3. O que são plásticos?
⦁ O plástico é, talvez, uma das mais importantes invenções do século XX
⦁ A palavra plástico tem origem grega e significa aquilo que pode ser
moldado.
⦁ Uma importante caraterística do plástico é manter a sua forma após a
moldagem.
⦁ Desempenha um papel extremamente útil na economia e com
aplicações essenciais em muitos setores.
⦁ O plástico não é um recurso natural. Então... de onde vem o plástico?
5. 1869
Alexander Parkes
descobriu um material
orgânico derivado da
celulose, a parkesina.
John Wesley Hyatt
descobriu o primeiro
plástico industrial, um
material à base de
nitrato de celulose.
1862
Perspetiva histórica
6. 1869
Alexander Parkes
descobriu um material
orgânico derivado da
celulose, a parkesina.
John Wesley Hyatt
descobriu o primeiro
plástico industrial, um
material à base de
nitrato de celulose.
1862 1907
Leo Baekeland criou o
primeiro plástico
totalmente sintético e
comercialmente viável: a
baquelite.
Perspetiva histórica
8. Perspetiva histórica
⦁ Em 1839 o inventor norte-americano Charles Goodyear descobriu a
borracha, através da vulcanização, método por ele criado.
⦁ Alexander Parkes descobriu, em 1862, um material orgânico derivado da
celulose, a parkesina, como ficou conhecida.
⦁ Parkes procurava um material substituto da borracha, matéria-prima
utilizada em muitos produtos na época.
⦁ A parkesina quando aquecida podia ser moldada e mantinha a mesma
forma quando arrefecia.
⦁ O elevado custo na produção deste material acabou, porém, por
desestimular os investidores.
9. Perspetiva histórica
⦁ Em 1869, o tipógrafo americano John Wesley Hyatt, para substituir o
marfim utilizado no fabrico de bolas de bilhar, descobriu um material à
base de nitrato de celulose.
⦁ O primeiro plástico industrial, era formada por uma mistura de fibras de
algodão com ácidos.
⦁ Em 1907, Leo Baekeland, considerado o pai da indústria do
plástico, criou o primeiro plástico totalmente sintético e
comercialmente viável: a baquelite.
10. Perspetiva histórica
⦁ Desde então e até à atualidade verificou-se um verdadeiro boom na
indústria dos plásticos, existindo uma diversidade cada vez maior de
plásticos com propriedades diversas.
⦁ O plástico é produzido a partir de resinas derivadas do petróleo.
⦁ A elevada dependência humana do plástico fez com que com que alguns
cientistas classifiquem a nossa espécie de Homo plasticus.
11. Classificação dos plásticos
⦁ Existem muitos tipos de plásticos, classificados em dois grupos de acordo
com as suas caraterísticas de fusão ou derretimento: os termoplásticos e
os termorrígidos.
12. Plásticos – panorama global
⦁ O uso do plástico está a tornar-se insustentável pelos efeitos nocivos que
traz ao equilíbrio ambiental (e não só).
⦁ O plástico é uma ameaça para a saúde do planeta, sobretudo dos
oceanos.
⦁ Estima-se que a produção global de plástico aumente 40% até 2030,
apesar dos diversos alertas lançados por diversas ONG ligadas à área do
ambiente.
⦁ O seu uso per capita também está a aumentar, sobretudo nos países
em desenvolvimento.
14. Plásticos – panorama global
⦁ Nos últimos cinquenta anos o consumo de plástico tem registado um
crescimento exponencial. Em todo o mundo produz-se, anualmente,
400 milhões de toneladas de plástico.
⦁ Em julho de 2020, o navio do Instituto Ocean Voyages partiu numa
expedição de 48 dias até àquela que já é conhecida como a Grande Ilha
de Lixo do Pacífico (entre o Havai e a Califórnia).
⦁ Recolheu 103 toneladas de redes de pesca e materiais de plástico.
Foram encontrados esqueletos e animais mortos, vítimas daquele
amontoado de lixo.
17. Plásticos – panorama global
⦁ A Grande Ilha de Lixo do Pacífico é já conhecida como “o sétimo
continente”: apresenta uma área aproximadamente três vezes superior ao
tamanho da França e cerca de dezoito vezes a área de Portugal (1,6
milhões de km2, aproximadamente).
⦁ Constitui o maior depósito de lixo oceânico do mundo com 1,8 triliões
(1.800.000.000.000) de pedaços de plástico flutuantes que matam,
anualmente, milhares de animais marinhos.
18. Plásticos – panorama global
⦁ Corresponde a 80.000 toneladas de plástico que não pára de
crescer, conforme um estudo científico publicado em 2018 pela
revista Nature.
⦁ 94% desta grande massa de lixo flutuante é constituída por fragmentos
minúsculos de plástico que se desprendem de outros maiores pela
erosão.
19. Plásticos – panorama nacional
⦁ Portugal é o país que a nível europeu mais usa sacos de plástico, embora
os números venham a cair desde 2015, altura em que começaram a ser
pagos.
⦁ Cada português utiliza, em média, mais de 460 sacos de plástico por ano.
⦁ A cada minuto é usado, aproximadamente, um milhão de sacos de plástico
(fonte: Agência Portuguesa do Ambiente).
20. Plásticos – que futuro?
⦁ Um saco de plástico pode demorar até 500 anos a decompor-se,
fragmentando-se em pequenos pedaços, frequentemente consumidos pelos
animais – microplásticos.
⦁ Em 2015, o plástico acumulado nos oceanos rondaria os 150 milhões de
toneladas.
⦁ Estima-se que, ao ritmo atual, até 2040 os números tripliquem: cerca de
600 milhões de toneladas de plástico a poluir os oceanos e mares do planeta.
⦁ Urge reformular a indústria global de plásticos, propondo uma economia
circular de reutilização e de reciclagem.
22. Legislação europeia...
⦁ Em 2018, a Comissão Europeia apresentou a primeira estratégia integral
sobre os plásticos numa economia circular à escala mundial, a qual
define a abordagem adotada pela UE para responder aos problemas que
estes materiais representam.
⦁ Em 2019, a Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho estipula medidas
adicionais tendo em vista a redução do impacte de certos produtos de plástico
no ambiente, com particular incidência na redução da produção de
plásticos de utilização única.
24. Legislação nacional...
⦁ Lei n.º 69/2018, de 26 de dezembro, institui um sistema de incentivo à
devolução de embalagens de bebidas em plástico não reutilizáveis e um
sistema de depósito de embalagens de bebidas em plástico, vidro, metais
ferrosos e alumínio não reutilizáveis.
⦁ Portaria n.º 202/2019, de 3 de julho, define os termos e os critérios aplicáveis
ao projeto-piloto a adotar no âmbito do sistema de incentivo ao consumidor
para devolução de embalagens de bebidas em plástico não reutilizáveis.
25. Legislação nacional...
⦁ Lei n.º 76/2019, 2 de setembro, determina a não utilização e não
disponibilização de louça de plástico de utilização única nas atividades
do setor de restauração e/ou bebidas e no comércio a retalho.
⦁ Decreto-Lei n.º 83/2022, define os regimes de responsabilidade alargada
do produtor de determinados produtos de plástico de utilização única.
⦁ Decreto-Lei n.º 78/2021, de 24 de setembro, transpõe a Diretiva (UE)
2019/904, relativa à redução do impacto de determinados produtos de plástico
no ambiente, e que altera as regras relativas aos produtos de plástico nos
pontos de venda de pão, frutas e legumes.
26. Microplásticos e nanoplásticos – saúde humana
⦁ Microplásticos são detritos plásticos cujas partículas possuem dimensão
inferior a 5 mm e superior a 0,001 mm.
⦁ Nanoplásticos são partículas residuais de plástico que medem entre 1 a
1.000 nanómetros (0,001 milímetro).
⦁ Os microplásticos podem ser classificados em primários (via direta) e em
secundários (via indireta), consoante a sua origem.
27. Microplásticos e nanoplásticos – saúde humana
⦁ Microplásticos secundários: fragmentos de plástico, que resultam da
degradação física, química e biológica de detritos de plástico de maiores
dimensões.
⦁ Exemplos de microplásticos primários: abrasivos usados nas limpezas
domésticas, esfoliantes corporais, pasta dentífrica, creme de barbear, etc.
29. Microplásticos e nanoplásticos – saúde humana
⦁ Estudos recentes demonstram que cada pessoa ingere/inala, em média,
cerca de 2.000 partículas de microplásticos por semana, o equivalente a
cinco gramas de plástico por semana, o peso de um cartão de crédito.
30. Microplásticos e nanoplásticos – saúde humana
⦁ Os riscos para a saúde causados pelos microplásticos resultam da sua
composição química e componentes químicos perigosos, como
os disruptores endócrinos (The Endocrine Society).
⦁ Os disruptores endócrinos perturbam o sistema hormonal, daí podendo
resultar patologias como cancro, diabetes, distúrbios reprodutivos e
deficiências neurológicas no desenvolvimento de fetos e crianças, bem
como morte prematura.
32. Microplásticos e nanoplásticos – saúde humana
⦁ Ao investigar os peixes mais vulneráveis à ingestão, os pesquisadores
notaram que os que ocupam níveis tróficos mais elevados das cadeias
alimentares foram os que mais consumiram plástico, verificando-se um
fenómeno de bioacumulação ao longo das cadeias alimentares.
⦁ Em humanos — que podem apresentar contaminação por plástico via
cadeia alimentar, ao consumir animais marinhos — há evidências de que
os microplásticos podem agravar a asma, provocar inflamações no sistema
imunológico, danificar os órgãos internos e alcançar mesma as placentas de
mulheres grávidas.
34. Microplásticos e nanoplásticos – saúde humana
⦁ Diversos investigadores identificaram a presença de plásticos em todos os
principais órgãos de filtragem do corpo humano.
⦁ Os pesquisadores encontraram evidências de contaminação por
microplásticos em amostras de tecido retiradas de pulmões, fígado, baço e
rins de corpos humanos doados para pesquisa.
⦁ O contacto com o plástico começa na placenta e continua para o resto da
vida.
36. Microplásticos e nanoplásticos – saúde humana
⦁ Estudos recentes revelam que mais de 50% da população mundial possui
microplásticos em suas fezes.
⦁ Segundo dados da ONG Orb Media, existem microplásticos no ar que
respiramos, em alimentos como o sal ou a cerveja e até na água que
bebemos.
⦁ Cerca de 83% da água de abastecimento público do planeta (água de
torneira) está contaminada com microplásticos, tendo sido encontradas
partículas de microplásticos até na água engarrafada.
38. Microplásticos e nanoplásticos – saúde humana
⦁ Pessoas com doenças inflamatórias intestinais apresentam 50%
mais microplásticos em suas fezes.
⦁ Soluções como os bioplásticos parecem não ser o suficiente, uma vez que
são utilizados aditivos químicos na sua confeção semelhantes
aos plásticos convencionais, também com efeitos de desregulação endócrina.
39. Reduzir o uso de plásticos – uma responsabilidade de
todos
⦁ Gestos simples e individuais, postos em prática no nosso quotidiano.
⦁ O recurso ao plástico pode ser diminuído em aproximadamente 47%, se
aderirmos a soluções alternativas.
⦁ Rejeitar o uso desnecessário de plásticos e optar pela reutilização de
recipientes pode contribuir em 30% para a diminuição da poluição causada
pelo plástico.
⦁ A substituição do plástico por outros materiais, como a troca de sacos de
plástico por sacos de papel, permite que o planeta consuma até 17% menos
plástico.
41. Dicas para reduzir o uso de plástico no dia-a-dia
⦁ Quando for às compras, leve consigo sacos reutilizáveis de pano - além de
mais ecológicos, são laváveis e fáceis de transportar.
⦁ Opte por adquirir produtos a granel, como o arroz, as massas ou as
sementes, entre outros - pode conservá-los em frascos de vidro, dispensando
a habitual embalagem de plástico, onde habitualmente são comercializados.
⦁ Privilegie detergente líquido armazenado em garrafas plásticas recicladas
e, quando acabar, use uma recarga e encha-as novamente.
42. Dicas para reduzir o uso de plástico no dia-a-dia
⦁ Troque o gel de banho por sabão ou sabonete.
⦁ Opte por cotonetes de bambu.
⦁ Compre papel higiénico acomodado em embalagens recicladas;
⦁ Prefira escovas de dentes em bambu, cujo período de biodegradação ronda
os 6 meses.
⦁ Substitua sempre que possível a película aderente por folhas de alumínio ou
por embalagens reutilizáveis.
⦁ Se faz a barba todos os dias, desista das lâminas descartáveis de plástico
e use uma máquina de barbear elétrica.
44. Dicas para reduzir o uso de plástico no dia-a-dia
⦁ Uma fonte importante de plástico em casa são os brinquedos das crianças.
Por isso, à medida que elas forem crescendo, é essencial dar uma “nova
vida” a esses brinquedos, oferecendo-os a outras crianças, apostando
numa política de reutilização.
⦁ Beba os seus cafés em copos reutilizáveis ou num termo que, além de ser
uma solução ecológica, conserva o seu café bem quente.
⦁ Na marmita de levar para o trabalho ou no piquenique ou festa de aniversário,
evite sempre os talheres de plástico e opte por uma solução reutilizável
como são os tradicionais talheres de metal.