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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
COLEGIADO DE PEDAGOGIA
ISLANE ARCANJO MARQUES ARAUJO
OS JOGOS MATEMÁTICOS COMO UM FACILITADOR NO PROCESSO
DE APRENDIZAGEM NA VISÃO DOS PROFESSORES
DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Feira de Santana
2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
COLEGIADO DE PEDAGOGIA
ISLANE ARCANJO MARQUES ARAUJO
OS JOGOS MATEMÁTICOS COMO UM FACILITADOR NO PROCESSO
DE APRENDIZAGEM NA VISÃO DOS PROFESSORES
DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Monografia apresentada ao curso de Licenciatura em
Pedagogia da Universidade Estadual de Feira de Santana,
como requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciada em Pedagogia.
Orientadora: Prof.ª M.s Simone d’ Almeida
Feira de Santana
2016
ISLANE ARCANJO MARQUES ARAUJO
OS JOGOS MATEMÁTICOS COMO UM FACILITADOR NO PROCESSO
DE APRENDIZAGEM NA VISÃO DOS PROFESSORES
DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Monografia apresentada ao curso de
Licenciatura em Pedagogia da Universidade
Estadual de Feira de Santana, como requisito
parcialm para obtenção do grau de Licenciada
em Pedagogia.
Orientadora: Prof.ªM.s Simone d’ Almeida
APROVADA: 11/05/2016
_________________________________________
Prof. Ms. Simone Regina Silva d’Almeida (UEFS)
__________________________________________
Profa. Ms. Liliane Pires Valverde do Amaral(UEFS)
__________________________________________
Profa. Dra. Syomara Assuíte Trindade (UEFS)
Deus,
Ao meu amado esposo, Daniel
Aos meus queridos pais, Edvaldo Marques e Maria
Aparecida
Aos meus irmãos Isly e Isaque
Á minha orientadora, Simone d’Almeida
A todos os meus amigos e familiares que sempre
acreditaram em mim e ajudaram a construir esse sonho.
AGRADECIMENTOS
Á Deus por me dar sabedoria e me conduzir e por se fazer presente durante esse trabalho e no
percurso deste curso.
Ao meu esposo Daniel pela paciência e incentivo durante esta trajetória.
Aos meus queridos pais pela dedicação e encorajamento.
Aos meus irmãos pela devoção e ânimo que me deram muita força e apoio.
Á minha orientadora, Simone d’Almeida, pela compreensão e amizade.
Enfim a todos os meus amigos e familiares que acreditaram em mim e ajudaram a concretizar
esse sonho.
“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte
do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da
procura, fora da boniteza e da alegria”. (FREIRE, 2002, p.53)
RESUMO
O objetivo desse trabalho é levantar as concepções dos professores sobre o uso dos jogos
matemáticos como uma ferramenta importante nas aulas de Educação Infantil (EI) para os
alunos de uma escola pública municipal em Feira de Santana.
Entende-se que os jogos estimulam a capacidade cognitiva e permite a socialização, a
depender quais os objetivos a serem alcançados e se bem planejados e mediados de forma
estimulante este recurso pode ser uma ferramenta de suma importância no processo de
aquisição dos conhecimentos matemáticos. A pesquisa de campo é de cunho qualitativo e se
aproxima de um estudo de caso. Os sujeitos foram 3 professoras efetivas da rede municipal de
ensino de Feira de Santana da Educação Infantil, tendo em vista que é uma instituição pública
e a dificuldade que alguns professores apresentam em passar o conhecimento matemático,
desta forma apresento os professores como sendo P1 ,P2 e P3 . As questões que norteou as
discussões que foram produzidas no decorrer do presente projeto foram: 1. O que pensam os
professores sobre a importância e utilização dos jogos matemáticos para o aprendizado na
Educação Infantil? 2. De que forma os jogos matemáticos podem ser utilizados para o ensino
e a aprendizagem na EI?3. Quais jogos matemáticos são aplicados na rotina da EI? 4. Existe
diferença entre brincar e jogar para os professores? A relevância da pesquisa é o
aprofundamento na temática “Jogos matemáticos” como este pode ser um facilitador para o
ensino desses saberes com o intuito de desenvolver na criança as aprendizagens necessárias
para viver em sociedade. Além disso, esta disciplina é vista com muito temor pelos alunos da
escola básica, assim para resgatar o gosto de estudá-la será analisado como os jogos podem
auxiliar neste processo desde Educação Infantil que é o foco da pesquisa. Tendo em vista, que
os professores entrevistados têm formação pedagógica, além de especialização na área de
ensino, os estudos apontaram para um resultado positivo acerca de como esses educadores
planejam e realizam seus trabalhos com jogos matemáticos, foi notório tanto na entrevista
como nos questionários a coerência de suas falas articuladas aos autores apresentados e
citados também pelos sujeitos da pesquisa tais como; Kamii(1991), Kishimoto(2001), Smole
(2000) entre outros.Com isso, percebeu-se que a escola que serviu como lócus de pesquisa
tem uma experiência bem sucedida com jogos matemáticos.
Palavras chave: Jogos na Educação Infantil. Jogos. Educação Infantil. Jogos-
Matemáticos.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
C.F- Constituição Federal
DCNEB- Diretriz Curricular Nacional para Educação Básica
EI- Educação Infantil
INAF- Indicador de Analfabetismo Funcional
P1- Professora 1
P2- Professora 2
P3- Professora 3
RCNEI- Referenciais Curriculares para Educação Infantil
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................10
1. JOGOS E A EDUCAÇÃO INFANTIL.............................................................................15
1.1. CONCEITOS DE JOGOS E SEUS SIGNIFICADOS .....................................................18
1.2. O jogo a brincadeira e os elementos que constituem o brincar. ...............................21
1.2.1. Jogos Educativos..........................................................................................................23
1.3. A Educação Infantil e o seu Papel na Infância ...........................................................25
1.3.1. Breve histórico da Educação Infantil............................................................................27
1.3.2. Educação Infantil e algumas considerações para o desenvolvimento da criança.........29
2. A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL...............................................................................................................................31
2.1 O LÚDICO NA CONSTRUÇÃO DOS SABERES MATEMÁTICOS DA
CRIANÇA.................................................................................................................................34
2.2 A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL................................................................................................................................36
3. O JOGO MATEMÁTICO COMO ELEMENTO PEDAGÓGICO E RECURSO
DIDÁTICO NA SALA DE AULA.........................................................................................39
3.1. O PROFESSOR COMO MEDIADOR DO JOGO NA EDUCAÇÃO INFANTIL..........41
4. METODOLOGIA DA PESQUISA...................................................................................45
4.1 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS .....................47
5. ANALISE DE DADOS.......................................................................................................50
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................58
6. REFERÊNCIAS..................................................................................................................60
APÊNDICE A – Questionário aplicado aos professores de Educação Infantil........................65
APÊNDICE B – Roteiro de entrevista......................................................................................67
ANEXO A – BLOCO DE ATIVIDADES COM JOGOS.......................................................68
10
INTRODUÇÃO
O jogo é muito importante para o ser humano desde os primórdios é um símbolo de
luta e desafio. Segundo o dicionário Aurélio (2008) o jogo é “exercício ou passatempo entre
duas ou mais pessoas das quais uma ganha, e a outra, ou as outras, perdem”. Na sociedade
estão presentes vários tipos de jogos. Entre eles, se encontram os de adulto, como os jogos
políticos de interesse, com estratégias e astúcias para conseguir o que se quer como vantagens
ou promoções e acontecem com frequência entre empresários, bem como em outros
ambientes de trabalho, os jogos de competição entre eles encontram-se os esportivos, os jogos
lúdicos em que os adultos e crianças participam como os de xadrez, bola, boliche,
baralho,dominó entre outros. Existem também os jogos de faz de conta em que as crianças
brincam permitindo a forte utilização da imaginação como, por exemplo, o cabo de vassoura
vira cavalinho, cadeira vira casinha entre outras.
Esses jogos de faz de conta que utiliza a imaginação é segundo Piaget (1975) chamado
de Jogo simbólico o que aparece predominantemente entre os 2 e 6 anos. A função desse tipo
de atividade lúdica, de acordo com Piaget, "consiste em satisfazer o eu por meio de uma
transformação do real em função dos desejos", ou seja, simula a realidade. De acordo com o
contexto que a criança vive ela procura reproduzir nestes jogos um ambiente próximo da sua
realidade. O autor referido ainda classifica mais dois tipos de jogos, os de regra, e os jogos de
exercício.
Os jogos de regra é uma combinação entre sensório-motora e intelectual de acordo com
objetivos que se pretende alcança como: competir, melhorar o desempenho e aprender algo
definido, com isso ocorre no jogo à união da cooperação e da autonomia, que continua durante
toda a vida. Como exemplo: jogar bola, corrida, xadrez. (PIAGET 1975, apud NACIMENTO,
SILVA, RIBETTI. 2011). Os jogos de exercício é a fase que a criança está se descobrindo, por
meio do movimento das ações, ou seja, “O jogo de exercício é importante para o desenvolvimento
da coordenação motora da criança, sua lateralidade e fortalecimento dos músculos”.
(FRIEDMANN 1996, p.27 apud NASCIMENTO, SILVA, RIBETTI, 2011, P.25).
Além desses já mencionados, existem os jogos educativos os quais são utilizados com
finalidade de se “aprender brincando”, ou seja, de forma lúdica em diferentes ambientes como em
casa, em momentos de lazer, no parque, na rua ou na escola tendo ou não uma intencionalidade.
Os pais, muitas vezes compram esses jogos para auxiliar no processo de aquisição do letramento,
escrita e alfabetizar nos conhecimentos matemáticos, são jogos como os de dominó que se
apresenta com imagens, com as letras do alfabeto, com números, entre outras adaptações de
acordo com a intenção pedagógica. Existem também alguns preferidos pelas crianças como o
11
banco imobiliário, jogo da memória, “Primeiros Passos na Leitura”, mexe-mexe, xadrez entre
outros.
Percebe-se, que existe uma complexidade ao se definir de fato o que é jogo, pois como
visto este conceito é bastante amplo, já que o mesmo se encontra presente desde o início da
humanidade, nas relações sociais, mesmo que de forma subentendida, além de serem bastante
utilizados pelas crianças como uma brincadeira e em outros momentos podendo ser educativo.
No presente trabalho serão discutidos os jogos matemáticos e como estes podem se tornar
facilitadores no ensino, bem como nas diversas formas como os professores utilizam esse
recurso.
Pesquisas feitas pelo Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF) apontam que o
índice de analfabetismo com relação à matemática entre pessoas de 15 a 64 anos é muito
grave, sendo um grande desafio para escolas e educadores garantir esse aprendizado, ainda no
período escolar. Muitos alunos na educação básica têm muita dificuldade nesta disciplina e
dessa forma, os professores precisam utilizar diferentes estratégias para que essa taxa venha a
diminuir.
Com isso, o presente estudo monográfico procura investigar como os jogos matemáticos
podem se tornar uma ferramenta didática para auxiliar nas habilidades matemáticas, operando
com um facilitador na sala de aula para aprimorar as aprendizagens na Educação Infantil (EI).
Segundo autores como: Dorneles (2009), Kamii (1991), Lara (2001),quando as
habilidades matemáticas são estimuladas a partir da Educação Infantil, a criança consegue avançar
de forma mais significativa nas futuras construções do conhecimento. Segundo Lara (2011, p.15)
“um insucesso em matemática significa um fracasso não apenas na vida escolar, mas na própria
condição de cidadão”. Pois, o conhecimento matemático se faz presente na vida social do
indivíduo sendo inerente ao ser humano. Ou seja, segundo a autora este conhecimento se faz
presente na capacidade de resolver questões, estratégias para utilizar a imaginação a memória e a
criatividade.
Diante dos altos índices de fracasso escolar atual que se encontra a educação matemática
no país. Surgiu uma inquietação para se discutir essa problemática no contexto da sala de aula nas
turmas de Educação Infantil. Procurando investigar como o jogo pode ser utilizado no cotidiano
escolar tornando-se um facilitador para desenvolver os saberes matemáticos na EI, tais como
noções de quantidade, tamanho, medida, contagem, peso, classificação e noção de número os
quais serão fundamentais para futuras aprendizagens. Também serão discutidas as concepções
dos professores sobre o uso dos jogos nas aulas de matemática da EI e como os estes são
planejados e aplicados no cotidiano das turmas onde será feita a pesquisa.
12
O interesse pelo tema surgiu a partir de um curso de formação feito pela internet “Uma
Introdução aos Jogos Matemáticos” no qual foram vistos aspectos muito relevantes assim
como: a importância dos jogos na Educação Infantil. Apesar de ter cursado na disciplina
“Fundamentos e Ensino da matemática para Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino
Fundamental” no curso de Pedagogia, não foi despertado e nem foram visto os jogos com
muito destaque, o que despertou mais a necessidade de compreender essa temática. Além
disso, durante o Estágio Supervisionado em Educação Infantil foi possível observar como os
jogos matemáticos podem ser utilizados como facilitadores da aprendizagem dessa área, visto
que os mesmos estavam presentes no cotidiano da sala de aula. Dessa forma, o estágio
contribuiu para reforçar o interesse pelo tema.
A relevância da minha pesquisa consiste em ampliar o conjunto de obras publicadas,
acerca da temática “Jogos matemáticos na educação Infantil”. Pois nos últimos anos dos
cursos de Licenciatura em Pedagogia foram produzidos poucos trabalhos monográficos nesta
área. Assim, a presente pesquisa servirá como base para os estudos de todos aqueles que
tenham a necessidade de conhecer mais sobre o tema.
Os jogos matemáticos são muito importantes, em relação ao ensino o professor pode
utilizá-los para relacionar os conteúdos escolares com a vida cotidiana das crianças. Ele
também estimula a capacidade de resolver situações adversas, constrói estratégias para utilizar
a imaginação, a memória, promove desafios, aprende a lidar com regras, permite a
socialização e proporciona o desenvolvimento integral da criança.
Já para o aprendizado nas crianças, os jogos matemáticos se tornam uma importante
estratégia, pois, podem estimular o conhecimento matemático, aprendendo as noções de alto,
baixo, cores, numeração, além de ensinar as crianças para respeitar regras, esperar a vez do
outro, ordem entre outros valores que fazem parte da formação dos futuros cidadãos. Segundo
Kamii (1991, p.9) “o jogo é uma forma de atividade particular poderosa para estimular a vida
social e atividade construtiva da criança”. Desta forma, os jogos podem contribuir para o
processo de socialização da criança e também para construção do conhecimento, eles também
podem ser feitos em grupos o que permite maior interação. Assim, a criança desenvolve a
possibilidade de vivenciar diversas experiências entre elas as de competição tendo que lidar
com o ganho e perda. Segundo Smole (2007), o jogo promove a socialização que pode ser um
elemento indispensável para melhorar o aprendizado na matemática, pois através dele as
atividades se tornam experiências lúdicas e saudáveis que permitem a interação com o outro.
Desta forma,ao aprender de forma lúdica, a criança é cativada pela imaginação e fantasias.
Além disso, favorece um a situação de conforto quando as crianças com maiores dificuldades
13
têm a oportunidade de manipular os objetos concretos que são atribuídos sentido. Assim, elas
demonstram maior prazer em aprender brincando.
Diante disto, procura-se analisar e responder as seguintes questões que norteiam este
trabalho: 1.O que pensam os professores sobre a importância e utilização dos jogos matemáticos
para o aprendizado na Educação Infantil? 2. De que forma os jogos matemáticos podem ser
utilizados para o ensino e a aprendizagem na EI?3. Quais jogos matemáticos são aplicados na
rotina da EI? 4. Existe diferença entre brincar e jogar para os professores?
O objetivo geral deste estudo é levantar as concepções dos professores sobre o uso dos
jogos matemáticos nas aulas de Educação Infantil bem como suas contribuições para o
aprendizado. Espera-se analisar através deste estudo, como os jogos matemáticos podem ser
utilizados como uma estratégia lúdica na Educação Infantil. Discutir também, quais jogos
matemáticos são aplicados no cotidiano da EI e quais relações e diferenças os professore
estabelece entre brincar e o jogar.
O espaço em que foi despertado o interesse pelo tema e que também servirá de coleta
de dados da presente pesquisa é uma escola do municipal de Feira de Santana, em que os
sujeitos de pesquisa foram três professores, efetivos do município que atuam na Educação
Infantil que chamarei de P1, P2 e P3. Os sujeitos foram escolhidos tendo em vista que é uma
instituição pública e a dificuldade que alguns professores apresentam em passar o
conhecimento matemático. Os instrumentos foram uma entrevista semi-estruturada e
questionário.
As categorias teorias que subsidiam o presente trabalho, selecionadas para a análise
dos dados coletados, foram fundamentadas nos autores escolhidos para a sustentação teórica
da pesquisa, em consonância com os objetivos propostos. Sendo eles: Jogos e a educação
Infantil, Fundamentados em : Huizinga(1971) Kamii(1991) Kishimoto(1994) o
conhecimento matemáticos na Educação Infantil, baseando em autores como: D’ambrosio
(2008), Fernandes, (2012), Dorneles( 2009),Virgulino, (2014), Souza,(2011), D’ arte (2016)
Smole (2014) Kishimoto(2001). Entre outros. O jogo matemático como ferramenta na EI
baseando-se em : Kishmoto (1994) e (2001) Dante,(1996) Blaszak (2009) Vygotsky (1998)
Farias (2013) Kamii (1991) Smole (2007) Kaercher (2001).
Desta forma, esta pesquisa, foi estruturada em quatro capítulos que se completam e
procuram analisar como a matemática se faz presente na educação infantil. Procurando
responder as questões mencionadas anteriormente.
No primeiro Capítulo Jogos e a Educação Infantil serão apresentados os conceitos de
jogos e de EI em uma discussão inicial acerca desses assuntos e também algumas concepções
14
sobre a Educação Infantil e seu papel na infância, além de alguns os tipos de jogos destacando
os educativos.
Já no segundo capitulo Conhecimento matemático na Educação Infantil, foi desenvolvido a
temática com base nos saberes matemáticos, ressaltando sobre a importância da aquisição
deste conhecimento também na EI e como desenvolver estratégias para a construção destes
saberes.
No terceiro capítulo O jogo matemático como elemento pedagógico e recurso
didático na sala de aula, realizou-se algumas discussões sobre como o jogo pode se tornar
uma ferramenta para auxiliar o professor dentro do espaço escolar, ressaltando experiências
de alguns professores que já os utilizam e exemplificando quais podem ser utilizados.
O capítulo quatro trata sobre a metodologia da pesquisa e quais os instrumentos
utilizados para coleta de dados. Destaca-se também ao tipo de pesquisa e os sujeitos
envolvidos no presente trabalho. No quinto e último capítulo, são apresentados análise de
dados da pesquisa de campo e algumas discussões sobre o estudo de caso.
E finalmente algumas inferências e considerações finais a partir da pesquisa
desenvolvida como suporte no auxílio de próximos estudos acerca da temática visando o
aprofundamento nos estudos sobre jogos matemáticos.
15
1. JOGOS E A EDUCAÇÃO INFANTIL
Neste capítulo será tratado alguns conceitos referentes a jogos em um discurso inicial
acerca deste assunto fazendo uma relação com a Educação Infantil. Também serão discutidos
acerca de alguns tipos de jogos destacando os jogos educativos, e as ramificações destes.
Também será ressalto um breve histórico sobre a Educação Infantil e sua importância e
contribuição para o ensino básico. Este estudo será fundamentado em alguns autores que
trazem conceitos de jogos de maneira mais ampla como Huizinga (1971), Dewey (1959),
(Platão (427-347 a.C. apud ALMEIDA, 2000) e conceitos de jogos relacionados na educação
Infantil com Piaget (1973), Kamii(1991), Kishimoto (1994) entre outros.
Os jogos constituem-se uma atividade inerente ás funções humanas e, não é de hoje
que existem. Nos tempos primórdios as atividades como a caça, a colheita, a pescaram
questões de sobrevivência. As crianças participavam de diferentes jogos como forma de
divertimento e também de treinamento para sobreviver. Os meninos aprendiam a construir e
utilizar ferramentas de caça como flechas, enxada, metais e tinham as mesmas atividades dos
adultos aprendiam a construir casas, cuidar do gado, limpava o terreno da plantação e as
meninas aprendiam as tarefas de coleta, cultivo de vegetais e posteriormente tarefas
domesticas como cozinhar e artesanatos bordar, costurar, pintar.
Na Grécia as crianças eram preparadas desde novinhas a praticarem jogos educativos.
Segundo Platão (427-347 a.C.), a educação só deveria dar início quando a criança
completasse sete anos de idade. Até os 10 anos a educação seria predominantemente física e,
constituída de brincadeiras e esporte. Ele acreditava que se deveriam deixar os alunos à
vontade para que pudessem se desenvolver livremente. Segundo Platão (348 a.C.) “os
primeiros anos da infância devem ser ocupados com jogos educativos, praticados em comum
pelos dois sexos, sob vigilância, em jardins de criança. ”(PLATÃO 348 a.C.apud ALMEIDA,
2000, p.9).
Na Grécia antiga existiam muitos jogos de competição entre eles os esportivos em que
as crianças eram treinadas para ganharem, entretanto Platão não concordava com a forma que
era cobrada das crianças, pois os treinos eram feitos com muito rigor.
Desde que surgiu a humanidade as relações humanas, e os processos sociais se
desenvolveram através de jogos, mesmo que muitas vezes estes estejam escondidos ou
16
subentendidos. Segundo Huizinga(1971) “Já há muitos anos que vem crescendo em mim a
convicção de que é no jogo e pelo jogo que a civilização surge e se desenvolve”.
Entretanto, é imprescindível ressaltar a importância deles no processo de civilização
da humanidade. Ainda segundo Huizinga (1971) o jogo é uma categoria primária da vida, tão
essencial quanto o raciocínio e a fabricação do objeto. Para ele o jogo já nasce com o
indivíduo estando enraizado no ser humano.
Já Dewey (1959) remete uma ideia mais social e lúdica sobre o jogo, pois para ele as
crianças deveriam ser vistas como seres sociais e o aprendizado infantil deve acontecer de
forma espontânea. Segundo o autor um dos principais objetivos é educar a criança como um
todo, para ele o que importa é o crescimento físico, emocional e intelectual. Dewey concebe o
jogo como atividade livre, como forma de apreensão dos problemas do cotidiano. (DEWEY,
1952 apud KIHISMOTO, 1994).
Com isso, os jogos são primordiais para relacionar diferentes situações do dia a dia
das crianças bem como contribuir para o desenvolvimento infantil. Conforme visto, eles
também já fazem parte da civilização há muito tempo, e são utilizados em diferentes
ambientes tanto por adultos quanto por crianças.
Em relação aos jogos infantis estes estão sendo utilizado nas salas de aulas como
recurso para auxiliar nas aprendizagens das crianças. Um dos mentores que auxiliou na
utilização do jogo para formação na infância foi Piaget (1973) discute a importância do
desenvolvimento infantil e investigou o desenvolvimento intelectual humano. Segundo ele a
criança tem a capacidade de construir seu próprio conhecimento para isso precisa ser
estimulada no ambiente escolar.
Piaget preocupava-se em entender como a criança pensava sem a
intervenção do adulto, de outras crianças e de apoios. A escola é exatamente
o lugar onde o pensamento e a aprendizagem acontecem com a intervenção
de muitas interações (entre as crianças e delas com os adultos. (BRASIL,
2005, p. 19).
Desse modo, a interação entre as crianças também promove o aprendizado e assim
como a intervenção do adulto. Apesar de o autor ressaltar que o envolvimento entre as
próprias crianças promove maiores desafios.
Confirmando o que Piaget retrata na referida citação, Kamii (1991) ressalta que “uma
das qualidades mais importantes para a construção do conhecimento é a confiança na própria
capacidade de encontrar soluções”. Ou seja, a criança deve desenvolver a autonomia de
resolver os desafios propostos com pouca intervenção do adulto. Assim, os jogos podem
17
auxiliar neste processo de aprendizagem em que as crianças aprendem interagem umas com as
outras, pois os jogos podem ser feitos em grupos, duplas, proporcionando a integração.
As interações entre as crianças são importantes e se dar por duas razões principais.
Primeiro uma criança é similar á visão da outra criança o que se difere do adulto e segundo
porque a maior parte da vida social da criança se passa com seus colegas e não com o adulto.
(KAMII, 1991, p.25).
Com isso, os jogos proporcionam essa interação tão relevante desta fase da pré-
escola, desta forma, de acordo com os Referenciais Curriculares para Educação Infantil-
RCNEI (BRASIL, 1998) devem ser trabalhados alguns eixos e ressalta a utilização de
instrumentos didáticos para serem incorporados para uma aprendizagem lúdica tais, como os
jogos, o qual:
Pode tornar-se uma estratégia didática quando as situações são planejadas e
orientadas pelo educador visando a uma finalidade de aprendizagem, isto é,
proporcionar à criança algum tipo de conhecimento, alguma relação ou
atitude. (BRASIL, 1998, p. 2011).
Desta forma, o educador deve ter definido quais os objetivos se quer alcançar com
determinado instrumento didático para que a aprendizagem seja construída de forma
significativa. Além disso, deve existir uma intencionalidade com objetivos bem traçados do
que se pretende alcançar.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacional para Educação Básica - DCNEB
(BRASIL, 1996) orientam o professor sobre a importância de ensinar as crianças sobre os
diferentes saberes. Entre eles, destaca-se o conhecimento matemático o qual é o foco da
presente pesquisa. Estes saberes podem ser introduzidos na EI de forma prazerosa por meio
dos jogos onde o educador pode utilizá-los com um planejamento adequado, de acordo a cada
idade e articular com o objetivo que se propõe. Além disso, permite a socialização possibilita
situações de aprendizagem em grupos e quando mediadas pelo adulto a criança consegue
desenvolver uma aprendizagem significativa nos conhecimentos matemáticos. Segundo as
Diretrizes Educacionais para Educação Infantil com relação aos conhecimentos matemático as
crianças devem ter experiências de exploração e ampliação de conceitos e relações
matemáticas. Além de garantir experiências que criem, em contextos significativos para as
crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais (BRASIL,
2010).
Estes documentos oficiais servem para nortear o trabalho do professor para uma
educação de melhor qualidade. Nele encontram-se várias informações importantes sobre a
18
utilização dos jogos em diferentes faixas etária e também nas idades entre 4 e 5 anos, que é o
foco da presente pesquisa. Segundo os RCNEI (BRASIL, 1998) o jogo é indispensável, pois
proporciona que a criança tenha uma vivencia e auxilia o seu desenvolvimento além de
permitir a construção do conhecimento.
1.1 CONCEITOS DE JOGOS E SEUS SIGNIFICADOS
Existem várias definições de jogos com diferentes características. Entretanto, serão
apresentados os conceitos voltados para a Educação e desenvolvimento infantil. Segundo os
avanços da psicologia e as contribuições Piaget (1975) sobre o desenvolvimento da criança
constata-se que ela é capaz de construir seu próprio pensamento. Segundo Kishimoto (2001)
os jogos favorecem para a construção de novos saberes além de auxiliar nas relações sociais, e
contribuir para a aquisição da leitura, da escrita e do raciocínio lógico-matemático.
Segundo o dicionário Aurélio (2008) o conceito de jogar remete ao exercício ou
passatempo entre duas ou um grupo de pessoas das quais uma ganha, e a outra, ou as outras,
perdem, ou seja, situações de disputa como uma partida de dominó, xadrez, dama, entre
outros nesta situação existe sempre um adversário. Entretanto, existem também os jogos
individuais tais como: os de vídeo games, nunca dez, quebra-cabeça, entre outros, os quais
também são considerados jogos. Aqueles que são feitos em grupos, servem também para
entreter amigos em momentos de lazer, situações lúdicas em que a vontade partiu da
espontaneidade. (KISHIMOTO, 2001). Assim também para o historiador holandês Johan
Huizinga, o jogo:
É uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e
determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente
consentidas, mas absolutamente obrigatórias dotadas de um fim em si
mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma
consciência de ser diferente da vida cotidiana. (HUIZINGA, 2007, P. 33).
Ele considera o jogar como parte das ações do ser humano, ou seja, de forma mais
abrangente, faz parte do cotidiano dos indivíduos. Além disso, entre os animais, o gato que
brinca com a bola de lã, por exemplo, o cachorro com a lata entre outras situações. O jogar
faz parte das ações na vida, de atividades específicas, como função social e significante por
mais que este “jogar” esteja subentendido. Segundo Kishimoto (2001) um profissional pode
jogar com o seu parceiro não por situação de prazer mais por circunstâncias de trabalho ou
por meio de uma disputa esportiva como uma corrida por exemplo. Além disso, os animais
por instintos biológicos também podem jogar quando estimulados a diferença é que o animal
não escolhe racionalmente o jogo ou brinquedo.
19
Tentar definir o significado do jogo não é tarefa fácil, percebe-se que existem várias
ramificações de conceitos acerca de jogos, com isso Lara (2003, 2005) faz algumas
inferências sobre alguns tipos como os jogos de treinamento, aprofundamento e estratégicos
que serão exemplificados a seguir de forma sintética.
A autora Lara (2005) define os jogos de treinamento, como sendo uma estratégia
para auxiliar no desenvolvimento de um pensamento dedutivo ou lógico mais rápido. Muitas
vezes, é através de exercícios repetitivos que o aluno percebe a existência de outro caminho
para resolver um problema, aumentando, assim, suas possibilidades de ação e intervenção.
Dessa forma, se faz necessário o professor repetir o jogo com frequência até perceber que as
crianças exploraram todas as possibilidades. Ela deu uma atenção também aos jogos de
aprofundamento, onde é possível os alunos aperfeiçoar mais seus conhecimentos e aplicá-
los, segundo ela o professor deve proporcionar esse momento na aula principalmente quando
o educando tenha construído ou trabalhado determinado assunto como a resolução de
problemas que é uma atividade muito conveniente para esse aprofundamento e tais problemas
podem ser apresentados na forma de jogos.
Jogos estratégicos são exemplificados pela autora como: dama, xadrez, batalha naval,
cartas, ou com o computador, como paciência, freecell, campo minado e, muitos outros. Para
ela estes jogos são necessários para desenvolver a capacidade de criar estratégias de ação para
uma melhor atuação do jogador e favorecer a aprendizagem matemática. Assim, os alunos
terão que criar hipóteses e desenvolver um pensamento sistêmico estimulando que eles
pensem múltiplas alternativas para resolver um determinado problema ou situação.
Já para Piaget (1975) ele classifica os jogos em: Jogo simbólico, jogos de regra e
jogos de exercícios. Para ele o Jogo simbólico aparece predominantemente entre os 2 e 6
anos, a função desse tipo de atividade lúdica, "consiste em satisfazer o eu por meio de uma
transformação do real em função dos desejos", ou seja, simula a realidade. De acordo com o
contexto que a criança vive ela procura reproduzir nestes jogos um ambiente próximo da sua
realidade. Os jogos de regra é uma combinação entre sensório-motora e intelectual de acordo
com objetivos que se pretende alcança como: competir, melhorar o desempenho e aprender algo
definido, com isso ocorre no jogo à união da cooperação e da autonomia, que continua durante
toda a vida. Como exemplo: jogar bola, corrida, xadrez. (PIAGET 1975, apud NASCIMENTO,
SILVA, RIBETTI. 2011). Os jogos de exercício é a fase que a criança está se descobrindo, por
meio do movimento das ações, ou seja, “O jogo de exercício é importante para o desenvolvimento
da coordenação motora da criança, sua lateralidade e fortalecimento dos músculos”.
(FRIEDMANN 1996, p.27 apud NASCIMENTO, SILVA, RIBETTI, 2011, P.25).
20
A autora Kamii (1991) faz estudos sobre o trabalho de Piaget e apresenta o jogo como
uma possibilidade para a criança elaborar estratégias e permitir que ela seja desafiada além de
envolver outros participantes, ela define que os jogos em grupo podem ser uma excelente
oportunidade para promover a interação, socialização, aprender regras, os quais podem ser
criados pelos próprios participantes.
Por exemplo, em um jogo de esconde-esconde o que deve ser feito é achar ou ser
achado, ou não ser achado. A criança que se esconde deve tentar não ser achada e aquela que
procura deve achar as escondidas. Isso é estabelecido por comum acordo ou por convenção
(KAMII,1991), ou seja, as regras devem ser combinadas antes para que se inicie o jogo e
todos cooperem para segui-las, caso alguém não siga as regras corretamente haverá conflito
em que as próprias crianças podem resolver ou em alguns casos a intervenção de um
adulto.Por isso, quando o professor for escolher um jogo para as crianças na sala de aula ou
em outro ambiente, ele deve deixar esclarecidas as regras para evitar conflitos. É o que será
tratado com maior profundidade nos tópicos seguintes o professor como mediador do jogo na
educação infantil.
Existem também os jogos tradicionais que são aqueles passados de geração a geração,
estabelecendo uma tradição em determinas sociedades e culturas. Na sociedade atual pode-se
define alguns que fizeram parte da infância de algumas pessoas e também ainda fazem. Eles
são exemplificando por Kishimoto (1994), como : jogos volante, bilboquê, chicote
queimado, carniça, beliscão, quebra-cabeça, pular o carneiro, cata vento, entre outros. Estes
jogos fazem parte da cultura de um povo e passa de pais para filhos, avós para netos etc.
Como visto os jogos podem ter diversos significado que partem de como são
conceituados. A Inquietação é: como o educador pode utilizar este recurso para uma
aprendizagem significativa a fim de desenvolver habilidades cognitivas, motoras, sensoriais e,
ao mesmo tempo o desenvolvimento integral da criança?
Segundo Froebel (1917) o pedagogo dos jardins de infância, elege “o jogo e a
brincadeira como referência, formas como a criança utiliza para expressar seu mundo e
geradores do desenvolvimento da primeira infância” (apud in ARCE 2002). Desta forma, a
contribuição Froebeliana dá uma importante base para novos estudos sobre a importância dos
Jogos educativos afirmando que eles devem estar presentes na Educação Infantil, como uma
ação lúdica direcionada pelo professor. (KISHIMOTO, 1994). Assim, a perguntar acima será
respondida com maior profundidade nos tópicos seguintes.
Percebe-se a importâncias dos jogos, seus diversos tipos e as suas diferentes conceituações,
além disso, não são apenas os seres humanos que jogam os animais também vivenciam
21
situações do lúdico. Entretanto, entre o lúdico existem alguns conceitos que são geralmente
confundidos e muitas vezes tratados como sinônimo as diferença entre o jogo, brinquedo,
brincadeira os quais serão discutidos no próximo tópico.
1.2. O jogo o brincar e os elementos que constituem a brincadeira.
Neste tópico serão discutidas as concepções de jogos relacionados ao brincar e suas
diferenças e relevâncias, os elementos que constitui a brincadeira. De acordo com uma
definição sobre o jogo Kishimoto (2001) destaca em três aspectos principais:
O jogo pode ser visto como:
1.o resultado de um sistema lingüístico que funciona dentro de um contexto
social;
2.um sistema de regras; e
3. um objeto(KISHIMOTO,2001, p.16).
Segundo a autora o sentido do jogo depende da linguagem de cada contexto social, o
qual é resultante de um conjunto de fatores que envolvem várias circunstâncias ou atitudes
presentes no cotidiano. No segundo caso autora define que as regras se diferem entre os
diferentes tipos de jogos. Por exemplo, as regras de jogos de dama não são semelhantes da
regra do xadrez. Conforme Kishimoto (2001) são as regras do jogo que distinguem, por
exemplo, paciência, buraco utilizando o mesmo objeto que neste caso é o baralho.O terceiro
caso ela se refere ao objeto como sendo o material que é utilizado para jogar como o xadrez
materializado no tabuleiro, dominó as pedras entre outros.
Dessa forma, pode-se também dentro desta perspectiva conceito o objeto que a autora
se refere dependendo de como ele é utilizado pode se tratar de um brinquedo, sendo este o
oposto do jogo. Ou seja, no brinquedo não existem regras determinadas para as crianças. Elas
simplesmente brincam de forma lúdica e livre.
O brinquedo faz com que a criança simule a realidade, é o objeto que representa certas
situações do cotidiano adulto. A mãe que cuida do bebê e faz a comida (a criança com a
boneca e brinca de casinha), limpa a casa (a criança brinca com a vassoura), dirige o carro (a
criança brinca que está dirigindo), vai para o salão de beleza ( brinca de salão com
maquiagem, cabelos), o pai sai para trabalhar( se veste de terno e gravata e diz que é o pai),
joga bola, assiste televisão, todas essas situações são categorizadas como brincadeiras pelas
crianças. Elas simulam situações de suas realidades em diferentes ambientes. Segundo Stone
(1982, p.10, apud MOYLES 2002, p.12) “o brincar é recreação porque ele recria
continuamente a sociedade em que é executado”. O brincar permite que a criança, dentro de
um contexto, simule várias situações cotidianas, a que ela vive ou outros que ela gostaria de
viver.
22
Segundo o dicionário Lisa brincar é “entreter ou jogar, adornar, enfeitar, rendilhar,
gracejar, zombar, escarnecer agitar em movimentos caprichosos, por entretenimento [...]”
(LISA, 1981, p.435). Já o dicionário Michaelis (1998-2009) conceitua como
[...] Divertir-se representando o papel de: Os meninos brincam de
soldados. vti 5 Divertir-se fingindo exercer qualquer atividade: Brincar de
ler. vtd 6 Ataviar, enramalhetar, ornar excessivamente: Brincou suas vestes
e seu penteado para ir ao teatro. Brincar com fogo: tratar levianamente
coisas de ponderação ou perigosas. Fazer uma coisa brincando: fazê-la com
muita facilidade. Nem brincando!: Expressão de repulsa a alguma coisa que
nos dizem ou propõem por a julgarmos inconveniente.
Segundo o dicionário Lisa (1981) o brincar se remete a concepção do entretenimento e
para o Michaelis (2009) ele exemplifica situações lúdicas para representar o brincar em
diferentes situações.
Conforme visto, o brincar e jogar não são sinônimos, embora alguns professores não
têm essa concepção muito clara. Para as crianças pequenas, no entanto, o brincar e o jogar não
se diferem. Segundo Falkenbach (2002) é imprescindível reconhecer o lúdico como
característica fundamental do ser humano, focalizando, dessa maneira, o brincar como a
principal atividade infantil.
Outro estudo bastante relevante diz respeito à psicomotricidade com relação ao jogo,
que nada mais é do que a relação do lúdico com o corpo a mente do indivíduo, o qual está
associado à afetividade e a personalidade. Estes estudos vêm crescendo ao longo dos anos e
tem demonstrado o quanto é importante, não apenas para a criança, mais também para o
adulto o brincar. Por isso, é recomendado que os educadores proponham espaço para
atividades lúdicas com jogos e brincadeiras que ocupem destaque desde a educação infantil.
(PORTO, 2007).
Assim também, no tocante ao que foi discutido é possível concordar que “O brincar
não é escape da vida: é uma parte integral da vida” (SCHILLER, 1954 apud MOYLES 2002,
p.176), ou seja, segundo Schiller (1954) foi um grande erro o ocidente ver o brincar apenas
como imitação da vida. Pois, é inerente ao ser humano fazendo parte da construção da
cidadania. (MOYLES, 2002)
Dessa forma, percebe-se o quanto é importante a vivência com o lúdico. E com isso,
pode-se compreender também que o brincar não é apenas um passa tempo, mas um processo
necessário para a vida. Sendo, desse modo, claramente conceituado o brincar por Kishimoto
(2001, p.21) como sendo “a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo,
ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação”. Conforme isso, o brincar
23
se caracteriza como a atitude em vivenciar situações lúdicas em que se concretiza através de
regras criadas pelas crianças ou simplesmente representar espontaneamente situações do
cotidiano.
Com isso, segundo Moraes (2012, p.39):
A brincadeira basicamente se refere à ação de brincar, ao comportamento
espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada; o jogo é
compreendido como uma brincadeira que envolve regras; brinquedo é
utilizado para designar o objeto de brincar. A atividade lúdica abrange de
forma mais ampla os conceitos anteriores, sendo utilizada como ferramenta
na área educacional, nas diversas fases do desenvolvimento. (MORAES,
2012, p.39)
Dessa forma, o brinquedo é o objeto que é utilizado para brincar tal como: boneca,
carrinho, bola, bambolê, pião, gude, pipa, pega- vareta entre outros. Já a brincadeira pode ser
com ou sem o objeto brinquedo, ou seja, as crianças também podem brincar sem utilizar o
objeto tais como: pique – esconde, estátua, ciranda, roda, boca de forno entre outras. E o jogo
se difere por se o único que estabelece regras e propõe de certa forma uma competição.
Assim, brinquedo, brincadeira se relacionam justamente com a criança e não deve ser
confundido com o jogo. (KISHIMOTO, 2001).
Por meio do brincar as crianças aprendem diferentes coisas sobre pessoas, respeito,
atitudes, propriedades, texturas, estruturas, linguagem (MOYLES, 2002). Assim, o docente
pode aproveitar esse momento para fazer um brincar dirigido explorar aspectos necessários
para uma aprendizagem especifica. Brincadeiras como: dança das cadeiras, pula corda,
elástico, bambolê, corrida, morto-vivo, pega-pega, podem proporcionar diferentes
aprendizagens, como noções espacial, competição, perda e ganho, interação com o outro,
socialização, aprimorar coordenação motora entre outros. Além disso, o educador pode
promover situações desafiadoras para potencializar as experiências do lúdico, através de
jogos, recursos didáticos que intermediadas corretamente, pelo professor, podem construir
novos saberes. Existem também, diferentes tipos de jogos que podem contribuir para a
formação da criança entre eles destacam-se os jogos educativos o qual será discutido no
tópico seguinte.
1.2.1. Jogos Educativos
Os jogos educativos fazem com que a criança aprenda brincando e desse modo
desperta nelas o gosto pelo aprendizado. Através do lúdico os alunos podem ser provocados a
ter mais curiosidade pelo tema, pois estes tipos de jogos favorecerem momentos divertidos e
24
prazerosos os quais estimulam novos saberes. Dessa forma, pode-se conceituá-lo da seguinte
forma:
O jogo educativo é aquele que põe a educação em imagem e, conforme essa
imagem remete mais, ou menos, ao escolar, estruturado ou aberto em relação
à descoberta, à estimulação, ele encontrará o seu lugar, seja numa categoria
de jogo educativo, seja naquela, mais extensa, de jogo de estimulação.
(BROUGÉRE, 2004, p.205)
Dessa forma, os jogos educativos são muito importantes no processo da aquisição do
conhecimento seja ele qual for matemático ou de linguagem. Segundo Platão (em Les Lois
1948 apud em KISHIMOTO 1994) “Aprender brincando”. Essa frase remete a uma
concepção em que se pode aprender de forma mais divertida e descontraída em que a criança
tem a possibilidade de adquirir determinado conhecimento em uma função educativa e lúdica.
Entretanto, é necessário o equilíbrio entre o lúdico e o educativo, pois o jogo pelo jogo
não há aprendizado é preciso ter uma intencionalidade e um plano com objetivos traçados do
que se quer alcançar com determinado jogo, ou o contrário quando a função educativa é
predominante, resta apenas o ensino o que deixa de ser lúdico. (KISHIMOTO, 1994)
Estes recursos didáticos são mais significativos quando existe uma intencionalidade.
Entretanto, vale ressaltar que existem famílias que compram estes tipos de jogos para as
crianças utilizarem em momentos de lazer em suas casas. Deste modo, o lúdico passa a ser
apenas um instrumento para divertimento e entreter amigos e familiares em momentos de
ociosidade . Assim, segundo Brougère (2004, p.212) “o valor educativo de um suporte
material não pode então ser analisado independentemente do uso que se faz dele”. Ou seja, o
jogo pelo jogo nem sempre educa, embora isso não quer dizer que a criança não aprenda
alguma coisa quando se encontra em momentos informais. Por exemplo, um jogo de dominó a
regra, de modo geral, é combinar a quantidade de pontinhos de um lado com o outro. Assim,
permite que a criança sinta prazer a partir do momento que consegue combinar as peças e ao
final ganha aquele que não tem mais pedras.
O interessante é que a criança não precisa necessariamente ser hábil na contagem,
basta ela ter as noções de números. Assim, ela adquire o conhecimento de combinar números
iguais bem como identificá-los. Como exemplo desta aprendizagem, citarei uma experiência
vivenciada em uma escola Municipal quando estava em um período de estágio extracurricular
uma criança na faixa etária de 5 e 6 anos demonstrava muitas dificuldades em avançar nas
aprendizagens principalmente de contagem e relacionar números bem como identificá-los, ela
comparado aos seus colegas sentia muita dificuldade em realizar as tarefas com autonomia
25
precisando da constante intervenção das educadoras. Entretanto, em uma das aulas a docente
regente propôs a turma um momento lúdico com jogos de dominó e percebeu o quanto a
criança demonstrava autonomia em relacionar os números dos pontinhos com o jogo.
Dessa forma, percebe-se que mesmo uma criança que demonstre dificuldade na
aprendizagem matemática ou qualquer outra, é capaz de sentir prazer quando este é
apresentado de maneira lúdica e o aprendizado se torna mais significativo. Além disso,
possibilita que os educandos “abram a janela” para a inteligência lógica matemática para as
noções numéricas. Com isso, percebe-se que crianças que tenha por volta dos 6 e 7 anos já
conseguem fazer associações de quantidade, porém precisam utilizar elementos concretos
que lhe permitam manipular e fazer essas relações. (ANTUNES, 1998).
Essa fase segundo Piaget (1973) é um período que ele classifica como período
operatório concreto, a criança pensa de forma lógica e concreta, ou seja, se baseando no que é
perceptivo no que ela ver. Esse é um momento interessante para se investir em jogos
educativos principalmente intermediados pelos educadores no ambiente escolar.
Outro momento interessante é o que classifica Piaget (1973) apud Kamii (1991)
período Pré-Operatório estágio onde a criança é egocêntrica, centrada em si mesma, porém
não significa que sejam egoístas, as crianças de três e quatro anos estão interessadas apenas
no que elas fazem e não nos outros, não aceita a ideia do inesperado e tudo deve ter uma
explicação (é chamado no popular por fase dos “porquês”). Nos estudos de Kamii(1991) em
consonância com Piaget(1973) entre mais ou menos cinco e seis anos de idade as crianças
começam a se descentrar e a perceber o outro. Nesta idade são possíveis os jogos em grupo
que segundo a autora é quando a criança começa a fazer comparações e relações o que uma
criança muito pequena não faz. Com isso, os jogos educativos também podem ser aplicados
nesta fase, pois a criança, já consegue perceber as regras e sente prazer em explorar o jogo.
1.3. A Educação infantil e o seu papel na infância
No decorrer da história da educação a criança era tratada como um adulto “em
miniatura” ela era exigida desde muito cedo, devia sempre respeitar, ser cortês, ser paciente.
Quando atingia os dez anos tinha que ir para a escola aprender a ler, a escrever, a calcular e
mais tarde aprendiam música, com as mesmas exigências de um adulto. As meninas eram
ensinadas de suma maioria a música. (TELES. WOLFF E RONCATTO, 2012). Até mesmo
os contos literários eram mesmo para adultos e crianças, além disso, participavam das rodas
de conversas entre os adultos abertamente sem nenhum tipo de restrição.
26
Atualmente a infância é entendida como um período muito importante que se inicia do
nascer até aproximadamente 10 anos.
Ao longo dos anos a criança foi sendo constituída como sujeito de direito. Em 1959 foi
criado pela ONU - Organizações da Nação Unida dez direitos das crianças para garantir que
elas fossem protegidas. Somente a partir da Constituição Federal de 1988, no Brasil, a criança
adquire seus direitos. Assim, foram criadas novas concepções acerca da infância e a Educação
Infantil surgiu ganhado mais espaço e prestigio social.
Com a Constituição Federal (C.F) a EI foi incorporada á Educação Básica sendo
garantidos os direitos da criança como dever do estado. (BRASIL, 1988). Assim, segundo a
Lei n° 9.394, (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013), de 20 de dezembro de 1996 que
estabelece as Diretrizes para Educação Básica Nacional.
No Art.29, define a Educação Infantil como sendo a:
Primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento
integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade.(BRASIL, 1996)
De acordo com a referida Lei, a Educação Infantil deve ser oferecida em creches para
as crianças de 0 a 3 anos, e em pré-escolas para as crianças de 4 e 5anos. Pois esta é a
primeira etapa para o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físicos,
psicológicos, intelectual e social e que a escola ofereça um trabalho em conjunto com a família e a
comunidade para que aja uma formação de qualidade para os futuros cidadãos.
Além disso, de acordo com o Art. 30 da Lei mencionada, a implantação de Centros de
Educação Infantil é de responsabilidade dos municípios. (BRASIL, 988, Art. 30). Por isso, é
dever das prefeituras implantarem em cada município do país creches e pré-escolas dando
suporte para as mães que precisam trabalhar e não tem com quem deixar seus filhos.
Os centros de Educação Infantil são muito importantes, pois além de oferecer o
suporte para as mães poderem trabalhar, a criança tem a oportunidade de interagir com outras,
além de aprender noções de letramento e saberes matemáticos, tais como medida, pequeno,
grande, curto, longo, noções de espaço, cores, números, formas, grandezas entre outros que
são essenciais para o desenvolvimento infantil.
Com isso, nota-se que a Educação Infantil tem um papel primordial na infância, pois
através dos primeiros anos de vida da criança em creches e pré-escolas elas aprendem as
noções fundamentais para o aprendizado infantil os quais serão posteriormente aprofundadas.
Deve-se ressaltar também que a criança aprende dentro do contexto, através do ambiente em
que vive na interação com diferentes elementos e pessoas. Percebe-se desse modo o quanto é
27
primordial o educador trabalhar e explorar diferentes recursos para aprimorar esses conceitos
iniciais que a criança nesta fase está experimentando.
1.3.1. Breve histórico da Educação Infantil
Ao longo de muito tempo, o cuidado e a educação das crianças pequenas eram
responsabilidade apenas da família, particularmente da mãe e de outras mulheres. Quando
passava a fase da amamentação à criança era vista como adulto e aprendia as funções
necessárias para viver em sociedade.
As crianças em situação desfavoráveis eram submetidas a arranjos alternativos em que
ao longo da história foram sendo culturalmente mais freqüentes, ou seja, as crianças eram
abandonadas em locais chamados de “mães mercenárias”, na Idade média era comum estes
locais como cilindros ocos de madeira, giratórios que ficam nas portas de igrejas e hospitais
assim a responsabilidade por esse acolhimento ficava por conta de entidades religiosas.
(OLIVEIRA, 2002).
Com isso, as formas precárias de atendimento aos menores nesse período foram
caracterizando uma forma negativa de ver a educação fora do ambiente familiar.
Entretanto, com o passar dos anos e com o avanço do desenvolvimento cientifico a
expansão comercial, artística no período do Renascimento estimularam novas concepções
acerca da criança e sobre como ela deveria ser educada. Autores como Erasmo (1465-1530) e
Montaigne (1483-1553) sustentavam que a educação deveria respeitar a essência infantil e
estimular atividades associando o jogo com a aprendizagem. (ERASMO (1530) e
MONTAIGNE (1553) apud OLIVEIRA, 2002).
Com a expansão comercial vivida na Europa Ocidental sugiram novos pensamentos
sobre a educação e discussões sobre a escolaridade obrigatória. Nesse período a criança
passou a ser vista como sujeito que merece cuidados para ser ingressado no mundo dos
adultos, tornando a escola um instrumento fundamental.
Com a inserção da criança na escola houve uma preocupação com aqueles que não
tinham condições financeiras, pois o objetivo era capacitar as crianças para torna aptas para o
trabalho adulto, o que geralmente era prepará-las para se tornar burgueses.
Segundo o autor:
As aspirações educacionais aumentam à proporção em que se acredita que a
escolaridade poderá representar maiores ganhos, o que provoca
frequentemente a inserção da criança no trabalho simultâneo à vida escolar
(...). A educação tem um valor de investimento a médio ou logo prazo e o
28
desenvolvimento da criança contribuirá futuramente para aumentar o capital
familiar. (KRAMER, 1995, p.23)
Dessa forma, havia uma preocupação em aumentar o capital familiar e não fazer com
que a criança aprenda saberes para a vida. Com isso, um contraponto era acirrado em relação
às crianças pobres, pois alguns defendiam que elas não tinham direito ao aprendizado, já
alguns reformadores protestantes defendiam a educação como um direito universal. Esse
clima de conflitos influenciou também a educação pré-escolar que buscava apropriar novas
formas disciplinadoras da criança que terminassem com os castigos físicos. Agora era
discutido “como ensinar” assim alguns precursores traçou novas perspectivas acerca da
educação para crianças pequenas.
Autores como Comênio, Rousseou, Pestalozzi,Decroly, Froebel e Montessori, entre
outros estabeleceram algumas bases voltadas para o ensino centrado na criança.
Assim, novas concepções foram sendo criadas, reelaboradas e contextualizadas
evoluindo a cada dia para que a educação infantil se volte cada vez mais aos interesses da
criança construindo aprendizagens significativas e proporcionando saberes específicos
apropriados a cada idade.
No Brasil foram criados alguns aspectos legais para garantir o direito da criança, a
principal foi garantida na Carta Magda a Constituição Federal o qual assegura no Art.205 e
Art.206:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base
nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola; (BRASIL, 1988)
Hoje a criança é considerada sujeito de direito, mas para isso ser conquistado foi
preciso muitas lutas que foram travadas ao longo da história. Dessa forma, não apenas a mãe
e pai o dever educar o filho passa a ser também dever do Estado. Segundo Oliveira (2008, p.
37), “a criança passa a ter direito a uma educação que vá ‘além’ da educação da família”
A concepções de infância só foi sendo mudada a partir de aprovações de legislação
voltada para a criança, dessa forma a Educação foi definida como a primeira etapa da
Educação básica, entre criança de 0 a 5 anos, em que 0 á 3 são creches e crianças de 4 e 5
anos já podem freqüentar a pré –escola.
Segundo o autor:
29
Acreditamos, então, ser a educação um processo contínuo na vida e ainda
uma condição de possibilidade para a criança ter infância e que a escola é
um espaço privilegiado de aprendizagem para uma prática social, um lugar
de cultura, de desafios, de construção de identidades. (MAIA, 2012, p.43)
Dessa forma, a educação é necessária para que a criança se desenvolva de forma
integral e continua , sendo a escola infantil um espaço integrador e social que considera a
criança em seus aspectos cognitivos, emocionais. Além disso, devem favorecer o cuidar e
educar como elementos essenciais da prática educadora.
1.3.1. Educação Infantil e algumas considerações sobre o desenvolvimento da criança.
Sabe-se que através dos avanços na Educação a criança passou a conquistar seus
direitos e ter espaço na escola em um ensino centrado para o seu desenvolvimento. Com isso,
as instituições de Educação infantil são fundamentais para promover o crescimento intelectual
infantil, além disso, colabora para que pais, familiares e todos que fazem parte da educação
também aprendam nesta relação de construção. Ressalta-se um importante aspecto da Diretriz
Curricular no que tange esse referido assunto Art.7°, apresenta que as instituições de
Educação Infantil devem cumprir as seguintes funções Sociais, Políticas e Pedagógicas:
I - oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam seus
direitos civis, humanos e sociais;
II - assumindo a responsabilidade de compartilhar e complementar a
educação e cuidado das crianças com as famílias;
III - possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e
crianças quanto a ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes
naturezas;
IV - promovendo a igualdade de oportunidades educacionais entre as
crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens
culturais e às possibilidades de vivência da infância;
V - construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade
comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do
planeta e com o rompimento de relações de dominação etária,
socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa.
(BRASIL, 1996).
Percebe-se o quanto a Educação Infantil conseguiu avançar, e com isso foram valorizados
aspectos importantes para o crescimento da criança, tais como a relação com o outro, aspectos
cognitivos, emocionais, considerando que nesta fase deve-se aprender saberes necessários
para seu desenvolvimento pleno. Além disso, a EI é um espaço não apenas de aprendizagens
30
iniciais mais também um local em que promove a socialização, e valores essenciais para o
convívio em sociedade.
Dessa forma, a criança é um ser social, produto da história e da cultura (FARIA , 1999).
Vale ressaltar também que na Educação Infantil a criança precisa de maiores cuidados por
ser menores o educador deve ter atenção principalmente aos cuidados de higiene. Além disso,
o cuida e educar deve ser um processo mutuo de inter-relação. Assim, segundo o autor:
A educação da criança pequena envolve simultaneamente dois processos
complementares e indissociáveis: educar e cuidar. As crianças desta faixa
etária, como sabemos, têm necessidades de atenção, carinho, segurança, sem
as quais elas dificilmente poderiam sobreviver. Simultaneamente, nesta
etapa, as crianças tomam contato com o mundo que as cerca, através das
experiências diretas com as pessoas e as coisas deste mundo e com as formas
de expressão que nele ocorrem. Esta inserção das crianças no mundo não
seria possível sem que atividades voltadas simultaneamente para cuidar e
educar estivessem presentes. O que se tem verificado, na prática, é que tanto
os cuidados como a educação têm sido entendidos de forma muito estreita.
(CRAIDY e SILVA, 2001)
Com isso, os professores da Educação Infantil devem ter bem claro que educar e
cuidar não devem ser conceitos isolados, mas devem fazer parte do processo de formação da
criança. Assim, os cuidados estão voltados aos processos de alimentação, higiene, sono além
de cuidados com a organização do espaço, acolhimento, jornada de trabalho dos responsáveis,
ou seja, tudo que contribui para o conforto e bem-estar da criança. Dessa forma, as
instituições de Educação Infantil devem contribuir para:
O acolhimento, a segurança, a sensibilidade, o gosto pela emoção, dando
lugar à curiosidade, ao desafia, tudo isso precisa fazer parte da educação
infantil, o que resultará no direito da criança viver sua infância na forma
mais plena, levando-a, assim, a vivenciar todas as experiências que fazem
parte desse momento, que é tão instigante para o adulto e interessante e
desafiador para a criança. (NASCIMENTO, SILVA E RIBETTI 2011, p.22)
Com isso, o espaço da Educação Infantil precisa ser agradável, contribuindo para a
formação integral da criança com o atendimento especial oferecendo um ambiente adequado
para futuras aprendizagens. Além disso, devem assegurar e valorizar, em seu cotidiano,
espaços que estimulem novos saberes permitindo que a criança tenha conhecimento de outras
culturas, por meio de livros literários, brinquedos, jogos, ou seja, recursos e objetos que
estimulem o conhecimento da diversidade, pluralidade, numerosidade. Além de conceitos
iniciais sobre história, matemática, movimento, arte, musica, ciência entre outros que
31
contribuem para ampliar a visão de mundo contribuindo para a formação social, política e
integradora da criança.
Dessa forma, segundo Kramer (1992, p.49) o papel da pré-escola é:
Propiciar o desenvolvimento infantil, considerando os conhecimentos e
valores culturais que as crianças já têm e, progressivamente, garantindo a
ampliação dos conhecimentos, de forma a possibilitar a construção de
autonomia, cooperação, criticidade, criatividade, responsabilidade, e a
formação do autoconceito positivo, contribuindo, portanto, para a formação
da cidadania. (KRAMER, 1992, p.49).
Para tanto a Educação Infantil têm um papel fundamental na formação da criança
contribuindo para que ela alcance sua autonomia. Para isso, é necessário também que se
organizem os objetivos que se pretende alcançar, ou seja, formulando propostas pedagógicas
que contribua para garantir essas aprendizagens através de um currículo que proporcionem
diferentes vivencias em que ela não apenas seja sujeito, mas que produza novos
conhecimentos.
2. A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL.
Neste capitulo, será feita uma introdução sobre a importância do conhecimento
matemático na EI. Entretanto antes de especificar o estudo acerca da Educação Infantil. Será
de início conceituado o que é o conhecimento matemático. Este é um termo muito abrangente
o qual não se pretende esgotar seu estudo neste trabalho.
De forma geral, o conhecimento faz parte da construção social e da subjetividade de
cada indivíduo.Segundo D’Ambrosio (2008,p.18) “todo conhecimento é resultado de um
longo processo cumulativo de geração, de organização social e de difusão, naturalmente não
dicotômicos entre si”. Ou seja, em um conceito amplo, existe uma variante de saberes que se
relacionam e também se contrapõem.
Tratando sobre o conhecimento matemático ele também se faz presente nas relações
sociais, através da troca de informação na compra e venda de mercadorias, se faz presente nos
jogos de competição como futebol, boliche, basquete na contagem de pontos para saber qual
equipe é vencedora, entre outro. Ele está presente em diferentes maneiras na vida cotidiana
através dos números nos documentos necessário para se viver em sociedade como RG,
CPF,conta bancária, número da carteira de trabalho, cartão de crédito, dinheiro, endereço,
telefones, os quais são inerentes à vida civil organizada.Segundo RCNEI (BRASIL, 1998)
“[...] o conhecimento matemático é fruto de um processo de que fazem parte a imaginação, os
32
contra exemplos, as conjecturas, as críticas, os erros e os acertos” (BRASIL, 1998, p.211). Ela
já se faz presente na sociedade através das representações numéricas, espaciais, estáticas.
Por isso também é muito importante estar alfabetizado na matemática, pois estes
conhecimentos básicos são indispensáveis para nos relacionar. Entretanto, os índices do
fracasso escolar em matemática no Brasil são preocupantes, pois, segundo Analfabetismo
Funcional (INAF) mede os resultados da escolarização nos adultos entre 15 e 64 anos e os
Indicadores apontam que em 2011 e 2012 “27% da população são analfabetos funcionais - o
que representa um contingente de mais de 35 milhões. Apesar de grave, esse cenário já foi
pior: 39% em 2001, ano em que o levantamento foi feito pela primeira vez”. (FERNANDES,
2012).
O objetivo do INAF é oferecer informações acerca da escolaridade leitura, escrita e
matemática dos brasileiros. Segundo esta pesquisa, eles classificam em dois grupos, em
relação às habilidades matemáticas, consideram como analfabetos aqueles que não conseguem
ler preços de produtos, telefones entre outros. Já os analfabetos considerados “rudimentares”
conseguem ler e escreve números usuais, realiza operações simples. Mesmo assim, é grande o
número de indivíduos que chegam na fase adulto e muitas vezes não conseguem distinguir
números de letras. Entretanto, parece óbvio, mas a escolaridade é a variável com maior efeito
sobre a redução do analfabetismo. De acordo com os resultados da INAF cerca de 53% das
pessoas que estudaram até a 4ª série do Ensino Fundamental são analfabetos funcionais, já
aquelas que estudaram da 5ª a 8ª série, esse percentual cai para 26%.(FERNANDES, 2012).
Dessa forma, a escola é a instituição responsável para diminuir esses índices e quando o
indivíduo tem a oportunidade de frequentá-la desde a Educação Infantil e séries iniciais esse
aprendizado é mais significativo ao longo dos anos. Segundo Dorneles (2009):
A consolidação dos conhecimentos iniciais é fundamental para as
aprendizagens posteriores, o que leva a concluir que o ensino e
aprendizagem da matemática inicial estão deixando muito a desejar e
dificultando um melhor desempenho dos adultos na área. (DORNELES,
2009, p.44).
Desta forma, percebe-se o quanto se precisa investir em uma educação matemática de
qualidade, para que os alunos quando chegarem às séries posteriores tenha maior facilidade
em apreender essa área do conhecimento. Com isso, esse aprendizado se tornará mais
significativo, entretanto, como os educadores podem contribuir para que esse conhecimento
não se torne “um monstro” futuramente?
33
Sabe-se que, em longo prazo, o sucesso da aprendizagem se dar através de um
investimento quando a criança ainda está se desenvolvendo dando os primeiros passos para
alcançar o conhecimento, ou seja, é na educação infantil que elas têm as primeiras
experiências sobre as noções matemáticas. Dessa forma, para se alcançar um aprendizado
significativo é necessário investir na qualidade durante este período da pré-escola, o qual
posteriormente irá ser aprofundado.
Os educadores podem contribuir para esse aprendizado, utilizando recursos e
instrumentos que facilitem a aprendizagem.
Sabe-se também da existia de alunos na sala de aula que apresentam maiores
dificuldades na área do conhecimento matemático e outros com mais facilidades, por
diferentes fatores tais como: clássica econômica, maiores acesso a informação, interesse pelo
assunto, influência familiar, incentivo de terceiros, genética, entre outros aspectos. Entretanto,
é importante ressaltar que todos têm a mesma capacidade de aprender independente da classe
econômico e outros fatores, ressalvo os problemas que são diagnosticados e por isso,
precisam de uma atenção maior e também de um acompanhamento especializado, quando
estes problemas estão associados à matemática e outras áreas. (DORNELES, 2009). Dessa
forma, cada estudante tem uma forma diferente de aprender sendo preciso lembrar que o
professor deve respeitar o tempo de aprendizagem de cada um, pois como visto alguns
aprendem mais rápido enquanto outros aprendem mais devagar, mas eles aprendem. E o
educador deve está atento para as singularidades de cada um.
Na educação infantil existem muitas maneiras para se trabalhar com a matemática
entre eles jogos e recursos didáticos que o professor pode utilizar de forma criativa. Assim,
segundo Virgulino (2014):
Existem muitas formas de conceber e trabalhar com a matemática na
Educação Infantil. A matemática está presente na arte, na música, em
histórias, na forma como organizamos o pensamento, nas brincadeiras e
jogos infantis. O importante é que o professor perceba que pode trabalhar a
matemática na Educação Infantil sem se preocupar tanto com a
representação dos números ou com o registro no papel, pode colocar em
contato com a matemática crianças de todas as idades, desde bebês. A
criança é um ser em formação. Deve-se cuidar para que essa formação seja
natural e a mais rica possível em termo de possibilidades (VIRGULINO,
2014)
É necessário que o professor saiba aonde se quer chegar para traçar os caminhos certos
que irá proporcionar as principais idéias matemáticas na educação infantil. Pois, assim, esse
conhecimento servirá para alicerçar a construção dos conceitos matemáticos como as noções
34
de contagem, estabelecer relações quantitativas e espaciais dentre outras as quais são
construídas pelas crianças através de interações com o meio e através das relações
interpessoais. (VIRTULINO, 2014).
Sabe-se que na educação infantil alguns educadores, utilizam recursos como: palito de
picolé, material dourado, jogos, tampinhas, pintura, materiais com sucatas e reciclagem entre
outros. Entretanto, muitos ainda não sabem da intencionalidade do instrumento utilizado, ou
seja, até fazem um trabalho divertido, porém sem intencionalidade. Pois, muitas vezes,
utilizam porque a escola exige que seja trabalhado. Ou seja, precisa-se que o docente saiba de
modo claro o que se pretende avaliar ou alcançar com determinado recurso didático.
Além disso, o conhecimento matemático é construído por meio de relações que
envolvem outros saberes e também se relaciona com um contexto, então não é apenas aplicar
o jogo pelo jogo ou outra proposta feita sem planejamento. Precisa-se de pesquisa, estratégia e
diálogo com outros docentes da área para fomentar esse aprendizado.
A construção do conhecimento matemático é complexa e envolve diferentes processos
de formação os quais serão necessárias para viver na sociedade civil organizada. Por isso, o
educador deve proporcionar diferentes possibilidades para explorar estes conhecimentos.
2.1 O LÚDICO NA CONSTRUÇÃO DOS SABERES MATEMÁTICOS DA CRIANÇA
Neste tópico será discutido de que forma as atividades lúdicas podem contribuir para a
construção dos saberes matemáticos na infância. Sabe-se que o lúdico é muito importante para
o desenvolvimento da criança através dele ela entra no mundo da imaginação e da fantasia.
As atividades lúdicas são tão importantes para o desenvolvimento social e
afetivo da criança que se torna necessário a existência de espaços físicos
apropriados para estas atividades e de momentos específicos nas instituições
de Educação Infantil, seja para brincadeiras livres ou orientadas por
profissionais da educação. (SOUZA, 2011, p.47)
Segundo a autora citada, as atividades lúdicas fazem parte da construção social da
criança, pois ela vivencia o mundo imaginário e simbólico através das brincadeiras e dos
objetos concretos que muitas vezes se tornam instrumento da sua imaginação. Exemplo disto
é quando uma criança ao brincar com o cabo de vassoura se transforma em cavalinho, o sofá
se transforma em um castelo. Para ela aquilo é real e se torna muito divertido. O lúdico é tão
importante para o ser humano que muitas vezes para driblar uma situação ruim ele utiliza
situações hipotéticas remetendo ao mundo imaginário até mesmo para proteger alguém. Um
exemplo disto foi ilustrado no filme “A Vida é Bela” (1998) o qual conta a história da
35
segunda guerra mundial em que um Judeu Guino (Roberto Benigni) e seu filho Giosué são
levados para um campo de concentração nazista, ele tem que usar a imaginação para fazer
com que seu filho acredite que estão apenas participando de uma brincadeira, com o intuito de
protegê-lo do terror e da violência que o cercam. (D’ ARTE, 2016). Dessa forma, por meio do
lúdico o ser humano consegue compartilhar alegria, proporcionar brincadeiras mesmo em
situações inusitadas.
Por isso, o educador deve proporcionar momentos lúdicos no ambiente escolar.
Alguns docentes, gestores e pais têm uma concepção errada sobre o lúdico, pois pensam ser
apenas um passa tempo para as crianças. Ou até mesmo, quando o professor ensina o
conteúdo planejado e sobra aquele tempinho no final da aula é que ele deixa as crianças
brincarem sendo que essa fase da Educação Infantil é fundamental para essas experiências
lúdicas. O momento do brincar livremente é importante nesta fase da aprendizagem, por isso
esse “tempo livre” também devem fazer parte do planejamento do professor.
Em relação à matemática é interesse que o educador tenha essas concepções bem
claras para proporcionar ás crianças atividades lúdicas que sejam desafiadoras, além de serem
também momentos de aprendizado. Dessa forma segundo Smole (2014):
O papel do adulto é selecionar e planejar situações de aprendizagem que se
ajustem às necessidades das crianças, bem como propor atividades
adequadas, ajudar os alunos em suas buscas, perguntar-lhes por aquilo que
tenham visto, pensado, imaginado, experimentado ou descoberto e refletir
junto com eles para ajudá-los a atribuir sentido matemático às experiências
vividas. (SMOLE, 2014).
Quando existem momentos de diálogo com a turma a aprendizagem se torna mais
significativa e as crianças tem a oportunidade de expor suas opiniões e dúvidas. Sabe-se que
na fase da Educação Infantil a criança está construindo os primeiros conceitos sobre a
matemática por isso é muito importante permitir a participação, a reflexão, estimulando a
construção de novos saberes.
Por isso, o lúdico se faz tão necessário nesta fase, através de jogos, brincadeiras o
conhecimento se torna mais prazeroso e as crianças se divertem mais, além de despertar a
curiosidade gerando maior interesse pelo assunto abordado. Muitas vezes os professores têm
algumas dificuldades em aplicar atividades lúdicas pela falta de recursos das escolas que
infelizmente é uma realidade no município de Feira de Santana. Entretanto, os educadores
podem utilizar materiais reciclados ou até pedir para as crianças trazerem de suas casas
elementos como: palito de picolé, tampinhas de garrafa pet, caixa de leite, entre outros que
36
serão feitos diversas atividades lúdicas da área de matemática tais como jogos e brincadeiras
simples de fazer com esses recursos.
Dessa forma, basta ter criatividade para fazer uma aula dinâmica e interativa. Como
exemplo na figura1:
Figura 1: sugestão de um jogo matemático feita com tampinhas de garrafa pet e palito
de picolé, chamado de jogo da velha.
Fonte: Ponte, [2016?]
Este jogo é bem sugestivo pode ser trabalho regras, noções espaciais, estratégia entre
outros aspectos, pois a criança terá que pensar em posicionar as suas peças na mesma direção
podendo ser vertical, horizontal e diagonal.
2.2 A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL.
Neste tópico serão discutidos alguns aspectos importantes sobre a aprendizagem
matemática na educação infantil e como esta deve ser trabalhada. Sabe-se que a matemática
faz parte da vida humana e começa desde cedo antes da criança ir à escola, pois se faz
presente através das relações, interações com diversos objetos, pessoas e também do ambiente
que a criança vive. Segundo os RECNEI- (BRASIL1998)
As crianças, desde o nascimento, estão imersas em um universo do qual os
conhecimentos matemáticos são parte integrante. As crianças participam de
uma série de situações envolvendo números, relações entre quantidades,
noções sobre espaço. Utilizando recursos próprios e pouco convencionais,
elas recorrem à contagem e operações para resolver problemas cotidianos,
como conferir figurinhas, marcar e controlar os pontos de um jogo, repartir
as balas entre os amigos, mostrar com os dedos a idade, manipular o dinheiro
e operar com ele etc. (BRASIL, 1998, p.207)
37
Desta forma, a matemática está no mundo antes de estar escola (SMOLE, 2011).
Quando as crianças chegam á escola, utiliza de seus conhecimentos prévios para formular
suas próprias estratégias, na resolução de problemas e desafios propostos, quanto maior sua
vivencia de mundo maior confiança ela terá para lidar com o sistema matemático e os outros
conhecimentos propostos no ensino formal. Dessa forma, os conhecimentos prévios devem
ser considerados, principalmente em se tratar de uma educação libertadora, conforme as
posições Freirianas, isso é, quando ensinamos para conferir ao homem a possibilidade de
criticar o meio em que vive (KISHIMOTO, 2001).
A aprendizagem matemática é tão importante, pois permite que a criança tenha
noções essenciais para resolver problemas, mesmo que ela não saiba as quatro operações.
A criança constrói o conhecimento matemático através de situações problemas em
diferentes formas, por meio de blocos de montar, por exemplo, quando é proposto para elas
criarem diferentes torres com a mesma cor, ou formar quadrados entre outras. Além disso, por
meio da manipulação de jogos e materiais ganham autonomia para criar diferentes
problemáticas, formular hipóteses até chegarem a resultados quando estimuladas. Desse
modo, o educador não deve dar respostas prontas, mais permitir que elas construam seu
conhecimento, indagando e questionando-as. Todavia, respeitando o tempo de aprendizagem
de cada uma e sabendo que os conceitos não são aprendidos de modo imutável na base do
tudo ou nada.
A aprendizagem matemática não se dar apenas através de números e contagem, mas
também devem ser trabalhados com as crianças atributos dos objetos como cores, formas,
medidas. Com isso, é possível trabalhar os conceitos iniciais da matemática como quantidade,
sequência, medida, linguagem oral, situações espaciais entre outros.
O educador deve planejar atividades práticas adequadas a cada faixa etária de acordo o
nível de aprendizagem de cada criança. Referente a isso, é possível analisar os estágios de
desenvolvimento, que segundo Piaget (1963b apud WADSWORTH 1993,) de modo geral é
classificado como: o estágio da inteligência sensório-motor (0-2 anos) durante este estágio; o
comportamento é basicamente motor. A criança não “pensa” conceitualmente; o estágio do
pensamento pré-operatório (2-7 anos) desenvolvimento da linguagem e conceitual; O estágio
das operações concretas (7-11anos). A criança neste período aplica o pensamento lógico e
problemas concretos e o estágio das operações formais (11-15anos ou mais). Neste estágio o
38
conhecimento lógico pode ser aplicado em todas as áreas podendo resolver problemas de
todas as classes.
Baseando-se nos estudos Piagetianos o educador pode proporcionar aprendizagem, de
acordo a faixa etária, que favoreça passar do nível de representação concreto para o pictórico.
Ou seja, aprender a descrever, relacionar, comparar, classificar, ordenar,igualar, unir e separar
quantidades, além de conservar as noções de número, massa e peso.
Em relação à conservação de número segundo Piaget (1967apud WADSWORTH
1993) a criança de 4 e 5 anos não consegue ter ainda essa capacidade, pois quando é proposto
para ela distinguir a quantidade ela dá uma resposta perceptiva em vez de uma resposta
cognitiva. Por exemplo, diferentes recipientes com a mesma medida de 50ml porém, em
diferentes formatos, estreito,comprido, largo para ela significa diferentes quantidades, sendo
que o largo significará o que tem a quantidade maior.
Dessa forma, é possível estudar na Educação Infantil, diferentes elementos que
facilitem esses entendimentos matemáticos para a criança respeitando sua faixa etária e o
tempo de aprendizagem como menciona os estudos de Piaget. Com isso, devem ser
trabalhados diferentes conteúdos matemáticos na EI os quais segundo os RCNEI-(BRASIL,
1996, p.219) devem constar no currículo em crianças de 4 a 6 anos abarcando os seguintes
aspectos:
 Utilização da contagem oral nas brincadeiras e em situações nas quais
as crianças reconheçam sua necessidade.
 Utilização de noções simples de cálculo mental como ferramenta para
resolver problemas.
 Comunicação de quantidades, utilizando a linguagem oral, a
notação numérica e/ou registros não convencionais.
 Identificação da posição de um objeto ou número numa série,
explicitando a noção de sucessor e antecessor.
 Identificação de números nos diferentes contextos em que se
encontram.
 Comparação de escritas numéricas, identificando algumas
regularidades.
Esses aspectos se referem aos conhecimentos numéricos o qual são frequentes na vida
da criança, através da idade, quando a criança muda o canal da televisão pelo controle,
quando disca o número pelo telefone entre outros. A contagem também se faz presente até
mesmo nas brincadeiras das crianças, quando estão jogando amarelinha, ou esconde-esconde,
um sempre tem que ficar contando para os outros se esconderem, mesmo que não consiga
fazer correspondência como (1, 3, 4, 19, por exemplo).
39
Uma maneira de se trabalhar com relação biunívoca, correspondência e combinação é
atribuir um objeto pessoal da criança com quantidade, por exemplo, na hora da merenda fazer
uma roda e contar quantos estão presentes na classe, ou quem faltou e distribuir elementos
como pratos, talheres ou copos correspondentes a cada aluno.
Os educadores também podem trabalhar com propriedade de operação em conjunto,
como união, intersecção, estar contido e não estar contido, subconjuntos, conjuntos vazios,
números cardinais. Estes conteúdos podem ser trabalhados de forma criativa pelos educadores
através de jogos educativos, jogos em grupos, recursos concretos, desenhos entre outros.
Dessa forma, as aprendizagens serão significativas para as crianças desde a educação infantil
os quais serão posteriormente aprofundadas nas séries seguintes do ensino fundamental.
3. O JOGO COMO RECURSO DIDÁTICO E ELEMENTO PEDAGÓGICO NA SALA
DE AULA.
O jogo como visto capítulos anteriores não pode ser visto apenas como divertimento,
mas este pode ser utilizado para fomentar uma aprendizagem mais significativa e prazerosa.
Entretanto, a partir de qual momento o jogo passa a ser um elemento pedagógico na sala de
aula? Segundo os estudos de Kishmoto (1994) e (2001, p.83).
O uso de material concreto como subsídio á tarefa docente tem levado os
educadores a se utilizarem de múltiplas experiências tais como: geoplano,
material dourado, régua de cuisenaire,blocos, lógicos, ábaco, cartazes de
prega, sólidos geométricos, quadros de frações equivalentes,quebra-cabeça e
muitos outros.
Nestes estudos a autora questiona-se o uso desses elementos como sendo de fato jogos
ou recursos didáticos, segundo ela os brinquedos são suportes de brincadeiras os quais são
utilizados em momentos lúdicos de livre exploração, sem uma intencionalidade aparente.
Porém, esses mesmos objetos podem tornar-se material pedagógico, deixando de ser
brinquedos, atribuindo uma aprendizagem de conceitos e noções ou até mesmo
desenvolvendo alguma habilidade. Dessa forma, um mesmo objeto pode ter duas funções de
acordo o contexto que lhe é utilizado podendo ser brinquedo ou material pedagógico.
(KISHIMOTO, 1994).
O jogo se torna um instrumento didático a partir do momento em que existe uma
intencionalidade, ou seja, um objetivo a ser alcançado. Desse modo o professor deve fazer a
seguinte pergunta: Quais habilidades a criança deve aprender com esses instrumentos?
40
Descrendo em seu plano de aula os objetivos para serem alcançados. Além disso, o jogo
proporciona situações de prazer, em que a criança aprende brincando, ao contrário do
aborrecimento causado por atividades rotineiras. Assim, no jogo a criança é livre para criar,
arriscar-se e errar sem censuras, sua autoconfiança se desenvolve mais facilmente. (DANTE,
1996, p. 37).
Dessa forma torna-se muito favorável para o educador trabalhar com esses recursos
com a intenção de aproximar a criança do conhecimento cientifico. Além disso, através de
jogos é possível levá-las a vivenciar “virtualmente” situações de problemas que se aproximem
da realidade que o adulto vive e enfrenta. (KISHIMOTO, 2001). Ou seja, o jogo permite que
a criança imite a realidade e com base nisto o educador pode estar problematizando diversas
situações, por exemplo, ao propor um jogo com dinheiro (cédulas e moedas de papel) a
criança terá que diferenciar os valores e ainda aprender sobre as diferentes formas de lidar
com o dinheiro.
Como uma exemplo ilustrativo de propostas com algumas ações lúdicas vivenciadas
na sala de aula atribuídas aos jogos matemáticos, utilizado como recuso didático, pode-se ser
exemplificado por Blaszak (2009, p.2) a seguir:
Brincamos livremente com os blocos lógicos, fazendo o reconhecimento de
suas características. Seriando-os e classificando-os quanto à cor, forma,
tamanho e espessura. Propomos criar novas figuras agrupando as peças
aleatoriamente. Através de algumas formas como, por exemplo, um círculo
grande, um quadrado grande e cinco retângulos pequenos compor a forma da
figura humana;
- Exploramos a modelagem em diferentes circunstancias. Utilizando argila e
massa de modelar criando figuras e formas, seriando e classificando.
Confeccionamos massa de pão, estudando as medidas e as quantidades de
ingredientes necessários para fazê-la. Compomos um bonequinho com a
forma humana decoramos com olhos, nariz e boca, colocamos numa forma e
assamos. Confeccionamos massa de negrinhos também observando as
quantidades dos ingredientes compondo as bolinhas estudando as formas,
tamanhos e quantidades;
- Utilizamos caixas de tamanhos e formatos diferentes com aberturas nas
formas geométricas para colocar e tirar objetos explorando as diversas
possibilidades. Fizemos um túnel utilizando uma caixa grande em formato
retangular explorando possibilidades de atravessá-lo;
- Através da literatura "O ratinho e as cores" foi possível descobrir a
formação de algumas cores e seus respectivos nomes;
- Confeccionamos dados com a representação de quantidades e cores, os
quais foram instrumentos indispensáveis para contagem e observação de
cores em brincadeiras com peças de jogos de encaixe;
- Propomos experiências com altura - Medimos a altura de nossos colegas
identificando o maior e o menor, e comparamos entre si e com objetos
presentes na sala de aula, através do olhar ou da utilização de instrumentos
41
de medida, convencionais ou não ou não. Com tiras de papel pardo
representamos a altura de cada criança e compomos um gráfico de barras em
ordem crescente;
Dessa forma, percebem-se ás várias possibilidades de se trabalhar com diferentes
recursos com jogos e brincadeiras que proporcionam uma aprendizagem significativa.
Permitindo a trocas de informações, criando diferentes situações que contribui para o
desenvolvimento integral da criança bem como permite situações de interação com o outro.
Favorece também a sociabilidade, cooperação e o respeito mútuo entre as crianças. Além
disso, através dos jogos matemáticos podem-se desenvolver as noções de perto/longe,
dentro/fora, pequeno/grande, grosso/fino, por baixo/por cima, na frente/atrás, cheio/vazio,
maior/menor (BLASZAK, 2009) entre outros conceitos fundamentais que serão base para as
series seguintes. Com isso, é possível perceber que a educação infantil não é uma fase pré-
escolar dispensável, mas possui funções especificas para o desenvolvimento amplo e pleno da
criança.
O papel do professor nesta etapa também é fundamental, pois ele como mediador da
aprendizagem pode fazer as devidas intervenções, ouvindo as dúvidas, formulando novos
desafios acompanhado o processo de construção do conhecimento. “O professor é por isso,
importante como sujeito que organiza a ação pedagógica, intervindo de forma contingente na
atividade autoestruturante do aluno”. (KISHIMOTO, 2001, p.84).
3.1 O PROFESSOR COMO MEDIADOR DO JOGO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Neste tópico procura-se entender o papel do professor como o mediador do jogo. Para
isso, o presente estudo traz uma abordagem da concepção de Vygotsky (1998) entre outros
autores, buscando dialogar sobre a temática.
Na atualidade com o advento das novas tecnologias é muito difícil pensar o papel do
educador no processo de mediador do conhecimento, pois ele antes era visto como o detentor
do saber e os alunos como uma folha em branco. Entretanto, com o avanço dos estudos na
área da psicologia e educação e as contribuições de teóricos como Piaget (1975 apud INADA,
2011) (970, 1971, 1972, 1976 apud MUNARI) e Vygotsky (1984, 1998) comprovaram-se o
papel do professor, o qual não é apenas transmitir conteúdo, mas, estimular no educando a
capacidade de aprender e para isso é necessário um esforço do educador no sentir de mediar
este conhecimento. Desse modo, de início vamos conceituar o que é mediar. Segundo
42
Vygotsky (apud RIBEIRO, 2007) o processo de adquirir conhecimento se dá a partir das
relações sociais em que existe uma interação com outros e, esse processo de interação
mediado, por artefatos simbólicos significa a ação entre o objeto e o sujeito do conhecimento.
Segundo Farias (2013, p.101) “A mediação é condição necessária para o
desenvolvimento cultural do indivíduo”. Desse modo, é muito importante que o professor
perceba que a criança não aprende sozinha e nem de forma fragmentada é necessário
relacionar, contextualizar as diferentes problemáticas para que ela compreenda que tudo faz
parte de uma conexão com o mundo que a cerca. Por exemplo, se o professor propõe um jogo
na sala de aula é necessário antes de iniciá-lo saber qual objetivo a ser atingido, fazendo a
seguinte pergunta: “o que quero ensinar para o meu aluno com esse jogo”?
Para isso é necessário um planejamento das atividades “o planejamento é ato; é uma
atividade que projeta, organiza e sistematiza o fazer docente no que diz respeito aos seus fins,
meios e conteúdos” (FARIAS. 2011.p.111). Ou seja, é por meio do planejamento que começa
a aula, pois o professor tem a possibilidade de pensar o que será feito para envolver as
crianças de modo a provocar nelas a curiosidade, para dessa forma gerar o conhecimento, pois
este é construído através da provocação. Desse modo, “o construtivismo mostra que a
instrução ajuda a criança a construir mais conhecimento somente se ela já tiver construído os
elementos que são necessários para se beneficiar dessa instrução” (KAMII, 1991.p.19). Ou
seja, através da indagação, do confronto, do desafio o professor consegue ensinar á criança a
pensar estimulando a aprendizagem.
Os jogos auxiliam a criança a pensar Kamii (1990). Entretanto, alguns professores
para seguir o programa dos conteúdos, elaboram propostas que não conseguem despertar á
curiosidade e alguns por falta de formação ou até mesmo de paciência dão as respostas
prontas para as crianças o que as tornam instrumento de alienação. Além disso, não relaciona
os conteúdos à vida cotidiana tornando o conhecimento abstrato e distante do mundo ao seu
redor.
Quando os jogos são aplicados com intencionalidade, e por sua vez não perdendo o
seu caráter lúdico, podem ser fortes aliados á aprendizagem. Desta forma, o professor deve
decidir qual jogo será utilizado. Ou seja, a escolha deve partir dos objetivos bem como quais
conceitos devem ser aprendidos, estipulando quais estratégias e habilidades serão utilizadas
naquele momento. Além disso, segundo Smole (2007) uma vez que se escolhe o jogo o
educador deve ter bem claramente se fez uma boa escolha para isso é necessário saber as
regras. Assim, será necessário conhecer este recurso didático antes de aplicá-lo para os
alunos, ou seja, o docente deve ter a sua experiência jogando. Deve-se simular jogadas,
43
verificar se é desafiador para as crianças, se envolve conceitos adequados daquilo que o
docente deseja que eles aprendam se estimula o pensamento. Analisar também se o jogo está
de acordo ao nível da turma, e se a proposta é interessante para todos ou pelo menos a
maioria.
Algumas vezes, um jogo pode se revelar-se muito difícil, outras vezes muito
fácil e até mesmo não envolver o grupo. Não é por ser jogo que
necessariamente todos gostarão. Em todos os casos, temos de rever
propostas. (SMOLE, 2007, P.16)
Para isso, é importante o educador conhecer a turma, bem como ter registros das
atividades que deram certo e também daquelas que não saiu conforme planejado. Muitas
vezes quando o professor não conhece o perfil de seus alunos ou até mesmo propõe algo
inovador que sai da rotina, e o educador não prepara a turma para o inesperado, a depender da
classe,pode ser um completo desastre. Um exemplo disso é um relato de experiência pessoal o
qual em uma mediação de um jogo matemático não saiu conforme planejado.
Em uma escola municipal em Feira de Santana-Ba, eu era auxiliar de uma professora,
entretanto, atuava como regente mesmo sem ter muitas experiências e estando em condição de
estagiária. A turma de 2° ano era cerca de 30 alunos em uma sala pequena e mal organizada,
pois, havia acúmulo de cadeiras dentro da sala por não ter depósito na escola. Assim, em uma
aula de matemática planejei uma atividade com jogos como proposta lúdica e com o objetivo
de desenvolver o raciocínio lógico e respeitar regras já que a turma era muito agitada. A
proposta era dividir a classe em grupos e jogar um dado bem grande feito de caixão de
papelão e o líder do grupo escolhe uma pessoa para ficar em cima do tabuleiro feito de papel
metro demarcado por números. O resultado foi péssimo a turma não respeitou as regras ao
final perdeu-se o controle e não conseguimos concluir o jogo proposto.
Analisando a experiência vivenciada percebe-se que nem sempre o jogo se torna
interessante para os alunos, muitas vezes a falta do espaço adequado e arejado também
interfere nas atividades. Além disso, as superlotações das salas se tornam um grande desafio
para os educadores. E muitas vezes o professor ou o gestor se incomoda com o barulho que a
turma faz e logo o jogo é interrompido, no caso acima citado o que houve foi um tumulto, em
que a professora não conseguiu mediar e a turma não demonstrou interesse em colaborar para
o andamento da atividade proposta.
Mesmo sabendo que ao se tratar de jogos as crianças fazem barulho, vibram e torcem.
Smole (2007, p.18) ressalta que o barulho é produtivo, uma vez que favorece as
aprendizagens esperadas e a maior interação entre eles e segundo ela jogar sem barulho é
 Os jogos matemáticos como um facilitador  no processo de aprendizagem na visão dos Professores da Educação Infantil
 Os jogos matemáticos como um facilitador  no processo de aprendizagem na visão dos Professores da Educação Infantil
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  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO COLEGIADO DE PEDAGOGIA ISLANE ARCANJO MARQUES ARAUJO OS JOGOS MATEMÁTICOS COMO UM FACILITADOR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA VISÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL Feira de Santana 2016
  • 2. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO COLEGIADO DE PEDAGOGIA ISLANE ARCANJO MARQUES ARAUJO OS JOGOS MATEMÁTICOS COMO UM FACILITADOR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA VISÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL Monografia apresentada ao curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual de Feira de Santana, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciada em Pedagogia. Orientadora: Prof.ª M.s Simone d’ Almeida Feira de Santana 2016
  • 3. ISLANE ARCANJO MARQUES ARAUJO OS JOGOS MATEMÁTICOS COMO UM FACILITADOR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA VISÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL Monografia apresentada ao curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual de Feira de Santana, como requisito parcialm para obtenção do grau de Licenciada em Pedagogia. Orientadora: Prof.ªM.s Simone d’ Almeida APROVADA: 11/05/2016 _________________________________________ Prof. Ms. Simone Regina Silva d’Almeida (UEFS) __________________________________________ Profa. Ms. Liliane Pires Valverde do Amaral(UEFS) __________________________________________ Profa. Dra. Syomara Assuíte Trindade (UEFS)
  • 4. Deus, Ao meu amado esposo, Daniel Aos meus queridos pais, Edvaldo Marques e Maria Aparecida Aos meus irmãos Isly e Isaque Á minha orientadora, Simone d’Almeida A todos os meus amigos e familiares que sempre acreditaram em mim e ajudaram a construir esse sonho.
  • 5. AGRADECIMENTOS Á Deus por me dar sabedoria e me conduzir e por se fazer presente durante esse trabalho e no percurso deste curso. Ao meu esposo Daniel pela paciência e incentivo durante esta trajetória. Aos meus queridos pais pela dedicação e encorajamento. Aos meus irmãos pela devoção e ânimo que me deram muita força e apoio. Á minha orientadora, Simone d’Almeida, pela compreensão e amizade. Enfim a todos os meus amigos e familiares que acreditaram em mim e ajudaram a concretizar esse sonho.
  • 6. “A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. (FREIRE, 2002, p.53)
  • 7. RESUMO O objetivo desse trabalho é levantar as concepções dos professores sobre o uso dos jogos matemáticos como uma ferramenta importante nas aulas de Educação Infantil (EI) para os alunos de uma escola pública municipal em Feira de Santana. Entende-se que os jogos estimulam a capacidade cognitiva e permite a socialização, a depender quais os objetivos a serem alcançados e se bem planejados e mediados de forma estimulante este recurso pode ser uma ferramenta de suma importância no processo de aquisição dos conhecimentos matemáticos. A pesquisa de campo é de cunho qualitativo e se aproxima de um estudo de caso. Os sujeitos foram 3 professoras efetivas da rede municipal de ensino de Feira de Santana da Educação Infantil, tendo em vista que é uma instituição pública e a dificuldade que alguns professores apresentam em passar o conhecimento matemático, desta forma apresento os professores como sendo P1 ,P2 e P3 . As questões que norteou as discussões que foram produzidas no decorrer do presente projeto foram: 1. O que pensam os professores sobre a importância e utilização dos jogos matemáticos para o aprendizado na Educação Infantil? 2. De que forma os jogos matemáticos podem ser utilizados para o ensino e a aprendizagem na EI?3. Quais jogos matemáticos são aplicados na rotina da EI? 4. Existe diferença entre brincar e jogar para os professores? A relevância da pesquisa é o aprofundamento na temática “Jogos matemáticos” como este pode ser um facilitador para o ensino desses saberes com o intuito de desenvolver na criança as aprendizagens necessárias para viver em sociedade. Além disso, esta disciplina é vista com muito temor pelos alunos da escola básica, assim para resgatar o gosto de estudá-la será analisado como os jogos podem auxiliar neste processo desde Educação Infantil que é o foco da pesquisa. Tendo em vista, que os professores entrevistados têm formação pedagógica, além de especialização na área de ensino, os estudos apontaram para um resultado positivo acerca de como esses educadores planejam e realizam seus trabalhos com jogos matemáticos, foi notório tanto na entrevista como nos questionários a coerência de suas falas articuladas aos autores apresentados e citados também pelos sujeitos da pesquisa tais como; Kamii(1991), Kishimoto(2001), Smole (2000) entre outros.Com isso, percebeu-se que a escola que serviu como lócus de pesquisa tem uma experiência bem sucedida com jogos matemáticos. Palavras chave: Jogos na Educação Infantil. Jogos. Educação Infantil. Jogos- Matemáticos.
  • 8. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS C.F- Constituição Federal DCNEB- Diretriz Curricular Nacional para Educação Básica EI- Educação Infantil INAF- Indicador de Analfabetismo Funcional P1- Professora 1 P2- Professora 2 P3- Professora 3 RCNEI- Referenciais Curriculares para Educação Infantil
  • 9. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................10 1. JOGOS E A EDUCAÇÃO INFANTIL.............................................................................15 1.1. CONCEITOS DE JOGOS E SEUS SIGNIFICADOS .....................................................18 1.2. O jogo a brincadeira e os elementos que constituem o brincar. ...............................21 1.2.1. Jogos Educativos..........................................................................................................23 1.3. A Educação Infantil e o seu Papel na Infância ...........................................................25 1.3.1. Breve histórico da Educação Infantil............................................................................27 1.3.2. Educação Infantil e algumas considerações para o desenvolvimento da criança.........29 2. A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL...............................................................................................................................31 2.1 O LÚDICO NA CONSTRUÇÃO DOS SABERES MATEMÁTICOS DA CRIANÇA.................................................................................................................................34 2.2 A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL................................................................................................................................36 3. O JOGO MATEMÁTICO COMO ELEMENTO PEDAGÓGICO E RECURSO DIDÁTICO NA SALA DE AULA.........................................................................................39 3.1. O PROFESSOR COMO MEDIADOR DO JOGO NA EDUCAÇÃO INFANTIL..........41 4. METODOLOGIA DA PESQUISA...................................................................................45 4.1 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS .....................47 5. ANALISE DE DADOS.......................................................................................................50 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................58 6. REFERÊNCIAS..................................................................................................................60 APÊNDICE A – Questionário aplicado aos professores de Educação Infantil........................65 APÊNDICE B – Roteiro de entrevista......................................................................................67 ANEXO A – BLOCO DE ATIVIDADES COM JOGOS.......................................................68
  • 10. 10 INTRODUÇÃO O jogo é muito importante para o ser humano desde os primórdios é um símbolo de luta e desafio. Segundo o dicionário Aurélio (2008) o jogo é “exercício ou passatempo entre duas ou mais pessoas das quais uma ganha, e a outra, ou as outras, perdem”. Na sociedade estão presentes vários tipos de jogos. Entre eles, se encontram os de adulto, como os jogos políticos de interesse, com estratégias e astúcias para conseguir o que se quer como vantagens ou promoções e acontecem com frequência entre empresários, bem como em outros ambientes de trabalho, os jogos de competição entre eles encontram-se os esportivos, os jogos lúdicos em que os adultos e crianças participam como os de xadrez, bola, boliche, baralho,dominó entre outros. Existem também os jogos de faz de conta em que as crianças brincam permitindo a forte utilização da imaginação como, por exemplo, o cabo de vassoura vira cavalinho, cadeira vira casinha entre outras. Esses jogos de faz de conta que utiliza a imaginação é segundo Piaget (1975) chamado de Jogo simbólico o que aparece predominantemente entre os 2 e 6 anos. A função desse tipo de atividade lúdica, de acordo com Piaget, "consiste em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real em função dos desejos", ou seja, simula a realidade. De acordo com o contexto que a criança vive ela procura reproduzir nestes jogos um ambiente próximo da sua realidade. O autor referido ainda classifica mais dois tipos de jogos, os de regra, e os jogos de exercício. Os jogos de regra é uma combinação entre sensório-motora e intelectual de acordo com objetivos que se pretende alcança como: competir, melhorar o desempenho e aprender algo definido, com isso ocorre no jogo à união da cooperação e da autonomia, que continua durante toda a vida. Como exemplo: jogar bola, corrida, xadrez. (PIAGET 1975, apud NACIMENTO, SILVA, RIBETTI. 2011). Os jogos de exercício é a fase que a criança está se descobrindo, por meio do movimento das ações, ou seja, “O jogo de exercício é importante para o desenvolvimento da coordenação motora da criança, sua lateralidade e fortalecimento dos músculos”. (FRIEDMANN 1996, p.27 apud NASCIMENTO, SILVA, RIBETTI, 2011, P.25). Além desses já mencionados, existem os jogos educativos os quais são utilizados com finalidade de se “aprender brincando”, ou seja, de forma lúdica em diferentes ambientes como em casa, em momentos de lazer, no parque, na rua ou na escola tendo ou não uma intencionalidade. Os pais, muitas vezes compram esses jogos para auxiliar no processo de aquisição do letramento, escrita e alfabetizar nos conhecimentos matemáticos, são jogos como os de dominó que se apresenta com imagens, com as letras do alfabeto, com números, entre outras adaptações de acordo com a intenção pedagógica. Existem também alguns preferidos pelas crianças como o
  • 11. 11 banco imobiliário, jogo da memória, “Primeiros Passos na Leitura”, mexe-mexe, xadrez entre outros. Percebe-se, que existe uma complexidade ao se definir de fato o que é jogo, pois como visto este conceito é bastante amplo, já que o mesmo se encontra presente desde o início da humanidade, nas relações sociais, mesmo que de forma subentendida, além de serem bastante utilizados pelas crianças como uma brincadeira e em outros momentos podendo ser educativo. No presente trabalho serão discutidos os jogos matemáticos e como estes podem se tornar facilitadores no ensino, bem como nas diversas formas como os professores utilizam esse recurso. Pesquisas feitas pelo Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF) apontam que o índice de analfabetismo com relação à matemática entre pessoas de 15 a 64 anos é muito grave, sendo um grande desafio para escolas e educadores garantir esse aprendizado, ainda no período escolar. Muitos alunos na educação básica têm muita dificuldade nesta disciplina e dessa forma, os professores precisam utilizar diferentes estratégias para que essa taxa venha a diminuir. Com isso, o presente estudo monográfico procura investigar como os jogos matemáticos podem se tornar uma ferramenta didática para auxiliar nas habilidades matemáticas, operando com um facilitador na sala de aula para aprimorar as aprendizagens na Educação Infantil (EI). Segundo autores como: Dorneles (2009), Kamii (1991), Lara (2001),quando as habilidades matemáticas são estimuladas a partir da Educação Infantil, a criança consegue avançar de forma mais significativa nas futuras construções do conhecimento. Segundo Lara (2011, p.15) “um insucesso em matemática significa um fracasso não apenas na vida escolar, mas na própria condição de cidadão”. Pois, o conhecimento matemático se faz presente na vida social do indivíduo sendo inerente ao ser humano. Ou seja, segundo a autora este conhecimento se faz presente na capacidade de resolver questões, estratégias para utilizar a imaginação a memória e a criatividade. Diante dos altos índices de fracasso escolar atual que se encontra a educação matemática no país. Surgiu uma inquietação para se discutir essa problemática no contexto da sala de aula nas turmas de Educação Infantil. Procurando investigar como o jogo pode ser utilizado no cotidiano escolar tornando-se um facilitador para desenvolver os saberes matemáticos na EI, tais como noções de quantidade, tamanho, medida, contagem, peso, classificação e noção de número os quais serão fundamentais para futuras aprendizagens. Também serão discutidas as concepções dos professores sobre o uso dos jogos nas aulas de matemática da EI e como os estes são planejados e aplicados no cotidiano das turmas onde será feita a pesquisa.
  • 12. 12 O interesse pelo tema surgiu a partir de um curso de formação feito pela internet “Uma Introdução aos Jogos Matemáticos” no qual foram vistos aspectos muito relevantes assim como: a importância dos jogos na Educação Infantil. Apesar de ter cursado na disciplina “Fundamentos e Ensino da matemática para Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental” no curso de Pedagogia, não foi despertado e nem foram visto os jogos com muito destaque, o que despertou mais a necessidade de compreender essa temática. Além disso, durante o Estágio Supervisionado em Educação Infantil foi possível observar como os jogos matemáticos podem ser utilizados como facilitadores da aprendizagem dessa área, visto que os mesmos estavam presentes no cotidiano da sala de aula. Dessa forma, o estágio contribuiu para reforçar o interesse pelo tema. A relevância da minha pesquisa consiste em ampliar o conjunto de obras publicadas, acerca da temática “Jogos matemáticos na educação Infantil”. Pois nos últimos anos dos cursos de Licenciatura em Pedagogia foram produzidos poucos trabalhos monográficos nesta área. Assim, a presente pesquisa servirá como base para os estudos de todos aqueles que tenham a necessidade de conhecer mais sobre o tema. Os jogos matemáticos são muito importantes, em relação ao ensino o professor pode utilizá-los para relacionar os conteúdos escolares com a vida cotidiana das crianças. Ele também estimula a capacidade de resolver situações adversas, constrói estratégias para utilizar a imaginação, a memória, promove desafios, aprende a lidar com regras, permite a socialização e proporciona o desenvolvimento integral da criança. Já para o aprendizado nas crianças, os jogos matemáticos se tornam uma importante estratégia, pois, podem estimular o conhecimento matemático, aprendendo as noções de alto, baixo, cores, numeração, além de ensinar as crianças para respeitar regras, esperar a vez do outro, ordem entre outros valores que fazem parte da formação dos futuros cidadãos. Segundo Kamii (1991, p.9) “o jogo é uma forma de atividade particular poderosa para estimular a vida social e atividade construtiva da criança”. Desta forma, os jogos podem contribuir para o processo de socialização da criança e também para construção do conhecimento, eles também podem ser feitos em grupos o que permite maior interação. Assim, a criança desenvolve a possibilidade de vivenciar diversas experiências entre elas as de competição tendo que lidar com o ganho e perda. Segundo Smole (2007), o jogo promove a socialização que pode ser um elemento indispensável para melhorar o aprendizado na matemática, pois através dele as atividades se tornam experiências lúdicas e saudáveis que permitem a interação com o outro. Desta forma,ao aprender de forma lúdica, a criança é cativada pela imaginação e fantasias. Além disso, favorece um a situação de conforto quando as crianças com maiores dificuldades
  • 13. 13 têm a oportunidade de manipular os objetos concretos que são atribuídos sentido. Assim, elas demonstram maior prazer em aprender brincando. Diante disto, procura-se analisar e responder as seguintes questões que norteiam este trabalho: 1.O que pensam os professores sobre a importância e utilização dos jogos matemáticos para o aprendizado na Educação Infantil? 2. De que forma os jogos matemáticos podem ser utilizados para o ensino e a aprendizagem na EI?3. Quais jogos matemáticos são aplicados na rotina da EI? 4. Existe diferença entre brincar e jogar para os professores? O objetivo geral deste estudo é levantar as concepções dos professores sobre o uso dos jogos matemáticos nas aulas de Educação Infantil bem como suas contribuições para o aprendizado. Espera-se analisar através deste estudo, como os jogos matemáticos podem ser utilizados como uma estratégia lúdica na Educação Infantil. Discutir também, quais jogos matemáticos são aplicados no cotidiano da EI e quais relações e diferenças os professore estabelece entre brincar e o jogar. O espaço em que foi despertado o interesse pelo tema e que também servirá de coleta de dados da presente pesquisa é uma escola do municipal de Feira de Santana, em que os sujeitos de pesquisa foram três professores, efetivos do município que atuam na Educação Infantil que chamarei de P1, P2 e P3. Os sujeitos foram escolhidos tendo em vista que é uma instituição pública e a dificuldade que alguns professores apresentam em passar o conhecimento matemático. Os instrumentos foram uma entrevista semi-estruturada e questionário. As categorias teorias que subsidiam o presente trabalho, selecionadas para a análise dos dados coletados, foram fundamentadas nos autores escolhidos para a sustentação teórica da pesquisa, em consonância com os objetivos propostos. Sendo eles: Jogos e a educação Infantil, Fundamentados em : Huizinga(1971) Kamii(1991) Kishimoto(1994) o conhecimento matemáticos na Educação Infantil, baseando em autores como: D’ambrosio (2008), Fernandes, (2012), Dorneles( 2009),Virgulino, (2014), Souza,(2011), D’ arte (2016) Smole (2014) Kishimoto(2001). Entre outros. O jogo matemático como ferramenta na EI baseando-se em : Kishmoto (1994) e (2001) Dante,(1996) Blaszak (2009) Vygotsky (1998) Farias (2013) Kamii (1991) Smole (2007) Kaercher (2001). Desta forma, esta pesquisa, foi estruturada em quatro capítulos que se completam e procuram analisar como a matemática se faz presente na educação infantil. Procurando responder as questões mencionadas anteriormente. No primeiro Capítulo Jogos e a Educação Infantil serão apresentados os conceitos de jogos e de EI em uma discussão inicial acerca desses assuntos e também algumas concepções
  • 14. 14 sobre a Educação Infantil e seu papel na infância, além de alguns os tipos de jogos destacando os educativos. Já no segundo capitulo Conhecimento matemático na Educação Infantil, foi desenvolvido a temática com base nos saberes matemáticos, ressaltando sobre a importância da aquisição deste conhecimento também na EI e como desenvolver estratégias para a construção destes saberes. No terceiro capítulo O jogo matemático como elemento pedagógico e recurso didático na sala de aula, realizou-se algumas discussões sobre como o jogo pode se tornar uma ferramenta para auxiliar o professor dentro do espaço escolar, ressaltando experiências de alguns professores que já os utilizam e exemplificando quais podem ser utilizados. O capítulo quatro trata sobre a metodologia da pesquisa e quais os instrumentos utilizados para coleta de dados. Destaca-se também ao tipo de pesquisa e os sujeitos envolvidos no presente trabalho. No quinto e último capítulo, são apresentados análise de dados da pesquisa de campo e algumas discussões sobre o estudo de caso. E finalmente algumas inferências e considerações finais a partir da pesquisa desenvolvida como suporte no auxílio de próximos estudos acerca da temática visando o aprofundamento nos estudos sobre jogos matemáticos.
  • 15. 15 1. JOGOS E A EDUCAÇÃO INFANTIL Neste capítulo será tratado alguns conceitos referentes a jogos em um discurso inicial acerca deste assunto fazendo uma relação com a Educação Infantil. Também serão discutidos acerca de alguns tipos de jogos destacando os jogos educativos, e as ramificações destes. Também será ressalto um breve histórico sobre a Educação Infantil e sua importância e contribuição para o ensino básico. Este estudo será fundamentado em alguns autores que trazem conceitos de jogos de maneira mais ampla como Huizinga (1971), Dewey (1959), (Platão (427-347 a.C. apud ALMEIDA, 2000) e conceitos de jogos relacionados na educação Infantil com Piaget (1973), Kamii(1991), Kishimoto (1994) entre outros. Os jogos constituem-se uma atividade inerente ás funções humanas e, não é de hoje que existem. Nos tempos primórdios as atividades como a caça, a colheita, a pescaram questões de sobrevivência. As crianças participavam de diferentes jogos como forma de divertimento e também de treinamento para sobreviver. Os meninos aprendiam a construir e utilizar ferramentas de caça como flechas, enxada, metais e tinham as mesmas atividades dos adultos aprendiam a construir casas, cuidar do gado, limpava o terreno da plantação e as meninas aprendiam as tarefas de coleta, cultivo de vegetais e posteriormente tarefas domesticas como cozinhar e artesanatos bordar, costurar, pintar. Na Grécia as crianças eram preparadas desde novinhas a praticarem jogos educativos. Segundo Platão (427-347 a.C.), a educação só deveria dar início quando a criança completasse sete anos de idade. Até os 10 anos a educação seria predominantemente física e, constituída de brincadeiras e esporte. Ele acreditava que se deveriam deixar os alunos à vontade para que pudessem se desenvolver livremente. Segundo Platão (348 a.C.) “os primeiros anos da infância devem ser ocupados com jogos educativos, praticados em comum pelos dois sexos, sob vigilância, em jardins de criança. ”(PLATÃO 348 a.C.apud ALMEIDA, 2000, p.9). Na Grécia antiga existiam muitos jogos de competição entre eles os esportivos em que as crianças eram treinadas para ganharem, entretanto Platão não concordava com a forma que era cobrada das crianças, pois os treinos eram feitos com muito rigor. Desde que surgiu a humanidade as relações humanas, e os processos sociais se desenvolveram através de jogos, mesmo que muitas vezes estes estejam escondidos ou
  • 16. 16 subentendidos. Segundo Huizinga(1971) “Já há muitos anos que vem crescendo em mim a convicção de que é no jogo e pelo jogo que a civilização surge e se desenvolve”. Entretanto, é imprescindível ressaltar a importância deles no processo de civilização da humanidade. Ainda segundo Huizinga (1971) o jogo é uma categoria primária da vida, tão essencial quanto o raciocínio e a fabricação do objeto. Para ele o jogo já nasce com o indivíduo estando enraizado no ser humano. Já Dewey (1959) remete uma ideia mais social e lúdica sobre o jogo, pois para ele as crianças deveriam ser vistas como seres sociais e o aprendizado infantil deve acontecer de forma espontânea. Segundo o autor um dos principais objetivos é educar a criança como um todo, para ele o que importa é o crescimento físico, emocional e intelectual. Dewey concebe o jogo como atividade livre, como forma de apreensão dos problemas do cotidiano. (DEWEY, 1952 apud KIHISMOTO, 1994). Com isso, os jogos são primordiais para relacionar diferentes situações do dia a dia das crianças bem como contribuir para o desenvolvimento infantil. Conforme visto, eles também já fazem parte da civilização há muito tempo, e são utilizados em diferentes ambientes tanto por adultos quanto por crianças. Em relação aos jogos infantis estes estão sendo utilizado nas salas de aulas como recurso para auxiliar nas aprendizagens das crianças. Um dos mentores que auxiliou na utilização do jogo para formação na infância foi Piaget (1973) discute a importância do desenvolvimento infantil e investigou o desenvolvimento intelectual humano. Segundo ele a criança tem a capacidade de construir seu próprio conhecimento para isso precisa ser estimulada no ambiente escolar. Piaget preocupava-se em entender como a criança pensava sem a intervenção do adulto, de outras crianças e de apoios. A escola é exatamente o lugar onde o pensamento e a aprendizagem acontecem com a intervenção de muitas interações (entre as crianças e delas com os adultos. (BRASIL, 2005, p. 19). Desse modo, a interação entre as crianças também promove o aprendizado e assim como a intervenção do adulto. Apesar de o autor ressaltar que o envolvimento entre as próprias crianças promove maiores desafios. Confirmando o que Piaget retrata na referida citação, Kamii (1991) ressalta que “uma das qualidades mais importantes para a construção do conhecimento é a confiança na própria capacidade de encontrar soluções”. Ou seja, a criança deve desenvolver a autonomia de resolver os desafios propostos com pouca intervenção do adulto. Assim, os jogos podem
  • 17. 17 auxiliar neste processo de aprendizagem em que as crianças aprendem interagem umas com as outras, pois os jogos podem ser feitos em grupos, duplas, proporcionando a integração. As interações entre as crianças são importantes e se dar por duas razões principais. Primeiro uma criança é similar á visão da outra criança o que se difere do adulto e segundo porque a maior parte da vida social da criança se passa com seus colegas e não com o adulto. (KAMII, 1991, p.25). Com isso, os jogos proporcionam essa interação tão relevante desta fase da pré- escola, desta forma, de acordo com os Referenciais Curriculares para Educação Infantil- RCNEI (BRASIL, 1998) devem ser trabalhados alguns eixos e ressalta a utilização de instrumentos didáticos para serem incorporados para uma aprendizagem lúdica tais, como os jogos, o qual: Pode tornar-se uma estratégia didática quando as situações são planejadas e orientadas pelo educador visando a uma finalidade de aprendizagem, isto é, proporcionar à criança algum tipo de conhecimento, alguma relação ou atitude. (BRASIL, 1998, p. 2011). Desta forma, o educador deve ter definido quais os objetivos se quer alcançar com determinado instrumento didático para que a aprendizagem seja construída de forma significativa. Além disso, deve existir uma intencionalidade com objetivos bem traçados do que se pretende alcançar. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacional para Educação Básica - DCNEB (BRASIL, 1996) orientam o professor sobre a importância de ensinar as crianças sobre os diferentes saberes. Entre eles, destaca-se o conhecimento matemático o qual é o foco da presente pesquisa. Estes saberes podem ser introduzidos na EI de forma prazerosa por meio dos jogos onde o educador pode utilizá-los com um planejamento adequado, de acordo a cada idade e articular com o objetivo que se propõe. Além disso, permite a socialização possibilita situações de aprendizagem em grupos e quando mediadas pelo adulto a criança consegue desenvolver uma aprendizagem significativa nos conhecimentos matemáticos. Segundo as Diretrizes Educacionais para Educação Infantil com relação aos conhecimentos matemático as crianças devem ter experiências de exploração e ampliação de conceitos e relações matemáticas. Além de garantir experiências que criem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais (BRASIL, 2010). Estes documentos oficiais servem para nortear o trabalho do professor para uma educação de melhor qualidade. Nele encontram-se várias informações importantes sobre a
  • 18. 18 utilização dos jogos em diferentes faixas etária e também nas idades entre 4 e 5 anos, que é o foco da presente pesquisa. Segundo os RCNEI (BRASIL, 1998) o jogo é indispensável, pois proporciona que a criança tenha uma vivencia e auxilia o seu desenvolvimento além de permitir a construção do conhecimento. 1.1 CONCEITOS DE JOGOS E SEUS SIGNIFICADOS Existem várias definições de jogos com diferentes características. Entretanto, serão apresentados os conceitos voltados para a Educação e desenvolvimento infantil. Segundo os avanços da psicologia e as contribuições Piaget (1975) sobre o desenvolvimento da criança constata-se que ela é capaz de construir seu próprio pensamento. Segundo Kishimoto (2001) os jogos favorecem para a construção de novos saberes além de auxiliar nas relações sociais, e contribuir para a aquisição da leitura, da escrita e do raciocínio lógico-matemático. Segundo o dicionário Aurélio (2008) o conceito de jogar remete ao exercício ou passatempo entre duas ou um grupo de pessoas das quais uma ganha, e a outra, ou as outras, perdem, ou seja, situações de disputa como uma partida de dominó, xadrez, dama, entre outros nesta situação existe sempre um adversário. Entretanto, existem também os jogos individuais tais como: os de vídeo games, nunca dez, quebra-cabeça, entre outros, os quais também são considerados jogos. Aqueles que são feitos em grupos, servem também para entreter amigos em momentos de lazer, situações lúdicas em que a vontade partiu da espontaneidade. (KISHIMOTO, 2001). Assim também para o historiador holandês Johan Huizinga, o jogo: É uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias dotadas de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana. (HUIZINGA, 2007, P. 33). Ele considera o jogar como parte das ações do ser humano, ou seja, de forma mais abrangente, faz parte do cotidiano dos indivíduos. Além disso, entre os animais, o gato que brinca com a bola de lã, por exemplo, o cachorro com a lata entre outras situações. O jogar faz parte das ações na vida, de atividades específicas, como função social e significante por mais que este “jogar” esteja subentendido. Segundo Kishimoto (2001) um profissional pode jogar com o seu parceiro não por situação de prazer mais por circunstâncias de trabalho ou por meio de uma disputa esportiva como uma corrida por exemplo. Além disso, os animais por instintos biológicos também podem jogar quando estimulados a diferença é que o animal não escolhe racionalmente o jogo ou brinquedo.
  • 19. 19 Tentar definir o significado do jogo não é tarefa fácil, percebe-se que existem várias ramificações de conceitos acerca de jogos, com isso Lara (2003, 2005) faz algumas inferências sobre alguns tipos como os jogos de treinamento, aprofundamento e estratégicos que serão exemplificados a seguir de forma sintética. A autora Lara (2005) define os jogos de treinamento, como sendo uma estratégia para auxiliar no desenvolvimento de um pensamento dedutivo ou lógico mais rápido. Muitas vezes, é através de exercícios repetitivos que o aluno percebe a existência de outro caminho para resolver um problema, aumentando, assim, suas possibilidades de ação e intervenção. Dessa forma, se faz necessário o professor repetir o jogo com frequência até perceber que as crianças exploraram todas as possibilidades. Ela deu uma atenção também aos jogos de aprofundamento, onde é possível os alunos aperfeiçoar mais seus conhecimentos e aplicá- los, segundo ela o professor deve proporcionar esse momento na aula principalmente quando o educando tenha construído ou trabalhado determinado assunto como a resolução de problemas que é uma atividade muito conveniente para esse aprofundamento e tais problemas podem ser apresentados na forma de jogos. Jogos estratégicos são exemplificados pela autora como: dama, xadrez, batalha naval, cartas, ou com o computador, como paciência, freecell, campo minado e, muitos outros. Para ela estes jogos são necessários para desenvolver a capacidade de criar estratégias de ação para uma melhor atuação do jogador e favorecer a aprendizagem matemática. Assim, os alunos terão que criar hipóteses e desenvolver um pensamento sistêmico estimulando que eles pensem múltiplas alternativas para resolver um determinado problema ou situação. Já para Piaget (1975) ele classifica os jogos em: Jogo simbólico, jogos de regra e jogos de exercícios. Para ele o Jogo simbólico aparece predominantemente entre os 2 e 6 anos, a função desse tipo de atividade lúdica, "consiste em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real em função dos desejos", ou seja, simula a realidade. De acordo com o contexto que a criança vive ela procura reproduzir nestes jogos um ambiente próximo da sua realidade. Os jogos de regra é uma combinação entre sensório-motora e intelectual de acordo com objetivos que se pretende alcança como: competir, melhorar o desempenho e aprender algo definido, com isso ocorre no jogo à união da cooperação e da autonomia, que continua durante toda a vida. Como exemplo: jogar bola, corrida, xadrez. (PIAGET 1975, apud NASCIMENTO, SILVA, RIBETTI. 2011). Os jogos de exercício é a fase que a criança está se descobrindo, por meio do movimento das ações, ou seja, “O jogo de exercício é importante para o desenvolvimento da coordenação motora da criança, sua lateralidade e fortalecimento dos músculos”. (FRIEDMANN 1996, p.27 apud NASCIMENTO, SILVA, RIBETTI, 2011, P.25).
  • 20. 20 A autora Kamii (1991) faz estudos sobre o trabalho de Piaget e apresenta o jogo como uma possibilidade para a criança elaborar estratégias e permitir que ela seja desafiada além de envolver outros participantes, ela define que os jogos em grupo podem ser uma excelente oportunidade para promover a interação, socialização, aprender regras, os quais podem ser criados pelos próprios participantes. Por exemplo, em um jogo de esconde-esconde o que deve ser feito é achar ou ser achado, ou não ser achado. A criança que se esconde deve tentar não ser achada e aquela que procura deve achar as escondidas. Isso é estabelecido por comum acordo ou por convenção (KAMII,1991), ou seja, as regras devem ser combinadas antes para que se inicie o jogo e todos cooperem para segui-las, caso alguém não siga as regras corretamente haverá conflito em que as próprias crianças podem resolver ou em alguns casos a intervenção de um adulto.Por isso, quando o professor for escolher um jogo para as crianças na sala de aula ou em outro ambiente, ele deve deixar esclarecidas as regras para evitar conflitos. É o que será tratado com maior profundidade nos tópicos seguintes o professor como mediador do jogo na educação infantil. Existem também os jogos tradicionais que são aqueles passados de geração a geração, estabelecendo uma tradição em determinas sociedades e culturas. Na sociedade atual pode-se define alguns que fizeram parte da infância de algumas pessoas e também ainda fazem. Eles são exemplificando por Kishimoto (1994), como : jogos volante, bilboquê, chicote queimado, carniça, beliscão, quebra-cabeça, pular o carneiro, cata vento, entre outros. Estes jogos fazem parte da cultura de um povo e passa de pais para filhos, avós para netos etc. Como visto os jogos podem ter diversos significado que partem de como são conceituados. A Inquietação é: como o educador pode utilizar este recurso para uma aprendizagem significativa a fim de desenvolver habilidades cognitivas, motoras, sensoriais e, ao mesmo tempo o desenvolvimento integral da criança? Segundo Froebel (1917) o pedagogo dos jardins de infância, elege “o jogo e a brincadeira como referência, formas como a criança utiliza para expressar seu mundo e geradores do desenvolvimento da primeira infância” (apud in ARCE 2002). Desta forma, a contribuição Froebeliana dá uma importante base para novos estudos sobre a importância dos Jogos educativos afirmando que eles devem estar presentes na Educação Infantil, como uma ação lúdica direcionada pelo professor. (KISHIMOTO, 1994). Assim, a perguntar acima será respondida com maior profundidade nos tópicos seguintes. Percebe-se a importâncias dos jogos, seus diversos tipos e as suas diferentes conceituações, além disso, não são apenas os seres humanos que jogam os animais também vivenciam
  • 21. 21 situações do lúdico. Entretanto, entre o lúdico existem alguns conceitos que são geralmente confundidos e muitas vezes tratados como sinônimo as diferença entre o jogo, brinquedo, brincadeira os quais serão discutidos no próximo tópico. 1.2. O jogo o brincar e os elementos que constituem a brincadeira. Neste tópico serão discutidas as concepções de jogos relacionados ao brincar e suas diferenças e relevâncias, os elementos que constitui a brincadeira. De acordo com uma definição sobre o jogo Kishimoto (2001) destaca em três aspectos principais: O jogo pode ser visto como: 1.o resultado de um sistema lingüístico que funciona dentro de um contexto social; 2.um sistema de regras; e 3. um objeto(KISHIMOTO,2001, p.16). Segundo a autora o sentido do jogo depende da linguagem de cada contexto social, o qual é resultante de um conjunto de fatores que envolvem várias circunstâncias ou atitudes presentes no cotidiano. No segundo caso autora define que as regras se diferem entre os diferentes tipos de jogos. Por exemplo, as regras de jogos de dama não são semelhantes da regra do xadrez. Conforme Kishimoto (2001) são as regras do jogo que distinguem, por exemplo, paciência, buraco utilizando o mesmo objeto que neste caso é o baralho.O terceiro caso ela se refere ao objeto como sendo o material que é utilizado para jogar como o xadrez materializado no tabuleiro, dominó as pedras entre outros. Dessa forma, pode-se também dentro desta perspectiva conceito o objeto que a autora se refere dependendo de como ele é utilizado pode se tratar de um brinquedo, sendo este o oposto do jogo. Ou seja, no brinquedo não existem regras determinadas para as crianças. Elas simplesmente brincam de forma lúdica e livre. O brinquedo faz com que a criança simule a realidade, é o objeto que representa certas situações do cotidiano adulto. A mãe que cuida do bebê e faz a comida (a criança com a boneca e brinca de casinha), limpa a casa (a criança brinca com a vassoura), dirige o carro (a criança brinca que está dirigindo), vai para o salão de beleza ( brinca de salão com maquiagem, cabelos), o pai sai para trabalhar( se veste de terno e gravata e diz que é o pai), joga bola, assiste televisão, todas essas situações são categorizadas como brincadeiras pelas crianças. Elas simulam situações de suas realidades em diferentes ambientes. Segundo Stone (1982, p.10, apud MOYLES 2002, p.12) “o brincar é recreação porque ele recria continuamente a sociedade em que é executado”. O brincar permite que a criança, dentro de um contexto, simule várias situações cotidianas, a que ela vive ou outros que ela gostaria de viver.
  • 22. 22 Segundo o dicionário Lisa brincar é “entreter ou jogar, adornar, enfeitar, rendilhar, gracejar, zombar, escarnecer agitar em movimentos caprichosos, por entretenimento [...]” (LISA, 1981, p.435). Já o dicionário Michaelis (1998-2009) conceitua como [...] Divertir-se representando o papel de: Os meninos brincam de soldados. vti 5 Divertir-se fingindo exercer qualquer atividade: Brincar de ler. vtd 6 Ataviar, enramalhetar, ornar excessivamente: Brincou suas vestes e seu penteado para ir ao teatro. Brincar com fogo: tratar levianamente coisas de ponderação ou perigosas. Fazer uma coisa brincando: fazê-la com muita facilidade. Nem brincando!: Expressão de repulsa a alguma coisa que nos dizem ou propõem por a julgarmos inconveniente. Segundo o dicionário Lisa (1981) o brincar se remete a concepção do entretenimento e para o Michaelis (2009) ele exemplifica situações lúdicas para representar o brincar em diferentes situações. Conforme visto, o brincar e jogar não são sinônimos, embora alguns professores não têm essa concepção muito clara. Para as crianças pequenas, no entanto, o brincar e o jogar não se diferem. Segundo Falkenbach (2002) é imprescindível reconhecer o lúdico como característica fundamental do ser humano, focalizando, dessa maneira, o brincar como a principal atividade infantil. Outro estudo bastante relevante diz respeito à psicomotricidade com relação ao jogo, que nada mais é do que a relação do lúdico com o corpo a mente do indivíduo, o qual está associado à afetividade e a personalidade. Estes estudos vêm crescendo ao longo dos anos e tem demonstrado o quanto é importante, não apenas para a criança, mais também para o adulto o brincar. Por isso, é recomendado que os educadores proponham espaço para atividades lúdicas com jogos e brincadeiras que ocupem destaque desde a educação infantil. (PORTO, 2007). Assim também, no tocante ao que foi discutido é possível concordar que “O brincar não é escape da vida: é uma parte integral da vida” (SCHILLER, 1954 apud MOYLES 2002, p.176), ou seja, segundo Schiller (1954) foi um grande erro o ocidente ver o brincar apenas como imitação da vida. Pois, é inerente ao ser humano fazendo parte da construção da cidadania. (MOYLES, 2002) Dessa forma, percebe-se o quanto é importante a vivência com o lúdico. E com isso, pode-se compreender também que o brincar não é apenas um passa tempo, mas um processo necessário para a vida. Sendo, desse modo, claramente conceituado o brincar por Kishimoto (2001, p.21) como sendo “a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação”. Conforme isso, o brincar
  • 23. 23 se caracteriza como a atitude em vivenciar situações lúdicas em que se concretiza através de regras criadas pelas crianças ou simplesmente representar espontaneamente situações do cotidiano. Com isso, segundo Moraes (2012, p.39): A brincadeira basicamente se refere à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada; o jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras; brinquedo é utilizado para designar o objeto de brincar. A atividade lúdica abrange de forma mais ampla os conceitos anteriores, sendo utilizada como ferramenta na área educacional, nas diversas fases do desenvolvimento. (MORAES, 2012, p.39) Dessa forma, o brinquedo é o objeto que é utilizado para brincar tal como: boneca, carrinho, bola, bambolê, pião, gude, pipa, pega- vareta entre outros. Já a brincadeira pode ser com ou sem o objeto brinquedo, ou seja, as crianças também podem brincar sem utilizar o objeto tais como: pique – esconde, estátua, ciranda, roda, boca de forno entre outras. E o jogo se difere por se o único que estabelece regras e propõe de certa forma uma competição. Assim, brinquedo, brincadeira se relacionam justamente com a criança e não deve ser confundido com o jogo. (KISHIMOTO, 2001). Por meio do brincar as crianças aprendem diferentes coisas sobre pessoas, respeito, atitudes, propriedades, texturas, estruturas, linguagem (MOYLES, 2002). Assim, o docente pode aproveitar esse momento para fazer um brincar dirigido explorar aspectos necessários para uma aprendizagem especifica. Brincadeiras como: dança das cadeiras, pula corda, elástico, bambolê, corrida, morto-vivo, pega-pega, podem proporcionar diferentes aprendizagens, como noções espacial, competição, perda e ganho, interação com o outro, socialização, aprimorar coordenação motora entre outros. Além disso, o educador pode promover situações desafiadoras para potencializar as experiências do lúdico, através de jogos, recursos didáticos que intermediadas corretamente, pelo professor, podem construir novos saberes. Existem também, diferentes tipos de jogos que podem contribuir para a formação da criança entre eles destacam-se os jogos educativos o qual será discutido no tópico seguinte. 1.2.1. Jogos Educativos Os jogos educativos fazem com que a criança aprenda brincando e desse modo desperta nelas o gosto pelo aprendizado. Através do lúdico os alunos podem ser provocados a ter mais curiosidade pelo tema, pois estes tipos de jogos favorecerem momentos divertidos e
  • 24. 24 prazerosos os quais estimulam novos saberes. Dessa forma, pode-se conceituá-lo da seguinte forma: O jogo educativo é aquele que põe a educação em imagem e, conforme essa imagem remete mais, ou menos, ao escolar, estruturado ou aberto em relação à descoberta, à estimulação, ele encontrará o seu lugar, seja numa categoria de jogo educativo, seja naquela, mais extensa, de jogo de estimulação. (BROUGÉRE, 2004, p.205) Dessa forma, os jogos educativos são muito importantes no processo da aquisição do conhecimento seja ele qual for matemático ou de linguagem. Segundo Platão (em Les Lois 1948 apud em KISHIMOTO 1994) “Aprender brincando”. Essa frase remete a uma concepção em que se pode aprender de forma mais divertida e descontraída em que a criança tem a possibilidade de adquirir determinado conhecimento em uma função educativa e lúdica. Entretanto, é necessário o equilíbrio entre o lúdico e o educativo, pois o jogo pelo jogo não há aprendizado é preciso ter uma intencionalidade e um plano com objetivos traçados do que se quer alcançar com determinado jogo, ou o contrário quando a função educativa é predominante, resta apenas o ensino o que deixa de ser lúdico. (KISHIMOTO, 1994) Estes recursos didáticos são mais significativos quando existe uma intencionalidade. Entretanto, vale ressaltar que existem famílias que compram estes tipos de jogos para as crianças utilizarem em momentos de lazer em suas casas. Deste modo, o lúdico passa a ser apenas um instrumento para divertimento e entreter amigos e familiares em momentos de ociosidade . Assim, segundo Brougère (2004, p.212) “o valor educativo de um suporte material não pode então ser analisado independentemente do uso que se faz dele”. Ou seja, o jogo pelo jogo nem sempre educa, embora isso não quer dizer que a criança não aprenda alguma coisa quando se encontra em momentos informais. Por exemplo, um jogo de dominó a regra, de modo geral, é combinar a quantidade de pontinhos de um lado com o outro. Assim, permite que a criança sinta prazer a partir do momento que consegue combinar as peças e ao final ganha aquele que não tem mais pedras. O interessante é que a criança não precisa necessariamente ser hábil na contagem, basta ela ter as noções de números. Assim, ela adquire o conhecimento de combinar números iguais bem como identificá-los. Como exemplo desta aprendizagem, citarei uma experiência vivenciada em uma escola Municipal quando estava em um período de estágio extracurricular uma criança na faixa etária de 5 e 6 anos demonstrava muitas dificuldades em avançar nas aprendizagens principalmente de contagem e relacionar números bem como identificá-los, ela comparado aos seus colegas sentia muita dificuldade em realizar as tarefas com autonomia
  • 25. 25 precisando da constante intervenção das educadoras. Entretanto, em uma das aulas a docente regente propôs a turma um momento lúdico com jogos de dominó e percebeu o quanto a criança demonstrava autonomia em relacionar os números dos pontinhos com o jogo. Dessa forma, percebe-se que mesmo uma criança que demonstre dificuldade na aprendizagem matemática ou qualquer outra, é capaz de sentir prazer quando este é apresentado de maneira lúdica e o aprendizado se torna mais significativo. Além disso, possibilita que os educandos “abram a janela” para a inteligência lógica matemática para as noções numéricas. Com isso, percebe-se que crianças que tenha por volta dos 6 e 7 anos já conseguem fazer associações de quantidade, porém precisam utilizar elementos concretos que lhe permitam manipular e fazer essas relações. (ANTUNES, 1998). Essa fase segundo Piaget (1973) é um período que ele classifica como período operatório concreto, a criança pensa de forma lógica e concreta, ou seja, se baseando no que é perceptivo no que ela ver. Esse é um momento interessante para se investir em jogos educativos principalmente intermediados pelos educadores no ambiente escolar. Outro momento interessante é o que classifica Piaget (1973) apud Kamii (1991) período Pré-Operatório estágio onde a criança é egocêntrica, centrada em si mesma, porém não significa que sejam egoístas, as crianças de três e quatro anos estão interessadas apenas no que elas fazem e não nos outros, não aceita a ideia do inesperado e tudo deve ter uma explicação (é chamado no popular por fase dos “porquês”). Nos estudos de Kamii(1991) em consonância com Piaget(1973) entre mais ou menos cinco e seis anos de idade as crianças começam a se descentrar e a perceber o outro. Nesta idade são possíveis os jogos em grupo que segundo a autora é quando a criança começa a fazer comparações e relações o que uma criança muito pequena não faz. Com isso, os jogos educativos também podem ser aplicados nesta fase, pois a criança, já consegue perceber as regras e sente prazer em explorar o jogo. 1.3. A Educação infantil e o seu papel na infância No decorrer da história da educação a criança era tratada como um adulto “em miniatura” ela era exigida desde muito cedo, devia sempre respeitar, ser cortês, ser paciente. Quando atingia os dez anos tinha que ir para a escola aprender a ler, a escrever, a calcular e mais tarde aprendiam música, com as mesmas exigências de um adulto. As meninas eram ensinadas de suma maioria a música. (TELES. WOLFF E RONCATTO, 2012). Até mesmo os contos literários eram mesmo para adultos e crianças, além disso, participavam das rodas de conversas entre os adultos abertamente sem nenhum tipo de restrição.
  • 26. 26 Atualmente a infância é entendida como um período muito importante que se inicia do nascer até aproximadamente 10 anos. Ao longo dos anos a criança foi sendo constituída como sujeito de direito. Em 1959 foi criado pela ONU - Organizações da Nação Unida dez direitos das crianças para garantir que elas fossem protegidas. Somente a partir da Constituição Federal de 1988, no Brasil, a criança adquire seus direitos. Assim, foram criadas novas concepções acerca da infância e a Educação Infantil surgiu ganhado mais espaço e prestigio social. Com a Constituição Federal (C.F) a EI foi incorporada á Educação Básica sendo garantidos os direitos da criança como dever do estado. (BRASIL, 1988). Assim, segundo a Lei n° 9.394, (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013), de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as Diretrizes para Educação Básica Nacional. No Art.29, define a Educação Infantil como sendo a: Primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.(BRASIL, 1996) De acordo com a referida Lei, a Educação Infantil deve ser oferecida em creches para as crianças de 0 a 3 anos, e em pré-escolas para as crianças de 4 e 5anos. Pois esta é a primeira etapa para o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social e que a escola ofereça um trabalho em conjunto com a família e a comunidade para que aja uma formação de qualidade para os futuros cidadãos. Além disso, de acordo com o Art. 30 da Lei mencionada, a implantação de Centros de Educação Infantil é de responsabilidade dos municípios. (BRASIL, 988, Art. 30). Por isso, é dever das prefeituras implantarem em cada município do país creches e pré-escolas dando suporte para as mães que precisam trabalhar e não tem com quem deixar seus filhos. Os centros de Educação Infantil são muito importantes, pois além de oferecer o suporte para as mães poderem trabalhar, a criança tem a oportunidade de interagir com outras, além de aprender noções de letramento e saberes matemáticos, tais como medida, pequeno, grande, curto, longo, noções de espaço, cores, números, formas, grandezas entre outros que são essenciais para o desenvolvimento infantil. Com isso, nota-se que a Educação Infantil tem um papel primordial na infância, pois através dos primeiros anos de vida da criança em creches e pré-escolas elas aprendem as noções fundamentais para o aprendizado infantil os quais serão posteriormente aprofundadas. Deve-se ressaltar também que a criança aprende dentro do contexto, através do ambiente em que vive na interação com diferentes elementos e pessoas. Percebe-se desse modo o quanto é
  • 27. 27 primordial o educador trabalhar e explorar diferentes recursos para aprimorar esses conceitos iniciais que a criança nesta fase está experimentando. 1.3.1. Breve histórico da Educação Infantil Ao longo de muito tempo, o cuidado e a educação das crianças pequenas eram responsabilidade apenas da família, particularmente da mãe e de outras mulheres. Quando passava a fase da amamentação à criança era vista como adulto e aprendia as funções necessárias para viver em sociedade. As crianças em situação desfavoráveis eram submetidas a arranjos alternativos em que ao longo da história foram sendo culturalmente mais freqüentes, ou seja, as crianças eram abandonadas em locais chamados de “mães mercenárias”, na Idade média era comum estes locais como cilindros ocos de madeira, giratórios que ficam nas portas de igrejas e hospitais assim a responsabilidade por esse acolhimento ficava por conta de entidades religiosas. (OLIVEIRA, 2002). Com isso, as formas precárias de atendimento aos menores nesse período foram caracterizando uma forma negativa de ver a educação fora do ambiente familiar. Entretanto, com o passar dos anos e com o avanço do desenvolvimento cientifico a expansão comercial, artística no período do Renascimento estimularam novas concepções acerca da criança e sobre como ela deveria ser educada. Autores como Erasmo (1465-1530) e Montaigne (1483-1553) sustentavam que a educação deveria respeitar a essência infantil e estimular atividades associando o jogo com a aprendizagem. (ERASMO (1530) e MONTAIGNE (1553) apud OLIVEIRA, 2002). Com a expansão comercial vivida na Europa Ocidental sugiram novos pensamentos sobre a educação e discussões sobre a escolaridade obrigatória. Nesse período a criança passou a ser vista como sujeito que merece cuidados para ser ingressado no mundo dos adultos, tornando a escola um instrumento fundamental. Com a inserção da criança na escola houve uma preocupação com aqueles que não tinham condições financeiras, pois o objetivo era capacitar as crianças para torna aptas para o trabalho adulto, o que geralmente era prepará-las para se tornar burgueses. Segundo o autor: As aspirações educacionais aumentam à proporção em que se acredita que a escolaridade poderá representar maiores ganhos, o que provoca frequentemente a inserção da criança no trabalho simultâneo à vida escolar (...). A educação tem um valor de investimento a médio ou logo prazo e o
  • 28. 28 desenvolvimento da criança contribuirá futuramente para aumentar o capital familiar. (KRAMER, 1995, p.23) Dessa forma, havia uma preocupação em aumentar o capital familiar e não fazer com que a criança aprenda saberes para a vida. Com isso, um contraponto era acirrado em relação às crianças pobres, pois alguns defendiam que elas não tinham direito ao aprendizado, já alguns reformadores protestantes defendiam a educação como um direito universal. Esse clima de conflitos influenciou também a educação pré-escolar que buscava apropriar novas formas disciplinadoras da criança que terminassem com os castigos físicos. Agora era discutido “como ensinar” assim alguns precursores traçou novas perspectivas acerca da educação para crianças pequenas. Autores como Comênio, Rousseou, Pestalozzi,Decroly, Froebel e Montessori, entre outros estabeleceram algumas bases voltadas para o ensino centrado na criança. Assim, novas concepções foram sendo criadas, reelaboradas e contextualizadas evoluindo a cada dia para que a educação infantil se volte cada vez mais aos interesses da criança construindo aprendizagens significativas e proporcionando saberes específicos apropriados a cada idade. No Brasil foram criados alguns aspectos legais para garantir o direito da criança, a principal foi garantida na Carta Magda a Constituição Federal o qual assegura no Art.205 e Art.206: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; (BRASIL, 1988) Hoje a criança é considerada sujeito de direito, mas para isso ser conquistado foi preciso muitas lutas que foram travadas ao longo da história. Dessa forma, não apenas a mãe e pai o dever educar o filho passa a ser também dever do Estado. Segundo Oliveira (2008, p. 37), “a criança passa a ter direito a uma educação que vá ‘além’ da educação da família” A concepções de infância só foi sendo mudada a partir de aprovações de legislação voltada para a criança, dessa forma a Educação foi definida como a primeira etapa da Educação básica, entre criança de 0 a 5 anos, em que 0 á 3 são creches e crianças de 4 e 5 anos já podem freqüentar a pré –escola. Segundo o autor:
  • 29. 29 Acreditamos, então, ser a educação um processo contínuo na vida e ainda uma condição de possibilidade para a criança ter infância e que a escola é um espaço privilegiado de aprendizagem para uma prática social, um lugar de cultura, de desafios, de construção de identidades. (MAIA, 2012, p.43) Dessa forma, a educação é necessária para que a criança se desenvolva de forma integral e continua , sendo a escola infantil um espaço integrador e social que considera a criança em seus aspectos cognitivos, emocionais. Além disso, devem favorecer o cuidar e educar como elementos essenciais da prática educadora. 1.3.1. Educação Infantil e algumas considerações sobre o desenvolvimento da criança. Sabe-se que através dos avanços na Educação a criança passou a conquistar seus direitos e ter espaço na escola em um ensino centrado para o seu desenvolvimento. Com isso, as instituições de Educação infantil são fundamentais para promover o crescimento intelectual infantil, além disso, colabora para que pais, familiares e todos que fazem parte da educação também aprendam nesta relação de construção. Ressalta-se um importante aspecto da Diretriz Curricular no que tange esse referido assunto Art.7°, apresenta que as instituições de Educação Infantil devem cumprir as seguintes funções Sociais, Políticas e Pedagógicas: I - oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais; II - assumindo a responsabilidade de compartilhar e complementar a educação e cuidado das crianças com as famílias; III - possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e crianças quanto a ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas; IV - promovendo a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da infância; V - construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa. (BRASIL, 1996). Percebe-se o quanto a Educação Infantil conseguiu avançar, e com isso foram valorizados aspectos importantes para o crescimento da criança, tais como a relação com o outro, aspectos cognitivos, emocionais, considerando que nesta fase deve-se aprender saberes necessários para seu desenvolvimento pleno. Além disso, a EI é um espaço não apenas de aprendizagens
  • 30. 30 iniciais mais também um local em que promove a socialização, e valores essenciais para o convívio em sociedade. Dessa forma, a criança é um ser social, produto da história e da cultura (FARIA , 1999). Vale ressaltar também que na Educação Infantil a criança precisa de maiores cuidados por ser menores o educador deve ter atenção principalmente aos cuidados de higiene. Além disso, o cuida e educar deve ser um processo mutuo de inter-relação. Assim, segundo o autor: A educação da criança pequena envolve simultaneamente dois processos complementares e indissociáveis: educar e cuidar. As crianças desta faixa etária, como sabemos, têm necessidades de atenção, carinho, segurança, sem as quais elas dificilmente poderiam sobreviver. Simultaneamente, nesta etapa, as crianças tomam contato com o mundo que as cerca, através das experiências diretas com as pessoas e as coisas deste mundo e com as formas de expressão que nele ocorrem. Esta inserção das crianças no mundo não seria possível sem que atividades voltadas simultaneamente para cuidar e educar estivessem presentes. O que se tem verificado, na prática, é que tanto os cuidados como a educação têm sido entendidos de forma muito estreita. (CRAIDY e SILVA, 2001) Com isso, os professores da Educação Infantil devem ter bem claro que educar e cuidar não devem ser conceitos isolados, mas devem fazer parte do processo de formação da criança. Assim, os cuidados estão voltados aos processos de alimentação, higiene, sono além de cuidados com a organização do espaço, acolhimento, jornada de trabalho dos responsáveis, ou seja, tudo que contribui para o conforto e bem-estar da criança. Dessa forma, as instituições de Educação Infantil devem contribuir para: O acolhimento, a segurança, a sensibilidade, o gosto pela emoção, dando lugar à curiosidade, ao desafia, tudo isso precisa fazer parte da educação infantil, o que resultará no direito da criança viver sua infância na forma mais plena, levando-a, assim, a vivenciar todas as experiências que fazem parte desse momento, que é tão instigante para o adulto e interessante e desafiador para a criança. (NASCIMENTO, SILVA E RIBETTI 2011, p.22) Com isso, o espaço da Educação Infantil precisa ser agradável, contribuindo para a formação integral da criança com o atendimento especial oferecendo um ambiente adequado para futuras aprendizagens. Além disso, devem assegurar e valorizar, em seu cotidiano, espaços que estimulem novos saberes permitindo que a criança tenha conhecimento de outras culturas, por meio de livros literários, brinquedos, jogos, ou seja, recursos e objetos que estimulem o conhecimento da diversidade, pluralidade, numerosidade. Além de conceitos iniciais sobre história, matemática, movimento, arte, musica, ciência entre outros que
  • 31. 31 contribuem para ampliar a visão de mundo contribuindo para a formação social, política e integradora da criança. Dessa forma, segundo Kramer (1992, p.49) o papel da pré-escola é: Propiciar o desenvolvimento infantil, considerando os conhecimentos e valores culturais que as crianças já têm e, progressivamente, garantindo a ampliação dos conhecimentos, de forma a possibilitar a construção de autonomia, cooperação, criticidade, criatividade, responsabilidade, e a formação do autoconceito positivo, contribuindo, portanto, para a formação da cidadania. (KRAMER, 1992, p.49). Para tanto a Educação Infantil têm um papel fundamental na formação da criança contribuindo para que ela alcance sua autonomia. Para isso, é necessário também que se organizem os objetivos que se pretende alcançar, ou seja, formulando propostas pedagógicas que contribua para garantir essas aprendizagens através de um currículo que proporcionem diferentes vivencias em que ela não apenas seja sujeito, mas que produza novos conhecimentos. 2. A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Neste capitulo, será feita uma introdução sobre a importância do conhecimento matemático na EI. Entretanto antes de especificar o estudo acerca da Educação Infantil. Será de início conceituado o que é o conhecimento matemático. Este é um termo muito abrangente o qual não se pretende esgotar seu estudo neste trabalho. De forma geral, o conhecimento faz parte da construção social e da subjetividade de cada indivíduo.Segundo D’Ambrosio (2008,p.18) “todo conhecimento é resultado de um longo processo cumulativo de geração, de organização social e de difusão, naturalmente não dicotômicos entre si”. Ou seja, em um conceito amplo, existe uma variante de saberes que se relacionam e também se contrapõem. Tratando sobre o conhecimento matemático ele também se faz presente nas relações sociais, através da troca de informação na compra e venda de mercadorias, se faz presente nos jogos de competição como futebol, boliche, basquete na contagem de pontos para saber qual equipe é vencedora, entre outro. Ele está presente em diferentes maneiras na vida cotidiana através dos números nos documentos necessário para se viver em sociedade como RG, CPF,conta bancária, número da carteira de trabalho, cartão de crédito, dinheiro, endereço, telefones, os quais são inerentes à vida civil organizada.Segundo RCNEI (BRASIL, 1998) “[...] o conhecimento matemático é fruto de um processo de que fazem parte a imaginação, os
  • 32. 32 contra exemplos, as conjecturas, as críticas, os erros e os acertos” (BRASIL, 1998, p.211). Ela já se faz presente na sociedade através das representações numéricas, espaciais, estáticas. Por isso também é muito importante estar alfabetizado na matemática, pois estes conhecimentos básicos são indispensáveis para nos relacionar. Entretanto, os índices do fracasso escolar em matemática no Brasil são preocupantes, pois, segundo Analfabetismo Funcional (INAF) mede os resultados da escolarização nos adultos entre 15 e 64 anos e os Indicadores apontam que em 2011 e 2012 “27% da população são analfabetos funcionais - o que representa um contingente de mais de 35 milhões. Apesar de grave, esse cenário já foi pior: 39% em 2001, ano em que o levantamento foi feito pela primeira vez”. (FERNANDES, 2012). O objetivo do INAF é oferecer informações acerca da escolaridade leitura, escrita e matemática dos brasileiros. Segundo esta pesquisa, eles classificam em dois grupos, em relação às habilidades matemáticas, consideram como analfabetos aqueles que não conseguem ler preços de produtos, telefones entre outros. Já os analfabetos considerados “rudimentares” conseguem ler e escreve números usuais, realiza operações simples. Mesmo assim, é grande o número de indivíduos que chegam na fase adulto e muitas vezes não conseguem distinguir números de letras. Entretanto, parece óbvio, mas a escolaridade é a variável com maior efeito sobre a redução do analfabetismo. De acordo com os resultados da INAF cerca de 53% das pessoas que estudaram até a 4ª série do Ensino Fundamental são analfabetos funcionais, já aquelas que estudaram da 5ª a 8ª série, esse percentual cai para 26%.(FERNANDES, 2012). Dessa forma, a escola é a instituição responsável para diminuir esses índices e quando o indivíduo tem a oportunidade de frequentá-la desde a Educação Infantil e séries iniciais esse aprendizado é mais significativo ao longo dos anos. Segundo Dorneles (2009): A consolidação dos conhecimentos iniciais é fundamental para as aprendizagens posteriores, o que leva a concluir que o ensino e aprendizagem da matemática inicial estão deixando muito a desejar e dificultando um melhor desempenho dos adultos na área. (DORNELES, 2009, p.44). Desta forma, percebe-se o quanto se precisa investir em uma educação matemática de qualidade, para que os alunos quando chegarem às séries posteriores tenha maior facilidade em apreender essa área do conhecimento. Com isso, esse aprendizado se tornará mais significativo, entretanto, como os educadores podem contribuir para que esse conhecimento não se torne “um monstro” futuramente?
  • 33. 33 Sabe-se que, em longo prazo, o sucesso da aprendizagem se dar através de um investimento quando a criança ainda está se desenvolvendo dando os primeiros passos para alcançar o conhecimento, ou seja, é na educação infantil que elas têm as primeiras experiências sobre as noções matemáticas. Dessa forma, para se alcançar um aprendizado significativo é necessário investir na qualidade durante este período da pré-escola, o qual posteriormente irá ser aprofundado. Os educadores podem contribuir para esse aprendizado, utilizando recursos e instrumentos que facilitem a aprendizagem. Sabe-se também da existia de alunos na sala de aula que apresentam maiores dificuldades na área do conhecimento matemático e outros com mais facilidades, por diferentes fatores tais como: clássica econômica, maiores acesso a informação, interesse pelo assunto, influência familiar, incentivo de terceiros, genética, entre outros aspectos. Entretanto, é importante ressaltar que todos têm a mesma capacidade de aprender independente da classe econômico e outros fatores, ressalvo os problemas que são diagnosticados e por isso, precisam de uma atenção maior e também de um acompanhamento especializado, quando estes problemas estão associados à matemática e outras áreas. (DORNELES, 2009). Dessa forma, cada estudante tem uma forma diferente de aprender sendo preciso lembrar que o professor deve respeitar o tempo de aprendizagem de cada um, pois como visto alguns aprendem mais rápido enquanto outros aprendem mais devagar, mas eles aprendem. E o educador deve está atento para as singularidades de cada um. Na educação infantil existem muitas maneiras para se trabalhar com a matemática entre eles jogos e recursos didáticos que o professor pode utilizar de forma criativa. Assim, segundo Virgulino (2014): Existem muitas formas de conceber e trabalhar com a matemática na Educação Infantil. A matemática está presente na arte, na música, em histórias, na forma como organizamos o pensamento, nas brincadeiras e jogos infantis. O importante é que o professor perceba que pode trabalhar a matemática na Educação Infantil sem se preocupar tanto com a representação dos números ou com o registro no papel, pode colocar em contato com a matemática crianças de todas as idades, desde bebês. A criança é um ser em formação. Deve-se cuidar para que essa formação seja natural e a mais rica possível em termo de possibilidades (VIRGULINO, 2014) É necessário que o professor saiba aonde se quer chegar para traçar os caminhos certos que irá proporcionar as principais idéias matemáticas na educação infantil. Pois, assim, esse conhecimento servirá para alicerçar a construção dos conceitos matemáticos como as noções
  • 34. 34 de contagem, estabelecer relações quantitativas e espaciais dentre outras as quais são construídas pelas crianças através de interações com o meio e através das relações interpessoais. (VIRTULINO, 2014). Sabe-se que na educação infantil alguns educadores, utilizam recursos como: palito de picolé, material dourado, jogos, tampinhas, pintura, materiais com sucatas e reciclagem entre outros. Entretanto, muitos ainda não sabem da intencionalidade do instrumento utilizado, ou seja, até fazem um trabalho divertido, porém sem intencionalidade. Pois, muitas vezes, utilizam porque a escola exige que seja trabalhado. Ou seja, precisa-se que o docente saiba de modo claro o que se pretende avaliar ou alcançar com determinado recurso didático. Além disso, o conhecimento matemático é construído por meio de relações que envolvem outros saberes e também se relaciona com um contexto, então não é apenas aplicar o jogo pelo jogo ou outra proposta feita sem planejamento. Precisa-se de pesquisa, estratégia e diálogo com outros docentes da área para fomentar esse aprendizado. A construção do conhecimento matemático é complexa e envolve diferentes processos de formação os quais serão necessárias para viver na sociedade civil organizada. Por isso, o educador deve proporcionar diferentes possibilidades para explorar estes conhecimentos. 2.1 O LÚDICO NA CONSTRUÇÃO DOS SABERES MATEMÁTICOS DA CRIANÇA Neste tópico será discutido de que forma as atividades lúdicas podem contribuir para a construção dos saberes matemáticos na infância. Sabe-se que o lúdico é muito importante para o desenvolvimento da criança através dele ela entra no mundo da imaginação e da fantasia. As atividades lúdicas são tão importantes para o desenvolvimento social e afetivo da criança que se torna necessário a existência de espaços físicos apropriados para estas atividades e de momentos específicos nas instituições de Educação Infantil, seja para brincadeiras livres ou orientadas por profissionais da educação. (SOUZA, 2011, p.47) Segundo a autora citada, as atividades lúdicas fazem parte da construção social da criança, pois ela vivencia o mundo imaginário e simbólico através das brincadeiras e dos objetos concretos que muitas vezes se tornam instrumento da sua imaginação. Exemplo disto é quando uma criança ao brincar com o cabo de vassoura se transforma em cavalinho, o sofá se transforma em um castelo. Para ela aquilo é real e se torna muito divertido. O lúdico é tão importante para o ser humano que muitas vezes para driblar uma situação ruim ele utiliza situações hipotéticas remetendo ao mundo imaginário até mesmo para proteger alguém. Um exemplo disto foi ilustrado no filme “A Vida é Bela” (1998) o qual conta a história da
  • 35. 35 segunda guerra mundial em que um Judeu Guino (Roberto Benigni) e seu filho Giosué são levados para um campo de concentração nazista, ele tem que usar a imaginação para fazer com que seu filho acredite que estão apenas participando de uma brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e da violência que o cercam. (D’ ARTE, 2016). Dessa forma, por meio do lúdico o ser humano consegue compartilhar alegria, proporcionar brincadeiras mesmo em situações inusitadas. Por isso, o educador deve proporcionar momentos lúdicos no ambiente escolar. Alguns docentes, gestores e pais têm uma concepção errada sobre o lúdico, pois pensam ser apenas um passa tempo para as crianças. Ou até mesmo, quando o professor ensina o conteúdo planejado e sobra aquele tempinho no final da aula é que ele deixa as crianças brincarem sendo que essa fase da Educação Infantil é fundamental para essas experiências lúdicas. O momento do brincar livremente é importante nesta fase da aprendizagem, por isso esse “tempo livre” também devem fazer parte do planejamento do professor. Em relação à matemática é interesse que o educador tenha essas concepções bem claras para proporcionar ás crianças atividades lúdicas que sejam desafiadoras, além de serem também momentos de aprendizado. Dessa forma segundo Smole (2014): O papel do adulto é selecionar e planejar situações de aprendizagem que se ajustem às necessidades das crianças, bem como propor atividades adequadas, ajudar os alunos em suas buscas, perguntar-lhes por aquilo que tenham visto, pensado, imaginado, experimentado ou descoberto e refletir junto com eles para ajudá-los a atribuir sentido matemático às experiências vividas. (SMOLE, 2014). Quando existem momentos de diálogo com a turma a aprendizagem se torna mais significativa e as crianças tem a oportunidade de expor suas opiniões e dúvidas. Sabe-se que na fase da Educação Infantil a criança está construindo os primeiros conceitos sobre a matemática por isso é muito importante permitir a participação, a reflexão, estimulando a construção de novos saberes. Por isso, o lúdico se faz tão necessário nesta fase, através de jogos, brincadeiras o conhecimento se torna mais prazeroso e as crianças se divertem mais, além de despertar a curiosidade gerando maior interesse pelo assunto abordado. Muitas vezes os professores têm algumas dificuldades em aplicar atividades lúdicas pela falta de recursos das escolas que infelizmente é uma realidade no município de Feira de Santana. Entretanto, os educadores podem utilizar materiais reciclados ou até pedir para as crianças trazerem de suas casas elementos como: palito de picolé, tampinhas de garrafa pet, caixa de leite, entre outros que
  • 36. 36 serão feitos diversas atividades lúdicas da área de matemática tais como jogos e brincadeiras simples de fazer com esses recursos. Dessa forma, basta ter criatividade para fazer uma aula dinâmica e interativa. Como exemplo na figura1: Figura 1: sugestão de um jogo matemático feita com tampinhas de garrafa pet e palito de picolé, chamado de jogo da velha. Fonte: Ponte, [2016?] Este jogo é bem sugestivo pode ser trabalho regras, noções espaciais, estratégia entre outros aspectos, pois a criança terá que pensar em posicionar as suas peças na mesma direção podendo ser vertical, horizontal e diagonal. 2.2 A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Neste tópico serão discutidos alguns aspectos importantes sobre a aprendizagem matemática na educação infantil e como esta deve ser trabalhada. Sabe-se que a matemática faz parte da vida humana e começa desde cedo antes da criança ir à escola, pois se faz presente através das relações, interações com diversos objetos, pessoas e também do ambiente que a criança vive. Segundo os RECNEI- (BRASIL1998) As crianças, desde o nascimento, estão imersas em um universo do qual os conhecimentos matemáticos são parte integrante. As crianças participam de uma série de situações envolvendo números, relações entre quantidades, noções sobre espaço. Utilizando recursos próprios e pouco convencionais, elas recorrem à contagem e operações para resolver problemas cotidianos, como conferir figurinhas, marcar e controlar os pontos de um jogo, repartir as balas entre os amigos, mostrar com os dedos a idade, manipular o dinheiro e operar com ele etc. (BRASIL, 1998, p.207)
  • 37. 37 Desta forma, a matemática está no mundo antes de estar escola (SMOLE, 2011). Quando as crianças chegam á escola, utiliza de seus conhecimentos prévios para formular suas próprias estratégias, na resolução de problemas e desafios propostos, quanto maior sua vivencia de mundo maior confiança ela terá para lidar com o sistema matemático e os outros conhecimentos propostos no ensino formal. Dessa forma, os conhecimentos prévios devem ser considerados, principalmente em se tratar de uma educação libertadora, conforme as posições Freirianas, isso é, quando ensinamos para conferir ao homem a possibilidade de criticar o meio em que vive (KISHIMOTO, 2001). A aprendizagem matemática é tão importante, pois permite que a criança tenha noções essenciais para resolver problemas, mesmo que ela não saiba as quatro operações. A criança constrói o conhecimento matemático através de situações problemas em diferentes formas, por meio de blocos de montar, por exemplo, quando é proposto para elas criarem diferentes torres com a mesma cor, ou formar quadrados entre outras. Além disso, por meio da manipulação de jogos e materiais ganham autonomia para criar diferentes problemáticas, formular hipóteses até chegarem a resultados quando estimuladas. Desse modo, o educador não deve dar respostas prontas, mais permitir que elas construam seu conhecimento, indagando e questionando-as. Todavia, respeitando o tempo de aprendizagem de cada uma e sabendo que os conceitos não são aprendidos de modo imutável na base do tudo ou nada. A aprendizagem matemática não se dar apenas através de números e contagem, mas também devem ser trabalhados com as crianças atributos dos objetos como cores, formas, medidas. Com isso, é possível trabalhar os conceitos iniciais da matemática como quantidade, sequência, medida, linguagem oral, situações espaciais entre outros. O educador deve planejar atividades práticas adequadas a cada faixa etária de acordo o nível de aprendizagem de cada criança. Referente a isso, é possível analisar os estágios de desenvolvimento, que segundo Piaget (1963b apud WADSWORTH 1993,) de modo geral é classificado como: o estágio da inteligência sensório-motor (0-2 anos) durante este estágio; o comportamento é basicamente motor. A criança não “pensa” conceitualmente; o estágio do pensamento pré-operatório (2-7 anos) desenvolvimento da linguagem e conceitual; O estágio das operações concretas (7-11anos). A criança neste período aplica o pensamento lógico e problemas concretos e o estágio das operações formais (11-15anos ou mais). Neste estágio o
  • 38. 38 conhecimento lógico pode ser aplicado em todas as áreas podendo resolver problemas de todas as classes. Baseando-se nos estudos Piagetianos o educador pode proporcionar aprendizagem, de acordo a faixa etária, que favoreça passar do nível de representação concreto para o pictórico. Ou seja, aprender a descrever, relacionar, comparar, classificar, ordenar,igualar, unir e separar quantidades, além de conservar as noções de número, massa e peso. Em relação à conservação de número segundo Piaget (1967apud WADSWORTH 1993) a criança de 4 e 5 anos não consegue ter ainda essa capacidade, pois quando é proposto para ela distinguir a quantidade ela dá uma resposta perceptiva em vez de uma resposta cognitiva. Por exemplo, diferentes recipientes com a mesma medida de 50ml porém, em diferentes formatos, estreito,comprido, largo para ela significa diferentes quantidades, sendo que o largo significará o que tem a quantidade maior. Dessa forma, é possível estudar na Educação Infantil, diferentes elementos que facilitem esses entendimentos matemáticos para a criança respeitando sua faixa etária e o tempo de aprendizagem como menciona os estudos de Piaget. Com isso, devem ser trabalhados diferentes conteúdos matemáticos na EI os quais segundo os RCNEI-(BRASIL, 1996, p.219) devem constar no currículo em crianças de 4 a 6 anos abarcando os seguintes aspectos:  Utilização da contagem oral nas brincadeiras e em situações nas quais as crianças reconheçam sua necessidade.  Utilização de noções simples de cálculo mental como ferramenta para resolver problemas.  Comunicação de quantidades, utilizando a linguagem oral, a notação numérica e/ou registros não convencionais.  Identificação da posição de um objeto ou número numa série, explicitando a noção de sucessor e antecessor.  Identificação de números nos diferentes contextos em que se encontram.  Comparação de escritas numéricas, identificando algumas regularidades. Esses aspectos se referem aos conhecimentos numéricos o qual são frequentes na vida da criança, através da idade, quando a criança muda o canal da televisão pelo controle, quando disca o número pelo telefone entre outros. A contagem também se faz presente até mesmo nas brincadeiras das crianças, quando estão jogando amarelinha, ou esconde-esconde, um sempre tem que ficar contando para os outros se esconderem, mesmo que não consiga fazer correspondência como (1, 3, 4, 19, por exemplo).
  • 39. 39 Uma maneira de se trabalhar com relação biunívoca, correspondência e combinação é atribuir um objeto pessoal da criança com quantidade, por exemplo, na hora da merenda fazer uma roda e contar quantos estão presentes na classe, ou quem faltou e distribuir elementos como pratos, talheres ou copos correspondentes a cada aluno. Os educadores também podem trabalhar com propriedade de operação em conjunto, como união, intersecção, estar contido e não estar contido, subconjuntos, conjuntos vazios, números cardinais. Estes conteúdos podem ser trabalhados de forma criativa pelos educadores através de jogos educativos, jogos em grupos, recursos concretos, desenhos entre outros. Dessa forma, as aprendizagens serão significativas para as crianças desde a educação infantil os quais serão posteriormente aprofundadas nas séries seguintes do ensino fundamental. 3. O JOGO COMO RECURSO DIDÁTICO E ELEMENTO PEDAGÓGICO NA SALA DE AULA. O jogo como visto capítulos anteriores não pode ser visto apenas como divertimento, mas este pode ser utilizado para fomentar uma aprendizagem mais significativa e prazerosa. Entretanto, a partir de qual momento o jogo passa a ser um elemento pedagógico na sala de aula? Segundo os estudos de Kishmoto (1994) e (2001, p.83). O uso de material concreto como subsídio á tarefa docente tem levado os educadores a se utilizarem de múltiplas experiências tais como: geoplano, material dourado, régua de cuisenaire,blocos, lógicos, ábaco, cartazes de prega, sólidos geométricos, quadros de frações equivalentes,quebra-cabeça e muitos outros. Nestes estudos a autora questiona-se o uso desses elementos como sendo de fato jogos ou recursos didáticos, segundo ela os brinquedos são suportes de brincadeiras os quais são utilizados em momentos lúdicos de livre exploração, sem uma intencionalidade aparente. Porém, esses mesmos objetos podem tornar-se material pedagógico, deixando de ser brinquedos, atribuindo uma aprendizagem de conceitos e noções ou até mesmo desenvolvendo alguma habilidade. Dessa forma, um mesmo objeto pode ter duas funções de acordo o contexto que lhe é utilizado podendo ser brinquedo ou material pedagógico. (KISHIMOTO, 1994). O jogo se torna um instrumento didático a partir do momento em que existe uma intencionalidade, ou seja, um objetivo a ser alcançado. Desse modo o professor deve fazer a seguinte pergunta: Quais habilidades a criança deve aprender com esses instrumentos?
  • 40. 40 Descrendo em seu plano de aula os objetivos para serem alcançados. Além disso, o jogo proporciona situações de prazer, em que a criança aprende brincando, ao contrário do aborrecimento causado por atividades rotineiras. Assim, no jogo a criança é livre para criar, arriscar-se e errar sem censuras, sua autoconfiança se desenvolve mais facilmente. (DANTE, 1996, p. 37). Dessa forma torna-se muito favorável para o educador trabalhar com esses recursos com a intenção de aproximar a criança do conhecimento cientifico. Além disso, através de jogos é possível levá-las a vivenciar “virtualmente” situações de problemas que se aproximem da realidade que o adulto vive e enfrenta. (KISHIMOTO, 2001). Ou seja, o jogo permite que a criança imite a realidade e com base nisto o educador pode estar problematizando diversas situações, por exemplo, ao propor um jogo com dinheiro (cédulas e moedas de papel) a criança terá que diferenciar os valores e ainda aprender sobre as diferentes formas de lidar com o dinheiro. Como uma exemplo ilustrativo de propostas com algumas ações lúdicas vivenciadas na sala de aula atribuídas aos jogos matemáticos, utilizado como recuso didático, pode-se ser exemplificado por Blaszak (2009, p.2) a seguir: Brincamos livremente com os blocos lógicos, fazendo o reconhecimento de suas características. Seriando-os e classificando-os quanto à cor, forma, tamanho e espessura. Propomos criar novas figuras agrupando as peças aleatoriamente. Através de algumas formas como, por exemplo, um círculo grande, um quadrado grande e cinco retângulos pequenos compor a forma da figura humana; - Exploramos a modelagem em diferentes circunstancias. Utilizando argila e massa de modelar criando figuras e formas, seriando e classificando. Confeccionamos massa de pão, estudando as medidas e as quantidades de ingredientes necessários para fazê-la. Compomos um bonequinho com a forma humana decoramos com olhos, nariz e boca, colocamos numa forma e assamos. Confeccionamos massa de negrinhos também observando as quantidades dos ingredientes compondo as bolinhas estudando as formas, tamanhos e quantidades; - Utilizamos caixas de tamanhos e formatos diferentes com aberturas nas formas geométricas para colocar e tirar objetos explorando as diversas possibilidades. Fizemos um túnel utilizando uma caixa grande em formato retangular explorando possibilidades de atravessá-lo; - Através da literatura "O ratinho e as cores" foi possível descobrir a formação de algumas cores e seus respectivos nomes; - Confeccionamos dados com a representação de quantidades e cores, os quais foram instrumentos indispensáveis para contagem e observação de cores em brincadeiras com peças de jogos de encaixe; - Propomos experiências com altura - Medimos a altura de nossos colegas identificando o maior e o menor, e comparamos entre si e com objetos presentes na sala de aula, através do olhar ou da utilização de instrumentos
  • 41. 41 de medida, convencionais ou não ou não. Com tiras de papel pardo representamos a altura de cada criança e compomos um gráfico de barras em ordem crescente; Dessa forma, percebem-se ás várias possibilidades de se trabalhar com diferentes recursos com jogos e brincadeiras que proporcionam uma aprendizagem significativa. Permitindo a trocas de informações, criando diferentes situações que contribui para o desenvolvimento integral da criança bem como permite situações de interação com o outro. Favorece também a sociabilidade, cooperação e o respeito mútuo entre as crianças. Além disso, através dos jogos matemáticos podem-se desenvolver as noções de perto/longe, dentro/fora, pequeno/grande, grosso/fino, por baixo/por cima, na frente/atrás, cheio/vazio, maior/menor (BLASZAK, 2009) entre outros conceitos fundamentais que serão base para as series seguintes. Com isso, é possível perceber que a educação infantil não é uma fase pré- escolar dispensável, mas possui funções especificas para o desenvolvimento amplo e pleno da criança. O papel do professor nesta etapa também é fundamental, pois ele como mediador da aprendizagem pode fazer as devidas intervenções, ouvindo as dúvidas, formulando novos desafios acompanhado o processo de construção do conhecimento. “O professor é por isso, importante como sujeito que organiza a ação pedagógica, intervindo de forma contingente na atividade autoestruturante do aluno”. (KISHIMOTO, 2001, p.84). 3.1 O PROFESSOR COMO MEDIADOR DO JOGO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Neste tópico procura-se entender o papel do professor como o mediador do jogo. Para isso, o presente estudo traz uma abordagem da concepção de Vygotsky (1998) entre outros autores, buscando dialogar sobre a temática. Na atualidade com o advento das novas tecnologias é muito difícil pensar o papel do educador no processo de mediador do conhecimento, pois ele antes era visto como o detentor do saber e os alunos como uma folha em branco. Entretanto, com o avanço dos estudos na área da psicologia e educação e as contribuições de teóricos como Piaget (1975 apud INADA, 2011) (970, 1971, 1972, 1976 apud MUNARI) e Vygotsky (1984, 1998) comprovaram-se o papel do professor, o qual não é apenas transmitir conteúdo, mas, estimular no educando a capacidade de aprender e para isso é necessário um esforço do educador no sentir de mediar este conhecimento. Desse modo, de início vamos conceituar o que é mediar. Segundo
  • 42. 42 Vygotsky (apud RIBEIRO, 2007) o processo de adquirir conhecimento se dá a partir das relações sociais em que existe uma interação com outros e, esse processo de interação mediado, por artefatos simbólicos significa a ação entre o objeto e o sujeito do conhecimento. Segundo Farias (2013, p.101) “A mediação é condição necessária para o desenvolvimento cultural do indivíduo”. Desse modo, é muito importante que o professor perceba que a criança não aprende sozinha e nem de forma fragmentada é necessário relacionar, contextualizar as diferentes problemáticas para que ela compreenda que tudo faz parte de uma conexão com o mundo que a cerca. Por exemplo, se o professor propõe um jogo na sala de aula é necessário antes de iniciá-lo saber qual objetivo a ser atingido, fazendo a seguinte pergunta: “o que quero ensinar para o meu aluno com esse jogo”? Para isso é necessário um planejamento das atividades “o planejamento é ato; é uma atividade que projeta, organiza e sistematiza o fazer docente no que diz respeito aos seus fins, meios e conteúdos” (FARIAS. 2011.p.111). Ou seja, é por meio do planejamento que começa a aula, pois o professor tem a possibilidade de pensar o que será feito para envolver as crianças de modo a provocar nelas a curiosidade, para dessa forma gerar o conhecimento, pois este é construído através da provocação. Desse modo, “o construtivismo mostra que a instrução ajuda a criança a construir mais conhecimento somente se ela já tiver construído os elementos que são necessários para se beneficiar dessa instrução” (KAMII, 1991.p.19). Ou seja, através da indagação, do confronto, do desafio o professor consegue ensinar á criança a pensar estimulando a aprendizagem. Os jogos auxiliam a criança a pensar Kamii (1990). Entretanto, alguns professores para seguir o programa dos conteúdos, elaboram propostas que não conseguem despertar á curiosidade e alguns por falta de formação ou até mesmo de paciência dão as respostas prontas para as crianças o que as tornam instrumento de alienação. Além disso, não relaciona os conteúdos à vida cotidiana tornando o conhecimento abstrato e distante do mundo ao seu redor. Quando os jogos são aplicados com intencionalidade, e por sua vez não perdendo o seu caráter lúdico, podem ser fortes aliados á aprendizagem. Desta forma, o professor deve decidir qual jogo será utilizado. Ou seja, a escolha deve partir dos objetivos bem como quais conceitos devem ser aprendidos, estipulando quais estratégias e habilidades serão utilizadas naquele momento. Além disso, segundo Smole (2007) uma vez que se escolhe o jogo o educador deve ter bem claramente se fez uma boa escolha para isso é necessário saber as regras. Assim, será necessário conhecer este recurso didático antes de aplicá-lo para os alunos, ou seja, o docente deve ter a sua experiência jogando. Deve-se simular jogadas,
  • 43. 43 verificar se é desafiador para as crianças, se envolve conceitos adequados daquilo que o docente deseja que eles aprendam se estimula o pensamento. Analisar também se o jogo está de acordo ao nível da turma, e se a proposta é interessante para todos ou pelo menos a maioria. Algumas vezes, um jogo pode se revelar-se muito difícil, outras vezes muito fácil e até mesmo não envolver o grupo. Não é por ser jogo que necessariamente todos gostarão. Em todos os casos, temos de rever propostas. (SMOLE, 2007, P.16) Para isso, é importante o educador conhecer a turma, bem como ter registros das atividades que deram certo e também daquelas que não saiu conforme planejado. Muitas vezes quando o professor não conhece o perfil de seus alunos ou até mesmo propõe algo inovador que sai da rotina, e o educador não prepara a turma para o inesperado, a depender da classe,pode ser um completo desastre. Um exemplo disso é um relato de experiência pessoal o qual em uma mediação de um jogo matemático não saiu conforme planejado. Em uma escola municipal em Feira de Santana-Ba, eu era auxiliar de uma professora, entretanto, atuava como regente mesmo sem ter muitas experiências e estando em condição de estagiária. A turma de 2° ano era cerca de 30 alunos em uma sala pequena e mal organizada, pois, havia acúmulo de cadeiras dentro da sala por não ter depósito na escola. Assim, em uma aula de matemática planejei uma atividade com jogos como proposta lúdica e com o objetivo de desenvolver o raciocínio lógico e respeitar regras já que a turma era muito agitada. A proposta era dividir a classe em grupos e jogar um dado bem grande feito de caixão de papelão e o líder do grupo escolhe uma pessoa para ficar em cima do tabuleiro feito de papel metro demarcado por números. O resultado foi péssimo a turma não respeitou as regras ao final perdeu-se o controle e não conseguimos concluir o jogo proposto. Analisando a experiência vivenciada percebe-se que nem sempre o jogo se torna interessante para os alunos, muitas vezes a falta do espaço adequado e arejado também interfere nas atividades. Além disso, as superlotações das salas se tornam um grande desafio para os educadores. E muitas vezes o professor ou o gestor se incomoda com o barulho que a turma faz e logo o jogo é interrompido, no caso acima citado o que houve foi um tumulto, em que a professora não conseguiu mediar e a turma não demonstrou interesse em colaborar para o andamento da atividade proposta. Mesmo sabendo que ao se tratar de jogos as crianças fazem barulho, vibram e torcem. Smole (2007, p.18) ressalta que o barulho é produtivo, uma vez que favorece as aprendizagens esperadas e a maior interação entre eles e segundo ela jogar sem barulho é