SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 41
+
Patologia
Infecção
EBV
                                            Hugo Sousa
                      BScH Microbiology, MSc Oncology
                                PhD Student, MD Student
            _________________________________________
              Serviço Virologia – Lab Biologia Molecular
                            Grupo Oncologia Molecular
                                       IPO Porto FG EPE
+                                                  2

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Características Gerais

       Vírus com distribuição ubíqua
           Infecta cerca de 90% da população;

       Vírus epitelio-mucosotrópico
           Infecta células epiteliais e mucosas
           Infecção persistente no hospedeiro;
+                                                                3

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Características Gerais

       Identificado em 1964 em biópsias de Linfoma de Burkitt

       2 formas diferentes (EBV-1 e EBV-2):
           EBV-1 mais frequente em civilizações ocidentais;
           EBV-2 em zonas endémicas do continente africano;
+                                                                     4

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Características Gerais

       Família Herpesvirus

       Sub-família gammaherpesvirus

       Género Lymphocryptovirus


                                     Envelope
                                   glicoproteíco




                                                   DNA
                                                   Viral

                                                           Capsídeo
+                                            5

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Características Gerais

       Cadeia Dupla DNA linear;

       Genoma
           172 000 pb descodificados
            em 1984 (Baer et al);
           Codifica ≈ 86 proteínas;
           Persiste como episoma no
            núcleo das células infectadas;
           Replica-se em sincronização
            com o DNA do hospedeiro;
+                                                      6

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Características Gerais

       Infecções primárias são normalmente
        assintomáticas em crianças;

       Agente etiológico de diversas patologias
           Mononucleose Infecciosa:
           Carcinoma Nasofaringe
           Linfoma de Burkitt (endémico)
           Linfomas Células B
           Linfoma de Células T em imunossuprimidos
           Carcinoma da Mama !?!?!?!?
           Carcinoma Gástrico !?!?!?!?
+                                               7

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Infecção

       Infecta selectivamente:
           células B
           células do epitélio da orofaringe
+                                                                              8

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Infecção

       Infecção primária ocorre nas criptas tonsilares do linfoepitélio dos
        Aneis de Waldeyer’s, permitindo infecção de células B e epiteliais
        simultâneamente;
+                                                                  9

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Infecção

       Interacção entre o complexo
                                                   gp85/40
        glicoproteico viral
        (gp350/220) e o receptor
        CR2/CD21 do sistema C3d do                    gp350/220
        complemento;



       O complexo gp85/42 actua         MHC
                                                        CR2/CD21
                                        class II
        como co-receptor de ligação a
        moléculas do sistema MHC
        classe II.
+                                 10

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Infecção
+                                 11

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Infecção
+                                 12

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Infecção
+                                 13

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Infecção
+                                                                           14

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Infecção

    Resumindo:

       Indivíduos portadores ad eternum;

       Infecção controlada regularmente pelo sistema imunitário;

       O EBV é capaz de imortalizar células B in vivo e in vitro;

       Replicação e libertação viral ocorre em níveis reduzidos em todos
        os indivíduos seropositivos;

       A circulação do vírus e células infectadas ocorre em níveis muito
        reduzidos e é controlada pelas células T;
+                                 15

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese
+                                 16

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese
+                                 17

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese
+                                                                         18

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese

    EBNA1

       Fosfoproteína nuclear essencial na manutenção do DNA viral;

       Forma Dímeros que ligam a origem de replicação do DNA viral
        (EBV oriP) ao DNA do hospedeiro, promovendo a replicação do
        DNA viral em sincronização com o do hospedeiro;

       Sequência variável de repetições de Glicina-Glicina-Alanina que
        inibem a apresentação de antigénios pelo sistema MHC classe I;

       Permite às células escaparem a uma resposta das células T CD8+;

       Activação do promotor dos EBNAs e LMPs.
+                                                                          19

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese

    EBNA2

       Fosfoproteína nuclear, expressa em primeiro lugar após infecção;

       Essencial para a transformação celular;

       Potente activador trasncripcional de genes virais e celulares;

       Depende da interacção com o factor RBP-Jk de ligação ao DNA, que
        reconhece a sequência consenso GTGGGAA no DNA;
           Genes codificantes de antigénios celulares (CD21 e CD23);
           Genes celulares (c-myc, Runx3 e PI3K)
           Genes LMP1 e 2;
           Região promotora dos EBNAs.
+                                                                        20

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese

    EBNA2

       Essencial para a transformação celular;

       Kempkes et al. 1995 mostrarou que se obtinham linhas celulares
        linfoblástica mediante a activação da expressão da EBNA2;
           Linha celular portadora de uma estirpe EBV mutante (P3HRI)
            (deleção no gene EBNA2)
           Plasmídeo contendo o gene EBNA2 fundido com um receptor de
            estrogénios;

       Mediante a adição de estrogénios era possível obter células em
        proliferação.
+                                                                                 21

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese

    EBNA3 (A, B e C)

       Proteínas nucleares hidrofílicas;

       Papel no processo de transformação ainda nao é entendido;

       Apenas a EBNA3A e 3C são esenciais na transformação celular:
           EBNA3A: Co-factor da ligação entre EBNA2 e RBP-Jk;
           EBNA3B: inibidor da ligação entre EBNA2 e o factor RBP-Jk, controlando a
            transcrição de genes e a proliferação celular;
           EBNA3C: activação da expressão de LMP1 e CD21 para promover a
            estabilidade celular; inactivação da proteína pRb e consequente fuga aos
            check-points do ciclo celular.
+                                                                      22

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese

    EBNA LP

       Grupo de proteínas expressas dependendo do splicing alternativo;

       Tamanho varia com o número de repetições BamHI da estirpe viral;

       Co-factor de tranformação celular atarvés da activação da
        transcrição de genes celulares;
           Colabora com a EBNA2;
           Aumenta a expressão de Ciclina D2;
           Inibe a actividade da p53 e da pRb
           Promove o escape à apoptose.
+                                                                       23

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese

    LMP1

       Proteína membranar integral;

       2 regiões activadoras:
           CTAR1: essêncial na transformação de células B;
           CTAR2: essêncial na promoção da proliferação celular;

       Essêncial na transformação celular;
           Indução de factores de adesão celular;
           Activação de antigénios celulares;
           Expressão de sinais anti-apoptóticos (BCL2 e A20);
           Activação de vários mecanismos de proliferação celular...
+                                                                                  24

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese

    LMP2 (A e B)

       Proteínas membranares integrais;

       Não essênciais na transformação celular;

       LMP2A surge como a mais importante:
           Bloqueia a activação das imunoglobulinas de superfície em células B;
           Activa a via de proliferação celular PI3K-Akt;
           Bloqueia a ligação de cálcio ao receptor de células B (BCR);
           Inibe a passagem do EBV para a fase Lítica.

       Promove a estabilidade da infecção viral.
+                                                                               25

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese

    Genes Líticos (Immediate early lytic genes)

       BamHI Left Frame genes
           BZLF1: activador da transcrição com capacidade de ligação à origem de
            replicação litica do EBV (OriLyt);
           BHLF1: inibidor da apoptose (similar ao BCL-2);

       BamHI Right Frame genes
           BCRF1: inibidor da activação dos macrófagos e da resposta imunológica
            por células TH1;
           BARF1: estimula a proliferação celular através da ligação ao CSF1
            (Colony Stimulating Factor 1);
+                                 26

    Vírus de Epstein-Barr (EBV)
    Mecanismo de Carcinogénese
+                           27

    Cancro da Nasofaringe
+                           28

    Cancro da Nasofaringe
+                           29

    Cancro da Nasofaringe
    Distribuição Mundial
+                           30

    Cancro da Nasofaringe
    Distribuição Mundial
+                                                    31

    Cancro da Nasofaringe
    Distribuição Mundial...

       Patologia rara no mundo ocidental;
           Incidência entre 0,1 e 3 / 100 000

       Incidências muito elevadas no sul asiático
           com valores entre 20–30/100 000;
+                                                  32

    Cancro da Nasofaringe
    Em Portugal...

       Neoplasia rara;

       Incidência mais alta da Europa
           Incidência entre 0,5 e 1.0 / 100 000

       Alta Morbilidade;

       Baixa Qualidade de Vida
+                                                       33

    Cancro da Nasofaringe
    Etiologia

       O EBV é o agente etiológico principal;

       Influência factores genéticos e ambientais;
           Tabaco
           Sal
           Fumo
           Exposição outros carcinogénios ambientais
+                               34

    Cancro da Nasofaringe
    Patologia

       Normal




                   Histologia
+                                           35

    Cancro da Nasofaringe
    Patologia

       Lesões Pré-invasoras




                               Histologia
+                                  36

    Cancro da Nasofaringe
    Patologia

       Carcinoma da Nasofaringe
+                                  37

    Cancro da Nasofaringe
    Patologia

       Carcinoma da Nasofaringe
+                           38

    Cancro da Nasofaringe
    Patologia
+                           39

    Cancro da Nasofaringe
    Patologia
+                               40

    Cancro da Nasofaringe
    Susceptibilidade Genética
+
Patologia
Infecção
EBV
                                            Hugo Sousa
                      BScH Microbiology, MSc Oncology
                                PhD Student, MD Student
            _________________________________________
              Serviço Virologia – Lab Biologia Molecular
                            Grupo Oncologia Molecular
                                       IPO Porto FG EPE

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Toxoplasmose congênita
Toxoplasmose congênita Toxoplasmose congênita
Toxoplasmose congênita
Amanda Thomé
 
Aula 10 replicação viral - texto
Aula 10   replicação viral - textoAula 10   replicação viral - texto
Aula 10 replicação viral - texto
Lucas Almeida Sá
 

Mais procurados (20)

Herpes
HerpesHerpes
Herpes
 
Infectologia tetano neo e acidental
Infectologia tetano neo e acidentalInfectologia tetano neo e acidental
Infectologia tetano neo e acidental
 
Hepatite B
Hepatite BHepatite B
Hepatite B
 
Slides rubéola
Slides rubéolaSlides rubéola
Slides rubéola
 
Toxoplasmose congênita
Toxoplasmose congênita Toxoplasmose congênita
Toxoplasmose congênita
 
TRICOMONÍASE E HERPES GENITAL
TRICOMONÍASE E HERPES GENITALTRICOMONÍASE E HERPES GENITAL
TRICOMONÍASE E HERPES GENITAL
 
Tuberculose
TuberculoseTuberculose
Tuberculose
 
Hepatites
HepatitesHepatites
Hepatites
 
Tuberculose
TuberculoseTuberculose
Tuberculose
 
T212 herpes
T212 herpesT212 herpes
T212 herpes
 
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDFICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
 
Doenças virais
Doenças viraisDoenças virais
Doenças virais
 
05 sífilis
05 sífilis05 sífilis
05 sífilis
 
Tétano - Trabalho de microbiologia slides
Tétano - Trabalho de microbiologia slidesTétano - Trabalho de microbiologia slides
Tétano - Trabalho de microbiologia slides
 
Herpes labial e genital
Herpes labial e genitalHerpes labial e genital
Herpes labial e genital
 
Parasitologia - Leishmaniose cutânea e visceral
Parasitologia - Leishmaniose cutânea e visceralParasitologia - Leishmaniose cutânea e visceral
Parasitologia - Leishmaniose cutânea e visceral
 
Aula 10 replicação viral - texto
Aula 10   replicação viral - textoAula 10   replicação viral - texto
Aula 10 replicação viral - texto
 
Mycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
Mycobacteruim tuberculosis - Renato VargesMycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
Mycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
 
Mononucleose
MononucleoseMononucleose
Mononucleose
 
Infeccoes trato-gastrintestinal
Infeccoes trato-gastrintestinalInfeccoes trato-gastrintestinal
Infeccoes trato-gastrintestinal
 

Destaque (13)

Epstein barr virus
Epstein barr virus Epstein barr virus
Epstein barr virus
 
Equipo 7. Virus De Epstein Barr
Equipo 7. Virus De Epstein BarrEquipo 7. Virus De Epstein Barr
Equipo 7. Virus De Epstein Barr
 
Poster_Epitope_mapping_of_persisting_EBV_infection_01
Poster_Epitope_mapping_of_persisting_EBV_infection_01Poster_Epitope_mapping_of_persisting_EBV_infection_01
Poster_Epitope_mapping_of_persisting_EBV_infection_01
 
Lect 4 - Varicella-zoster virus (vzv), cmv, ebv
Lect 4 - Varicella-zoster virus (vzv), cmv, ebvLect 4 - Varicella-zoster virus (vzv), cmv, ebv
Lect 4 - Varicella-zoster virus (vzv), cmv, ebv
 
Virus Epstein Barr
Virus Epstein BarrVirus Epstein Barr
Virus Epstein Barr
 
Epstein-Barr Virus
Epstein-Barr Virus�Epstein-Barr Virus�
Epstein-Barr Virus
 
Antiphospholipid syndrome
Antiphospholipid syndromeAntiphospholipid syndrome
Antiphospholipid syndrome
 
epstein-bar virus (EBV)
epstein-bar virus (EBV)epstein-bar virus (EBV)
epstein-bar virus (EBV)
 
Ebv
EbvEbv
Ebv
 
Citomegalovirus Y Epstein Barr
Citomegalovirus Y Epstein BarrCitomegalovirus Y Epstein Barr
Citomegalovirus Y Epstein Barr
 
Infectious mononucleosis (im) and epstein barr virus
Infectious mononucleosis (im) and epstein barr virusInfectious mononucleosis (im) and epstein barr virus
Infectious mononucleosis (im) and epstein barr virus
 
Virus de epstein barr
Virus de epstein barrVirus de epstein barr
Virus de epstein barr
 
VIRUS HERPES - Fisiopatologia de la Infeccion, Clinica e Histologia
VIRUS HERPES -  Fisiopatologia de la Infeccion, Clinica e HistologiaVIRUS HERPES -  Fisiopatologia de la Infeccion, Clinica e Histologia
VIRUS HERPES - Fisiopatologia de la Infeccion, Clinica e Histologia
 

Semelhante a Patologia ebv

Associação do vírus epstein barr (ebv) com tumores sólidos
Associação do vírus epstein barr (ebv) com tumores sólidosAssociação do vírus epstein barr (ebv) com tumores sólidos
Associação do vírus epstein barr (ebv) com tumores sólidos
Safia Naser
 
Ufp 2011.05.10 imunologia hpv
Ufp 2011.05.10 imunologia hpvUfp 2011.05.10 imunologia hpv
Ufp 2011.05.10 imunologia hpv
Hugo Sousa
 
Trabalho de biologia oficial
Trabalho de biologia oficialTrabalho de biologia oficial
Trabalho de biologia oficial
guestfced19
 
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.
Safia Naser
 

Semelhante a Patologia ebv (20)

Associação do vírus epstein barr (ebv) com tumores sólidos
Associação do vírus epstein barr (ebv) com tumores sólidosAssociação do vírus epstein barr (ebv) com tumores sólidos
Associação do vírus epstein barr (ebv) com tumores sólidos
 
Ufp 2011.05.10 imunologia hpv
Ufp 2011.05.10 imunologia hpvUfp 2011.05.10 imunologia hpv
Ufp 2011.05.10 imunologia hpv
 
Trabalho de biologia oficial
Trabalho de biologia oficialTrabalho de biologia oficial
Trabalho de biologia oficial
 
Aula vírus viroses_exercícios
Aula vírus viroses_exercíciosAula vírus viroses_exercícios
Aula vírus viroses_exercícios
 
Características dos vírus e doenças causadas por vírus
Características dos vírus e doenças causadas por vírusCaracterísticas dos vírus e doenças causadas por vírus
Características dos vírus e doenças causadas por vírus
 
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.
 
Virus-aula.ppt
Virus-aula.pptVirus-aula.ppt
Virus-aula.ppt
 
Virus.ppt
Virus.pptVirus.ppt
Virus.ppt
 
Virus.ppt
Virus.pptVirus.ppt
Virus.ppt
 
3S_Terapias genicas
3S_Terapias genicas3S_Terapias genicas
3S_Terapias genicas
 
Vírus - Tipos e Doenças Virais - Biologia A - Profª Lara
Vírus  - Tipos e Doenças Virais -  Biologia A - Profª LaraVírus  - Tipos e Doenças Virais -  Biologia A - Profª Lara
Vírus - Tipos e Doenças Virais - Biologia A - Profª Lara
 
Aula virus (1)
Aula virus (1)Aula virus (1)
Aula virus (1)
 
Virus e viroses
Virus e virosesVirus e viroses
Virus e viroses
 
Vírus
VírusVírus
Vírus
 
Vírus.ppt
Vírus.pptVírus.ppt
Vírus.ppt
 
Patologia hpv
Patologia hpvPatologia hpv
Patologia hpv
 
Aula virus 3
Aula virus 3Aula virus 3
Aula virus 3
 
Polo palmares virus completo
Polo palmares virus completoPolo palmares virus completo
Polo palmares virus completo
 
Viroses x antivirais
Viroses x antiviraisViroses x antivirais
Viroses x antivirais
 
caracteristicas-gerais-dos-virus.ppt...............x
caracteristicas-gerais-dos-virus.ppt...............xcaracteristicas-gerais-dos-virus.ppt...............x
caracteristicas-gerais-dos-virus.ppt...............x
 

Mais de Hugo Sousa

Aula t02 colheita e manipulação de amostras biológicas
Aula t02 colheita e manipulação de amostras biológicasAula t02 colheita e manipulação de amostras biológicas
Aula t02 colheita e manipulação de amostras biológicas
Hugo Sousa
 
Aula t01 normas e boas práticas de segurança laboratorial
Aula t01 normas e boas práticas de segurança laboratorialAula t01 normas e boas práticas de segurança laboratorial
Aula t01 normas e boas práticas de segurança laboratorial
Hugo Sousa
 
Aula04 tecnicas diagnostico virologia parte 2 final
Aula04   tecnicas diagnostico virologia parte 2 finalAula04   tecnicas diagnostico virologia parte 2 final
Aula04 tecnicas diagnostico virologia parte 2 final
Hugo Sousa
 
Aula02 tecnicas diagnostico virologia parte 1
Aula02   tecnicas diagnostico virologia parte 1Aula02   tecnicas diagnostico virologia parte 1
Aula02 tecnicas diagnostico virologia parte 1
Hugo Sousa
 
Ipo pg 2007.06.02 aula1
Ipo pg 2007.06.02 aula1Ipo pg 2007.06.02 aula1
Ipo pg 2007.06.02 aula1
Hugo Sousa
 
Hpv 2012.04.19
Hpv 2012.04.19Hpv 2012.04.19
Hpv 2012.04.19
Hugo Sousa
 
Aula cagastrico
Aula cagastricoAula cagastrico
Aula cagastrico
Hugo Sousa
 

Mais de Hugo Sousa (9)

Aula t02 colheita e manipulação de amostras biológicas
Aula t02 colheita e manipulação de amostras biológicasAula t02 colheita e manipulação de amostras biológicas
Aula t02 colheita e manipulação de amostras biológicas
 
Aula t01 normas e boas práticas de segurança laboratorial
Aula t01 normas e boas práticas de segurança laboratorialAula t01 normas e boas práticas de segurança laboratorial
Aula t01 normas e boas práticas de segurança laboratorial
 
Aula04 tecnicas diagnostico virologia parte 2 final
Aula04   tecnicas diagnostico virologia parte 2 finalAula04   tecnicas diagnostico virologia parte 2 final
Aula04 tecnicas diagnostico virologia parte 2 final
 
Aula02 tecnicas diagnostico virologia parte 1
Aula02   tecnicas diagnostico virologia parte 1Aula02   tecnicas diagnostico virologia parte 1
Aula02 tecnicas diagnostico virologia parte 1
 
Ipo pg 2007.06.02 aula1
Ipo pg 2007.06.02 aula1Ipo pg 2007.06.02 aula1
Ipo pg 2007.06.02 aula1
 
Hpv 2012.04.19
Hpv 2012.04.19Hpv 2012.04.19
Hpv 2012.04.19
 
Aula cagastrico
Aula cagastricoAula cagastrico
Aula cagastrico
 
Aula cancro
Aula cancroAula cancro
Aula cancro
 
Herpesviruses
HerpesvirusesHerpesviruses
Herpesviruses
 

Patologia ebv

  • 1. + Patologia Infecção EBV Hugo Sousa BScH Microbiology, MSc Oncology PhD Student, MD Student _________________________________________ Serviço Virologia – Lab Biologia Molecular Grupo Oncologia Molecular IPO Porto FG EPE
  • 2. + 2 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Características Gerais  Vírus com distribuição ubíqua  Infecta cerca de 90% da população;  Vírus epitelio-mucosotrópico  Infecta células epiteliais e mucosas  Infecção persistente no hospedeiro;
  • 3. + 3 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Características Gerais  Identificado em 1964 em biópsias de Linfoma de Burkitt  2 formas diferentes (EBV-1 e EBV-2):  EBV-1 mais frequente em civilizações ocidentais;  EBV-2 em zonas endémicas do continente africano;
  • 4. + 4 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Características Gerais  Família Herpesvirus  Sub-família gammaherpesvirus  Género Lymphocryptovirus Envelope glicoproteíco DNA Viral Capsídeo
  • 5. + 5 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Características Gerais  Cadeia Dupla DNA linear;  Genoma  172 000 pb descodificados em 1984 (Baer et al);  Codifica ≈ 86 proteínas;  Persiste como episoma no núcleo das células infectadas;  Replica-se em sincronização com o DNA do hospedeiro;
  • 6. + 6 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Características Gerais  Infecções primárias são normalmente assintomáticas em crianças;  Agente etiológico de diversas patologias  Mononucleose Infecciosa:  Carcinoma Nasofaringe  Linfoma de Burkitt (endémico)  Linfomas Células B  Linfoma de Células T em imunossuprimidos  Carcinoma da Mama !?!?!?!?  Carcinoma Gástrico !?!?!?!?
  • 7. + 7 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Infecção  Infecta selectivamente:  células B  células do epitélio da orofaringe
  • 8. + 8 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Infecção  Infecção primária ocorre nas criptas tonsilares do linfoepitélio dos Aneis de Waldeyer’s, permitindo infecção de células B e epiteliais simultâneamente;
  • 9. + 9 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Infecção  Interacção entre o complexo gp85/40 glicoproteico viral (gp350/220) e o receptor CR2/CD21 do sistema C3d do gp350/220 complemento;  O complexo gp85/42 actua MHC CR2/CD21 class II como co-receptor de ligação a moléculas do sistema MHC classe II.
  • 10. + 10 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Infecção
  • 11. + 11 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Infecção
  • 12. + 12 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Infecção
  • 13. + 13 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Infecção
  • 14. + 14 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Infecção Resumindo:  Indivíduos portadores ad eternum;  Infecção controlada regularmente pelo sistema imunitário;  O EBV é capaz de imortalizar células B in vivo e in vitro;  Replicação e libertação viral ocorre em níveis reduzidos em todos os indivíduos seropositivos;  A circulação do vírus e células infectadas ocorre em níveis muito reduzidos e é controlada pelas células T;
  • 15. + 15 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese
  • 16. + 16 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese
  • 17. + 17 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese
  • 18. + 18 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese EBNA1  Fosfoproteína nuclear essencial na manutenção do DNA viral;  Forma Dímeros que ligam a origem de replicação do DNA viral (EBV oriP) ao DNA do hospedeiro, promovendo a replicação do DNA viral em sincronização com o do hospedeiro;  Sequência variável de repetições de Glicina-Glicina-Alanina que inibem a apresentação de antigénios pelo sistema MHC classe I;  Permite às células escaparem a uma resposta das células T CD8+;  Activação do promotor dos EBNAs e LMPs.
  • 19. + 19 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese EBNA2  Fosfoproteína nuclear, expressa em primeiro lugar após infecção;  Essencial para a transformação celular;  Potente activador trasncripcional de genes virais e celulares;  Depende da interacção com o factor RBP-Jk de ligação ao DNA, que reconhece a sequência consenso GTGGGAA no DNA;  Genes codificantes de antigénios celulares (CD21 e CD23);  Genes celulares (c-myc, Runx3 e PI3K)  Genes LMP1 e 2;  Região promotora dos EBNAs.
  • 20. + 20 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese EBNA2  Essencial para a transformação celular;  Kempkes et al. 1995 mostrarou que se obtinham linhas celulares linfoblástica mediante a activação da expressão da EBNA2;  Linha celular portadora de uma estirpe EBV mutante (P3HRI) (deleção no gene EBNA2)  Plasmídeo contendo o gene EBNA2 fundido com um receptor de estrogénios;  Mediante a adição de estrogénios era possível obter células em proliferação.
  • 21. + 21 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese EBNA3 (A, B e C)  Proteínas nucleares hidrofílicas;  Papel no processo de transformação ainda nao é entendido;  Apenas a EBNA3A e 3C são esenciais na transformação celular:  EBNA3A: Co-factor da ligação entre EBNA2 e RBP-Jk;  EBNA3B: inibidor da ligação entre EBNA2 e o factor RBP-Jk, controlando a transcrição de genes e a proliferação celular;  EBNA3C: activação da expressão de LMP1 e CD21 para promover a estabilidade celular; inactivação da proteína pRb e consequente fuga aos check-points do ciclo celular.
  • 22. + 22 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese EBNA LP  Grupo de proteínas expressas dependendo do splicing alternativo;  Tamanho varia com o número de repetições BamHI da estirpe viral;  Co-factor de tranformação celular atarvés da activação da transcrição de genes celulares;  Colabora com a EBNA2;  Aumenta a expressão de Ciclina D2;  Inibe a actividade da p53 e da pRb  Promove o escape à apoptose.
  • 23. + 23 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese LMP1  Proteína membranar integral;  2 regiões activadoras:  CTAR1: essêncial na transformação de células B;  CTAR2: essêncial na promoção da proliferação celular;  Essêncial na transformação celular;  Indução de factores de adesão celular;  Activação de antigénios celulares;  Expressão de sinais anti-apoptóticos (BCL2 e A20);  Activação de vários mecanismos de proliferação celular...
  • 24. + 24 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese LMP2 (A e B)  Proteínas membranares integrais;  Não essênciais na transformação celular;  LMP2A surge como a mais importante:  Bloqueia a activação das imunoglobulinas de superfície em células B;  Activa a via de proliferação celular PI3K-Akt;  Bloqueia a ligação de cálcio ao receptor de células B (BCR);  Inibe a passagem do EBV para a fase Lítica.  Promove a estabilidade da infecção viral.
  • 25. + 25 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese Genes Líticos (Immediate early lytic genes)  BamHI Left Frame genes  BZLF1: activador da transcrição com capacidade de ligação à origem de replicação litica do EBV (OriLyt);  BHLF1: inibidor da apoptose (similar ao BCL-2);  BamHI Right Frame genes  BCRF1: inibidor da activação dos macrófagos e da resposta imunológica por células TH1;  BARF1: estimula a proliferação celular através da ligação ao CSF1 (Colony Stimulating Factor 1);
  • 26. + 26 Vírus de Epstein-Barr (EBV) Mecanismo de Carcinogénese
  • 27. + 27 Cancro da Nasofaringe
  • 28. + 28 Cancro da Nasofaringe
  • 29. + 29 Cancro da Nasofaringe Distribuição Mundial
  • 30. + 30 Cancro da Nasofaringe Distribuição Mundial
  • 31. + 31 Cancro da Nasofaringe Distribuição Mundial...  Patologia rara no mundo ocidental;  Incidência entre 0,1 e 3 / 100 000  Incidências muito elevadas no sul asiático  com valores entre 20–30/100 000;
  • 32. + 32 Cancro da Nasofaringe Em Portugal...  Neoplasia rara;  Incidência mais alta da Europa  Incidência entre 0,5 e 1.0 / 100 000  Alta Morbilidade;  Baixa Qualidade de Vida
  • 33. + 33 Cancro da Nasofaringe Etiologia  O EBV é o agente etiológico principal;  Influência factores genéticos e ambientais;  Tabaco  Sal  Fumo  Exposição outros carcinogénios ambientais
  • 34. + 34 Cancro da Nasofaringe Patologia  Normal Histologia
  • 35. + 35 Cancro da Nasofaringe Patologia  Lesões Pré-invasoras Histologia
  • 36. + 36 Cancro da Nasofaringe Patologia  Carcinoma da Nasofaringe
  • 37. + 37 Cancro da Nasofaringe Patologia  Carcinoma da Nasofaringe
  • 38. + 38 Cancro da Nasofaringe Patologia
  • 39. + 39 Cancro da Nasofaringe Patologia
  • 40. + 40 Cancro da Nasofaringe Susceptibilidade Genética
  • 41. + Patologia Infecção EBV Hugo Sousa BScH Microbiology, MSc Oncology PhD Student, MD Student _________________________________________ Serviço Virologia – Lab Biologia Molecular Grupo Oncologia Molecular IPO Porto FG EPE