Coleta praias Esferúlas Plásticas “ Plastic Pellets” nas Praias de Imbituba e Laguna - Santa Catarina Orientador : Profº Adilson Tibúrcio Co-Orientador : Profº Sergio Netto TABELA - COLETAS PRAIAS Praia Coordenadas Amostras Praia do Mar grosso / Laguna 1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas 2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas 3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas 4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas Praia do Gi / Laguna 1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas 2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas 3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas 4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas
  • 39. 37 Praia do Sol / Laguna 1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas 2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas 3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas 4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas Praia de Itapirubá Norte / Imbituba 1. ( 09 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 08 ) Brancas ( 06 ) Coloridas 2. ( 10 ) Brancas ( 04 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 01 ) Coloridas 3. ( 05 ) Brancas ( 06 )Coloridas 7. ( 07 ) Brancas ( 00 ) Coloridas 4. ( 02 ) Brancas ( 01 )Coloridas 8. ( 15 ) Brancas ( 04 ) Coloridas Praia de Itapirubá Sul / Imbituba 1. ( 05 ) Brancas ( 01 ) Coloridas 5. ( 00 ) Brancas ( 00 ) Coloridas 2. ( 15 ) Brancas ( 18 )Coloridas 6. ( 09 ) Brancas ( 19 ) Coloridas 3. ( 06 ) Brancas ( 15 )Coloridas 7. ( 04 ) Brancas ( 10 ) Coloridas 4. ( 00 ) Brancas ( 00 )Coloridas 8. ( 00 ) Brancas ( 00 ) Coloridas Praia da Vila / Imbituba 1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas 2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas 3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas 4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas
  • 40. 38 Praia do Porto (Aguada) / Imbituba 1. ( 00 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas 2. ( 00 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas 3. ( 00 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas 4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas Praia da Ribanceira / Imbituba 1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas 2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas 3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas 4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas Outras áreas Molhes Da Barra Laguna Praia do Sonho