O documento discute as diferenças entre ler e contar histórias para crianças. Ao ler, o professor lê exatamente o texto do livro, enquanto ao contar, o professor diz ter encontrado a história em um livro e a conta com suas próprias palavras. Embora sejam ações diferentes, tanto ler quanto contar histórias podem incentivar a leitura e promover aprendizagens nas crianças.
3. DEVEMOS LER OU CONTAR HISTÓRIAS PARA AS
CRIANÇAS?
Temos que garantir a leitura e a narração de histórias lembrando
que ler e contar são ações diferentes e isso precisa ser
explicitado para as crianças. No caso da leitura, o (a) professor
(a) lê a história exatamente como está escrita no livro. A outra
possibilidade é contar a história. O(A) professor(a) diz que
encontrou a história em determinado livro, mostra e o coloca à
disposição para as crianças olharem após a narração,
explicando que estudou a história para contá-la.
4. Vejamos as características que diferenciam a narração oral e o texto
escrito:
Narração oral Texto escrito
A comunicação é imediata e simultânea –
acesso apenas no momento de sua
produção; efêmero.
A comunicação não apresenta vínculo de
espaço e tempo entre o momento de sua
produção e da leitura – acesso atemporal:
permanente.
Informação implícita; informação não
verbal: gesto, entonação,expressividade –
subentendidos e improvisação.
Necessidade de explicar toda a informação
necessária: maior grau de elaboração.
Em cada versão, o texto pode passar por
mudanças.
O escrito permanece fixo e perdura no
tempo.
5. E o que ler em voz alta e contar podem ter em comum?
a expressividade de quem lê ou conta- mudanças de ritmo, de tons
e até mesmo de voz;
a presença das histórias, seus cenários e personagens
encantadores e suas tramas maravilhosas;
alguém conta ou lê e os outros ouvem – ler para o outro deixa de
ser uma ação individual e passa a ser coletiva;
ambos podem incentivar a leitura – apresentando-se escritores e
títulos;
promovem reflexão e interpretações próprias.
Portanto, ler e contar são situações diferentes que permitem a entrada
das histórias no universo das crianças e que lhes possibilitam muitas
aprendizagens.
6. BIBLIOGRAFIA
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AMARILHA, Marly. Estão mortas as fadas? – literatura infantil e prática pedagógica. Petrópolis: Vozes, 1997.
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
CADEMARTORI, Lígia. O que é literatura infantil. São Paulo: Brasiliense, 1986.
DIATKINE, René. Histórias sem fim. Entrevista à revista Veja em 12 de março de 1993.
(A MAGIA DOS CONTOS DE FADAS – Taicy de Ávila Figueiredo – Brasília, 28 de outubro de 1998.