O documento discute como o crescimento do uso de dispositivos móveis está mudando a experiência educacional online. A maioria das instituições de educação a distância ainda não adaptou seus cursos para dispositivos móveis, apesar de quase 40% dos alunos já usarem esses dispositivos. Os objetos de aprendizagem precisam ser projetados para telas menores e aplicativos móveis precisam ser desenvolvidos para acompanhar a mudança nos hábitos dos usuários.
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REVISTALINHADIRETA
TECNOLOGIA
A EXPERIÊNCIA
AO CELULAR
NA EAD
V
ivemos em tempos de revo-
luções aceleradas. “Quando
aprendemos uma resposta,
mudam a pergunta”. Na tec-
nologia, essa é uma lei impetuosa que
vigora desde 1965. Naquele ano, Gordon
Moore, cofundador da Intel, estabeleceu
que a capacidade de processamento dos
computadores dobraria a cada 18 meses.
Conhecida como a Lei de Moore, essa
relação seria aplicada em outros cam-
pos do conhecimento, como o Marke-
ting, em que as descobertas e inovações
ocorrem geometricamente, tornando a
mudança a única certeza.
Na internet, passamos por alguns ciclos
e alternâncias de modelos, em que gran-
desportaiscompáginasiniciaiscarrega-
das de conteúdos deram lugar ao design
com maior impacto, as landing pages,
microsites e lojas virtuais. Os acessos
enquanto indicadores de desempenho
cederam espaço aos acessos qualifica-
dos e às conversões de vendas.
Em algum momento, paramos de
comunicar aleatoriamente para todos
os públicos e passamos a segmentar
e customizar nossas mensagens para
plateias mais relevantes, traçando
estratégias para alcançar objetivos.
Amadurecemos, orientamos e nos
focamos melhor. Ainda assim nos
mantivemos presos, no marketing
digital, a um paradigma de computa-
dores de mesa e laptops, enquanto os
hábitos de navegação e usabilidade
mudavam no nosso entorno.
No Brasil, segundo o eMarketeer, em
2014, 64,9% da população conec-
tada acessou a internet por dispo-
sitivos celulares. E isso muda tudo.
Não muda apenas a experiência
de consumo e o marketing, funda-
mental para o mercado da educação
superior, em que parte substancial
do processo de pesquisa e compra
de cursos dá-se mediada pela rede,
mas muda o consumo da educação
mediada por tecnologia a distância:
o serviço.
A educação a distância cresceu de
maneira contundente na última
década. Em 2002, pouco mais de 6
mil alunos estavam matriculados em
cursos superiores nessa modalidade.
Uma década mais tarde eram 932 mil.
Segundo os dados do Censo EaD
2013, produzido pela Associação
Brasileira de Educação a Distância
(Abed), a internet prevaleceu sobre o
satélite como modelo para transmis-
são de informação nesse segmento.
O levantamento de 2013, produzido
pela Abed, consultou instituições
de todo o País, entre formadoras em
vários níveis e fornecedores de ser-
viços para essa modalidade.
Em 2013, apenas 8,8% das institui-
ções informaram que utilizam o
satélite como forma de distribuição
de áudio e vídeo. O uso intensivo da
internet gera a necessidade de uma
ambientação própria, o chamado
Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA), que é utilizado por 93% das
instituições pesquisadas.
Equipe
Hoper
Educação
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Ainda que a internet, enquanto meio,
tenha prevalecido, as instituições não se
programaram para a explosão da nave-
gação em movimento e em multitelas.
Enquanto 39,8% das instituições pes-
quisadas utilizavam dispositivos móveis
nos cursos, uma maioria esmagadora
não fazia uso dessas tecnologias em
seus cursos, segundo a Abed.
Mediante a revolução digital, os obje-
tos de aprendizagem concebidos para
desktop precisam ser adaptados para as
pequenas telas das tecnologias mobile, e
novos cursos precisam ser inteiramente
concebidos para essas novas mídias e
para seus usuários.
De maneira específica, objetos criados
para desktop precisam se tornar res-
ponsivos para equipamentos móveis, e
novos objetos precisam ser concebidos
para mobile, antes de tudo. O que carac-
teriza um site e um objeto de aprendiza-
gem online responsivo é a existência de
uma única URL para um pedaço do con-
teúdo, paridade de conteúdo e ausência
de redirecionamentos.
Além disso, temos os aplicativos. Esses
softwares possuem uma interface intera-
tiva e mantêm-se disponíveis offline. Per-
mitemaindaousodedispositivosdopró-
prio celular e têm uma velocidade mais
rápida. Por outro lado, precisam ser atua
lizados constantemente e são recursos
“pesados”, que comprometem a memória
dos aparelhos que os hospedam.
Já dispomos de mais de um celular por
habitante em nosso País. Segundo dados
da Teleco, consultoria especializada em
telecomunicações, o Brasil, em setembro
de 2014, possuía 278,5 milhões de celula-
res.Eumemcadaquatrousuáriosdesses
aparelhos já utilizava seus telefones para
acessar a rede. Uma revolução no hábito
de consumo que configura um desdo-
bramento e uma violenta alternância no
mercado de EaD. Um ambiente de negó-
cios no qual muitos players ainda não
atuam e que, na realidade, evolui e torna
defasadas soluções restritas a computa-
dores e laptops.
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