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Níveis de Linguagem
   Usamos o mesmo código para nos comunicar: a língua portuguesa.

    O uso que fazemos desse código varia de acordo com o assunto de que tratamos, do local
onde estamos, do interlocutor com quem falamos e do meio que usamos para nos comunicar.
Esses vários usos que fazemos da língua denominam-se níveis de linguagem.

      Não há um nível considerado correto. O que importa é a adequação da linguagem à
situação e ao interlocutor. Ao contar uma piada ou o último filme que você viu no cinema para
um colega, usamos a linguagem coloquial que é diferente daquela que utilizaríamos para falar
com um professor ou um médico, a linguagem formal.

      A linguagem também muda de acordo com os fatores geográficos e socioeconômicos.
Perceba que até entre os falantes de uma mesma cidade, dependendo da escolaridade, do
nível social, da idade, do sexo, há diferentes usos de uma ou outra variedade linguística.

      A língua falada é diferente da língua escrita, porém não há regras rígidas. Podemos
encontrar num texto escrito características de um texto oral. A linguagem oral costuma ser
menos formal que a escrita. Observe que nem sempre um texto falado é um texto oral. Um
discurso de formatura ou uma apresentação de telejornal tem características de um texto
escrito.

    Regiões diferentes ou mesmo grupos sociais distintos apresentam variedades linguísticas
tanto no vocabulário quanto nas formas de construir frases e na pronúncia. Repare na maneira
de falar do nordestino, do carioca, do gaúcho, do mineiro. São dialetos, isto é, qualquer
variação regional de uma língua que não compromete a comunicação entre o falante da língua
principal e o falante do dialeto. Preste atenção nas gírias de surfistas, skatistas, pescadores,
pagodeiros, funkeiros e de grupos não aceitos pela sociedade como os dos pichadores,
presidiários. Estes grupos têm um vocabulário só entendido pelos seus membros, mas com o
passar do tempo estas gírias vão sendo conhecidas por outros grupos e acabam sendo
incorporadas pelo léxico comum e aparecendo nos dicionários. Lembrem-se de que muitas
pessoas podem ser discriminadas devido a sua forma de falar e isto é preconceito linguístico.
No entanto, a variedade padrão ou norma culta é importante para se ter acesso a
determinadas produções culturais e informativas, fundamentais para a compreensão de
acontecimentos e processos sociais que conferem prestígio social ao falante.

     Como vimos, há diferenças na forma de usar a língua portuguesa. Portanto, mesmo
havendo uma unidade linguística há também uma diversidade linguistica.

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Níveis de linguagem

  • 1. Níveis de Linguagem Usamos o mesmo código para nos comunicar: a língua portuguesa. O uso que fazemos desse código varia de acordo com o assunto de que tratamos, do local onde estamos, do interlocutor com quem falamos e do meio que usamos para nos comunicar. Esses vários usos que fazemos da língua denominam-se níveis de linguagem. Não há um nível considerado correto. O que importa é a adequação da linguagem à situação e ao interlocutor. Ao contar uma piada ou o último filme que você viu no cinema para um colega, usamos a linguagem coloquial que é diferente daquela que utilizaríamos para falar com um professor ou um médico, a linguagem formal. A linguagem também muda de acordo com os fatores geográficos e socioeconômicos. Perceba que até entre os falantes de uma mesma cidade, dependendo da escolaridade, do nível social, da idade, do sexo, há diferentes usos de uma ou outra variedade linguística. A língua falada é diferente da língua escrita, porém não há regras rígidas. Podemos encontrar num texto escrito características de um texto oral. A linguagem oral costuma ser menos formal que a escrita. Observe que nem sempre um texto falado é um texto oral. Um discurso de formatura ou uma apresentação de telejornal tem características de um texto escrito. Regiões diferentes ou mesmo grupos sociais distintos apresentam variedades linguísticas tanto no vocabulário quanto nas formas de construir frases e na pronúncia. Repare na maneira de falar do nordestino, do carioca, do gaúcho, do mineiro. São dialetos, isto é, qualquer variação regional de uma língua que não compromete a comunicação entre o falante da língua principal e o falante do dialeto. Preste atenção nas gírias de surfistas, skatistas, pescadores, pagodeiros, funkeiros e de grupos não aceitos pela sociedade como os dos pichadores, presidiários. Estes grupos têm um vocabulário só entendido pelos seus membros, mas com o passar do tempo estas gírias vão sendo conhecidas por outros grupos e acabam sendo incorporadas pelo léxico comum e aparecendo nos dicionários. Lembrem-se de que muitas pessoas podem ser discriminadas devido a sua forma de falar e isto é preconceito linguístico. No entanto, a variedade padrão ou norma culta é importante para se ter acesso a determinadas produções culturais e informativas, fundamentais para a compreensão de acontecimentos e processos sociais que conferem prestígio social ao falante. Como vimos, há diferenças na forma de usar a língua portuguesa. Portanto, mesmo havendo uma unidade linguística há também uma diversidade linguistica.