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PARTE I – CIÊNCIA, POLÍTICA E TECNOLOGIA
O FUNCIONAMENTO DO MOVIMENTO PENDULAR
PRÓPRIO ÀS ANÁLISES DISCURSIVAS NA
CONSTRUÇÃO DO “DISPOSITIVO EXPERIMENTAL” DA
ANÁLISE DE DISCURSO
(PETRI, 2013, p. 39-48)
INTRODUÇÃO
“Como acontece em todas as áreas do conhecimento, a Análise de Discurso também
tem seus princípios básicos, seus precursores, sua metodologia de análise, seu
desenvolvimento no Brasil; bem como tem sua linguagem cientificamente embasada e
constituída e suas expressões-chave.” (PETRI, 2013, p. 39)
“[…] quero me deter naquilo que fundamenta a metodologia de análise e, por isso,
escolhi duas expressões-chave que são: ‘a Análise de Discurso é uma disciplina de
entremeio’ e ‘o dispositivo teórico-metodológico da Análise de Discurso se constrói num
movimento pendular entre teoria e análise’.” (PETRI, 2013, p. 40)
SOBRE O PÊNDULO E SEUS FUNCIONAMENTOS
“A definição etimológica nos precisa que essa palavra é proveniente do vocábulo
latino pendulus, ‘aquele que pende, que está suspenso, pendurado’. Historicamente,
o pêndulo é um objeto bastante usado e discutido na área da Física, sobretudo da
Física experimental, enquanto ‘corpo pesado, pendurado num ponto fixo que oscila
num movimento de vaivém’. É esse movimento de vaivém, produzido pelo pêndulo,
que interessou aos analistas de discurso que passaram a descrever o seu trabalho
como um ‘movimento pendular’.” (PETRI, 2013, p. 40)
“[…] do ponto de vista da Análise de Discurso “não há ‘aplicação’: cada análise é uma
análise, tem-se que voltar à teoria, construir um dispositivo analítico que é próprio ao
material que se vai analisar” (Orlandi, 2010, p. 30)
“A Análise de Discurso, é bem verdade, não tem uma metodologia única e facilmente
descritível, como as áreas mais formais da ciência linguística dizem ter; mas isso não
significa não ter metodologia de análise, bem como não significa que qualquer um
sob um pretexto qualquer possa desenvolver um dispositivo teórico-analítico em
Análise de Discurso.” (PETRI, 2013, p.41)
1. O MOVIMENTO
PENDULAR TEM COMO
PONTO DE PARTIDA (DE
REFERÊNCIA) A INÉRCIA.
2. INÉRCIA: É O LUGAR DE
SIGNIFICADOS
ESTABILIZADOS NA FORMA
DO JÁ-DITO
● A INÉRCIA NO MOVIMENTO
PENDULAR É O PONTO DE
ENCONTRO ENTRE O
ANALISTA, O ARQUIVO E A
TEORIA.
O MOVIMENTO PENDULAR E A
INÉRCIA
3. TEORIA: CONJUNTO DE
NOÇÕES BÁSICAS
PROVISORIAMENTE
ESTABILIZADAS
4.O MOVIMENTO PENDULAR
NÃO TEM INÍCIO MARCADO
● PODE INICIAR NA TEORIA OU
NA ANÁLISE, SEM PREJUÍZO
DO PROCESSO EM SI.
PÊNDULO DE FOULCAUT
A METÁFORA DO
“A metodologia da Análise de Discurso existe, mas não para, está em suspenso, em
movimento, (de)pendendo como o pêndulo, relativizando os olhares sobre o mesmo
objeto. Isso a caracteriza como em constante movimento, como metodologia capaz de
apresentar-se como singularidade.” (PETRI, 2013, p. 41-42)
“O funcionamento do movimento pendular das análises discursivas que contribuem para
a construção do “dispositivo experimental” da Análise de Discurso tem um
funcionamento imperfeito, não correspondendo, portanto, à representação que se tem
do pêndulo de Foucault. O movimento pendular que se produz sobre a teoria e as
análises de discursos sofre resistências e entra em atrito com seu ponto de apoio, sim!”
(PETRI, 2013, p. 43)
Resultados de análise
● Podemos afirmar que estes dependem de uma série de elementos de natureza teórica e
metodológica que são mobilizados no decorrer do trabalho analítico. Tais resultados também
dependem de que o analista abra e feche sua análise compreendendo a abrangência do seu
recorte no interior do discurso e proceda à descrição do dispositivo teórico-analítico
construído.
“Discurso, implica também o gesto de escrever: ‘E a escrita é fundamental para nos
dar a medida do que conseguimos e do que não conseguimos compreender/dizer na
situação de análise. Apontando sempre, quando a suspendemos (nunca a
terminamos), para o que fica ainda por compreender’ (ORLANDI, 2010, p. 20)”.
(PETRI, 2013, p. 44)
EXPLORANDO MAIS O PÊNDULO E FINALIZANDO
“a) o pêndulo como mecanismo que está dado, posto como objeto material sobre o
qual o analista avança e interfere em seu funcionamento (ocorre uma instalação);
[…] Rancière (2009, p. 59), ‘A política e a arte, tanto quanto os saberes, constroem ‘fi
cções’, isto é, rearranjos materiais dos signos e das imagens, das relações entre o
que se vê e o que se diz, entre o que se faz e o que se pode fazer’.” (PETRI, p. 45-
46)
“b) os efeitos do movimento pendular nas “relações de sentido”, enquanto vaivém
entre discursos que promove a agregação e o desprendimento de sentidos,
reiterando e transformando, via movimento . […] Instalado o gesto de ler do analista
no interior da discursividade que lhe interessa analisar, temos o pêndulo no ponto
zero e daí começa o movimento. Por um instante, então, o analista suspende o
pêndulo e, imediatamente depois, passa a acompanhá-lo nas idas e vindas da teoria
para a análise, perpassando de diferentes maneiras os elementos constitutivos do
corpus , com suas opacidades, com suas resistências, com suas porosidades, com
sua densidade, com sua inco mpletude constitutiva.” (PETRI, p. 47)
“[…] além de construir seu dispositivo analítico, o analista de discurso deve estar
sempre olhando criticamente para seu próprio trabalho, retomando suas próprias
questões, sendo que precisa lidar com o efeito de fim, pois, num determinado
momento, deve colocar um ponto final, mesmo não acreditando na existência do
fim. A metáfora do pêndulo serve também para ilustrar esse movimento, pois,
uma vez instalado o pêndulo, é de sua natureza seguir oscilando
indefinidamente.” (PETRI, 2013, p. 47)
“Os instrumentos científicos não são feitos para dar respostas, mas para colocar
questões” (HENRY, 1993, p. 36 ).
Referências:
HENRY, Paul. Os fundamentos teóricos da “Análise automática do discurso” de Michel Pêcheux (1969).
Trad. Bethania Mariani. In: GADET, F.; HAK, T. (Org.). Por uma análise automática do discurso.
Campinas: Ed. da Unicamp, 1993. p. 13-38.
ORLANDI, Eni. Formas de individuação do sujeito feminino e sociedade contemporânea: o caso da
delinquência. In: ORLANDI, Eni P. (Org.) Discurso e políticas públicas urbanas: a fabricação do consenso.
Campinas: RG, 2010.
PETRI, Verli. O funcionamento do movimento pendular próprio às análises discursivas na construção do
“dispositivo experimental” da análise de discurso. In: Análise do discurso em perspectiva: teoria, método e
análise. PETRI, Verli et al (org.). Santa Maria, RS: Editora UFSM, 2013[ebook].
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Tradução: Mônica Costa Netto. 2a Ed, São
Paulo; Editora 34, 2009.

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  • 1. PARTE I – CIÊNCIA, POLÍTICA E TECNOLOGIA O FUNCIONAMENTO DO MOVIMENTO PENDULAR PRÓPRIO ÀS ANÁLISES DISCURSIVAS NA CONSTRUÇÃO DO “DISPOSITIVO EXPERIMENTAL” DA ANÁLISE DE DISCURSO (PETRI, 2013, p. 39-48)
  • 2. INTRODUÇÃO “Como acontece em todas as áreas do conhecimento, a Análise de Discurso também tem seus princípios básicos, seus precursores, sua metodologia de análise, seu desenvolvimento no Brasil; bem como tem sua linguagem cientificamente embasada e constituída e suas expressões-chave.” (PETRI, 2013, p. 39) “[…] quero me deter naquilo que fundamenta a metodologia de análise e, por isso, escolhi duas expressões-chave que são: ‘a Análise de Discurso é uma disciplina de entremeio’ e ‘o dispositivo teórico-metodológico da Análise de Discurso se constrói num movimento pendular entre teoria e análise’.” (PETRI, 2013, p. 40)
  • 3. SOBRE O PÊNDULO E SEUS FUNCIONAMENTOS “A definição etimológica nos precisa que essa palavra é proveniente do vocábulo latino pendulus, ‘aquele que pende, que está suspenso, pendurado’. Historicamente, o pêndulo é um objeto bastante usado e discutido na área da Física, sobretudo da Física experimental, enquanto ‘corpo pesado, pendurado num ponto fixo que oscila num movimento de vaivém’. É esse movimento de vaivém, produzido pelo pêndulo, que interessou aos analistas de discurso que passaram a descrever o seu trabalho como um ‘movimento pendular’.” (PETRI, 2013, p. 40)
  • 4. “[…] do ponto de vista da Análise de Discurso “não há ‘aplicação’: cada análise é uma análise, tem-se que voltar à teoria, construir um dispositivo analítico que é próprio ao material que se vai analisar” (Orlandi, 2010, p. 30) “A Análise de Discurso, é bem verdade, não tem uma metodologia única e facilmente descritível, como as áreas mais formais da ciência linguística dizem ter; mas isso não significa não ter metodologia de análise, bem como não significa que qualquer um sob um pretexto qualquer possa desenvolver um dispositivo teórico-analítico em Análise de Discurso.” (PETRI, 2013, p.41)
  • 5. 1. O MOVIMENTO PENDULAR TEM COMO PONTO DE PARTIDA (DE REFERÊNCIA) A INÉRCIA. 2. INÉRCIA: É O LUGAR DE SIGNIFICADOS ESTABILIZADOS NA FORMA DO JÁ-DITO ● A INÉRCIA NO MOVIMENTO PENDULAR É O PONTO DE ENCONTRO ENTRE O ANALISTA, O ARQUIVO E A TEORIA. O MOVIMENTO PENDULAR E A INÉRCIA 3. TEORIA: CONJUNTO DE NOÇÕES BÁSICAS PROVISORIAMENTE ESTABILIZADAS 4.O MOVIMENTO PENDULAR NÃO TEM INÍCIO MARCADO ● PODE INICIAR NA TEORIA OU NA ANÁLISE, SEM PREJUÍZO DO PROCESSO EM SI. PÊNDULO DE FOULCAUT A METÁFORA DO
  • 6. “A metodologia da Análise de Discurso existe, mas não para, está em suspenso, em movimento, (de)pendendo como o pêndulo, relativizando os olhares sobre o mesmo objeto. Isso a caracteriza como em constante movimento, como metodologia capaz de apresentar-se como singularidade.” (PETRI, 2013, p. 41-42) “O funcionamento do movimento pendular das análises discursivas que contribuem para a construção do “dispositivo experimental” da Análise de Discurso tem um funcionamento imperfeito, não correspondendo, portanto, à representação que se tem do pêndulo de Foucault. O movimento pendular que se produz sobre a teoria e as análises de discursos sofre resistências e entra em atrito com seu ponto de apoio, sim!” (PETRI, 2013, p. 43)
  • 7. Resultados de análise ● Podemos afirmar que estes dependem de uma série de elementos de natureza teórica e metodológica que são mobilizados no decorrer do trabalho analítico. Tais resultados também dependem de que o analista abra e feche sua análise compreendendo a abrangência do seu recorte no interior do discurso e proceda à descrição do dispositivo teórico-analítico construído. “Discurso, implica também o gesto de escrever: ‘E a escrita é fundamental para nos dar a medida do que conseguimos e do que não conseguimos compreender/dizer na situação de análise. Apontando sempre, quando a suspendemos (nunca a terminamos), para o que fica ainda por compreender’ (ORLANDI, 2010, p. 20)”. (PETRI, 2013, p. 44)
  • 8. EXPLORANDO MAIS O PÊNDULO E FINALIZANDO “a) o pêndulo como mecanismo que está dado, posto como objeto material sobre o qual o analista avança e interfere em seu funcionamento (ocorre uma instalação); […] Rancière (2009, p. 59), ‘A política e a arte, tanto quanto os saberes, constroem ‘fi cções’, isto é, rearranjos materiais dos signos e das imagens, das relações entre o que se vê e o que se diz, entre o que se faz e o que se pode fazer’.” (PETRI, p. 45- 46) “b) os efeitos do movimento pendular nas “relações de sentido”, enquanto vaivém entre discursos que promove a agregação e o desprendimento de sentidos, reiterando e transformando, via movimento . […] Instalado o gesto de ler do analista no interior da discursividade que lhe interessa analisar, temos o pêndulo no ponto zero e daí começa o movimento. Por um instante, então, o analista suspende o pêndulo e, imediatamente depois, passa a acompanhá-lo nas idas e vindas da teoria para a análise, perpassando de diferentes maneiras os elementos constitutivos do corpus , com suas opacidades, com suas resistências, com suas porosidades, com sua densidade, com sua inco mpletude constitutiva.” (PETRI, p. 47)
  • 9. “[…] além de construir seu dispositivo analítico, o analista de discurso deve estar sempre olhando criticamente para seu próprio trabalho, retomando suas próprias questões, sendo que precisa lidar com o efeito de fim, pois, num determinado momento, deve colocar um ponto final, mesmo não acreditando na existência do fim. A metáfora do pêndulo serve também para ilustrar esse movimento, pois, uma vez instalado o pêndulo, é de sua natureza seguir oscilando indefinidamente.” (PETRI, 2013, p. 47) “Os instrumentos científicos não são feitos para dar respostas, mas para colocar questões” (HENRY, 1993, p. 36 ).
  • 10. Referências: HENRY, Paul. Os fundamentos teóricos da “Análise automática do discurso” de Michel Pêcheux (1969). Trad. Bethania Mariani. In: GADET, F.; HAK, T. (Org.). Por uma análise automática do discurso. Campinas: Ed. da Unicamp, 1993. p. 13-38. ORLANDI, Eni. Formas de individuação do sujeito feminino e sociedade contemporânea: o caso da delinquência. In: ORLANDI, Eni P. (Org.) Discurso e políticas públicas urbanas: a fabricação do consenso. Campinas: RG, 2010. PETRI, Verli. O funcionamento do movimento pendular próprio às análises discursivas na construção do “dispositivo experimental” da análise de discurso. In: Análise do discurso em perspectiva: teoria, método e análise. PETRI, Verli et al (org.). Santa Maria, RS: Editora UFSM, 2013[ebook]. RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Tradução: Mônica Costa Netto. 2a Ed, São Paulo; Editora 34, 2009.