6. A morte de Deus
• Não ouviram falar daquele homem louco que em plena manhã
acendeu uma lanterna e correu ao mercado, e pôs-se a gritar
incessantemente: “Procuro Deus! Procuro Deus!”? (...) “Para onde foi
Deus?”, gritou ele, “já lhes direi! Nós o matamos – vocês e eu. Somos
todos assassinos! (...) Não sentimos o cheiro da putrefação divina? –
também os deuses apodrecem! Deus está morto! Deus continua
morto! Como nos consolar, a nós, assassinos entre os assassinos?
(Nietzsche, A Gaia Ciencia : 125)
7. Se Deus não existe tudo é
permitido?
(Dostoiévski - Os irmãos
Karamazov)
8. A sentença “Deus está morto”
• “De fato nós, filósofos e ‘espíritos livres’, ante a notícia de que o velho
Deus morreu nos sentimos como iluminados por uma nova aurora;
nosso coração transborda de gratidão, espanto, pressentimento,
expectativa [...] o mar, o nosso mar, está novamente aberto e
provavelmente nunca houve tanto ‘mar aberto’ ” (Nietzsche, A Gaia
Ciência : 343)
9. A origem da decadência do homem
• A origem da tragédia:
✓Sócrates e o fim da Filosofia
✓A moral como decadência
✓O espírito apolíneo
✓ O espirito dionosíaco
10. A moral decadente
• O homem moral como decadente
• A moral dos fracos
• ressentimento
11. A metafísica da vontade de poder
• A vontade de poder é a essência mais íntima do ser. É o caráter
fundamental do ente enquanto tal.
• Ser para Nietzsche é viver.
• Vontade de poder é querer superar-se a si mesmo.
• É o comandar, “é ser senhor próprio ao dispor das possibilidades”. (N,
p. 647).
• “(...) a vontade de poder é “a essência mais intrínseca do ser”. “O ser”
visa aqui, segundo os padrões linguísticos da metafísica: o ente na
totalidade”. (Heidegger, ASND, pp. 497).
12. A metafísica da vontade de poder
• “Na medida, porém, em que comandar é um obedecer a si mesmo, a
vontade, correspondendo à essência do poder, pode ser igualmente
concebida como vontade de vontade.” (N, p. 648).
• “Todo vivente é vontade de poder. ‘Ter e querer ter mais, dito em
uma palavra crescimento – é isto que é a própria vida’ (Nietzsche, A
vontade de poder). Toda mera conservação de poder já é decadência
da vida. Poder é comando para o mais-poder”. (N, p. 648).
• Vida significa aqui a vontade de vontade. “Vivente”: isso já significa
‘avaliar’”.
13. "E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua
mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu
vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e
ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada
dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há
de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te
retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo
modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo
modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da
existência será sempre virada outra vez, e tu com ela, poeirinha
da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e
amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste
alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías:
"Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse
pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te
transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e
de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?"
pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou,
então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a
vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna
confirmação e chancela?"
15. O eterno retorno
• Interpretação cosmológica
• Interpretação ética ou estética da existência como afirmação
VONTADE DE PODER
AMOR FATI
16. • Meu ensinamento diz: viver de tal modo que tenhas de desejar viver
outra vez, é a tarefa, - pois assim será em todo caso! Quem encontra
no esforço o mais alto sentimento, que se esforce; quem encontra no
repouso o mais alto sentimento, que repouse; quem encontra em
subordinar-se, seguir, obedecer, o mais alto sentimento, que
obedeça. Mas que tome consciência do que é que lhe dá o mais alto
sentimento, e não receio nenhum meio! Isso vale a eternidade! [§27
da primavera-outono de 1881] (NIETZSCHE, 1978b, p. 390).
17. “(...) a substância do homem não é o
espírito, como síntese de alma e corpo,
mas sim a existência”.
(Heidegger. Ser e Tempo).
18. O Nada existencial e o desamparo essencial
“Nem que se eu bebesse o mar, eu
encheria o que tenho de fundo”.
(Djavan)
19. Ecce Homo
• Eis o homem, eis a vida!
• Segurança cotidiana e angústia
• Ser si-mesmo
20. Indicação de leitura
• Um encontro com Friedrich Nietzsche. José Reinaldo Felipe Martins
Filho. Maria da Conceição Rodrigues dos Santos. Disponível em:
https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0548.pdf