1) O documento discute os conceitos de avaliação da aprendizagem na educação básica e a articulação entre a dimensão teórica e a prática pedagógica.
2) São abordados diferentes tipos de avaliação como a diagnóstica, formativa e somativa e suas aplicações na sala de aula.
3) Também são comparadas visões tradicionais e mediadoras da avaliação e seus impactos no processo de ensino-aprendizagem.
1. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO BÁSICA:
ARTICULAÇÃO ENTRE A DIMENSÃOTEÓRICA E A PRÁTICA
PEDAGÓGICA
PROFESSOR Me. GIOVAN PEREIRA SANTANA
2. LUCKESI,C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: Estudos e proposições. 22 Ed. São Paulo:
Cortez Editora, 2011.
HOFFMANN, J. Pontos e contrapontos – do pensar ao agir em avaliação. PortoAlegre:
Mediação, 2000.
Aprendizagem e avaliação.
• Conceitos deVygostky.
• A aprendizagem é um caminho.
3. • Por que isso é importante?
• De acordo com Luckesi quando se fala em avaliação há duas formas de enxergar esse
intrumento: Pedagogia do exame e avaliação da aprendizagem.
• Foco na aprovação.
• O sistema de ensino está interessado nos percentuais de aprovaçao/reprovação do total dos
educandos; os pais estão desejosos que seus filhos avancem nas séries de escolaridade; (…)
• Os professores se utilizam permanentemente dos procedimentos de avaliação como
elementos motivadores dos estudantes, por meio da ameaça; (…)
• Os estudantes estão sempre na expectativa de virem a ser aprovados ou reprovados e, para
isso, servem-se dos mais variados expedientes. (…)
4. • Durante o ano letivo as notas vão sendo observadas, médias vão sendo
obtidas, o que predomina é a nota: não importa como elas foram obtidas
nem por quais caminhos. (…) Sao operadas e manipuladas como se nada
tivessem a ver com o percurso ativo do processo de aprendizagem.
• Alerta: consequências para o aluno (pedagógico, psicológico e social).
• Nesse sentido, a avaliação escolar pressupõe a emissão de um juízo de valor
que, segundo Philippe Perrenoud, “inflama necessariamente as paixões, já
que estigmatiza a ignorância de alguns para melhor celebrar a excelência de
outros(…)”.
5. • Terminologia avaliação escolar – 1930 (RalfhTyler)
• Legislação Brasileira – ( LDB 1996)
• Como é que a Legislação Educacional observa a avaliação?
A atual LDB (Lei n. 9.394/1996) estabeleceu que a avaliação deve ser contínua
e cumulativa e que os aspectos qualitativos sempre prevaleçam sobre os
quantitativos, priorizando, dessa forma, a qualidade e o processo de
aprendizagem.
6. • O ato de avaliar implica dois processos articulados e indissociáveis:
diagnosticar e decidir. (…)
• (…) Não é possível uma decisão sem um diagnóstico, e um diagnóstico, sem
uma descisão é um processo abortado.”
• “A avaliação realizada possibilita verificarmos se estamos atingindo os
nossos objetivos, ou seja, a avaliação ajuda na autocompreensão.”
7. O que é avaliar?
• Numa perspectiva tradicional, a avaliação
[...] tem a função de exame, pois valoriza os aspectos cognitivos com ênfase na
memorização; a verificação dos resultados se dá através de provas orais ou escritas,
nos quais, os alunos devem reproduzir exatamente aquilo que lhe foi ensinado. A
tradição dos exames escolares que conhecemos hoje, em nossas escolas, foi
sistematizada nos séculos XVI e XVII, com as configurações da atividade pedagógica
produzida pelos padres Jesuítas (séc. XVI) e pelo Bispo John AmósComênio (fim do
séc. XVI e primeira metade do séc. XVII). (LUCKESI, 2003, p.16).
8. 5 conceitos de Luckesi :
• 1- Avaliação escolar deve ser estabelecida de forma processual durante todo
processo educativo, Não apenas ao final deste, buscando resultados
provisórios para alcançar posteriomente o melhor dos resultados (Luckesi,
2005).
• 2 – A avaliação é um “juízo de qualidade sobre dados relevantes, para uma
tomada de decisão”.
• 3 – “A avaliação realizada possibilita verificarmos se estamos conseguindo
atingir os nossos objetivos, ou seja, a avaliação ajuda na autocompreensão”.
9. • 4 - “É um ato dinâmico, porque me ajuda a decidir “o que fazer” diante da
realidade.”
• 5 - “A avaliação permeia o ato de planejar e executar; por isso contribui em
todo o percurso da ação planificada (planejada).”
11. Formas de uso da avaliação na prática pedagógica
•Avaliação como parte da condição humana.
•Na visão Lato sensu é dividida em Avaliação Formal x Informal
•Avaliação formal: Ação sistemática na busca da compreensão do
processo de desenvolvimento de atividades, fatos e conhecimentos
prévios
•Avaliação Informal: Ação trivial e instintiva do ser humano
12. Avaliação em níveis que podem ser divididas em:
• Internacional: Estabelecer padrões para nortear diretrizes metas dos sistemas
educacionais dos países.
• Nacional: Examina a qualidade do ensino de um país para fixar padrões e
normas gerais do ensino
• Institucional: Direcionada às instituições de ensino, desenvolvendo os
componentes do processo educacional (currículo, material didático)
• Curricular: Examina o próprio currículo
• Sala de aula: Nortear o processo de aprendizagem do aluno
13. Tipos de avaliação da aprendizagem
• Avaliar continuamente o processo de aprendizagem.
• Avaliação se reporta aos objetivos traçados no planejamento de ensino.
• Para avaliar, é necessário conhecer os conceitos teóricos e práticos da avaliação,
sendo a prática algo mais complexo.
• Tipos: Diagnóstica, Formativa e Somativa.
• Diagnóstica: Identificação prévia da turma, conhecimentos pré estabelecidos.
• Formativa: Contínua. Realizada ao longo do processo. Oferece parâmetros para
observar se o objetivo foi alcançado e pode interferir no que compromete a
aprendizagem.
• Somativa: Classifica os resultados de aprendizagem alcançados pelos alunos ao
final do processo.
15. Tipos de avaliação
• A avaliação formativa e a somativa são complementares e garantem
melhores resultados de processos educacionais
• A avaliação formativa estimula o desenvolvimento de habilidades para a
educação permanente em saúde, tendo o feedback como atividade central.
16. Avaliação somativa
• Avalia se o aluno assimilou os conteúdos fornecidos durante um determinado
período
• Possui caráter classificatório e certificativo
• Torna-se julgadora e discriminatória
• Dificuldade de alguns alunos = maus alunos
• Comparação de pares
• Foca mais no resultado final do que na trajetória percorrida pelo aluno na
aquisição de conhecimento e habilidades
17. Avaliação formativa
Ato de avaliar não faz sentido por si só, deve ser parte de todo processo ensino aprendizagem
• Avaliação contínua, não pontual
• Verificação do grau de aprendizado com as informações produzidas pela
interação professor-aluno e aluno-aluno
• Proporciona soluções para obstáculos enfrentados pelos alunos
• Componente principal é o Feedback, regulando o processo de ensino
aprendizagem, sendo algo contínuo e não apenas quando o aluno falha numa
prova final (avaliação somativa)
• - Obstáculos: falta de conhecimento das metodologias da avaliação, limitações
na formação didática do docente, maior valorização das atividades de pesquisa
do que acadêmicas e rigidez da estrutura curricular
18. Comparação Avaliação
Somativa x Formativa
• Informal: Realizada naturalmente
durante todas as oportunidades de
interação entre professores e alunos
• Dinâmica: Permite ajustes durante o
curso.
• Corrigindo obstáculos enfrentados
pelos alunos
• Não julgadora: Considera a
individualização no processo de
aprendizagem.
• Auxiliar no aprendizado: parte da
estratégia de ensino-aprendizagem
• Pontual: aplicada em momentos definidos
ou ao final do curso
• Formal: Realizada em um momento
definido, normalmente o dia definido para
realizar a prova Estática: Pré-estabelecida
no início do curso
• Julgadora/Hierarquizadora: Define quem
são
• ‘’bons’’ ou ‘’maus’’ alunos. Favorece a
competição
• Tomar decisão: Utilizada para decidir
sobre a progressão e/ou certificação
• Contínua: Realizada durante os
momentos de interação entre os
professores e os alunos
19. Visão tradicional da avaliação
• Avaliação como instrumento de controle, comparação e classificação
• Resultado quantitativo por meio de provas
• Professor e escola exercem papel de autoridade do saber e o aluno é receptor de
conteúdos passados.
• Instaura-se o medo. Prova usada para intimidação, instrumento de controle social
• Prova pode ser o único meio de coleta de dados no processo de avaliação
• Avaliação Classificatória x Avaliação Punitiva
• Classificatória: Instrumento rígido para verificar se o aluno memorizou o conteúdo.
Processo destinado a classificar, selecionar, medir, julgar e excluir.
• ‘’a questão não tem sido a de intervir para qualificar, mas a de rotular ou excluir’’
Carmo(2003)
• Punitiva: Usada como controle social, hierarquização. Instrumento usado para causar
medo. Erros são enfatizados como proposta de punição
20. Visão mediadora da aprendizagem da Avaliação
• Avaliação vista como um processo, direcionando uma nova ação
• Sua intervenção contribuirá para o desenvolvimento do aluno
• ‘’Aluno e professor vão refletir sobre os objetivos que alcançaram e vão enfatizar
medidas para superar dificuldades. Por meio da reflexão buscam soluções para os
erros cometidos e elabora uma nova ação’’
•
• Processo contínuo de todo ensino-aprendizagem
• Avaliação mediadora: Acompanhar, entender e favorecer a contínua progressão do
aluno em todas as etapas.
• Acompanhamento contínuo em relação ao rendimento, desenvolvimento e
apropriação do conhecimento do aluno
• Mobiliza e direciona novos rumos nas resoluções de problemas
21. • Avaliar é um ato de investigação, reflexão, intervenção e interação em
que cada sujeito envolvido deve desenvolver o seu papel da melhor forma
possível, visando uma aprendizagem significativa, consistente e
autônoma
22. Por que é tão difícil construir um instrumento
de avaliação?
23. • Avaliações focadas na memorização de conhecimentos
• Apesar da grande variedade de conteúdo, as avaliações tradicionais focam em
um determinado assunto
• Instruções das questões ambíguas, tarefa proposta apresenta-se incompleta →
respostas que não são as esperadas pelo professor
• As características dos instrumentos não estão alinhadas com os objetivos do
professor
• Algumas avaliações focam em "pegadinhas" para testar a atenção do aluno
Por que é tão difícil construir um instrumento de avaliação?
24. • Exame e avaliação.
• “Os exames com suas características classificatórias, excludentes
e antidemocráticas e com a avaliação da aprendizagem como
uma proposta emergente, com as suas características
dagnósticas, inclusiva e socializante”
25. • Os conhecimentos e as habilidades adquiridos podem ser objeto de avaliação,
reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos.
26. • Para Hoffmann “notas e provas são redes de segurança em termos de controle
exercido pelos professores sobre seus alunos, das escolas e dos pais sobre os
professores, do sistema sobre as escolas. Controle esse que parece não garantir o
ensino de qualidade que pretendemos, pois estatísticas são cruéis em relação à
realidade das nossas escolas”.
• Postura construtivista. A base da abordagem construtivista consiste em considerar
que há uma construção do conhecimento e que, para que isso aconteça, a
educação deverá criar métodos que estimulem essa construção, ou seja, ensinar
“aprender a aprender”.
27. • Segundo Hoffmann, dificilmente o professor chama a atenção do aluno para uma
resposta interessante e diferente que tenha apresentado na tarefa, ou faz elogios
como a mesma intensidade e frequência das recriminações. Sem dúvida, parece
que o professor se surpreende que o aluno saiba alguma coisa (ele não é um
aprendiz?), enquanto deveria se admirar com suas incríveis e precoces descobertas.
Muito cedo, portanto, o aluno se recrimina a cada erro que comete (p. 88). Alia-se,
de acordo com ela, a essa questão a visão positivista de conhecimento, que
trabalha com os absolutamente certos e errados, sem perceber quaisquer
parâmetros intermediários entre tais conceitos.
• A autora também questiona a prática do “passar a limpo”.
• A postura tradicional, portanto, nos leva a outra oposição: entre os princípios do
fazer e do compreender. O fazer (refazer) induzido pelo professor está para a
reprodução, para a memória, para a transmissão dos conteúdos. (p. 93)
28. • Hoffmann cita um trecho de um livro de Paulo Freire em que esse
importante educador e pensador brasileiro afirma que “A ação avaliativa
mediadora se desenvolve em beneficio ao educando e dar-se
fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem é educado.
“Se não amo o mundo, se não amo a vida, se não amo os homens, não me é
possível o diálogo”. Por fim, ressalta Hoffmann, que “Posturas de avaliação?
Posturas de vida!”.
29. Referências
GATTI, B.A. O Professor e avaliação em sala de aula. Estudos em Avaliação Educacional,
Estudos em Avaliação Educacional, n. 27, jan-jun/2003. Disponível em:<
https://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1150/1150.pdf>.Acesso em: 30 nov.
2021.
HOFFMANN, J.Avaliar para promover: As setas do caminho. 15 Ed. Editora Mediação: Porto
Alegre, 2014.
HOFFMANN, J. Pontos e contrapontos – do pensar ao agir em avaliação. PortoAlegre:
Mediação, 2000.
LUCKESI,C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: Estudos e proposições. 22 Ed. São Paulo:
Cortez Editora, 2011.