Este documento é um manual prático de eletrocardiograma que apresenta os principais conceitos e aplicações clínicas deste exame. O manual é organizado em 12 capítulos escritos por diferentes autores e aborda tópicos como os princípios básicos do ECG, ativação cardíaca, derivações, padrão normal, sobrecargas, bloqueios, arritmias, distúrbios eletrolíticos e aplicações em situações especiais.
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Subcapítulo 1.2 Noções da Eletrofisiologia do Coração
Bibliografia consultada
1. Sanches PCR, Moffa PJ. Noções de eletrofisiologia celular. In: Moffa PJ, Sanches PCR, editores.
Tranchesi: eletrocardiograma normal e patológico. São Paulo: Roca; 2001. p. 1-26.
2. Carneiro EF. A origem do impulso cardíaco. In: Carneiro EF. O eletrocardiograma: 10 anos
depois. São Paulo: Livraria e Editora Enéas Ferreira Carneiro; 1989. p. 3-11.
3. Carneiro EF. A resposta rápida e a resposta lenta. In: Carneiro EF. O eletrocardiograma: 10 anos
depois. São Paulo: Livraria e Editora Enéas Ferreira Carneiro; 1989. p. 303-6.
4. Mirvis DM, Goldberger AL. Eletrocardiografia. In: Zipes DP, Libby P, Bonow RO, Braunwald E,
editores. Tratado de doenças cardiovasculares. Rio de Janeiro: Elsevier; 2006. p. 107-152.
40. Thiago Ferraz Vieira Pinto
Raphael Marion Pesinato
Hélio Penna Guimarães
O ECG Normal
4cap ít ulo
Introdução
Para entender as anormalidades e peculiaridades de doenças ou alterações que o ECG regis-
tra é fundamental prioritariamente a compreensão de seus aspectos de normalidade. Este
capítulo vai abordar as principais características de normalidade do ECG, além de propor
uma maneira prática e pragmática para a leitura inicial do ECG, identificando suas anorma-
lidades.
Observações iniciais
Já foi descrita, em capítulos anteriores, a gênese da atividade elétrica do coração, agora
traduziremos esse estímulo “literalmente” no papel. Para tanto é necessário conhecer mais
sobre o eletrocardiógrafo e como se faz o registro de leitura da atividade elétrica no papel
de eletrocardiografia.
O eletrocardiógrafo registra por meio de uma agulha térmica a leitura da atividade elétri-
ca do coração. Assim, enquanto a agulha oscila, o papel corre a uma velocidade de 25 mm/s,
no caso dos eletrocardiógrafos de papel “em fita”. Apesar de os aparelhos de ECG mais mo-
dernos registrarem de maneira simultânea as derivações, essa velocidade permaneceu como
padrão e é registrada nas bordas do papel, seguindo como orientação para evitar erros de
leitura quanto à frequência cardíaca (Figura 4.1).
O papel onde é traçada a linha do ECG é padronizado: um quadriculado composto de
quadrados maiores (linhas grossas) preenchidos com quadrados menores (linhas finas).
Essa delimitação em gráfico com x e y permite a leitura, no eixo x (vertical), de medidas de
amplitude calculadas em milivolt (mV) e, no eixo y (horizontal), de medidas de tempo cal-
culadas em segundo (s). Os quadrados maiores (linha grossa) possuem 0,5 mV de amplitu-
de, ou seja, cada um dos cinco quadrados menores que compõem um quadrado maior tem
0,1 mV. Quanto à grandeza tempo, o quadrado maior representa 0,20 s, e cada quadrado
menor dos cinco que o compõem representa 0,04 s (Figura 4.2).
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