2. OBJETIVOS
GERAL
Analisar como Patrick Chamoiseau discute diáspora na obra Texaco.
ESPECÍFICOS:
• Investigar de que forma a Diáspora é representada no contexto de
mobilidade dos personagens dentro da obra Texaco.
3. METODOLOGIA
• Pós-colonial – Homi Bhabha (1998)
• Stuart Hall (2011)
• Vertovec (1999)
• Cohen (1999)
• Pesquisa de caráter bibliográfico
4. Texaco (1992)
É um romance que narra a história da construção e formação
de um popular bairro periférico da cidade de Fort-de-France,
capital da Martinica.
A narrativa conta 150 anos da população Martinicana desde
os tempos de escravidão até a construção do bairro Texaco,
em uma área de reservatórios de gasolina.
Após a abolição da escravatura, os negros(maioria da
polução) martinicanos não possuem lugar para morar
5. A Martinica faz parte de uma coletividade territorial integrada
à República Francesa e que possui o mesmo status que os
departamentos metropolitanos (França continental).
6. LITERATURA PÓS COLONIAL
• A teoria pós-colonial pode ser entendida como, a sobrevivência da cultura
dos povos dominados através da literatura, resgatando não só a cultura,
mais a identidade destes sujeitos enquanto pessoas individuais e coletivas.
• O sujeito colonizado, ao perceber que não é a representação do que
caracteriza o discurso do colonialismo Europeu, de forma degenerada e
depreciativa, deixa de aceitar que existe uma cultura única, e passa a
questionar seus próprios valores ideológicos, políticos, sociais.(BHABHA,
1994)
• Os estudiosos do pós-colonialismo consideram as produções literárias
deste período não hierarquizadas.
7. DIÁSPORA
DESLOCAMENTOS
HISTORICAMENTE LIGADO A DISPERSÃO DO POVO
JUDEU
. Dispersão iniciada em uma terra natal original, muitas
vezes de forma traumática, para duas ou mais regiões
estrangeiras. Cohen (1999)
uma forma social, a um tipo de conscientização e a um
modo produção cultural. Vertovec (1999)
9. DIASPÓRICO EM TEXACO
Tinham na memória maravilhas esquecidas, a Terra
de Antes, a Grande Terra, a palavra da grande terra,
os deuses da grande terra ..., sem diferenciá-las, o
que os submetia a outras obrigações. Carregavam
nas costas um sofrimento comum a todos. (TEXACO,
1992, P. 40)
Doravante, só aquela terra revirada e enfeitada com cabaços
atestava que sua mãe lhe vinha da África. Vasta região da qual
nada se sabia. A própria africana só evocara o porão do navio,
0) como se tivesse nascido ali dentro[...] (TEXACO, 1992, P. 112)
Sujeitos escravo
10. DIASPÓRICO EM TEXACO
[...]O primeiro dever de um cidadão respeitar as leis da
República. Que o sujeito dissera: Pelas leis da República
tem-se o direito de possuir o que se possui. Que o sujeito
dissera: se liberdade é uma bela coisa, ela não é uma
bacanal. Enfim, que o sujeito dissera: A terra pertence ao
bom Deus, sim, mas os campos pertencem aos bekês e
aos proprietários. (TEXACO, 1992, P. 106)
Ele, a quem a França ensinara a ler, a escrever, dizia-se
e reivindicava ser africano.
Um preto que se diz da África
ia administrar a Cidade ... e, como se não bastasse, comunista!
Sujeitos pós escravidão
(TEXACO, 1992, P. 222)
(TEXACO, 1992, P. 125)
11. DIASPÓRICO EM TEXACO
E avançava. Avançou, avançou, avançou, até ser o
primeiro a entrar em Saint-Pierre.[...] Já se falou desse
horror. O vulcão que destruiu Saint-Pierre .Sobre isso,
meu Esternome nada queria dizer. (TEXACO, 1992, P. 137)
Foi o primeiro a construir em Saint-Pierre. Com tábuas, com
pedras, numa ruína em algum lugar, levantou sua cabana.
Outros logo fizeram o mesmo. Uma vida-miséria floresceu
sobre a catástrofe. Saint-Pierre recomeçava uma vida. (TEXACO,
1992, P. 141)
Destruição da cidade Saint-
Pierri
12. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
Os resultados parciais indicam que a narrativa de Texaco
(1992) é um entrelaçar de diferentes diásporas, tecidas na
linha da ficção e da história.
13. REFERENCIAS
BHABHA, Hom.K. O local da cultura. Trad: Myriam Ávila, Eliana Lourenço de Lima
Reis, Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1994.
CHAMOISEAU, Patrick. Texaco. Tradução de Rosa Freira da Aguiar. Rio de Janeiro:
Editora Companhia das Letras, 1992.
COHEN, Robin. Rethinking ‘Babylon’: Iconoclastic Conceptions of the Diasporic
Experience.In: VERTOVEC, Steven; COHEN, Robin (Eds). Migration, Diasporas and
Transnationalism.Cheltenham, UK: Edward Elgar Publishing, 1995. p. 252-265. In.:
HALL, Stuart. Pensando a Diáspora (Reflexões Sobre a Terra no Exterior). In: Da
Diáspora: Identidades e Mediações Culturais. Liv Sovik (org); Trad. Adelaine La Guardia
Resende. Belo Horizonte: Editora UFMG; Belo Horizonte, 2011.
VERTOVEC, Steven (Eds). Migration, diasporas and transnationalism. Cheltenham, UK:
Edward Elgar Publishing, 1999. p. 266-278.