SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
Publicidade e Propaganda no Brasil – 1910 a 1920
Professor Francisco Soares – Tendências
Felipe Marques de S. Falcão Gondim
Gabriella Correia Guidoni
Giovana Carla da Silva
Henrique Colombo Figueiredo
Luis Felipe Niebas Cancian
Nicholas Z. Vasconcelos
Tatiane Gomes dos Santos
Síntese
Este trabalho tem como introdução a 1ª Grande Guerra: Tríplice Entente (Reino
Unido, França e Rússia) versus Tríplice Aliança (Império Austro-húngaro, Itália e
Alemanha). Ela causou uma destruição constante na Europa e no mercado de
exportação brasileiro, que era o grande polo cafeeiro. Um fato curioso durante esse
período é que uma das propagandas mais usada era a de recrutamento. Esse movimento
começou na Inglaterra, seguido descaradamente pelos Estados Unidos – com a criação
do famoso “Tio Sam” –, e um pouco mais tarde, o Brasil seguiu os mesmos passos,
criando uma propaganda imitativa de recrutamento.
Com a 1ª Guerra Mundial no seu auge e muita devastação pelo continente
europeu, os principais governos que compravam o café do Brasil, escolheram priorizar
outros alimentos, como, por exemplo, o arroz e o feijão. Com isso, as exportações de
café no Brasil tiveram uma queda brusca, e, para piorar, logo após esse acontecimento,
houve um surto de Gripe Espanhola, a qual prejudicou muito mais a exportação. Muitos
donos de fazendas cafeeiras, com um espírito empreendedor, buscaram novas formas de
se ganhar dinheiro. Então, surgiram as plantações de algodão no nordeste brasileiro,
dando origem às fábricas de tecelagem – uma ideia genial.
A economia era predominantemente embasada pelo café e o conflito causado
pelos países envolvidos na guerra trouxe uma diminuição significativa nas vendas para
o mercado exterior. Quem participava ativamente da disputa entre a Tríplice Entente e a
Tríplice Aliança começou a investir em produtos considerados essenciais, ou seja, o
café passou a ser classificado como supérfluo. A desorganização do mercado
internacional trouxe a queda do preço dos grãos de café e, consequentemente, muitos
prejuízos aos produtores. Esse fato mudou o cenário da economia, pois os brasileiros
precisavam de uma estratégia para sair da crise. Olhando negativamente, houve um
declive, mas, positivamente, uma abertura para o mercado nacional.
Diante desse cenário econômico turbulento, com baixa exportação do principal
produto e dificuldade para importar produtos por falta de fornecedores, o Brasil se vê
diante de um grande problema e, ao mesmo tempo, de uma grande oportunidade. Nesse
período há um forte crescimento no número de indústrias, que surgem para suprir
necessidades do mercado interno, como empresas em segmentos têxtil, calçados,
cigarros e charutos, papel e equipamentos agrícolas. O Brasil que tinha
aproximadamente 8 mil indústrias no início da década, passa para mais de 13 mil no
final da guerra, ou seja, um crescimento de 60%, com todo esse crescimento e produção
interna, conseguindo assim equilibrar as contas.
Após o ataque a um navio brasileiro, a Alemanha começa a sofrer boicote em
relação aos seus produtos, não somente aos que eram importados do país, mas também
os produzidos em território nacional que tinham marcas de origem alemã. Um exemplo
a ser citado são as cervejas produzidas pela “Antarctica”. O resultado do não-consumo
desses produtos alemães é a criação de um produto que o substituísse, porém com um
diferencial: era nacional.
Ribeirão Preto sofreu grande influência desse crescimento de indústrias nacionais
por meio da indústria cervejeira e de charcutaria. Nesse período, havia grande estrutura
para que esses produtos fossem fabricados e respectivos compradores para os mesmos,
porém não havia comunicação, ou seja, faltava divulgação para esses produtos.
Diante da baixa infraestrutura da comunicação no Brasil, surge um homem capaz
de solucionar esse quadro: João Castaldi, um grande agenciador de anúncios que morou
nos Estados Unidos por anos. Aprendeu muito fora e com esse vasto conhecimento
voltou para São Paulo, criando a primeira agência de comunicação, a “Eclectica”.
João tinha grande influência e um livre arbítrio com a imprensa, e, por esse
motivo, tinha um forte poder de divulgação de anúncios em jornais impressos na época.
Uma preocupação de Castaldi era fixar a marca da agência e em uma das campanhas
pede para os clientes refletirem antes de expor suas estratégias de propaganda.
Nessa época, tem-se o Brasil bem posicionado com as indústrias farmacêuticas, a
qual tinha dois grandes e fortes concorrentes: João da Silva Silveira, que inventou o
“Elixir de Nogueira” (depurador de sangue), e seu concorrente, a “Emulsão de Scott”.
Dentro dessa onda de concorrência, temos o surgimento do que se tornaria o líder de
mercado: “Biotônico Fontoura”.
Criado em 1910 como um antianêmico, o fortificante teve um padrinho de peso,
Monteiro Lobato. Lobato criou o “Almanaque Fontoura”, onde eram narradas as
peripécias do personagem Jeca Tatu. Nas aventuras do caipira de Monteiro Lobato, o
Biotônico aparece como uma fórmula para mantê-lo sempre saudável. “Para a mulher, a
beleza. Para o homem, a vigor”, garantia a primeira campanha publicitária do
fortificante produzido à base de sulfato ferroso, ácido fosfórico e extrato vegetal. Essa
era a chamada alternativa de mídia, uma “tacada de mestre” que o Biotônico utilizou
para derrubar seus concorrentes: trazer cultura e curiosidades ao conhecimento dos
brasileiros, um grande diferencial para a época.
Já a chamada “gripe espanhola”, ficou conhecida devido ao grande número de
mortos na Espanha. Apareceu em duas “ondas” diferentes durante 1918. Na primeira,
em fevereiro, embora bastante contagiosa, era uma doença branda, não causando mais
que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda, em agosto, tornou-se mortal.
No Brasil, a epidemia chegou em setembro de 1918. O navio inglês "Demerara",
vindo de Lisboa, desembarca doentes em Recife, Salvador e Rio de Janeiro. No mesmo
mês, marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, na costa atlântica da África,
desembarcaram doentes no porto de Recife. Em pouco mais de duas semanas, surgiram
casos de gripe em outras cidades do Nordeste e em São Paulo. Isso alavancou a venda
de um novo medicamento, a “Grippina”, promovida por cartazes publicitários com a
seguinte frase: “Preventivo e curativo”.
Enquanto isso, o carnaval dessa década é utilizado para divulgações de produtos,
e, graças a evolução dos meios de comunicação, os anúncios ganham mais atenção e
influenciam muito mais.
Um novo produto direcionado a elite da época aparece nessas divulgações, o
lança-perfume, que já era presente nos carnavais do Rio de Janeiro desde 1906, trazido
da Argentina, mas só ganhou destaque com anúncios nesse período.
Companheiro indispensável para o folião da época, o lança-perfume era borrifado
sobre lenços ou diretamente no público, o qual ficava sobre os efeitos do mesmo e
sentia sensações agradáveis e aroma de flores.
O lança-perfume só veio a ser proibido décadas depois pelo presidente Jânio
Quadros, pois a imprensa jornalística publicou mortes de pessoas que estavam sobre o
efeito do lança-perfume.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Publicidade e propaganda
Publicidade e propagandaPublicidade e propaganda
Publicidade e propagandaDragodragons
 
PPT - Crise de 29
PPT - Crise de 29PPT - Crise de 29
PPT - Crise de 29josafaslima
 
A Grande Depressao dos anos 30
A Grande Depressao dos anos 30A Grande Depressao dos anos 30
A Grande Depressao dos anos 30Maria Barroso
 
Slide crise de 1929
Slide crise de 1929Slide crise de 1929
Slide crise de 1929viviancostta
 
2 utilização da retórica na publicidade
2 utilização da retórica na publicidade2 utilização da retórica na publicidade
2 utilização da retórica na publicidadeElisa Costa
 
Crise Do Capitalismo
Crise Do CapitalismoCrise Do Capitalismo
Crise Do CapitalismoCarlos Vieira
 
CRISES, DITADURAS E DEMOCRACIA NA DÉCADA DE 30
CRISES, DITADURAS E DEMOCRACIA NA DÉCADA DE 30CRISES, DITADURAS E DEMOCRACIA NA DÉCADA DE 30
CRISES, DITADURAS E DEMOCRACIA NA DÉCADA DE 30Leila Alvarenga
 
Modulo 10 contexto
Modulo 10   contextoModulo 10   contexto
Modulo 10 contextocattonia
 
Crise de 1929 e suas consequências
Crise de 1929 e suas consequênciasCrise de 1929 e suas consequências
Crise de 1929 e suas consequênciasnclj
 
Aulas 60 67 e 68 - crise de 29 - new deal - fascismo e nazismo - 2ª gm
Aulas 60   67 e  68 - crise de 29 - new deal - fascismo e nazismo - 2ª gmAulas 60   67 e  68 - crise de 29 - new deal - fascismo e nazismo - 2ª gm
Aulas 60 67 e 68 - crise de 29 - new deal - fascismo e nazismo - 2ª gmMaria Schmitt
 
A grande crise do capitalismo nos anos 30 e Regimes ditatoriais na Europa
A grande crise do capitalismo nos anos 30 e Regimes ditatoriais na EuropaA grande crise do capitalismo nos anos 30 e Regimes ditatoriais na Europa
A grande crise do capitalismo nos anos 30 e Regimes ditatoriais na EuropaBárbara Minhoto
 

Mais procurados (17)

Imperialismo1
Imperialismo1Imperialismo1
Imperialismo1
 
Publicidade e propaganda
Publicidade e propagandaPublicidade e propaganda
Publicidade e propaganda
 
Crise do capitalismo liberal
Crise do capitalismo liberalCrise do capitalismo liberal
Crise do capitalismo liberal
 
PPT - Crise de 29
PPT - Crise de 29PPT - Crise de 29
PPT - Crise de 29
 
A Grande Depressao dos anos 30
A Grande Depressao dos anos 30A Grande Depressao dos anos 30
A Grande Depressao dos anos 30
 
Anos 20 Estados Unidos
Anos 20 Estados UnidosAnos 20 Estados Unidos
Anos 20 Estados Unidos
 
A crise dos anos 30
A crise dos anos 30A crise dos anos 30
A crise dos anos 30
 
Slide crise de 1929
Slide crise de 1929Slide crise de 1929
Slide crise de 1929
 
2 utilização da retórica na publicidade
2 utilização da retórica na publicidade2 utilização da retórica na publicidade
2 utilização da retórica na publicidade
 
Crise Do Capitalismo
Crise Do CapitalismoCrise Do Capitalismo
Crise Do Capitalismo
 
CRISES, DITADURAS E DEMOCRACIA NA DÉCADA DE 30
CRISES, DITADURAS E DEMOCRACIA NA DÉCADA DE 30CRISES, DITADURAS E DEMOCRACIA NA DÉCADA DE 30
CRISES, DITADURAS E DEMOCRACIA NA DÉCADA DE 30
 
Modulo 10 contexto
Modulo 10   contextoModulo 10   contexto
Modulo 10 contexto
 
Crise de 1929 e suas consequências
Crise de 1929 e suas consequênciasCrise de 1929 e suas consequências
Crise de 1929 e suas consequências
 
A crise de 1929 oficial
A crise de 1929   oficialA crise de 1929   oficial
A crise de 1929 oficial
 
Crise de 1929
Crise de 1929Crise de 1929
Crise de 1929
 
Aulas 60 67 e 68 - crise de 29 - new deal - fascismo e nazismo - 2ª gm
Aulas 60   67 e  68 - crise de 29 - new deal - fascismo e nazismo - 2ª gmAulas 60   67 e  68 - crise de 29 - new deal - fascismo e nazismo - 2ª gm
Aulas 60 67 e 68 - crise de 29 - new deal - fascismo e nazismo - 2ª gm
 
A grande crise do capitalismo nos anos 30 e Regimes ditatoriais na Europa
A grande crise do capitalismo nos anos 30 e Regimes ditatoriais na EuropaA grande crise do capitalismo nos anos 30 e Regimes ditatoriais na Europa
A grande crise do capitalismo nos anos 30 e Regimes ditatoriais na Europa
 

Destaque

2017특허컨설팅서비스 프레젠테이션
2017특허컨설팅서비스 프레젠테이션2017특허컨설팅서비스 프레젠테이션
2017특허컨설팅서비스 프레젠테이션Songmoo Lee
 
Polen under andre verdenskrig
Polen under andre verdenskrig Polen under andre verdenskrig
Polen under andre verdenskrig tarzanol
 
In-house lawyers' forum, March 2017, Nottingham
In-house lawyers' forum, March 2017, NottinghamIn-house lawyers' forum, March 2017, Nottingham
In-house lawyers' forum, March 2017, NottinghamBrowne Jacobson LLP
 
Editing my magazine front cover
Editing my magazine front coverEditing my magazine front cover
Editing my magazine front covergabrielledavies15
 
Film distribution
Film distributionFilm distribution
Film distributiondanlomax
 
Turk film arsivi_yayini_04
Turk film arsivi_yayini_04Turk film arsivi_yayini_04
Turk film arsivi_yayini_04Redakte.Net
 
CCIAA REGGIO EMILIA - Incentivi alle PMI per l'internazionalizzazione
CCIAA REGGIO EMILIA - Incentivi alle PMI per l'internazionalizzazioneCCIAA REGGIO EMILIA - Incentivi alle PMI per l'internazionalizzazione
CCIAA REGGIO EMILIA - Incentivi alle PMI per l'internazionalizzazioneGuido Alberto Micci
 

Destaque (8)

2017특허컨설팅서비스 프레젠테이션
2017특허컨설팅서비스 프레젠테이션2017특허컨설팅서비스 프레젠테이션
2017특허컨설팅서비스 프레젠테이션
 
Manual slideshare(1)
Manual slideshare(1)Manual slideshare(1)
Manual slideshare(1)
 
Polen under andre verdenskrig
Polen under andre verdenskrig Polen under andre verdenskrig
Polen under andre verdenskrig
 
In-house lawyers' forum, March 2017, Nottingham
In-house lawyers' forum, March 2017, NottinghamIn-house lawyers' forum, March 2017, Nottingham
In-house lawyers' forum, March 2017, Nottingham
 
Editing my magazine front cover
Editing my magazine front coverEditing my magazine front cover
Editing my magazine front cover
 
Film distribution
Film distributionFilm distribution
Film distribution
 
Turk film arsivi_yayini_04
Turk film arsivi_yayini_04Turk film arsivi_yayini_04
Turk film arsivi_yayini_04
 
CCIAA REGGIO EMILIA - Incentivi alle PMI per l'internazionalizzazione
CCIAA REGGIO EMILIA - Incentivi alle PMI per l'internazionalizzazioneCCIAA REGGIO EMILIA - Incentivi alle PMI per l'internazionalizzazione
CCIAA REGGIO EMILIA - Incentivi alle PMI per l'internazionalizzazione
 

Semelhante a Publicidade no Brasil 1910-1920

A comunicação na república velha
A comunicação na república velhaA comunicação na república velha
A comunicação na república velhaManinho Walker
 
HISTÓRIA DA PROPAGANDA NA PUBLICIDADE
HISTÓRIA DA PROPAGANDA NA PUBLICIDADEHISTÓRIA DA PROPAGANDA NA PUBLICIDADE
HISTÓRIA DA PROPAGANDA NA PUBLICIDADEEquipemundi2014
 
História da crise de 29
História da crise de 29História da crise de 29
História da crise de 29marcilio000
 
A crise de 1929 prof nélia
A crise de 1929 prof néliaA crise de 1929 prof nélia
A crise de 1929 prof néliahistoriando
 
Notas sobre o processo da industrialização no Brasil
Notas sobre o processo da industrialização no BrasilNotas sobre o processo da industrialização no Brasil
Notas sobre o processo da industrialização no BrasilGabrieldibernardi
 
Crise Estados Unidos
Crise Estados UnidosCrise Estados Unidos
Crise Estados UnidosIsabel Cabral
 
O Mundo No Breve SéCulo Xx 2º Mb
O Mundo No Breve SéCulo Xx   2º MbO Mundo No Breve SéCulo Xx   2º Mb
O Mundo No Breve SéCulo Xx 2º MbProfMario De Mori
 
crise de 1929.pdfaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
crise de 1929.pdfaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaacrise de 1929.pdfaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
crise de 1929.pdfaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadriani23
 
Crise de 1929 - A Grande Depressão
Crise de 1929 - A Grande Depressão Crise de 1929 - A Grande Depressão
Crise de 1929 - A Grande Depressão MatheusVieira57409
 
Apresentação de Paulo Markun
Apresentação de Paulo MarkunApresentação de Paulo Markun
Apresentação de Paulo MarkunCetem
 
Fascismo, nazismo e crise de 1929
Fascismo, nazismo e crise de 1929Fascismo, nazismo e crise de 1929
Fascismo, nazismo e crise de 1929kayquealmeida
 
O Mundo No Breve SéCulo Xx 2º Md
O Mundo No Breve SéCulo Xx   2º MdO Mundo No Breve SéCulo Xx   2º Md
O Mundo No Breve SéCulo Xx 2º MdProfMario De Mori
 
Sit 1 vol 2 crise de 1929 e seus efeitos mundiais
Sit 1 vol 2 crise de 1929 e seus efeitos mundiaisSit 1 vol 2 crise de 1929 e seus efeitos mundiais
Sit 1 vol 2 crise de 1929 e seus efeitos mundiaisAprendendoHistoriacomNemeis
 

Semelhante a Publicidade no Brasil 1910-1920 (20)

A comunicação na república velha
A comunicação na república velhaA comunicação na república velha
A comunicação na república velha
 
A crise de 1929
A crise de 1929A crise de 1929
A crise de 1929
 
1929
19291929
1929
 
Crise 29
Crise 29Crise 29
Crise 29
 
HISTÓRIA DA PROPAGANDA NA PUBLICIDADE
HISTÓRIA DA PROPAGANDA NA PUBLICIDADEHISTÓRIA DA PROPAGANDA NA PUBLICIDADE
HISTÓRIA DA PROPAGANDA NA PUBLICIDADE
 
História da crise de 29
História da crise de 29História da crise de 29
História da crise de 29
 
A crise de 1929 prof nélia
A crise de 1929 prof néliaA crise de 1929 prof nélia
A crise de 1929 prof nélia
 
Notas sobre o processo da industrialização no Brasil
Notas sobre o processo da industrialização no BrasilNotas sobre o processo da industrialização no Brasil
Notas sobre o processo da industrialização no Brasil
 
Crise eua
Crise euaCrise eua
Crise eua
 
Crise Estados Unidos
Crise Estados UnidosCrise Estados Unidos
Crise Estados Unidos
 
O Mundo No Breve SéCulo Xx 2º Mb
O Mundo No Breve SéCulo Xx   2º MbO Mundo No Breve SéCulo Xx   2º Mb
O Mundo No Breve SéCulo Xx 2º Mb
 
crise de 1929.pdfaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
crise de 1929.pdfaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaacrise de 1929.pdfaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
crise de 1929.pdfaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
 
Capítulo 4 - A grande depressão, o fascismo e o nazismo
Capítulo 4 - A grande depressão, o fascismo e o nazismoCapítulo 4 - A grande depressão, o fascismo e o nazismo
Capítulo 4 - A grande depressão, o fascismo e o nazismo
 
Crise de 1929 - A Grande Depressão
Crise de 1929 - A Grande Depressão Crise de 1929 - A Grande Depressão
Crise de 1929 - A Grande Depressão
 
Crise de 1929 new deal
Crise de 1929 new dealCrise de 1929 new deal
Crise de 1929 new deal
 
Apresentação de Paulo Markun
Apresentação de Paulo MarkunApresentação de Paulo Markun
Apresentação de Paulo Markun
 
Fascismo, nazismo e crise de 1929
Fascismo, nazismo e crise de 1929Fascismo, nazismo e crise de 1929
Fascismo, nazismo e crise de 1929
 
O Mundo No Breve SéCulo Xx 2º Md
O Mundo No Breve SéCulo Xx   2º MdO Mundo No Breve SéCulo Xx   2º Md
O Mundo No Breve SéCulo Xx 2º Md
 
Sit 1 vol 2 crise de 1929 e seus efeitos mundiais
Sit 1 vol 2 crise de 1929 e seus efeitos mundiaisSit 1 vol 2 crise de 1929 e seus efeitos mundiais
Sit 1 vol 2 crise de 1929 e seus efeitos mundiais
 
Slides crise de 1929
Slides crise de 1929Slides crise de 1929
Slides crise de 1929
 

Último

Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometriajucelio7
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxSamiraMiresVieiradeM
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 

Último (20)

Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometria
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 

Publicidade no Brasil 1910-1920

  • 1. Publicidade e Propaganda no Brasil – 1910 a 1920 Professor Francisco Soares – Tendências Felipe Marques de S. Falcão Gondim Gabriella Correia Guidoni Giovana Carla da Silva Henrique Colombo Figueiredo Luis Felipe Niebas Cancian Nicholas Z. Vasconcelos Tatiane Gomes dos Santos Síntese Este trabalho tem como introdução a 1ª Grande Guerra: Tríplice Entente (Reino Unido, França e Rússia) versus Tríplice Aliança (Império Austro-húngaro, Itália e Alemanha). Ela causou uma destruição constante na Europa e no mercado de exportação brasileiro, que era o grande polo cafeeiro. Um fato curioso durante esse período é que uma das propagandas mais usada era a de recrutamento. Esse movimento começou na Inglaterra, seguido descaradamente pelos Estados Unidos – com a criação do famoso “Tio Sam” –, e um pouco mais tarde, o Brasil seguiu os mesmos passos, criando uma propaganda imitativa de recrutamento. Com a 1ª Guerra Mundial no seu auge e muita devastação pelo continente europeu, os principais governos que compravam o café do Brasil, escolheram priorizar outros alimentos, como, por exemplo, o arroz e o feijão. Com isso, as exportações de café no Brasil tiveram uma queda brusca, e, para piorar, logo após esse acontecimento, houve um surto de Gripe Espanhola, a qual prejudicou muito mais a exportação. Muitos donos de fazendas cafeeiras, com um espírito empreendedor, buscaram novas formas de se ganhar dinheiro. Então, surgiram as plantações de algodão no nordeste brasileiro, dando origem às fábricas de tecelagem – uma ideia genial.
  • 2. A economia era predominantemente embasada pelo café e o conflito causado pelos países envolvidos na guerra trouxe uma diminuição significativa nas vendas para o mercado exterior. Quem participava ativamente da disputa entre a Tríplice Entente e a Tríplice Aliança começou a investir em produtos considerados essenciais, ou seja, o café passou a ser classificado como supérfluo. A desorganização do mercado internacional trouxe a queda do preço dos grãos de café e, consequentemente, muitos prejuízos aos produtores. Esse fato mudou o cenário da economia, pois os brasileiros precisavam de uma estratégia para sair da crise. Olhando negativamente, houve um declive, mas, positivamente, uma abertura para o mercado nacional. Diante desse cenário econômico turbulento, com baixa exportação do principal produto e dificuldade para importar produtos por falta de fornecedores, o Brasil se vê diante de um grande problema e, ao mesmo tempo, de uma grande oportunidade. Nesse período há um forte crescimento no número de indústrias, que surgem para suprir necessidades do mercado interno, como empresas em segmentos têxtil, calçados, cigarros e charutos, papel e equipamentos agrícolas. O Brasil que tinha aproximadamente 8 mil indústrias no início da década, passa para mais de 13 mil no final da guerra, ou seja, um crescimento de 60%, com todo esse crescimento e produção interna, conseguindo assim equilibrar as contas. Após o ataque a um navio brasileiro, a Alemanha começa a sofrer boicote em relação aos seus produtos, não somente aos que eram importados do país, mas também os produzidos em território nacional que tinham marcas de origem alemã. Um exemplo a ser citado são as cervejas produzidas pela “Antarctica”. O resultado do não-consumo desses produtos alemães é a criação de um produto que o substituísse, porém com um diferencial: era nacional. Ribeirão Preto sofreu grande influência desse crescimento de indústrias nacionais por meio da indústria cervejeira e de charcutaria. Nesse período, havia grande estrutura para que esses produtos fossem fabricados e respectivos compradores para os mesmos, porém não havia comunicação, ou seja, faltava divulgação para esses produtos. Diante da baixa infraestrutura da comunicação no Brasil, surge um homem capaz de solucionar esse quadro: João Castaldi, um grande agenciador de anúncios que morou nos Estados Unidos por anos. Aprendeu muito fora e com esse vasto conhecimento voltou para São Paulo, criando a primeira agência de comunicação, a “Eclectica”.
  • 3. João tinha grande influência e um livre arbítrio com a imprensa, e, por esse motivo, tinha um forte poder de divulgação de anúncios em jornais impressos na época. Uma preocupação de Castaldi era fixar a marca da agência e em uma das campanhas pede para os clientes refletirem antes de expor suas estratégias de propaganda. Nessa época, tem-se o Brasil bem posicionado com as indústrias farmacêuticas, a qual tinha dois grandes e fortes concorrentes: João da Silva Silveira, que inventou o “Elixir de Nogueira” (depurador de sangue), e seu concorrente, a “Emulsão de Scott”. Dentro dessa onda de concorrência, temos o surgimento do que se tornaria o líder de mercado: “Biotônico Fontoura”. Criado em 1910 como um antianêmico, o fortificante teve um padrinho de peso, Monteiro Lobato. Lobato criou o “Almanaque Fontoura”, onde eram narradas as peripécias do personagem Jeca Tatu. Nas aventuras do caipira de Monteiro Lobato, o Biotônico aparece como uma fórmula para mantê-lo sempre saudável. “Para a mulher, a beleza. Para o homem, a vigor”, garantia a primeira campanha publicitária do fortificante produzido à base de sulfato ferroso, ácido fosfórico e extrato vegetal. Essa era a chamada alternativa de mídia, uma “tacada de mestre” que o Biotônico utilizou para derrubar seus concorrentes: trazer cultura e curiosidades ao conhecimento dos brasileiros, um grande diferencial para a época. Já a chamada “gripe espanhola”, ficou conhecida devido ao grande número de mortos na Espanha. Apareceu em duas “ondas” diferentes durante 1918. Na primeira, em fevereiro, embora bastante contagiosa, era uma doença branda, não causando mais que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda, em agosto, tornou-se mortal. No Brasil, a epidemia chegou em setembro de 1918. O navio inglês "Demerara", vindo de Lisboa, desembarca doentes em Recife, Salvador e Rio de Janeiro. No mesmo mês, marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, na costa atlântica da África, desembarcaram doentes no porto de Recife. Em pouco mais de duas semanas, surgiram casos de gripe em outras cidades do Nordeste e em São Paulo. Isso alavancou a venda de um novo medicamento, a “Grippina”, promovida por cartazes publicitários com a seguinte frase: “Preventivo e curativo”.
  • 4. Enquanto isso, o carnaval dessa década é utilizado para divulgações de produtos, e, graças a evolução dos meios de comunicação, os anúncios ganham mais atenção e influenciam muito mais. Um novo produto direcionado a elite da época aparece nessas divulgações, o lança-perfume, que já era presente nos carnavais do Rio de Janeiro desde 1906, trazido da Argentina, mas só ganhou destaque com anúncios nesse período. Companheiro indispensável para o folião da época, o lança-perfume era borrifado sobre lenços ou diretamente no público, o qual ficava sobre os efeitos do mesmo e sentia sensações agradáveis e aroma de flores. O lança-perfume só veio a ser proibido décadas depois pelo presidente Jânio Quadros, pois a imprensa jornalística publicou mortes de pessoas que estavam sobre o efeito do lança-perfume.