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CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"
Campus de Marília
MACROECONOMIA
Aula 3
Macroeconomia Básica
Modelo Keynesiano Simples de Determinação
de Renda a Curto Prazo
Tópicos de discussão
 Introdução
 Princípio da demanda efetiva
 Modelo keynesiano simples (o lado real)
 Modelo keynesiano com consumo e
investimento
 Modelo de determinação da renda com o
governo
 Introduzindo o setor externo
 Considerações Finais
Introdução
 A crise de 1930 e a Grande Depressão coloca em
xeque os axiomas da teoria clássica, segundo a qual
o desemprego seria um fenômeno voluntário.
 Ganham vulto as idéias que viam o problema da
Depressão como insuficiência de demanda
agregada.
 A principal contribuição foi a obra de John Maynard
Keynes, A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da
Moeda (1936), em que o autor desenvolve o
chamado Princípio da Demanda Efetiva
Princípio da demanda efetiva
 O empresário toma sua decisão de quantos
trabalhadores contratar e de quanto produzir com
base em quanto ele espera vender.
 O volume de emprego é uma atribuição dos
empresários, com base em quanto eles esperam
vender, e não no mercado de trabalho, como no
modelo clássico.
 Em uma situação de desemprego, de nada adianta a
redução salarial para induzir maiores contratações se
os empresários acharem que não terão para quem
vender a produção adicional.
Princípio da demanda efetiva
 Para definir o nível de produção o empresário confronta duas curvas
virtuais:
• Oferta agregada: a renda necessária para o empresário oferecer
determinado volume de emprego (reflete os custos).
• Demanda agregada: a renda que o empresário espera receber por
oferecer determinado volume de emprego (reflete as expectativas).
 A maximização do lucro faz com que o emprego aumente enquanto
a renda esperada (demanda agregada) superar a renda necessária
(oferta agregada).
 A intersecção dessas duas curvas determina o nível de produção e,
assim, a demanda efetiva por emprego.
Princípio da demanda efetiva
 Dado o nível de emprego, determinado pela demanda
efetiva, o salário real se ajustará para igualá-lo à
produtividade marginal do trabalho (PmgN).
 Como a produtividade marginal do trabalho é
decrescente, expansões do emprego são acompanhadas
por quedas no salário real, sendo, portanto, anticíclico o
comportamento dos salários reais.
 Mas não é sua queda que induz o crescimento do
emprego e do produto, como supõem os clássicos, pois
a causação é justamente inversa.
Princípio da demanda efetiva
 Dada a massa de salários reais, a disputa dos
trabalhadores por salários nominais é uma luta
pela repartição dessa massa salarial entre as
diferentes categorias. Com isso, explica-se a
inflexibilidade para baixo dos salários
nominais.
 Portanto, para analisarmos a determinação do
nível de emprego e, por conseguinte, a causa do
desemprego, deve-se olhar o comportamento da
demanda efetiva.
Princípio da demanda efetiva
 Os principais componentes da demanda são o consumo e o
investimento.
 O consumo é uma função estável da renda (propensão marginal da
consumir > 0 e < 1).
 A estabilidade da propensão marginal a consumir faz com que a
instabilidade da demanda, que provoca flutuações econômicas, não
decorra do consumo, mas das flutuações do investimento.
 No modelo keynesiano, o investimento é tanto um elemento da
demanda agregada a curto prazo, como também um elemento da
oferta agregada a longo prazo, ao ampliar a capacidade produtiva.
Princípio da demanda efetiva
 Ao tomar a decisão de investimento, o empresário está interessado no
retorno que um dado bem de capital lhe conferirá ao longo de sua
existência.
 Esse retorno está relacionado tanto ao custo do investimento (oferta
agregada) quanto às condições do mercado de bens (demanda agregada).
 A decisão de investir é tomada a partir do confronto entre o valor presente
do fluxo de receita esperada do investimento (preço de demanda do
bem de capital), frente ao custo de realizá-lo (preço de oferta do bem
capital).
 A eficiência marginal do capital é a taxa de desconto que iguala o fluxo
de receitas esperado ao custo do investimento.
 Se esta taxa for superior à taxa de juros, que corresponde ao custo de se
obter empréstimos para realizar o investimento ou o custo de oportunidade
de se imobilizar os recursos, o empresário investe; se for o contrário, não
investe.
Princípio da demanda efetiva
Exemplo
 Custo do investimento (preço de oferta do bem de capital) = R$ 5 milhões
 Fluxo de receita esperada = R$ 1,2 milhão/ano
 Período (n) = 6 anos
 Eficiência Marginal do Capital (EMK)
• Preço de Oferta (PV) = Fluxo de renda (PMT) x 1 – (1 + EMK)-n
EMK
• 5 = 1,2 x 1– (1 + EMK)-n
EMK
• EMK = 11,5305%
 Na hipótese da Taxa de Juros = 14%, o empresário não investirá
Princípio da demanda efetiva
Exemplo (usando uma calculadora financeira)
[n] [i%] [PV] [PMT]
VALOR TECLA
5.000 [CHS] [PV]
1.200 [PMT]
6 [n]
[i] 11,5305 %
Princípio da demanda efetiva
 O problema é que a Eficiência Marginal do Capital é muito instável, uma
vez que é calculada a partir de expectativas dos empresários, cuja base de
formação é bastante precária, dada a incerteza em relação ao futuro.
 A Eficiência Marginal do Capital pode alterar-se tanto por pressões na
indústria produtora de bens de capital, como por mudanças nas
expectativas dos empresários.
 Com isso, o investimento tende a sofrer fortes oscilações, impactando o
nível de demanda agregada e a atividade econômica.
 Para estabilizar a economia, Keynes propõe uma atuação mais efetiva do
Estado, tanto por meio de gastos públicos, que compensem a falta de
demanda privada, quanto pelo direcionamento e incentivos aos
investimentos, via redução da carga tributária, etc.
Princípio da demanda efetiva
 A principal contribuição normativa de Keynes foi propor
o uso de políticas fiscais compensatórias que tenderiam
a ser muito mais eficientes do que os instrumentos
monetários, cuja eficácia dependeria de um duplo
condicionante: a capacidade da política monetária afetar
as taxas de juros, e uma vez que tenha afetado, que
está não seja sobrepujada por alterações na eficiência
marginal do capital, que limitem o impacto das
alterações na taxa sobre o investimento.
Modelo keynesiano simples
(o lado real)
 O produto (renda) é determinado pela
demanda agregada, não existindo
restrições do lado da oferta para a
expansão do produto.
Modelo keynesiano simples
(o lado real)
 O produto (renda) é determinado pela demanda
agregada, não existindo restrições do lado da oferta para
a expansão do produto (existem recursos
desempregados).
 Condição de equilíbrio, no mercado, é dada por:
Oferta Agregada de bens e serviços = Demanda Agregada de bens e serviços
Modelo keynesiano simples
(o lado real)
Modelo keynesiano simples (o lado real)
 Considerando, inicialmente, Consumo e Investimento (economia fechada e sem
governo)
• Y = C + I
• Onde Y = Produto Real
C = Despesas de Consumo
I = Gastos com Investimento
• I = Ivoluntáro + Iinvoluntário
• Demanda agregada Efetiva
 DAefetiva = C + I
 DA planejada = C + Ivoluntário
 Iinvoluntário = DAefetiva – DAplanejada
 Iinvoluntário = Y – (C + Ivoluntário)
Modelo keynesiano simples (o lado real)
• Condição de equilíbrio: Iinvoluntário = 0
 Se o produto (demanda efetiva) for menor que a demanda agregada planejada,
configura-se uma situação de excesso de demanda, provocando retração de
estoques, ou seja, o Iinvoluntário é menor que zero.
 Nessa situação as empresas contratarão mais trabalhadores e ampliarão a
produção, de modo a atender a demanda, de modo que a variação indesejada
de estoques seja zero.
 Se o produto (demanda efetiva) for maior que a demanda agregada planejada,
configura-se uma situação de excesso de oferta, provocando acumulação de
estoques, ou seja, o Iinvoluntário é maior que zero.
 Nessa situação as empresas diminuem a produção, de modo a cessar o
aumento de estoques.
 IMPORTANTE: OS PREÇOS NÃO DESEMPENHAM QUALQUER PAPEL NO
AJUSTAMENTO ECONÔMICO, QUE SE DÁ PELO MOVIMENTO DE ESTOQUES.
ISSO TAMBÉM É CHAMADO DE POLÍTICA DE AJUSTAMENTO DE
ESTOQUES.
Modelo keynesiano simples (o lado real)
 Determinação da Renda (apenas com consumo)
 Y = DA
 Y = C
 C = C(Y)
 C = Co + cY
 Onde:
• Co = Consumo autônomo (Co > 0)
• C = Propensão Marginal a Consumir (0 < c < 1)
 Consumo autônomo (Co)corresponde ao consumo que independe do nível de
renda, ou seja, existe mesmo que a renda seja zero (consumo de subsistência
financiado por venda de ativos anteriormente acumulados ou por ajuda
externa).
 Propensão Marginal a Consumir (c) mostra a parcela da renda destinada ao
consumo: quanto cresce o consumo a partir de aumentos da renda
Modelo keynesiano simples (o lado real)
 Condição de equilíbrio: OA = DA
 Oferta agregada: OA = Y
 Demanda agregada: DA = C = Co + cY
 Y = Co + cY
 Y – cY = Co
 YE = __1__ . Co
(1 – c)
Modelo keynesiano simples (o lado real)
Modelo keynesiano simples (o lado real)
 Exemplo
 C = 100 + 0,8 Y
 Y = C
 Y = 100 + 0,8Y
 Y – 0,8Y = 100
 YE = ___1___ . 100
(1 – 0,8)
 YE = 500
Modelo keynesiano com consumo e investimento
 I = I0
 DA = C + I0
 Y = C + I
 Y = C + cY + I0
 YE = __1__ (C0 + I0)
(1 – c)
 Ótica dos vazamentos ou injeções de renda
Modelo keynesiano com consumo e investimento
Modelo keynesiano com consumo e investimento
 Multiplicador de gastos = _____variação da renda nacional_______ = _ΔY_
variação autônoma da demanda agregada ΔDA
 I; cΔI; c(cΔI); c(c(cΔI);...
 ΔI; cΔI; c2ΔI; c3ΔI; c4ΔI;...
 Temos assim uma Progressão Geométrica (PG) de razão c,
com c < 1
 ΔY = ΔI + cΔI + c2ΔI + c3ΔI + c4ΔI + ...
 ΔY = __1__ . ΔI onde 1/(1-c) é o multiplicador de gastos
(1 – c)
Modelo keynesiano com consumo e investimento
 Um ponto importante a destacar no processo do multiplicador é que o
crescimento da renda, por meio do efeito multiplicador, gera um
crescimento na poupança em magnitude igual à despesa inicial.
 (1 – c) ΔI; (1 – c) cΔI; (1 – c) c2ΔI; (1 – c) c3ΔI; (1 – c) c4ΔI;...
 O somatório desta seqüência é:
 uma Progressão Geométrica (PG) de razão c, com c < 1
 ΔS = __1__ . (1 – c) ΔI ou seja, ΔS = ΔI
(1 – c)
Modelo keynesiano com consumo e investimento
 Outro ponto interessante a destacar é o chamado Paradoxo
da Parcimônia.
 De acordo com esse modelo, em um dado país, onde se faça
campanha para elevar sua taxa de poupança, se os gastos
autônomos (I) forem mantidos inalterados, uma elevação na
propensão marginal a poupar levará a uma queda na renda.
 ΔY = __1__ . ΔI ou seja, ΔS = ΔI
(1 – c)
Modelo keynesiano com consumo e investimento
O modelo keynesiano, tal como descrito aqui, é valido em situações
em que exista capacidade ociosa. Uma vez atingido o limite da
capacidade produtiva, uma expansão de demanda levará, como no
modelo clássico, à elevação dos preços. Podemos definir o hiato
inflacionário no modelo keynesiano, como o excesso de demanda
em uma situação de pleno emprego
Modelo de determinação da renda com o Governo
 O gasto público é um elemento da demanda que se soma ao
consumo e ao investimento; os impostos são subtraídos da renda.
 C = C(Yd)
 Yd = Y – T + R
 Onde
 Yd = renda disponível
 Y = renda nacional (total)
 T = arrecadação de impostos
 R = transferências do governo ao setor privado
 Para efeito de simplificação vamos considerar as transferências como
impostos negativos e seus valores já se encontrem deduzidos da
arrecadação total de impostos.
Modelo de determinação da renda com o Governo
 T = tY
 Onde t = participação do imposto no produto (0 < t < 1)
 G = G0 (gasto autônomo)
 C = C0 + c(Y – T) = C0 + c (Y – tY)
 DA = C + I + G
 Y = C0 + c (Y – tY) + I0 + G0
 YE = _____1______ . (C0 + I0 + G0)
 1 – c(1 – t)
Introduzindo o setor externo
 Se considerarmos
• X = X0 (exportações dependem da renda do resto do mundo e da
taxa de câmbio e consideraremos com variáveis dadas)
• Y = mY (importações dependem da renda interna Y e da
propensão marginal a importar m)
 Y = C0 + c (Y – tY) + I0 + G0 + X0 - mY
 YE = _______1______ . (C0 + I0 + G0 + X0)
 1 – c(1 – t) + m
Considerações finais
 No modelo keynesiano, ao contrário do modelo
clássico, a demanda agregada assume o papel
determinante no nível de renda, não havendo
limitações no lado da oferta.
 Esse modelo ajusta-se a uma situação em que
existe ampla capacidade ociosa, de tal modo que as
empresas possam atender qualquer demanda
adicional, sem pressionar os respectivos custos e,
portanto, os preços.
 Em um ambiente como esse, a política fiscal passa a
assumir grande importância para evitar profundas
oscilações de renda, uma vez que o governo pode,
por meio de seus gastos e arrecadação, ampliar ou
contrair a demanda agregada.

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  • 1. CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" Campus de Marília MACROECONOMIA Aula 3 Macroeconomia Básica Modelo Keynesiano Simples de Determinação de Renda a Curto Prazo
  • 2. Tópicos de discussão  Introdução  Princípio da demanda efetiva  Modelo keynesiano simples (o lado real)  Modelo keynesiano com consumo e investimento  Modelo de determinação da renda com o governo  Introduzindo o setor externo  Considerações Finais
  • 3. Introdução  A crise de 1930 e a Grande Depressão coloca em xeque os axiomas da teoria clássica, segundo a qual o desemprego seria um fenômeno voluntário.  Ganham vulto as idéias que viam o problema da Depressão como insuficiência de demanda agregada.  A principal contribuição foi a obra de John Maynard Keynes, A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936), em que o autor desenvolve o chamado Princípio da Demanda Efetiva
  • 4. Princípio da demanda efetiva  O empresário toma sua decisão de quantos trabalhadores contratar e de quanto produzir com base em quanto ele espera vender.  O volume de emprego é uma atribuição dos empresários, com base em quanto eles esperam vender, e não no mercado de trabalho, como no modelo clássico.  Em uma situação de desemprego, de nada adianta a redução salarial para induzir maiores contratações se os empresários acharem que não terão para quem vender a produção adicional.
  • 5. Princípio da demanda efetiva  Para definir o nível de produção o empresário confronta duas curvas virtuais: • Oferta agregada: a renda necessária para o empresário oferecer determinado volume de emprego (reflete os custos). • Demanda agregada: a renda que o empresário espera receber por oferecer determinado volume de emprego (reflete as expectativas).  A maximização do lucro faz com que o emprego aumente enquanto a renda esperada (demanda agregada) superar a renda necessária (oferta agregada).  A intersecção dessas duas curvas determina o nível de produção e, assim, a demanda efetiva por emprego.
  • 6. Princípio da demanda efetiva  Dado o nível de emprego, determinado pela demanda efetiva, o salário real se ajustará para igualá-lo à produtividade marginal do trabalho (PmgN).  Como a produtividade marginal do trabalho é decrescente, expansões do emprego são acompanhadas por quedas no salário real, sendo, portanto, anticíclico o comportamento dos salários reais.  Mas não é sua queda que induz o crescimento do emprego e do produto, como supõem os clássicos, pois a causação é justamente inversa.
  • 7. Princípio da demanda efetiva  Dada a massa de salários reais, a disputa dos trabalhadores por salários nominais é uma luta pela repartição dessa massa salarial entre as diferentes categorias. Com isso, explica-se a inflexibilidade para baixo dos salários nominais.  Portanto, para analisarmos a determinação do nível de emprego e, por conseguinte, a causa do desemprego, deve-se olhar o comportamento da demanda efetiva.
  • 8. Princípio da demanda efetiva  Os principais componentes da demanda são o consumo e o investimento.  O consumo é uma função estável da renda (propensão marginal da consumir > 0 e < 1).  A estabilidade da propensão marginal a consumir faz com que a instabilidade da demanda, que provoca flutuações econômicas, não decorra do consumo, mas das flutuações do investimento.  No modelo keynesiano, o investimento é tanto um elemento da demanda agregada a curto prazo, como também um elemento da oferta agregada a longo prazo, ao ampliar a capacidade produtiva.
  • 9. Princípio da demanda efetiva  Ao tomar a decisão de investimento, o empresário está interessado no retorno que um dado bem de capital lhe conferirá ao longo de sua existência.  Esse retorno está relacionado tanto ao custo do investimento (oferta agregada) quanto às condições do mercado de bens (demanda agregada).  A decisão de investir é tomada a partir do confronto entre o valor presente do fluxo de receita esperada do investimento (preço de demanda do bem de capital), frente ao custo de realizá-lo (preço de oferta do bem capital).  A eficiência marginal do capital é a taxa de desconto que iguala o fluxo de receitas esperado ao custo do investimento.  Se esta taxa for superior à taxa de juros, que corresponde ao custo de se obter empréstimos para realizar o investimento ou o custo de oportunidade de se imobilizar os recursos, o empresário investe; se for o contrário, não investe.
  • 10. Princípio da demanda efetiva Exemplo  Custo do investimento (preço de oferta do bem de capital) = R$ 5 milhões  Fluxo de receita esperada = R$ 1,2 milhão/ano  Período (n) = 6 anos  Eficiência Marginal do Capital (EMK) • Preço de Oferta (PV) = Fluxo de renda (PMT) x 1 – (1 + EMK)-n EMK • 5 = 1,2 x 1– (1 + EMK)-n EMK • EMK = 11,5305%  Na hipótese da Taxa de Juros = 14%, o empresário não investirá
  • 11. Princípio da demanda efetiva Exemplo (usando uma calculadora financeira) [n] [i%] [PV] [PMT] VALOR TECLA 5.000 [CHS] [PV] 1.200 [PMT] 6 [n] [i] 11,5305 %
  • 12. Princípio da demanda efetiva  O problema é que a Eficiência Marginal do Capital é muito instável, uma vez que é calculada a partir de expectativas dos empresários, cuja base de formação é bastante precária, dada a incerteza em relação ao futuro.  A Eficiência Marginal do Capital pode alterar-se tanto por pressões na indústria produtora de bens de capital, como por mudanças nas expectativas dos empresários.  Com isso, o investimento tende a sofrer fortes oscilações, impactando o nível de demanda agregada e a atividade econômica.  Para estabilizar a economia, Keynes propõe uma atuação mais efetiva do Estado, tanto por meio de gastos públicos, que compensem a falta de demanda privada, quanto pelo direcionamento e incentivos aos investimentos, via redução da carga tributária, etc.
  • 13. Princípio da demanda efetiva  A principal contribuição normativa de Keynes foi propor o uso de políticas fiscais compensatórias que tenderiam a ser muito mais eficientes do que os instrumentos monetários, cuja eficácia dependeria de um duplo condicionante: a capacidade da política monetária afetar as taxas de juros, e uma vez que tenha afetado, que está não seja sobrepujada por alterações na eficiência marginal do capital, que limitem o impacto das alterações na taxa sobre o investimento.
  • 14. Modelo keynesiano simples (o lado real)  O produto (renda) é determinado pela demanda agregada, não existindo restrições do lado da oferta para a expansão do produto.
  • 15. Modelo keynesiano simples (o lado real)  O produto (renda) é determinado pela demanda agregada, não existindo restrições do lado da oferta para a expansão do produto (existem recursos desempregados).  Condição de equilíbrio, no mercado, é dada por: Oferta Agregada de bens e serviços = Demanda Agregada de bens e serviços
  • 17. Modelo keynesiano simples (o lado real)  Considerando, inicialmente, Consumo e Investimento (economia fechada e sem governo) • Y = C + I • Onde Y = Produto Real C = Despesas de Consumo I = Gastos com Investimento • I = Ivoluntáro + Iinvoluntário • Demanda agregada Efetiva  DAefetiva = C + I  DA planejada = C + Ivoluntário  Iinvoluntário = DAefetiva – DAplanejada  Iinvoluntário = Y – (C + Ivoluntário)
  • 18. Modelo keynesiano simples (o lado real) • Condição de equilíbrio: Iinvoluntário = 0  Se o produto (demanda efetiva) for menor que a demanda agregada planejada, configura-se uma situação de excesso de demanda, provocando retração de estoques, ou seja, o Iinvoluntário é menor que zero.  Nessa situação as empresas contratarão mais trabalhadores e ampliarão a produção, de modo a atender a demanda, de modo que a variação indesejada de estoques seja zero.  Se o produto (demanda efetiva) for maior que a demanda agregada planejada, configura-se uma situação de excesso de oferta, provocando acumulação de estoques, ou seja, o Iinvoluntário é maior que zero.  Nessa situação as empresas diminuem a produção, de modo a cessar o aumento de estoques.  IMPORTANTE: OS PREÇOS NÃO DESEMPENHAM QUALQUER PAPEL NO AJUSTAMENTO ECONÔMICO, QUE SE DÁ PELO MOVIMENTO DE ESTOQUES. ISSO TAMBÉM É CHAMADO DE POLÍTICA DE AJUSTAMENTO DE ESTOQUES.
  • 19. Modelo keynesiano simples (o lado real)  Determinação da Renda (apenas com consumo)  Y = DA  Y = C  C = C(Y)  C = Co + cY  Onde: • Co = Consumo autônomo (Co > 0) • C = Propensão Marginal a Consumir (0 < c < 1)  Consumo autônomo (Co)corresponde ao consumo que independe do nível de renda, ou seja, existe mesmo que a renda seja zero (consumo de subsistência financiado por venda de ativos anteriormente acumulados ou por ajuda externa).  Propensão Marginal a Consumir (c) mostra a parcela da renda destinada ao consumo: quanto cresce o consumo a partir de aumentos da renda
  • 20. Modelo keynesiano simples (o lado real)  Condição de equilíbrio: OA = DA  Oferta agregada: OA = Y  Demanda agregada: DA = C = Co + cY  Y = Co + cY  Y – cY = Co  YE = __1__ . Co (1 – c)
  • 21. Modelo keynesiano simples (o lado real)
  • 22. Modelo keynesiano simples (o lado real)  Exemplo  C = 100 + 0,8 Y  Y = C  Y = 100 + 0,8Y  Y – 0,8Y = 100  YE = ___1___ . 100 (1 – 0,8)  YE = 500
  • 23. Modelo keynesiano com consumo e investimento  I = I0  DA = C + I0  Y = C + I  Y = C + cY + I0  YE = __1__ (C0 + I0) (1 – c)  Ótica dos vazamentos ou injeções de renda
  • 24. Modelo keynesiano com consumo e investimento
  • 25. Modelo keynesiano com consumo e investimento  Multiplicador de gastos = _____variação da renda nacional_______ = _ΔY_ variação autônoma da demanda agregada ΔDA  I; cΔI; c(cΔI); c(c(cΔI);...  ΔI; cΔI; c2ΔI; c3ΔI; c4ΔI;...  Temos assim uma Progressão Geométrica (PG) de razão c, com c < 1  ΔY = ΔI + cΔI + c2ΔI + c3ΔI + c4ΔI + ...  ΔY = __1__ . ΔI onde 1/(1-c) é o multiplicador de gastos (1 – c)
  • 26. Modelo keynesiano com consumo e investimento  Um ponto importante a destacar no processo do multiplicador é que o crescimento da renda, por meio do efeito multiplicador, gera um crescimento na poupança em magnitude igual à despesa inicial.  (1 – c) ΔI; (1 – c) cΔI; (1 – c) c2ΔI; (1 – c) c3ΔI; (1 – c) c4ΔI;...  O somatório desta seqüência é:  uma Progressão Geométrica (PG) de razão c, com c < 1  ΔS = __1__ . (1 – c) ΔI ou seja, ΔS = ΔI (1 – c)
  • 27. Modelo keynesiano com consumo e investimento  Outro ponto interessante a destacar é o chamado Paradoxo da Parcimônia.  De acordo com esse modelo, em um dado país, onde se faça campanha para elevar sua taxa de poupança, se os gastos autônomos (I) forem mantidos inalterados, uma elevação na propensão marginal a poupar levará a uma queda na renda.  ΔY = __1__ . ΔI ou seja, ΔS = ΔI (1 – c)
  • 28. Modelo keynesiano com consumo e investimento O modelo keynesiano, tal como descrito aqui, é valido em situações em que exista capacidade ociosa. Uma vez atingido o limite da capacidade produtiva, uma expansão de demanda levará, como no modelo clássico, à elevação dos preços. Podemos definir o hiato inflacionário no modelo keynesiano, como o excesso de demanda em uma situação de pleno emprego
  • 29. Modelo de determinação da renda com o Governo  O gasto público é um elemento da demanda que se soma ao consumo e ao investimento; os impostos são subtraídos da renda.  C = C(Yd)  Yd = Y – T + R  Onde  Yd = renda disponível  Y = renda nacional (total)  T = arrecadação de impostos  R = transferências do governo ao setor privado  Para efeito de simplificação vamos considerar as transferências como impostos negativos e seus valores já se encontrem deduzidos da arrecadação total de impostos.
  • 30. Modelo de determinação da renda com o Governo  T = tY  Onde t = participação do imposto no produto (0 < t < 1)  G = G0 (gasto autônomo)  C = C0 + c(Y – T) = C0 + c (Y – tY)  DA = C + I + G  Y = C0 + c (Y – tY) + I0 + G0  YE = _____1______ . (C0 + I0 + G0)  1 – c(1 – t)
  • 31. Introduzindo o setor externo  Se considerarmos • X = X0 (exportações dependem da renda do resto do mundo e da taxa de câmbio e consideraremos com variáveis dadas) • Y = mY (importações dependem da renda interna Y e da propensão marginal a importar m)  Y = C0 + c (Y – tY) + I0 + G0 + X0 - mY  YE = _______1______ . (C0 + I0 + G0 + X0)  1 – c(1 – t) + m
  • 32. Considerações finais  No modelo keynesiano, ao contrário do modelo clássico, a demanda agregada assume o papel determinante no nível de renda, não havendo limitações no lado da oferta.  Esse modelo ajusta-se a uma situação em que existe ampla capacidade ociosa, de tal modo que as empresas possam atender qualquer demanda adicional, sem pressionar os respectivos custos e, portanto, os preços.  Em um ambiente como esse, a política fiscal passa a assumir grande importância para evitar profundas oscilações de renda, uma vez que o governo pode, por meio de seus gastos e arrecadação, ampliar ou contrair a demanda agregada.