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Manejo de Cabras em Lactação
Professor Dr. Gabriel Miranda Macambira
Zootecnista
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de Pernambuco
- IFPE -
Introdução
Caprinocultura: crescimento constante (ascensão) – Brasil e
mundo (países em desenvolvimento);
Fatores impulsionadores:
Exigência: carne e leite de alta qualidade;
Adaptação à região semiárida;
Desenvolvimento de raças de alto desempenho;
Desenvolvimento da pesquisa (nutrição, manejo,
sanidade... Etc.).
Introdução
Caprinocultura de leite: pouco expressiva em términos
econômicos;
Alternativa eficaz para aumento da renda de pequenos
produtores: nordeste e sudeste;
Facilidade de manejo;
Menor área para a criação;
Menor volume de alimentos para suportar a criação;
Produção com maior valor agregado;
Introdução
Situação do rebanho e da produção de leite caprino no
Brasil
Tabela 1: Dados estatísticos sobre a quantidade de estabelecimentos produtores de leite, de
cabras ordenhadas e a produção de leite nas diferentes regiões do país.
EPL - Estabelecimentos produtores de leite de cabra; NCO -Número de cabras ordenhadas; PL - Quantidade
de leite de cabra produzida no ano; PLC – Produção de leite por cabra ordenhada.
(CNPC, 2016)
Manejo de Matrizes Caprinas Destinadas à
Produção de Leite
Escolha das Matrizes
Manejo das matrizes destinadas à produção de leite
começa ainda com a escolha das matrizes destinadas a este
fim;
Cabrita ou burrega puberdade: 6-8 meses de idade;
Uso como reprodutora: 60 – 75% peso da fêmea adulta de
sua raça;
Escolha das Matrizes
12 meses ou mais: acima de 20kg.
Raças Nativas
Canindé Moxotó
(SENAR)
Escolha das Matrizes
Acima de 10 meses: 30 a 35kg.
Raças Europeias
Saanen Alpina
(SENAR)
Por que é tão importante a fêmea ter um
peso adequado?
Escolha das Matrizes
Figura 1 : curva de crescimento de caprinos e ovinos
Desenvolvimento ósseo,
muscular e do sistema
digestivo
Desenvolvimento do
sistema reprodutor e
mamário.
Escolha das Matrizes
Fêmeas cobertas antes de atingir o peso apresentarão:
Má desenvolvimento corporal (cabras de baixo porte);
Baixa reservas de nutrientes;
Má formação do sistema reprodutor;
Má formação mamária.
Escolha das Matrizes
Quais as características a se observar em uma cabra
destinada à produção de leite?
Boa produção de leite;
Úbere bem inserido, com apenas dois tetos;
Ausência de raquitismo e alterações ósseas;
Ausência de doenças infecciosas;
Bons cascos e aprumos;
Boa fertilidade.
Escolha das Matrizes
Escore de condição corporal (ECC)
Permite a seleção de animais em boa saúde para
reprodução ou venda;
Descarte de animais velhos, pouco produtivos ou
que necessitam de reforço na alimentação;
Medida subjetiva: quantidade de gordura ou
energia reservada;
Caprinos: medição do ECC feita na região lombar e
do esterno;
Escore: 1-5 – Sensibilidade da palpitação à gordura
e deposição de musculatura nas vértebras.
Escolha das Matrizes
Figura 2 : Região de medição do ECC em caprinos (SENAR)
Escolha das Matrizes
Figura 3: locais de apalpação para medição de ECC na região lombar (EducaPoint)
Escolha das Matrizes
(EducaPoint)
Escolha das Matrizes
Figura 9: Variação de escore corporal de cabras
(EMBRAPA CAPRINOS)
Manejo Nutricional de Matrizes Caprinas
Destinadas à Produção de Leite
Manejo nutricional da fêmea caprina lactante
Período de transição
Final da gestação: período de transição metabólica;
Alterações no fígado, tecido adiposo, músculo
esquelético;
Secreção e ação de muitos hormônios envolvidos
no evento do parto, início e manutenção da
lactação;
Ruminantes: peso do feto aumenta
exponencialmente durante toda a gestação.
Manejo nutricional da fêmea lactante
Período de transição
Terço final da gestação: crescimento linear,
independentemente do sexo;
Aumento na exigência nutricional;
Diminuição no consumo de MS: crescimento fetal +
alterações hormonais;
Balanço energético negativo.
Figura 10: Porcentagem de desenvolvimento fetal x período de gestação (dias)
Fase 4
Fase 3
Fase 2
Fase 1
Parto
Secagem
Cobertura
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Peso Vivo (kg)
Leite
(kg)
Ingestão
de MS (kg
3
2
1
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4
3
2
70
65
60
55
Meses
--20
-
- 20
- 10
-0
--10
--30
Parto
Ingestão de MS
Produção de Leite
Reservas Corporais
Peso Vivo
Fases da lactação
Manejo nutricional da fêmea caprina lactante
Manejo nutricional da fêmea caprina lactante
Período de transição
Rodriguez (2001): queda de 16% CMS de cabras da
raça Parda Alpina nos últimos 30 dias de gestação;
Ao mesmo tempo que se aumentaram a exigência
de energia em 61,5% a 65,7%.
Mobilização intensa de reserva lipídica e
glicogênica corporais;
Aumento em 2x do NEFA circulante.
Figura 11. Depósitos de gordura em imagem de tomografia computadorizada de cabras com 11
dias (a) e 125 dias (b) de lactação - (tecido gorduroso - cinza escuro; tecido proteinoso e
componentes viscerais não gordurosos – cinza claro; osso – branco; ar – preto) (EKANAES et al.
2006)
Manejo nutricional da fêmea caprina lactante
Manejo de alimentação: cabras no pré-parto
• CMS reduzido
• Alta exigência em
energia
Pré-parto
• Bom escore no
momento do parto.
• Adaptar dieta
lactação.
Nutrição • Bom início da
lactação.
• Boa produção
leiteira.
Visando
Manejo nutricional da fêmea caprina lactante
Manejo de alimentação: cabras no pré-parto
Ideal: fornecer volumosos de média/alta qualidade
+ suplementação de concentrado;
Sugere-se adaptação a dieta de lactação: 15 dias
antes do parto;
Escore corporal: 2,5-3,0;
Animais com escore adequado: volumoso +
0,800kg de concentrado;
Animais com escore inadequado: volumoso +
1,00kg de concentrado;
Manejo nutricional da fêmea caprina lactante
Manejo de alimentação: cabras no início da lactação
Início da lactação
• Fase delicada;
• CMS reduzido;
• Alta exigência
em energia e
nutrientes.
Necessidade
• Dietas mais
concentradas;
• Pré-adaptação
no período de
transição.
No entanto...
• Impossibilidade:
atender exigências
• Maximizar o
consumo
• Concentrados;
• Volumosos de alta
qualidade.
Manejo nutricional da fêmea caprina lactante
Manejo de alimentação: cabras no início da lactação
Exemplo: para animais confinados tendo capim
elefante (CE) como volumoso:
Dieta completa contendo 30% de fibra;
Relação V:C 2:1 – 2,31kg CE + 1,50kg concentrado;
Para animais tendo silagem de milho como
volumoso:
Relação V:C 2:1 – 2,72kg silagem + 1,00kg
concentrado: REDUÇÃO DO CUSTO;
Estratégia: 6 – 8 semanas de lactação –
alimentação: produção e reposição de escore.
Figura 12: Produção média de leite por animal (kg/cab./dia) durante a lactação de cabras leiteiras em função do manejo
nutricional no início de lactação (fornecimento de dietas completas ou fornecimento de concentrado em quantidade
restrita a 0,400 kg/kg de leite (BONFIM et al., 2005).
Manejo nutricional da fêmea caprina lactante
Manejo nutricional da fêmea caprina lactante
Tabela 2: Exemplo de ração para cabras leiteiras.
Calculado a partir do NRC (1981).
Manejo da Ordenha
Condução dos animais para a ordenha
Conduzir os animais de forma tranquila para a sala de
ordenha;
Evitar barulhos, gritos ou qualquer outra coisa que possa
causar desconforto aos animais: + stress = - produção;
Adotar uma linha de ordenha
Sempre ordenhar primeiro as cabras sadias;
Cabras sadias, mas que tiveram mastite;
Cabras portadoras de mastite subclínica e clínica.
O leite das cabras tratadas com antimicrobianos: deve ser
descartado enquanto estiver sendo efetuado o tratamento.
Observar o período de carência do medicamento.
Cuidado com o úbere das fêmeas em lactação
Úbere saudável: importante para amamentação da cria;
Higiene: importante tanto no pós-parto quanto em outras
fases da lactação.
Lavagem das mãos dos ordenhadores
Ordenha manual ou mecânica: lavagem das mãos e os
antebraços;
Água e detergente neutro e em seguida secar
adequadamente;
Ordenhador: sadio e com as unhas aparadas e limpas, visto
que estas são fontes de contaminação do leite e úbere.
Lavagem dos tetos
Lavar os tetos com água limpa e clorada e enxuga-los com
papel toalha;
Apenas os tetos devem ser lavados, evitando-se as partes
mais altas do úbere;
Intensidade do jato: baixa – utilizar mangueira de baixa
pressão.
Teste da caneca telada
Descartar os três primeiros jatos de cada teto em caneca
telada;
Teste deve ser realizado em todas as ordenhas e em todos
os animais;
Diagnóstico de mastite subclínica e estimula a descida do
leite;
Elimina os primeiros jatos: maior concentração de micro-
organismos;
Presença de pus ou sangue: mastite clínica;
Leite dos animais com mastite: descarte.
Desinfecção pré-ordenha
Realizar a imersão dos tetos em iodo 0,5% e deixar agir por
30 segundos;
Na maioria das vezes, o procedimento é realizado com
produtos à base de cloro, que devem permanecer em
contato com os tetos por no mínimo 30 segundos;
Outras recomendações: quando é utilizado o hipoclorito de
sódio, pode-se usá-lo na concentração de 2% a 10%.
Secagem das tetas
Após o uso do desinfetante: secar completamente as tecas
com papel toalha descartável: evita contaminação do leite;
Falta de secagem ou secagem incompleta: deslizamento
das teteiras em caso de ordenha mecânica;
Não é indicado o uso de panos de uso único ou múltiplo ou
de papel de jornal;
Somente tetos secos devem ser ordenhados;
Procedeu-se a ordenha seja ela manual ou mecanizada.
Lavagem de ordenhadeira mecânica: pré-ordenha
20 a 30 minutos antes da ordenha, sanitizar o
equipamento com uma solução de cloro diluído em água;
Diluir 80 ml de água sanitária (hipoclorito de sódio com
2,5% de cloro ativo) em 10L de água;
Não enxaguar, apenas fazer uma boa drenagem do sistema
de ordenha.
Desinfecção pós-ordenha
Fazer imersão das tetas em solução de iodo com glicerina.
Solução de glicerina: formação de um tampão no orifício
da teta, evitando a entrada de microrganismos
Esse procedimento reduz o número de bactérias que
passam de uma cabra a outra; dessa maneira, diminui o
número de novos casos de infecções intramamárias por
patógenos contagiosos.
Manutenção dos animais em pé após a ordenha
Fornecimento de alimento após a ordenha: manutenção
dos animais em pé até fechamento do esfínctere da teta;
Procedimento evita a entrada de microrganismos pelos
esfíncteres das tetas ainda abertos
Em caso de não fornecimento de alimentos: cabras se
deitam, podendo contaminar os tetos, tornando, assim, o
processo de desinfecção ineficiente.
Microrganismos presentes no solo, cama e fezes: invadem
a glândula mamária.
Lavagem de ordenhadeira mecânica: pós-ordenha
Lavar a ordenhadeira com água morna (38 a 40°C) logo
após a ordenha.
Lavar com detergente alcalino diluído em água com
temperatura entre 75 a 77°C. Essa solução deve circular
por 10 min no equipamento.
Enxaguar com água na temperatura ambiente para tirar os
restos da solução de limpeza.
Gabriel Miranda Macambira
gabriel.miranda.zootecnia@gmail.com
(87) 99108-3675
@gabrielmirandazootec
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de Pernambuco
- IFRPE -

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  • 1. Manejo de Cabras em Lactação Professor Dr. Gabriel Miranda Macambira Zootecnista Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - IFPE -
  • 2. Introdução Caprinocultura: crescimento constante (ascensão) – Brasil e mundo (países em desenvolvimento); Fatores impulsionadores: Exigência: carne e leite de alta qualidade; Adaptação à região semiárida; Desenvolvimento de raças de alto desempenho; Desenvolvimento da pesquisa (nutrição, manejo, sanidade... Etc.).
  • 3. Introdução Caprinocultura de leite: pouco expressiva em términos econômicos; Alternativa eficaz para aumento da renda de pequenos produtores: nordeste e sudeste; Facilidade de manejo; Menor área para a criação; Menor volume de alimentos para suportar a criação; Produção com maior valor agregado;
  • 4. Introdução Situação do rebanho e da produção de leite caprino no Brasil Tabela 1: Dados estatísticos sobre a quantidade de estabelecimentos produtores de leite, de cabras ordenhadas e a produção de leite nas diferentes regiões do país. EPL - Estabelecimentos produtores de leite de cabra; NCO -Número de cabras ordenhadas; PL - Quantidade de leite de cabra produzida no ano; PLC – Produção de leite por cabra ordenhada. (CNPC, 2016)
  • 5. Manejo de Matrizes Caprinas Destinadas à Produção de Leite
  • 6. Escolha das Matrizes Manejo das matrizes destinadas à produção de leite começa ainda com a escolha das matrizes destinadas a este fim; Cabrita ou burrega puberdade: 6-8 meses de idade; Uso como reprodutora: 60 – 75% peso da fêmea adulta de sua raça;
  • 7. Escolha das Matrizes 12 meses ou mais: acima de 20kg. Raças Nativas Canindé Moxotó (SENAR)
  • 8. Escolha das Matrizes Acima de 10 meses: 30 a 35kg. Raças Europeias Saanen Alpina (SENAR)
  • 9. Por que é tão importante a fêmea ter um peso adequado?
  • 10. Escolha das Matrizes Figura 1 : curva de crescimento de caprinos e ovinos Desenvolvimento ósseo, muscular e do sistema digestivo Desenvolvimento do sistema reprodutor e mamário.
  • 11. Escolha das Matrizes Fêmeas cobertas antes de atingir o peso apresentarão: Má desenvolvimento corporal (cabras de baixo porte); Baixa reservas de nutrientes; Má formação do sistema reprodutor; Má formação mamária.
  • 12. Escolha das Matrizes Quais as características a se observar em uma cabra destinada à produção de leite? Boa produção de leite; Úbere bem inserido, com apenas dois tetos; Ausência de raquitismo e alterações ósseas; Ausência de doenças infecciosas; Bons cascos e aprumos; Boa fertilidade.
  • 13. Escolha das Matrizes Escore de condição corporal (ECC) Permite a seleção de animais em boa saúde para reprodução ou venda; Descarte de animais velhos, pouco produtivos ou que necessitam de reforço na alimentação; Medida subjetiva: quantidade de gordura ou energia reservada; Caprinos: medição do ECC feita na região lombar e do esterno; Escore: 1-5 – Sensibilidade da palpitação à gordura e deposição de musculatura nas vértebras.
  • 14. Escolha das Matrizes Figura 2 : Região de medição do ECC em caprinos (SENAR)
  • 15. Escolha das Matrizes Figura 3: locais de apalpação para medição de ECC na região lombar (EducaPoint)
  • 17. Escolha das Matrizes Figura 9: Variação de escore corporal de cabras (EMBRAPA CAPRINOS)
  • 18. Manejo Nutricional de Matrizes Caprinas Destinadas à Produção de Leite
  • 19. Manejo nutricional da fêmea caprina lactante Período de transição Final da gestação: período de transição metabólica; Alterações no fígado, tecido adiposo, músculo esquelético; Secreção e ação de muitos hormônios envolvidos no evento do parto, início e manutenção da lactação; Ruminantes: peso do feto aumenta exponencialmente durante toda a gestação.
  • 20. Manejo nutricional da fêmea lactante Período de transição Terço final da gestação: crescimento linear, independentemente do sexo; Aumento na exigência nutricional; Diminuição no consumo de MS: crescimento fetal + alterações hormonais; Balanço energético negativo. Figura 10: Porcentagem de desenvolvimento fetal x período de gestação (dias)
  • 21. Fase 4 Fase 3 Fase 2 Fase 1 Parto Secagem Cobertura 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Peso Vivo (kg) Leite (kg) Ingestão de MS (kg 3 2 1 5 4 3 2 70 65 60 55 Meses --20 - - 20 - 10 -0 --10 --30 Parto Ingestão de MS Produção de Leite Reservas Corporais Peso Vivo Fases da lactação Manejo nutricional da fêmea caprina lactante
  • 22. Manejo nutricional da fêmea caprina lactante Período de transição Rodriguez (2001): queda de 16% CMS de cabras da raça Parda Alpina nos últimos 30 dias de gestação; Ao mesmo tempo que se aumentaram a exigência de energia em 61,5% a 65,7%. Mobilização intensa de reserva lipídica e glicogênica corporais; Aumento em 2x do NEFA circulante. Figura 11. Depósitos de gordura em imagem de tomografia computadorizada de cabras com 11 dias (a) e 125 dias (b) de lactação - (tecido gorduroso - cinza escuro; tecido proteinoso e componentes viscerais não gordurosos – cinza claro; osso – branco; ar – preto) (EKANAES et al. 2006)
  • 23. Manejo nutricional da fêmea caprina lactante Manejo de alimentação: cabras no pré-parto • CMS reduzido • Alta exigência em energia Pré-parto • Bom escore no momento do parto. • Adaptar dieta lactação. Nutrição • Bom início da lactação. • Boa produção leiteira. Visando
  • 24. Manejo nutricional da fêmea caprina lactante Manejo de alimentação: cabras no pré-parto Ideal: fornecer volumosos de média/alta qualidade + suplementação de concentrado; Sugere-se adaptação a dieta de lactação: 15 dias antes do parto; Escore corporal: 2,5-3,0; Animais com escore adequado: volumoso + 0,800kg de concentrado; Animais com escore inadequado: volumoso + 1,00kg de concentrado;
  • 25. Manejo nutricional da fêmea caprina lactante Manejo de alimentação: cabras no início da lactação Início da lactação • Fase delicada; • CMS reduzido; • Alta exigência em energia e nutrientes. Necessidade • Dietas mais concentradas; • Pré-adaptação no período de transição. No entanto... • Impossibilidade: atender exigências • Maximizar o consumo • Concentrados; • Volumosos de alta qualidade.
  • 26. Manejo nutricional da fêmea caprina lactante Manejo de alimentação: cabras no início da lactação Exemplo: para animais confinados tendo capim elefante (CE) como volumoso: Dieta completa contendo 30% de fibra; Relação V:C 2:1 – 2,31kg CE + 1,50kg concentrado; Para animais tendo silagem de milho como volumoso: Relação V:C 2:1 – 2,72kg silagem + 1,00kg concentrado: REDUÇÃO DO CUSTO; Estratégia: 6 – 8 semanas de lactação – alimentação: produção e reposição de escore.
  • 27. Figura 12: Produção média de leite por animal (kg/cab./dia) durante a lactação de cabras leiteiras em função do manejo nutricional no início de lactação (fornecimento de dietas completas ou fornecimento de concentrado em quantidade restrita a 0,400 kg/kg de leite (BONFIM et al., 2005). Manejo nutricional da fêmea caprina lactante
  • 28. Manejo nutricional da fêmea caprina lactante Tabela 2: Exemplo de ração para cabras leiteiras. Calculado a partir do NRC (1981).
  • 30. Condução dos animais para a ordenha Conduzir os animais de forma tranquila para a sala de ordenha; Evitar barulhos, gritos ou qualquer outra coisa que possa causar desconforto aos animais: + stress = - produção;
  • 31. Adotar uma linha de ordenha Sempre ordenhar primeiro as cabras sadias; Cabras sadias, mas que tiveram mastite; Cabras portadoras de mastite subclínica e clínica. O leite das cabras tratadas com antimicrobianos: deve ser descartado enquanto estiver sendo efetuado o tratamento. Observar o período de carência do medicamento.
  • 32. Cuidado com o úbere das fêmeas em lactação Úbere saudável: importante para amamentação da cria; Higiene: importante tanto no pós-parto quanto em outras fases da lactação.
  • 33. Lavagem das mãos dos ordenhadores Ordenha manual ou mecânica: lavagem das mãos e os antebraços; Água e detergente neutro e em seguida secar adequadamente; Ordenhador: sadio e com as unhas aparadas e limpas, visto que estas são fontes de contaminação do leite e úbere.
  • 34. Lavagem dos tetos Lavar os tetos com água limpa e clorada e enxuga-los com papel toalha; Apenas os tetos devem ser lavados, evitando-se as partes mais altas do úbere; Intensidade do jato: baixa – utilizar mangueira de baixa pressão.
  • 35. Teste da caneca telada Descartar os três primeiros jatos de cada teto em caneca telada; Teste deve ser realizado em todas as ordenhas e em todos os animais; Diagnóstico de mastite subclínica e estimula a descida do leite; Elimina os primeiros jatos: maior concentração de micro- organismos; Presença de pus ou sangue: mastite clínica; Leite dos animais com mastite: descarte.
  • 36. Desinfecção pré-ordenha Realizar a imersão dos tetos em iodo 0,5% e deixar agir por 30 segundos; Na maioria das vezes, o procedimento é realizado com produtos à base de cloro, que devem permanecer em contato com os tetos por no mínimo 30 segundos; Outras recomendações: quando é utilizado o hipoclorito de sódio, pode-se usá-lo na concentração de 2% a 10%.
  • 37. Secagem das tetas Após o uso do desinfetante: secar completamente as tecas com papel toalha descartável: evita contaminação do leite; Falta de secagem ou secagem incompleta: deslizamento das teteiras em caso de ordenha mecânica; Não é indicado o uso de panos de uso único ou múltiplo ou de papel de jornal; Somente tetos secos devem ser ordenhados; Procedeu-se a ordenha seja ela manual ou mecanizada.
  • 38. Lavagem de ordenhadeira mecânica: pré-ordenha 20 a 30 minutos antes da ordenha, sanitizar o equipamento com uma solução de cloro diluído em água; Diluir 80 ml de água sanitária (hipoclorito de sódio com 2,5% de cloro ativo) em 10L de água; Não enxaguar, apenas fazer uma boa drenagem do sistema de ordenha.
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  • 42. Desinfecção pós-ordenha Fazer imersão das tetas em solução de iodo com glicerina. Solução de glicerina: formação de um tampão no orifício da teta, evitando a entrada de microrganismos Esse procedimento reduz o número de bactérias que passam de uma cabra a outra; dessa maneira, diminui o número de novos casos de infecções intramamárias por patógenos contagiosos.
  • 43. Manutenção dos animais em pé após a ordenha Fornecimento de alimento após a ordenha: manutenção dos animais em pé até fechamento do esfínctere da teta; Procedimento evita a entrada de microrganismos pelos esfíncteres das tetas ainda abertos Em caso de não fornecimento de alimentos: cabras se deitam, podendo contaminar os tetos, tornando, assim, o processo de desinfecção ineficiente. Microrganismos presentes no solo, cama e fezes: invadem a glândula mamária.
  • 44. Lavagem de ordenhadeira mecânica: pós-ordenha Lavar a ordenhadeira com água morna (38 a 40°C) logo após a ordenha. Lavar com detergente alcalino diluído em água com temperatura entre 75 a 77°C. Essa solução deve circular por 10 min no equipamento. Enxaguar com água na temperatura ambiente para tirar os restos da solução de limpeza.
  • 45. Gabriel Miranda Macambira gabriel.miranda.zootecnia@gmail.com (87) 99108-3675 @gabrielmirandazootec Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - IFRPE -