O documento descreve as litologias e eventos tectônicos do Cinturão Guiana Central no estado de Roraima, Brasil. As principais unidades litológicas incluem gnaisses paleoproterozóicos, suítes graníticas mesoproterozóicas e um complexo de anortosito-mangerito-granito rapakivi. Dois eventos deformacionais principais ocorreram, D1 no Paleoproterozóico e D2 no Mesoproterozóico, marcado por reativação do cinturão.
Resumo sobre unidades litológicas e eventos tectônicos do Cinturão Guiana Central
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
ESTÁGIO DE CAMPO III (TEÓRICO) – GEO1000T
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Discentes: Ana Carolina Ferreira
Ezequias Guimarães
Karolina Thalita Ramires
Docente: Dra. Ana Tayla Ferreira
Boa Vista, RR
2020.2
2. 2
• SEGMENTO CENTRAL DO CINTURÃO GUIANA:
• mapeamento geológico;
• estudos petrográficos;
• microtectônicos;
• dados litoquímicos e isotópicos.
• Suítes ígneas mesoproterozóicas, bem como de suas encaixantes;
• O CGC é definido por lineamentos estruturais dominantemente dispostos na direção NE-SW;
• UNIDADES LITOLÓGICAS DESDE PALEO- ATÉ MESOPROTEROZÓICAS:
• segmentos nordeste, central e sudoeste.
• Rochas formadas em diferentes estágios de evolução tectônica do Escudo das Guianas.
O CINTURÃO GUIANA CENTRAL
3. Figura 1 - Mapa geológico esquemático do Escudo das Guianas.
4. • SEGMENTO CENTRAL DO CGC:
• Corpos granitóides, representados pelos Gnaisses
Igarapé Branco (GIB);
• Gnaisses Igarapé Miracelha (GIM);
• Corpos de rochas charnockíticas da Suíte Intrusiva
Serra da Prata (SISP);
• Colocados em um curto espaço de tempo, entre
1.943 ± 5 Ma e 1.933 ± 2 Ma;
• Nos GIB, GIM e na SISP, ocorrem feições indicativas
da coexistência com magmas básicos;
• Provavelmente representados pelos corpos de
hornblenda gabronoritos e leucogabronoritos,
espacialmente associados à SISP, delineando uma
associação bimodal.
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SUÍTES PALEOPROTEROZOICAS
Figura 2: A-B: Aspectos macroscópicos dos biotita-hornblenda-gnaisses a allanita (GIB);
C-B: Gnaisse Igarapé Miracelha (GIM) – (Hornblenda)-biotita-gnaisses a titanita;
D-E: Aspectos macro no corpo serra da Prata e charnockito com foliação S bem desenvolvida
D E
5. • Unidades paleoproterozóicos;
• Condições de temperaturas muito altas, a partir de
600o-650oC;
• Registradas pela ampla recristalização de feldspatos
com predomínio de mecanismos de rotação de
subgrãos, pela presença de feldspato alcalino pertítico
recristalizado e, de quartzo com padrão de subgrãos em
tabuleiro de xadrez;
• Os corpos paleoproterozóicos foram colocados sin-
cinematicamente durante D1, como registra a presença
de diques sin-plutônicos, cortando as feições
deformacionais D1 cedo cinemáticas, e registrando
deformação em estado sólido na mesma faixa de
temperaturas altas, próximas ao sólidus granítico,
verificada na encaixante.
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EVENTO COMPRESSIONAL D1
Figura 3 - Mapa geológico esquemático da região estudada com ênfase no D1..
6. • Os dois principais conjuntos de granitóides foliados e gnaisses, GIB e GIM, mostram características químicas de granito
tipo A, estando relacionados, no entanto, a fontes com composições distintas, sendo que as características químicas
dos corpos charnockíticos da Suíte Serra da Prata se assemelham àquelas dos charnocktios ígneos tipo C;
• Os dados isotópicos Sm-Nd com idades modelo TDM entre 2,19 Ga e 2,05 Ga e valores de εND variando de +0,68 e
+2,47 sugerem para os granitóides tipo A das unidades GIB e GIM e tipo C da SISP, fontes juvenis transamazônicas, com
pequena residência crustal.
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EVOLUÇÃO GEOTECTÔNICA
Figura 4 – Distribuição das amostras da dos GIB (LF-06), dos GIM
(LF-08), da SISP (LF-26 e LF-10E) e do ornblenda-gabronorito (LF-
58C), no diagrama Idade versus εND(T), com as curvas do Manto
Depletado (DM) e CHUR.
7. • O quadro geológico delineado para as suítes paleoproterozóicas estudadas é incompatível com um posicionamento
anorogênico;
• Por outro lado, vários autores têm descrito a presença de granitóides tipo A e C em ambiente pós-colisional,
posicionamento que parece mais coerente com os dados obtidos para os GIB, GIM e SISP;
• No entanto, deve-se ter em mente que, em Roraima, os eventos orogênicos ainda não foram devidamente
caracterizados, o que torna difícil uma definição quanto ao significado geotectônico das suítes estudadas.
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EVOLUÇÃO GEOTECTÔNICA
Figura 5 - Aspectos macro e microscópicos das rochas charnockíticas da SISP, no corpo da serra da Prata. A) Hiperstênio-quartzo-sienito isotrópico;B) Charnockito com foliação S bem
desenvolvida ;C) Textura hipidiomórfica inequigranular no hiperstênio-quartzo-sienito ;D) Aspecto da foliação S em charnockito intensamente deformado.
8. • O Mesoproterozóico o segmento central do CGC foi mais
uma vez o palco de magmatismo bimodal e geração de
granito tipo A, desta vez, em ambiente anorogênico.
• O magmatismo mesoproterozóico é representado por um
complexo de anortosito mangerito-granito rapakivi, AMG,
incluindo faialita-quartzo-mangeritos e granitos da Suite
Intrusiva Mucajaí em íntima associação espacial e temporal
com corpos de anortosito da unidade Repartimento e de
gabros e gabronoritos.
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UNIDADES MESOPROTEROZOICAS
Figura 6 - Mapa geológico esquemático da região estudada com ênfase na SIM.
9. • No batólito da Serra do Mucajaí, os granitóides mostram feições texturais e litoquímicas típicas de granitóides rapakivi
das áreas clássicas da Finlândia;
• Os granitóides da SIM mostram características químicas de granito tipo A, subalcalinos, metaluminosos e caracterizam
magmas pobres em H2O.
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EVOLUÇÃO GEOTECTÔNICA
Figura 7 - Distribuição das amostras da SIM nos
diagramas SiO2 versus Na2O+K2O com campos das
rochas alcalinas e subalcalinas segundo Irvine &
Baragar (1971):
(A) [Al2O3/(CaO+Na2O+K2O)]mol versus [Al2O3/(+
Na2O+K2O)]mol, índice de Shand, modificado por
Maniar & Piccoli (1989);
(B). Óxidos em porcentagem em peso..
10. 10
• Os dados isotópicos Sm-Nd, com idades modelo TDM entre 2,01 Ga e 2,07 Ga muito mais antigas que sua idade de
cristalização, entre 1.544 ± 42 Ma e 1.538 ± 5 Ma, e valores de εND variando de –2,37 a –1,54, indicam para os
granitóides rapakivi fontes crustais extraídas do manto provavelmente durante o Transamazônico;
• O valor negativo de εND (T) exibido pelo anortosito deve refletir a contaminação com Nd crustal.
EVOLUÇÃO GEOTECTÔNICA
Figura 8 – Distribuição das amostras da SIM (LF-9A, LF-131,
LF122), dos charnockitos finos, porfiríticos (LF-117B) e do
Anortosito Repartimento (FF-184), no diagrama Idade versus
εND(T), com as curvas do Manto Depletado (DM) e CHUR. As
linhas pontilhadas representam a evolução do Nd nas rochas
paleoproterozóicas e o campo preenchido, a distribuição de seus
valores de εND(T).
11. • Feições miloníticas geradas em ambiente rúptil-dúctil, sob
temperaturas moderadas, entre 400oC e 450oC, foram
impressas nas litologias paleo e mesoproterozóicas durante o
evento deformacional D2, correlacionável ao Episódio K’Mudku,
que marca a reativação do CGC em torno de 1,24 Ga;
• Indicadores cinemáticos observados nas zonas miloníticas D2
registram transpressão dextral;
• As principais zonas miloníticas D2 foram reativadas em níveis
crustais rasos, em ambiente rúptil durante a evolução do
Graben do Tacutu, no Mesozóico, indicando a importância das
descontinuidades estruturais do CGC na evolução do Escudo
das Guianas.
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EVENTO DEFORMACIONAL D2
Figura 9 - Mapa geológico esquemático da região estudada com ênfase em D2.
12. FRAGA, L. M. B. A. Associação Anortosito-Mangerito-Granito Rapakivi (AMG) do
cinturão Guiana central, Roraima e suas encaixantes paleoproterozóicas: evolução
estrutural, geocronologia e petrologia. Belém, 2002. Tese (Doutorado em Geologia e
Geoquímica)-Centro de Geociências. Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
REFERÊNCIAS
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