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PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
Visão Geral e Escopo de Utilização do LC-MS/MS como Ferramenta Investigativa
Giordano Trazzi, PhD
Laboratório de Produtos de Degradação
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2003 2008 2013
Pureza
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TLC, HPLC-UV
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PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO: Uma Classe Especial de Impurezas
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Contaminantes Estranhos
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GRAS / Compêndios Específicos
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Produtos de Degradação
Transformação Química do Ingrediente Ativo
Ação do ambiente (H2O, O2, hn, D, pH)
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Impurezas de Processo
Níveis variam lote-a-lote
(Fármaco)
Quantificadas no Fármaco
Desconsideradas no Medicamento
Limites típicos no Fármaco:
0,10% - 0,15%
ICH Q3A
Níveis constantes ao longo do tempo
Produtos de Degradação
Níveis variam lote-a-lote
(Fármaco e Medicamento)
Quantificados no Fármaco
Quantificados no Medicamento
Limites típicos no Medicamento:
0,2% - 1,0%
ICH Q3B
Níveis aumentam ao longo do tempo
Como Diferenciar?
Estudos de Degradação Forçada
Estudos de Estabilidade Acelerada
Teoria Química / Literatura / Farmacopeias
Substâncias Relacionadas
USP 36 – Azithromycin Tablets
Page  6
Farmacopeias?
USP 36
Ethinyl Estradiol Tablets
USP 36
Drospirenone and Ethinyl Estradiol Tablets
Quais são os
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Corretos?
Degradação Forçada
Estabilidade Acelerada
Teoria Química / Literatura
Farmacopeias?
Teoria Química / Literatura?
OH
CH
CH3
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Ref. 1
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Ref. 1: Ekhato I.V. et al, Steroids 2002, 67(3-4),165.
Conclusivo??
Degradação Forçada / Estabilidade Acelerada?
Amostras Envelhecidas
• 6()-hydroxy-EE
• 6-keto-EE
Degradação Forçada
(HCl, NaOH, H2O, H2O2, O2, D , hn)
• 6()-hydroxy-EE
• 6-keto-EE
• D(6/11)-EE
• Outros PDs desconhecidos
Principais
Produtos de Degradação
Observados
Estrona? 17-EE?
Nunca foram detectados
(em condições relevantes de stress e estabilidade)
Não São Produtos de Degradação
???
Condições Relevantes de Stress
Baertschi S.W. et al “Pharmaceutical Stress Testing: Predicting Drug Degradation” 2nd Ed. 2007,
Informa Healthcare USA Inc., pag. 143.
Equivalência Energética
6 meses / 40ºC
24 meses / 30OC
Reações Químicas
Possíveis em
Estudos de Estabilidade
Farmacopeias
Literatura
Científica
Teoria
Química
Estudos de
Stress / Degradação Forçada
em Condições Relevantes
Produtos de Degradação
Quimicamente Possíveis em
Estudos de Estabilidade
Visão Geral
DESENVOLVIMENTO ANALÍTICO: Etapas Críticas
1. PLANEJAMENTO INICIAL
• Pesquisa Bibliográfica (Farmacopeias, Artigos Científicos, Teoria Química...)
• Construção do “Universo de Substâncias Relacionadas”
• Aquisição de Padrões de Impurezas
• Estratégia Analítica Inicial
2. ESTUDOS DE DEGRADAÇÃO FORÇADA
• Produtos de Degradação (foco da metodologia)
• Impurezas de Processo (desconsiderar se detectadas)
3. DEFINIÇÃO DE ESPECIFICAÇÕES / LIMITES
• ICH Q3B
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Impurezas de processo, Produtos de Degradação, Literatura, Farmacopeias...
Comercialmente
Disponíveis
(DMF, Farmacopeias)
Observados na
Degradação Forçada
Produtos de DegradaçãoPadrões de Impurezas
PDs “conhecidos”
Especificações
Individuais
quantificados c/ padrões
PDs “desconhecidos”
Limite Geral
estimados frente ao ativo
(Area %)
Impurezas de
Processo
Desconsiderados na
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Especificações para Produtos de Degradação
ICH Q3B
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Sensibilidade Mínima
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Limite Geral
PDs “desconhecidos”
Limites Individuais
PDs “conhecidos”
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Especificações de PD para Comprimidos de “X”
• Maior Posologia Diária: 40 mg/dia
• PDs “Conhecidos”: Impurezas A e B
• Impureza de Processo: Impureza C
Limite de Reporte: 0,1%
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Disponíveis
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Degradação
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Produtos de DegradaçãoPadrões de Impurezas
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Produtos de DegradaçãoPadrões de Impurezas
Observados em
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PDs “Conhecidos”
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Degradação
Forçada
Química
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Prevenção
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Excipientes
incompatíveis,
Estabilizantes,
Embalagens, etc
Aquisição de Padrões
Início do Projeto
Tempo hábil p/
Síntese Customizada
e Importação
CONCLUSÕES GERAIS
PDs “Desconhecidos”
Limites restritivos
Risco de reprova em estudos
de estabilidade
RISCO
ALTO
PDs “Conhecidos”
Limites menos restritivos
Maior chance de sucesso em
estudos de estabilidade
RISCO
MODERADO
Causas-Raiz
Prevenção de formação
Máxima chance de sucesso em
estudos de estabilidade
RISCO
MÍNIMO
LC-MS
Stress
Química
TENDÊNCIAS FUTURAS: Impurezas Genotóxicas
Altamente relevante (segurança)
Em processo de harmonização (ICH M7 – Draft Step 3)
DEFINIÇÃO: impurezas capazes de reagir com o DNA – Mutações - CÂNCER
LIMITE ACEITO COMO SEGURO: 1,5 ug/dia
(Threshold of Toxicological Concern – TTC)
Impurezas
“Desconhecidas”
Impurezas
“Conhecidas”
LC-MS
(Identificação)
PODEM SER
GENOTÓXICAS?
TENDÊNCIAS FUTURAS: Impurezas Genotóxicas
Avaliação de Potencial Mutagênico e Genotóxico
1. Screening in-silico
• Estrutura Química (software específico)
• Se positivo: reduzir p/ < TTC ou realizar screening in-vitro
2. Screening in-vitro
• AMES positivo: impureza genotóxica - reduzir p/ < TTC ou testes in-vivo
• AMES negativo: impureza não-genotóxica – limitar conforme ICH Q3B
3. Testes in-vivo (Carcinogenicidade em Modelo Animal)
• Se Positivo: carcinogênico - reduzir p/ < TTC ou para níveis apropriados suportados
pelos resultados do estudo
• Se Negativo: impureza não-genotóxica – limitar conforme ICH Q3B
Screening IN-SILICO (Alertas Estruturais)
Busca por sub-estruturas químicas reativas (potencialmente mutagênicas)
Softwares: Toxtree (freeware), Derek, MCase, Topkat
TENDÊNCIAS FUTURAS: Impurezas Genotóxicas
Impureza B: positivo em screening IN-SILICO (alerta estrutural)
LIMITE SEGURO: 1,5 ug/dia (TTC): 37,5 ppm
Níveis na estabilidade: 0,32% (3200 ppm)
Teste de AMES c/ impureza B: negativo
OK – Impureza não é genotóxica
Se AMES/In-vivo positivos: limitar a max. 37,5 ppm na estabilidade
LC-MS para Quantificação!
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Dose máxima diária (TDI) = 40mg
Uso Contínuo
TENDÊNCIAS FUTURAS: Impurezas Genotóxicas
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  • 1. PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA Visão Geral e Escopo de Utilização do LC-MS/MS como Ferramenta Investigativa Giordano Trazzi, PhD Laboratório de Produtos de Degradação Eurofarma Laboratórios S/A Agosto de 2013
  • 2. PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA (Brasil)  Medicamentos Genéricos  Fármacos Sintéticos IMPACTO REGULATÓRIO ATUAL Registro de Novos Medicamentos Controle de Qualidade Estudos de Estabilidade Atualizações Pós Registro (Portfolio)
  • 3. PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO: Evolução Técnica e Regulatória 2003 2008 2013 Pureza Cromatográfica TLC, HPLC-UV Limites: ~ 2,0% Métodos Indicativos de Estabilidade HPLC-DAD Impurezas individuais Limites: ~ 0,2% Métodos Específicos para Impurezas Genotóxicas HPLC-FLD HPLC-MS, GC-MS Limites: ~ 2 ppm
  • 4. PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO: Uma Classe Especial de Impurezas Ingrediente Ativo Excipientes Impurezas Contaminantes Estranhos BPF Impurezas de Excipientes GRAS / Compêndios Específicos Resíduos de Embalagem Primária Extraíveis e Lixiviáveis Impurezas do Ingrediente Ativo Solventes e Reagentes Residuais e Substâncias Relacionadas Impurezas de Processo Resíduos de material de partida, Intermediários de síntese e co- produtos de síntese Produtos de Degradação Transformação Química do Ingrediente Ativo Ação do ambiente (H2O, O2, hn, D, pH) Reação com excipientes / embalagem
  • 5. Impurezas de Processo Níveis variam lote-a-lote (Fármaco) Quantificadas no Fármaco Desconsideradas no Medicamento Limites típicos no Fármaco: 0,10% - 0,15% ICH Q3A Níveis constantes ao longo do tempo Produtos de Degradação Níveis variam lote-a-lote (Fármaco e Medicamento) Quantificados no Fármaco Quantificados no Medicamento Limites típicos no Medicamento: 0,2% - 1,0% ICH Q3B Níveis aumentam ao longo do tempo Como Diferenciar? Estudos de Degradação Forçada Estudos de Estabilidade Acelerada Teoria Química / Literatura / Farmacopeias Substâncias Relacionadas
  • 6. USP 36 – Azithromycin Tablets Page  6 Farmacopeias?
  • 7. USP 36 Ethinyl Estradiol Tablets USP 36 Drospirenone and Ethinyl Estradiol Tablets Quais são os Produtos de Degradação Corretos? Degradação Forçada Estabilidade Acelerada Teoria Química / Literatura Farmacopeias?
  • 8. Teoria Química / Literatura? OH CH CH3 OH Ethinyl Estradiol (EE) OH CH CH3 OH OH 6()-Hydroxy-EE [ O ] OH CH CH3 OH O 6-Keto-EE OH CH CH3 OH OCH3 OH Estrona CH CH CH CH ? 17-EE ? ? OH CH CH3 OH OH CH CH3 OH D(11)-EE D(6)-EE[ O ] [ O ] [ O ] Ref. 1 Ref. 1 Ref. 1 Ref. 1 Ref. 1: Ekhato I.V. et al, Steroids 2002, 67(3-4),165. Conclusivo??
  • 9. Degradação Forçada / Estabilidade Acelerada? Amostras Envelhecidas • 6()-hydroxy-EE • 6-keto-EE Degradação Forçada (HCl, NaOH, H2O, H2O2, O2, D , hn) • 6()-hydroxy-EE • 6-keto-EE • D(6/11)-EE • Outros PDs desconhecidos Principais Produtos de Degradação Observados Estrona? 17-EE? Nunca foram detectados (em condições relevantes de stress e estabilidade) Não São Produtos de Degradação ???
  • 10. Condições Relevantes de Stress Baertschi S.W. et al “Pharmaceutical Stress Testing: Predicting Drug Degradation” 2nd Ed. 2007, Informa Healthcare USA Inc., pag. 143. Equivalência Energética 6 meses / 40ºC 24 meses / 30OC Reações Químicas Possíveis em Estudos de Estabilidade
  • 11. Farmacopeias Literatura Científica Teoria Química Estudos de Stress / Degradação Forçada em Condições Relevantes Produtos de Degradação Quimicamente Possíveis em Estudos de Estabilidade Visão Geral
  • 12. DESENVOLVIMENTO ANALÍTICO: Etapas Críticas 1. PLANEJAMENTO INICIAL • Pesquisa Bibliográfica (Farmacopeias, Artigos Científicos, Teoria Química...) • Construção do “Universo de Substâncias Relacionadas” • Aquisição de Padrões de Impurezas • Estratégia Analítica Inicial 2. ESTUDOS DE DEGRADAÇÃO FORÇADA • Produtos de Degradação (foco da metodologia) • Impurezas de Processo (desconsiderar se detectadas) 3. DEFINIÇÃO DE ESPECIFICAÇÕES / LIMITES • ICH Q3B
  • 13. Universo de Substâncias Relacionadas Impurezas de processo, Produtos de Degradação, Literatura, Farmacopeias... Comercialmente Disponíveis (DMF, Farmacopeias) Observados na Degradação Forçada Produtos de DegradaçãoPadrões de Impurezas PDs “conhecidos” Especificações Individuais quantificados c/ padrões PDs “desconhecidos” Limite Geral estimados frente ao ativo (Area %) Impurezas de Processo Desconsiderados na análise
  • 14. Especificações para Produtos de Degradação ICH Q3B “ Impurities in New Drug Products ” Sensibilidade Mínima (LQ, S/N) Limite Geral PDs “desconhecidos” Limites Individuais PDs “conhecidos” Níveis Maiores? Estudos Toxicológicos
  • 15. Especificações de PD para Comprimidos de “X” • Maior Posologia Diária: 40 mg/dia • PDs “Conhecidos”: Impurezas A e B • Impureza de Processo: Impureza C Limite de Reporte: 0,1% Desconsiderar impurezas inferiores a 0,1% Impurezas Individuais Não Especificadas: Max. 0,2% cada PDs desconhecidos Impureza A: Max. 0,5% Impureza B: Max. 0,5% Obs.: desconsiderar pico referente à Impureza C (processo)
  • 16. Comercialmente Disponíveis (DMF, Farmacopeias) Observados na Degradação Forçada Produtos de DegradaçãoPadrões de Impurezas Observados Durante a Estabilidade Cenário 1: Estudo de Estabilidade Oficial (Reativo) PD “Desconhecido” (Max. 0,2%) < 0,2% até 24º mês? Estabilidade Aprovada S N PD “Conhecido” (Max. 0,5%) Identificar (LC-MS) Sintetizar Padrão
  • 17. Comercialmente Disponíveis (DMF, Farmacopeias) Observados na Degradação Forçada Produtos de DegradaçãoPadrões de Impurezas Observados em protótipos envelhecidos (Identificados por LC-MS) Cenário 2: Pré-Formulação (Pró-Ativo) PDs “Conhecidos” Causas-Raiz Hidrólise? Oxidação? Calor? Luz? Degradação Forçada Química Orgânica Prevenção Etapa Farmacotécnica Excipientes incompatíveis, Estabilizantes, Embalagens, etc Aquisição de Padrões Início do Projeto Tempo hábil p/ Síntese Customizada e Importação
  • 18. CONCLUSÕES GERAIS PDs “Desconhecidos” Limites restritivos Risco de reprova em estudos de estabilidade RISCO ALTO PDs “Conhecidos” Limites menos restritivos Maior chance de sucesso em estudos de estabilidade RISCO MODERADO Causas-Raiz Prevenção de formação Máxima chance de sucesso em estudos de estabilidade RISCO MÍNIMO LC-MS Stress Química
  • 19. TENDÊNCIAS FUTURAS: Impurezas Genotóxicas Altamente relevante (segurança) Em processo de harmonização (ICH M7 – Draft Step 3) DEFINIÇÃO: impurezas capazes de reagir com o DNA – Mutações - CÂNCER LIMITE ACEITO COMO SEGURO: 1,5 ug/dia (Threshold of Toxicological Concern – TTC) Impurezas “Desconhecidas” Impurezas “Conhecidas” LC-MS (Identificação) PODEM SER GENOTÓXICAS?
  • 20. TENDÊNCIAS FUTURAS: Impurezas Genotóxicas Avaliação de Potencial Mutagênico e Genotóxico 1. Screening in-silico • Estrutura Química (software específico) • Se positivo: reduzir p/ < TTC ou realizar screening in-vitro 2. Screening in-vitro • AMES positivo: impureza genotóxica - reduzir p/ < TTC ou testes in-vivo • AMES negativo: impureza não-genotóxica – limitar conforme ICH Q3B 3. Testes in-vivo (Carcinogenicidade em Modelo Animal) • Se Positivo: carcinogênico - reduzir p/ < TTC ou para níveis apropriados suportados pelos resultados do estudo • Se Negativo: impureza não-genotóxica – limitar conforme ICH Q3B
  • 21. Screening IN-SILICO (Alertas Estruturais) Busca por sub-estruturas químicas reativas (potencialmente mutagênicas) Softwares: Toxtree (freeware), Derek, MCase, Topkat TENDÊNCIAS FUTURAS: Impurezas Genotóxicas
  • 22. Impureza B: positivo em screening IN-SILICO (alerta estrutural) LIMITE SEGURO: 1,5 ug/dia (TTC): 37,5 ppm Níveis na estabilidade: 0,32% (3200 ppm) Teste de AMES c/ impureza B: negativo OK – Impureza não é genotóxica Se AMES/In-vivo positivos: limitar a max. 37,5 ppm na estabilidade LC-MS para Quantificação! Comprimidos de “X” Dose máxima diária (TDI) = 40mg Uso Contínuo TENDÊNCIAS FUTURAS: Impurezas Genotóxicas