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Prof. Ms.
PE.CRISTIANO
BATISTA
Deus: centro, alfa e ômega, princípio e fim;
Santo Tomás de Aquino: “Deus não é mero objeto
da razão e dos filósofos, mas Sujeito da
revelação”;
 A Revelação é autocomunicação de Deus em
Jesus destinada para a salvação do ser humano
todo e de todo ser humano;
Jesus Revela a Unidade da Trindade e a Trindade
na Unidade;
A Igreja (sacramento universal do gênero humano;
Povo de Deus em Comunhão) acolhe a Revelação e
a estende pelo mundo inteiro por meio da missão;
Na Revelação, a iniciativa é de Deus que é Dom,
Carisma e Dádiva ao ser humano.
Monoteísmo judaico e islâmico: reverência ao Deus
único
Jesus revela Deus Uno e Trino;
A revelação de Jesus não dissolve o mistério, mas não
impossibilita a experiência e o conhecimento da
Trindade;
Amor: conteúdo da Revelação do Deus salvador
 Batismo: Pai, Filho e Espírito Santo;
 Sacramentos: iniciação catecumenal, cura e serviço;
 Confissão: “Cremos em Deus Pai, Filho e Espírito Santo”;
 Liturgia da Igreja: “Por nosso Senhor Jesus...”;
 Liturgia das horas: “glória ao Pai...”;
Igreja: ícone da Trindade;
Ser humano: imagem e semelhança da Trindade
Povo: “Nas horas de Deus amém, Pai, Filho e
Espírito Santo”
Sociedade: paradigma da Trindade.
 Busca do equilíbrio e conflitos: monoteísmo versus triteísmo;
 Crítica ao cristianismo de vertente católica: Feuerbach, Marx,
Freud, Nietzsche etc.;
 Racionalismo kantiano: “A doutrina da Trindade não oferece
esclarecimentos convenientes e convincentes para a razão pura e
nem prática. Mais: não serve para iluminar o agir moral do ser
humano para promover o bem e evitar o mal”;
 Teologias metafísicas: discussão da dignidade das três Pessoas; o
subordinacionismo do Filho e do E0spírito Santo ao Pai; a questão
filioque (o Filho procede do Pai e do Espírito Santo) versus
pneumapatrismo (o Espírito Santo procede do Pai e do Filho),
natureza e política da Trindade etc.;
DE DEO UNO: essência, atributos,
cognoscibilidade de Deus, Deus-em-si, o
Deus dos filósofos, Deus do Antigo
Testamento. Enfim, o Deus imanente;
DE DEU TRINO: distinção entre Pai, Filho
e Espírito Santo, a salvação do homem.
Enfim, Trindade econômica.
Deus Uno e Trino: ponto de partida (protologia),
caminhada (cristologia) e de chegada (escatologia)
para toda a teologia cristã católica;
A Trindade celebrada na liturgia;
Trindade: razão da nossa fé;
A Trindade como paradigma da pastoral;
A Trindade como modelo das relações humanas;
A Trindade como paradigma da libertação
latinoamericana (negros, jovens, pobres, doentes,
mulheres etc.;
A Trindade como arquétipo da sociedade;
A Trindade como protótipo da ecologia.
 Deus quer a salvação para todos os povos e culturas (Tm 2,3s). Para
isso, a caridade é um critério exigente que extrapola os povos e suas
tradições. A consciência da fé se articula com a realidade da caridade.
A caridade não nega nem sufoca a fé, pois o amor é a concretização da
fé oriunda da Trindade. Destarte, a fé salva a caridade quando leva
amor ao próximo e liberta o ser humano do egoísmo. A caridade salva
a fé quando vai ao encontro do pobre e do necessitado.
 Crer é comungar com a Trindade e com os irmãos na fé. Crer é criar
comunhão e participar na vida da comunidade.
 Para Leonardo Boff “no princípio está a comunhão dos Três e não a
solidão do Um”: a Trindade é o impulso comunitário do ser humano,
tanto na sociedade quanto na Igreja. Isto significa que tudo está
marcado pelo sinete trinitário, comunitário, e não pela
individualidade do Deus Uno da teologia medieval. O impulso
comunitário se efetiva na sociedade e na Igreja. O ser humano
manifesta a dimensão social em contínua interação com os outros.
Impulso de humanização.
 Na Igreja, o cristão realiza a sua vocação comunitária na assembleia
dos fiéis. A Igreja, impulso da Trindade, é pré-figurada e preparada
pelo Pai, desde a criação e a evolução do povo de Deus. O projeto da
Igreja foi revelado e manifestado pelos desígnios do Pai em toda
história da salvação.
 Jesus é enviado pelo Pai, anuncia o Reino de Deus, vive a sua
fé pertencendo a um povo, constitui um grupo dos discípulos de
onde nascerá a Igreja. Sua vida constitui-se de relação e
contato com os mais pobres e necessitados (Mc 5, 1-10; 21-43; 6,
35-43; 8, 22-26). Vive em comunidade junto com seus discípulos
e participa da mesma tradição da comunidade judaica (Lc 2,
22-31; 3, 23-38; 22,13).
 A Trindade tende a exprimir em forma sacramental, na
história humana, por meio da comunhão dos fiéis com Deus,
entre si e com os demais, o mistério maravilhoso de Deus. Há
dupla tendência para compreender a Trindade-comunhão, fonte
e fundamento do “nós cremos”: “desde cima” e “desde baixo”.
“Desde cima” valoriza a perspectiva ontológica da
fé eclesial. É um dom, graça já dada e completa.
Reflete a passividade do ser humano diante da
graça. “Desde baixo” é de cunho antropológico. A
comunhão Trinitária é vista como um dom a ser
desenvolvido e construído pelos fiéis ao longo da
vida. É a comunhão como um processo e não como
uma realidade ou algo acabado.
 A fé, além de surgir da Trindade e vivenciá-la na Igreja,
vincula-se de modo especial ao Verbo feito carne que armou sua
tenda entre nós. A comunidade eclesial se constitui em torno de
Cristo ressuscitado. Ele é o centro. Há uma dimensão
cristológica essencial à Igreja. O cristianismo e a figura de
Cristo estão perdendo plausibilidade e centralidade na
sociedade e na teologia. Isso acarreta insegurança na vivência
da fé cristã. A crise atinge a origem e a evolução do
cristianismo, que precisa se ressignificar e se atualizar na
contemporaneidade. Assim, a crise da centralidade de Jesus é
consequência da situação do cristianismo.
A crise do cristianismo consiste na sua ausência
significativa na sociedade. Ele não tem suporte para se
manter e se perpetuar na história. Está excluído e
relegado ao passado. Não tem repercussão e impacto na
sociedade hodierna Hans Kung afirma que há uma crise
no cristianismo nas vertentes católico-romana,
protestantes da reforma e moderna. Dentre as causas da
crise católico-romana estão: a perda da legitimidade, o
pluralismo de experiências religiosas, a autonomia que
rompe com a tradição, a secularização, o subjetivismo pós-
moderno, o conservadorismo, a rigidez, o autoritarismo e o
dogmatismo interno da Igreja.
 A crise não é só de identidade do cristianismo, atinge a
centralidade de Jesus Cristo e vai além da presença
significativa da Igreja na sociedade. Alcança a pretensão cristã
da universalidade da salvação, de seu caráter absoluto, uma
questão levantada devido à consciência do crescimento das
religiões não cristãs. Ante essa crise, surgem várias respostas
cristãs.
 A vertente dogmática, à luz das Escrituras Sagradas, dos
Padres e da Tradição, reforça a identidade própria de Jesus
Cristo. A fé busca uma segurança absoluta na pessoa de Jesus,
que chega às raias do fundamentalismo. Intensificam-se os
fundamentos da identidade cristã no encontro com o outro. Não
há espaço para o diálogo.
A histórico-salvífica pretende mostrar a centralidade de
Cristo na humanidade e no cosmo a partir da leitura
crítico-biblíca do cristianismo. Jesus é visto como Alfa e
Ômega na história da salvação (Ap 21, 6); é o cumprimento
das promessas do Antigo Testamento (Mt 1, 23). Ele veio
para a salvação e libertação de todos (Jo 10,10). A vertente
existencial baseia-se no Jesus histórico que se
experimenta no cotidiano da vida cristã. Valoriza o
seguimento de Jesus e o compromisso radical com o Reino
de Deus.
 Em Jesus se manifesta o excesso do humano, em cada ser
humano se revela algo de Jesus. Jesus realizou todas as
possibilidades da humanidade, enquanto nós realizamos
algumas das possibilidades realizadas por Cristo. Portanto,
essa relação entre Jesus Cristo e a realidade humana se dá
tanto no nível do conhecimento como no da realização
ontológica.
 Na vertente ecumênico-cristã busca-se unidade a partir do que
nos une (Jesus), e não do que nos separa (doutrina). Evitam-se
pontos polêmicos na eclesiologia e cristologia. Superam-se as
divergências históricas e se atêm ao essencial (Jesus), por meio
da caridade ao próximo.
DE DEO UNO: essência, atributos,
cognoscibilidade de Deus, Deus-em-si, o
Deus dos filósofos, Deus do Antigo
Testamento. Enfim, o Deus imanente;
DE DEU TRINO: distinção entre Pai, Filho
e Espírito Santo, a salvação do homem.
Enfim, Trindade econômica.
Axioma de Rahner: “ A Trindade econômica é a Trindade
imanente, e vice-versa”.
Na economia revelada por Jesus, se conhece a vida
imanente de Deus
“A Deus ninguém viu, o Filho unigênito que esta no seio do
Pai no-lo deu a conhecer” (1 JO1, 18).
“O modo como a Trindade é revelada por Jesus, manifesta
como Ela é em si mesma” (Dei Verbum 4).
Teologicamente não se pode pensar que a Trindade
econômica agiu de forma “separada” na salvação da
humanidade. Há atuações diferenciadas, mas de um único
Deus.
“Pelos frutos conhecereis a árvore”: pela ação da Trindade
se chegamos à sua natureza e tributos.
 Toda atuação e revelação da Trindade, seja econômica ou
imanente, visa a salvação de todo ser humano e do ser humano
todo.
 A autocomunicação da Trindade não nos dá só “dons”, “graças”,
“carismas” e “talentos”, mas Deus nos dá em si mesmo.
 A Comissão Teológica Internacional da fé afirma que: “A
Trindade que se manifesta na economia da salvação é a mesma
Trindade imanente, e a mesma Trindade imanente é a que se
comunica livre e graciosamente na economia da salvação. Por
conseguinte, deve-se evitar na teologia e na catequese toda
separação entre a cristologia e a doutrina trinitária...”
A questão do “vice-versa” de Rahner nos coloca a questão
da identidade da Trindade imanente e a econômica.
Não se deve afirmar que a autocomunicação da Trindade
econômica dispensa ou separa da sua imanência. A
imanência também revela, salva e autocomunica.
As diferenciação das atuações e, portanto, das distinções
que são inevitáveis, não funde, nem confunde e não
dissolve a identidade da Trindade econômica e imanente.
 Hegel adota uma perspectiva filosófica de Deus como espírito,
absoluta atividade, ato puro, plena subjetividade: “o Pai é abstrato,
o Filho é particularidade e o Espírito é concretude. O criador não se
identifica com a criatura. O pleno conhecimento se dará na
escatologia final”.
 Para Hegel não fica claro as identidades da Trindade econômica e
imanente. Na dialética hegeliana, a tese da economia dissolve a
imanência da Trindade e gera um Deus desconexo do ser humano
que só terá plena revelação no final dos tempos.
 O Deus-em-si não é antítese do Deus-para-o-outro na revelação
cristã.
 Deus se nos dá maior do que podemos receber. Não podemos
conhecer plenamente a vida intradivina. Realidade que só
ocorrerá na plenitude dos tempos com a segunda vinda de
Jesus na Parusia.
 Entretanto Deus se autocomunica conosco por meio de Jesus. A
forma servi foi realmente assumida por Jesus; a ele pertence
também a forma Dei, cujo conteúdo não podemos plenamente
conhecer na condição presente.
 Conhecemos a Trindade econômica, mas ela se mantem
desconhecida na sua imanência.
A Comissão Teológica Internacional da fé afirma que
“Deve-se evitar toda confusão imediata entre o
acontecimento de Jesus Cristo e a Trindade. A distinção
entre a Trindade econômica e a imanente concordam com a
identidade real de ambas. A encarnação do Filho revela
toda Trindade. Esse acontecimento em que Deus se revela
e se comunica absoluta e definitivamente, afeta, de algum
modo, o ser próprio de Deus Pai, enquanto ele é o Deus que
realiza esses mistérios e os vive como próprios e seus com
o Filho e o Espírito Santo.”
Se deve evitar, também, toda confusão entre o
acontecimento Jesus Cristo e a Trindade, como se só por
esse acontecimento a Trindade se constituísse como tal. Os
termos da definição cristológica do Concílio de Calcedônia
(sem confusão, sem separação: DS 302) servem para
distinguir, e ao mesmo tempo, manter unidos o plano da
vida divina e o da economia salvadora.
A relação intrínseca da identidade da Trindade econômica
com a Trindade imante, revela que Deus nãos quis ser sem
nós. A Trindade imanente, na soberana liberdade de seu
amor, é o fundamento da história da salvação, mas por sua
vez, essa tem uma certa repercussão no ser divino. Os
mistérios salvíficos são mistérios próprios de Deus – ele
mesmo e só ele opera neles – e só eles podem dar-nos a
conhecer Deus e fazermos participantes de sua vida.
CONCLUSÃO
GLÓRIA AO
PAI, FILHO
E ESPÍRITO
SANTO!
LADARIA. Luis. O Deus vivo e verdadeiro –
O mistério da Trindade. 3ed. São Paulo:
Loyola, 2013. p. 19-52.
MORAES. Cristiano Batista de Moraes. Fé
cristã e compromisso social. Teresina: Nova
Aliança, 2017. p. 133-149.

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Deus Uno e Trino na Revelação e na Salvação

  • 2. Deus: centro, alfa e ômega, princípio e fim; Santo Tomás de Aquino: “Deus não é mero objeto da razão e dos filósofos, mas Sujeito da revelação”;  A Revelação é autocomunicação de Deus em Jesus destinada para a salvação do ser humano todo e de todo ser humano;
  • 3. Jesus Revela a Unidade da Trindade e a Trindade na Unidade; A Igreja (sacramento universal do gênero humano; Povo de Deus em Comunhão) acolhe a Revelação e a estende pelo mundo inteiro por meio da missão; Na Revelação, a iniciativa é de Deus que é Dom, Carisma e Dádiva ao ser humano.
  • 4. Monoteísmo judaico e islâmico: reverência ao Deus único Jesus revela Deus Uno e Trino; A revelação de Jesus não dissolve o mistério, mas não impossibilita a experiência e o conhecimento da Trindade; Amor: conteúdo da Revelação do Deus salvador
  • 5.  Batismo: Pai, Filho e Espírito Santo;  Sacramentos: iniciação catecumenal, cura e serviço;  Confissão: “Cremos em Deus Pai, Filho e Espírito Santo”;  Liturgia da Igreja: “Por nosso Senhor Jesus...”;  Liturgia das horas: “glória ao Pai...”;
  • 6. Igreja: ícone da Trindade; Ser humano: imagem e semelhança da Trindade Povo: “Nas horas de Deus amém, Pai, Filho e Espírito Santo” Sociedade: paradigma da Trindade.
  • 7.  Busca do equilíbrio e conflitos: monoteísmo versus triteísmo;  Crítica ao cristianismo de vertente católica: Feuerbach, Marx, Freud, Nietzsche etc.;  Racionalismo kantiano: “A doutrina da Trindade não oferece esclarecimentos convenientes e convincentes para a razão pura e nem prática. Mais: não serve para iluminar o agir moral do ser humano para promover o bem e evitar o mal”;  Teologias metafísicas: discussão da dignidade das três Pessoas; o subordinacionismo do Filho e do E0spírito Santo ao Pai; a questão filioque (o Filho procede do Pai e do Espírito Santo) versus pneumapatrismo (o Espírito Santo procede do Pai e do Filho), natureza e política da Trindade etc.;
  • 8. DE DEO UNO: essência, atributos, cognoscibilidade de Deus, Deus-em-si, o Deus dos filósofos, Deus do Antigo Testamento. Enfim, o Deus imanente; DE DEU TRINO: distinção entre Pai, Filho e Espírito Santo, a salvação do homem. Enfim, Trindade econômica.
  • 9. Deus Uno e Trino: ponto de partida (protologia), caminhada (cristologia) e de chegada (escatologia) para toda a teologia cristã católica; A Trindade celebrada na liturgia; Trindade: razão da nossa fé; A Trindade como paradigma da pastoral;
  • 10. A Trindade como modelo das relações humanas; A Trindade como paradigma da libertação latinoamericana (negros, jovens, pobres, doentes, mulheres etc.; A Trindade como arquétipo da sociedade; A Trindade como protótipo da ecologia.
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  • 12.  Deus quer a salvação para todos os povos e culturas (Tm 2,3s). Para isso, a caridade é um critério exigente que extrapola os povos e suas tradições. A consciência da fé se articula com a realidade da caridade. A caridade não nega nem sufoca a fé, pois o amor é a concretização da fé oriunda da Trindade. Destarte, a fé salva a caridade quando leva amor ao próximo e liberta o ser humano do egoísmo. A caridade salva a fé quando vai ao encontro do pobre e do necessitado.  Crer é comungar com a Trindade e com os irmãos na fé. Crer é criar comunhão e participar na vida da comunidade.
  • 13.  Para Leonardo Boff “no princípio está a comunhão dos Três e não a solidão do Um”: a Trindade é o impulso comunitário do ser humano, tanto na sociedade quanto na Igreja. Isto significa que tudo está marcado pelo sinete trinitário, comunitário, e não pela individualidade do Deus Uno da teologia medieval. O impulso comunitário se efetiva na sociedade e na Igreja. O ser humano manifesta a dimensão social em contínua interação com os outros. Impulso de humanização.  Na Igreja, o cristão realiza a sua vocação comunitária na assembleia dos fiéis. A Igreja, impulso da Trindade, é pré-figurada e preparada pelo Pai, desde a criação e a evolução do povo de Deus. O projeto da Igreja foi revelado e manifestado pelos desígnios do Pai em toda história da salvação.
  • 14.  Jesus é enviado pelo Pai, anuncia o Reino de Deus, vive a sua fé pertencendo a um povo, constitui um grupo dos discípulos de onde nascerá a Igreja. Sua vida constitui-se de relação e contato com os mais pobres e necessitados (Mc 5, 1-10; 21-43; 6, 35-43; 8, 22-26). Vive em comunidade junto com seus discípulos e participa da mesma tradição da comunidade judaica (Lc 2, 22-31; 3, 23-38; 22,13).  A Trindade tende a exprimir em forma sacramental, na história humana, por meio da comunhão dos fiéis com Deus, entre si e com os demais, o mistério maravilhoso de Deus. Há dupla tendência para compreender a Trindade-comunhão, fonte e fundamento do “nós cremos”: “desde cima” e “desde baixo”.
  • 15. “Desde cima” valoriza a perspectiva ontológica da fé eclesial. É um dom, graça já dada e completa. Reflete a passividade do ser humano diante da graça. “Desde baixo” é de cunho antropológico. A comunhão Trinitária é vista como um dom a ser desenvolvido e construído pelos fiéis ao longo da vida. É a comunhão como um processo e não como uma realidade ou algo acabado.
  • 16.  A fé, além de surgir da Trindade e vivenciá-la na Igreja, vincula-se de modo especial ao Verbo feito carne que armou sua tenda entre nós. A comunidade eclesial se constitui em torno de Cristo ressuscitado. Ele é o centro. Há uma dimensão cristológica essencial à Igreja. O cristianismo e a figura de Cristo estão perdendo plausibilidade e centralidade na sociedade e na teologia. Isso acarreta insegurança na vivência da fé cristã. A crise atinge a origem e a evolução do cristianismo, que precisa se ressignificar e se atualizar na contemporaneidade. Assim, a crise da centralidade de Jesus é consequência da situação do cristianismo.
  • 17. A crise do cristianismo consiste na sua ausência significativa na sociedade. Ele não tem suporte para se manter e se perpetuar na história. Está excluído e relegado ao passado. Não tem repercussão e impacto na sociedade hodierna Hans Kung afirma que há uma crise no cristianismo nas vertentes católico-romana, protestantes da reforma e moderna. Dentre as causas da crise católico-romana estão: a perda da legitimidade, o pluralismo de experiências religiosas, a autonomia que rompe com a tradição, a secularização, o subjetivismo pós- moderno, o conservadorismo, a rigidez, o autoritarismo e o dogmatismo interno da Igreja.
  • 18.  A crise não é só de identidade do cristianismo, atinge a centralidade de Jesus Cristo e vai além da presença significativa da Igreja na sociedade. Alcança a pretensão cristã da universalidade da salvação, de seu caráter absoluto, uma questão levantada devido à consciência do crescimento das religiões não cristãs. Ante essa crise, surgem várias respostas cristãs.  A vertente dogmática, à luz das Escrituras Sagradas, dos Padres e da Tradição, reforça a identidade própria de Jesus Cristo. A fé busca uma segurança absoluta na pessoa de Jesus, que chega às raias do fundamentalismo. Intensificam-se os fundamentos da identidade cristã no encontro com o outro. Não há espaço para o diálogo.
  • 19. A histórico-salvífica pretende mostrar a centralidade de Cristo na humanidade e no cosmo a partir da leitura crítico-biblíca do cristianismo. Jesus é visto como Alfa e Ômega na história da salvação (Ap 21, 6); é o cumprimento das promessas do Antigo Testamento (Mt 1, 23). Ele veio para a salvação e libertação de todos (Jo 10,10). A vertente existencial baseia-se no Jesus histórico que se experimenta no cotidiano da vida cristã. Valoriza o seguimento de Jesus e o compromisso radical com o Reino de Deus.
  • 20.  Em Jesus se manifesta o excesso do humano, em cada ser humano se revela algo de Jesus. Jesus realizou todas as possibilidades da humanidade, enquanto nós realizamos algumas das possibilidades realizadas por Cristo. Portanto, essa relação entre Jesus Cristo e a realidade humana se dá tanto no nível do conhecimento como no da realização ontológica.  Na vertente ecumênico-cristã busca-se unidade a partir do que nos une (Jesus), e não do que nos separa (doutrina). Evitam-se pontos polêmicos na eclesiologia e cristologia. Superam-se as divergências históricas e se atêm ao essencial (Jesus), por meio da caridade ao próximo.
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  • 22. DE DEO UNO: essência, atributos, cognoscibilidade de Deus, Deus-em-si, o Deus dos filósofos, Deus do Antigo Testamento. Enfim, o Deus imanente; DE DEU TRINO: distinção entre Pai, Filho e Espírito Santo, a salvação do homem. Enfim, Trindade econômica.
  • 23. Axioma de Rahner: “ A Trindade econômica é a Trindade imanente, e vice-versa”. Na economia revelada por Jesus, se conhece a vida imanente de Deus “A Deus ninguém viu, o Filho unigênito que esta no seio do Pai no-lo deu a conhecer” (1 JO1, 18).
  • 24. “O modo como a Trindade é revelada por Jesus, manifesta como Ela é em si mesma” (Dei Verbum 4). Teologicamente não se pode pensar que a Trindade econômica agiu de forma “separada” na salvação da humanidade. Há atuações diferenciadas, mas de um único Deus. “Pelos frutos conhecereis a árvore”: pela ação da Trindade se chegamos à sua natureza e tributos.
  • 25.  Toda atuação e revelação da Trindade, seja econômica ou imanente, visa a salvação de todo ser humano e do ser humano todo.  A autocomunicação da Trindade não nos dá só “dons”, “graças”, “carismas” e “talentos”, mas Deus nos dá em si mesmo.  A Comissão Teológica Internacional da fé afirma que: “A Trindade que se manifesta na economia da salvação é a mesma Trindade imanente, e a mesma Trindade imanente é a que se comunica livre e graciosamente na economia da salvação. Por conseguinte, deve-se evitar na teologia e na catequese toda separação entre a cristologia e a doutrina trinitária...”
  • 26. A questão do “vice-versa” de Rahner nos coloca a questão da identidade da Trindade imanente e a econômica. Não se deve afirmar que a autocomunicação da Trindade econômica dispensa ou separa da sua imanência. A imanência também revela, salva e autocomunica. As diferenciação das atuações e, portanto, das distinções que são inevitáveis, não funde, nem confunde e não dissolve a identidade da Trindade econômica e imanente.
  • 27.  Hegel adota uma perspectiva filosófica de Deus como espírito, absoluta atividade, ato puro, plena subjetividade: “o Pai é abstrato, o Filho é particularidade e o Espírito é concretude. O criador não se identifica com a criatura. O pleno conhecimento se dará na escatologia final”.  Para Hegel não fica claro as identidades da Trindade econômica e imanente. Na dialética hegeliana, a tese da economia dissolve a imanência da Trindade e gera um Deus desconexo do ser humano que só terá plena revelação no final dos tempos.  O Deus-em-si não é antítese do Deus-para-o-outro na revelação cristã.
  • 28.  Deus se nos dá maior do que podemos receber. Não podemos conhecer plenamente a vida intradivina. Realidade que só ocorrerá na plenitude dos tempos com a segunda vinda de Jesus na Parusia.  Entretanto Deus se autocomunica conosco por meio de Jesus. A forma servi foi realmente assumida por Jesus; a ele pertence também a forma Dei, cujo conteúdo não podemos plenamente conhecer na condição presente.  Conhecemos a Trindade econômica, mas ela se mantem desconhecida na sua imanência.
  • 29. A Comissão Teológica Internacional da fé afirma que “Deve-se evitar toda confusão imediata entre o acontecimento de Jesus Cristo e a Trindade. A distinção entre a Trindade econômica e a imanente concordam com a identidade real de ambas. A encarnação do Filho revela toda Trindade. Esse acontecimento em que Deus se revela e se comunica absoluta e definitivamente, afeta, de algum modo, o ser próprio de Deus Pai, enquanto ele é o Deus que realiza esses mistérios e os vive como próprios e seus com o Filho e o Espírito Santo.”
  • 30. Se deve evitar, também, toda confusão entre o acontecimento Jesus Cristo e a Trindade, como se só por esse acontecimento a Trindade se constituísse como tal. Os termos da definição cristológica do Concílio de Calcedônia (sem confusão, sem separação: DS 302) servem para distinguir, e ao mesmo tempo, manter unidos o plano da vida divina e o da economia salvadora.
  • 31. A relação intrínseca da identidade da Trindade econômica com a Trindade imante, revela que Deus nãos quis ser sem nós. A Trindade imanente, na soberana liberdade de seu amor, é o fundamento da história da salvação, mas por sua vez, essa tem uma certa repercussão no ser divino. Os mistérios salvíficos são mistérios próprios de Deus – ele mesmo e só ele opera neles – e só eles podem dar-nos a conhecer Deus e fazermos participantes de sua vida.
  • 33. LADARIA. Luis. O Deus vivo e verdadeiro – O mistério da Trindade. 3ed. São Paulo: Loyola, 2013. p. 19-52. MORAES. Cristiano Batista de Moraes. Fé cristã e compromisso social. Teresina: Nova Aliança, 2017. p. 133-149.