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ENTECA 2013
IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura
1 a 3 de outubro de 2013
CARACTERIZAÇÃO DO FUNDO DE VALE DO RIBEIRÃO
MORANGUEIRO NA CIDADE DE MARINGÁ – PR
Fernanda Cavicchioli Zola1
Beatriz Brandão Assis Gonzales2
Christopher Yuity Kuroda3
Lúcia Tiemi Yano43
Silas Daniel Roveri5
Cristhiane Michiko Passos Okawa6
RESUMO
A cidade de Maringá, famosa pelo seu paisagismo onde o verde é predominante, apresenta alguns
problemas ambientais que, caso não sejam devidamente reconhecidos e estabelecidas metas para
sua mitigação, poderão causar danos irreparáveis a curto, médio e longo prazo. Este artigo tem por
objetivo caracterizar o fundo de vale do ribeirão Morangueiro, área que sofre alagamentos e erosão
decorrentes de chuvas intensas e de rede coletora de drenagem urbana insuficiente. O método
adotado foi a observação direta através de visita no local e os resultados apresentados possuem
natureza qualitativa. Foram encontrados diversos problemas ambientais como: processos erosivos,
ocupação irregular da terra, descarte de resíduos sólidos urbanos em seu entorno, presença de
espécie invasora de vegetação (leucena), entre outros. Conclui-se que há necessidade de
intervenções, buscando alternativas sustentáveis para revitalização do local.
Palavras-chave: Ribeirão Morangueiro Maringá. Fundos de vales. Erosão e drenagem urbana.
1
Mestranda, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana-
PEU, nanda_fc@uol.com.br
2
Mestranda, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana-
PEU, bbagonzales@yahoo.com.br
3
Mestrando, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana-
PEU, christopherkuroda@gmail.com
4
Engenheira Civil, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Departamento de Engenharia Civil-DEC,
lucia.tiemi@gmail.com
5
Graduando, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Graduação em Engenharia Civil-DEC,
silas.roveri@gmail.com
6
Profa
. Dra
., Universidade Estadual de Maringá-UEM, Departamento de Engenharia Civil-DEC,
cmpokawa@uem.br
IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 2
1. INTRODUÇÃO
A cidade de Maringá encontra-se situada no norte do Estado do Paraná, possuindo as
coordenadas 23°25’S e 51°55’O, exatamente na latitude do Trópico de Capricórnio e sua variação
altimétrica está entre 450 e 600 metros. A cidade foi fundada pela Companhia Melhoramentos
Norte do Paraná (CMNP), como parte do seu projeto pioneiro de colonização para a região norte do
Paraná, em 10 de maio de 1947 (LUZ, 1997).
O traçado urbano-viário inicialmente projetado para a cidade apresenta forma de tabuleiro de
xadrez, cujo intuito é o de diminuir a velocidade das águas de chuvas, acompanhando as áreas com
suaves variações no relevo ou quase planas e, na forma semi-radial nas áreas que se caracterizam
como sendo colinas. Esse projeto inicial inclui também três grandes bosques, objetivando a
preservação da antiga vegetação original; além disso, as áreas marginais à rede de drenagem foram
consideradas de preservação permanente (ZAMUNER; NÓBREGA; MARTONI, 2002).
Com relação às características ambientais da área urbana do município de Maringá, o
sistema hídrico é composto por 20 córregos, dos quais 19 possuem suas nascentes dentro do
perímetro urbano. Os contribuintes possuem o leito encaixado nos fundos de vales que cortam a
malha urbana de Maringá, percorrendo 70 km (CRISTIANO; ARAÚJO; CORINO, 2011).
Topograficamente, o fundo de vale é o ponto com menor cota para onde, naturalmente, a
água da chuva escoa, ou seja, é o ponto de encontro da água de todo seu entorno, sendo assim
considerado um dreno natural de uma determinada região. Estes são importantes locais para a
preservação dos corpos hídricos (TRENTIN; SIMON, 2013).
Com a urbanização acelerada e desordenada, ocorre a impermeabilização de boa parte do
solo, impedindo assim a infiltração das águas pluviais neste, resultando em um aumento
significativo das vazões máximas a serem drenadas e que chegarão a esses fundos de vale. Além
disso, ocorre redução no tempo de concentração, o que ocasiona um aumento cada vez maior no
escoamento superficial, na produção de sedimentos e na deterioração da qualidade da água por meio
da lavagem de ruas e de passeios, havendo transtornos e prejuízos cada vez mais significativos
(ZAMUNER, 2001).
O aumento no escoamento superficial pode provocar inundações e alagamentos pelo
acúmulo de águas em pontos de saturação do escoamento da rede pluvial (SILVEIRA, 2002) ou
provocar processos erosivos, que se agravam em consequência da destruição da vegetação nativa,
nos leitos dos corpos d’água receptores da rede de drenagem. Assim, esse aumento considerável do
volume de águas escoadas ocasiona o surgimento de voçorocas e taludes instáveis (ZAMUNER;
NÓBREGA; MARTONI, 2002).
Isso tem sido verificado no fundo de vale do ribeirão Morangueiro, na cidade de Maringá-
PR, imediatamente à jusante do Parque Alfredo Werner Nyffeler, onde observa-se um processo de
erosão acentuado. Este processo é agravado em consequência da alta taxa de impermeabilização do
solo ao redor da bacia, o que tem elevado o escoamento superficial, gerando um aumento no fluxo
de águas da chuva que escoam para o local, devido a geomorfologia da região.
Dentro deste contexto, o objetivo desse trabalho é caracterizar o fundo de vale do ribeirão
Morangueiro, tido como área de preservação ambiental. O método adotado é a observação direta
através de visita no local, com registro fotográfico, e os resultados apresentados possuem natureza
qualitativa.
2. DESENVOLVIMENTO
A cidade de Maringá possui uma área territorial de aproximadamente 487 km2
e uma
população de 357.077 habitantes, sendo caracterizada como um município de médio porte (IBGE,
2010). Fundada em 10 de maio de 1947, pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, Maringá
possui uma das maiores concentrações de área verde, com aproximadamente 26,65 m2
por
IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 3
habitante. A cidade possui árvores de diversas espécies plantadas ao longo das ruas, avenidas e
praças e 17 bosques que totalizam 217,8 ha de matas nativas (HISTÓRIA DE MARINGÁ, 2013).
A delimitação das áreas de fundo de vale ocorreu no ano de 1977, sendo realizada pelo
arquiteto Nildo Ribeiro da Rocha Neto. Tal trabalho teve por objetivo a preservação dos aspectos
naturais da cidade. E, com a criação, em 2002, do projeto de Lei municipal nº 447, foi possível a
implementação de modificações na zona de proteção ambiental, modificações estas que puderam
ser comprovadas através de documentos que indicavam impactos ambientais no local (ANTONIO,
2007).
A ocupação irregular em áreas de fundo de vale pode ser caracterizada não apenas como um
problema ambiental, mas também como um problema socioeconômico, o qual reflete as questões de
moradia da população mais carente, que se aproveita destes espaços para construir suas residências,
tanto em cidades de médio quanto de grande porte no Brasil (FALCÃO; PINHEIRO;
RODRIGUES, 2009).
A população urbana cresceu de forma significativa em Maringá com o decorrer das décadas.
Até a década de 70, a população rural ainda superava a urbana. Entre as décadas de 70 e 80, o
incremento na população urbana superou a população rural, mas somente entre as décadas de 90 e
2000, com a mecanização das culturas agrícolas, o êxodo rural se intensificou e, em 2010 a
população urbana atingiu 350.353 habitantes, enquanto a população rural somava 6.424 habitantes
(IBGE, 2010).
Este aumento significativo da população urbana resultou em demanda por espaços para
construção civil. Áreas da cidade que não estavam inicialmente planejadas para a moradia se
transformaram em bairros com grande acúmulo de população, muitas vezes sem o devido
planejamento urbano/ambiental necessário, o que refletiu diretamente nas áreas de fundo de vale,
que foram ocupadas com moradias ou lixões clandestinos. Segundo Linjardi (2009), em um
levantamento realizado pela Força Verde, foram quantificadas mais de 100 invasões nos fundos de
vale da cidade.
2.1. Delimitação da área de estudo
O ribeirão Morangueiro é um dos principais afluentes da bacia do alto rio Pirapó, possuindo
uma área de 41,9 km2
, com cotas altimétricas entre 505 e 530 m. Este ribeirão tem sua nascente na
área urbana de Maringá, no Parque Alfredo Werner Nyffeler e possui uma extensão de 12,5 km na
direção nordeste–sudoeste até desaguar no ribeirão Sarandi, que tem sua foz situada no rio Pirapó, à
jusante da captação de água que abastece Maringá (HESPANHOL, 2009).
O parque Alfredo Werner Nyffeler foi implantado em 1988 para revitalização de área
degradada, devido a um processo de erosão que existia anteriormente, sendo construída uma represa
no local para conter o processo erosivo. O parque está localizado na zona 23, entre as ruas Havaí,
Filipinas, Bogotá e Buenos Aires, na Vila Morangueira e, possui cerca de 104.867,82 m2
com uma
pista para caminhada de 1.005 m ao redor de seu perímetro. Situado em uma ZP14 (Zona de
Proteção Ambiental 14), a implantação do parque ocorreu objetivando a proteção da nascente do
ribeirão Morangueiro (MARINGÁ a, 2013). A área foi isolada com uma cerca e foi feita
urbanização, possibilitando um local para lazer para a população ao redor.
A bacia hidrográfica está representada na Figura 1. Observa-se que a área de contribuição
deságua no ribeirão Morangueiro, que é afluente do rio Pirapó.
Entre as coordenadas 23°24'42.73"S, 51°55'8.09"O e 23°24'33.83"S, 51°54'52.90"O foi
construído o parque Alfredo Werner Nyffeler (Figura 2), também conhecido popularmente por
Buracão, a fim de criar uma bacia de detenção para redução da velocidade da água proveniente da
rede de drenagem urbana.
A área de estudo engloba também o local imediatamente à jusante do parque, na
continuação do fundo de vale, até cerca de 100 metros mata adentro.
IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 4
Figura 1 – Área de contribuição da bacia hidrográfica
Fonte: Maringá b (2013) modificado por Silas Daniel Roveri
Figura 2 – Delimitação do Parque Alfredo Werner Nyffeler no fundo de vale do ribeirão
Morangueiro
Fonte: GOOGLE EARTH
IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 5
2.2 Problemas ambientais encontrados
No fundo de vale do ribeirão Morangueiro, observou-se a presença de erosão (Figuras 3 e
4). A erosão é um processo de desagregação e arraste de partículas do solo pela água ou pelo vento.
Os fatores que afetam e levam à formação da erosão são: as características da chuva, ou seja,
intensidade e duração da chuva, declividade do terreno, capacidade que o solo tem de absorver a
água, natureza e densidade da vegetação e a resistência que o solo possui às ações erosivas da água,
devido às suas características físicas e químicas (ZOCCAL, 2007). As chuvas intensas fragilizam o
solo, sendo a principal causa das erosões, pois, quando atingem o mesmo provocam deslizamentos e
infiltrações, alterando assim as suas propriedades.
Figura 3 – Processos erosivos no fundo de vale do ribeirão Morangueiro
Autoria: Fernanda Cavicchioli Zola
Figura 4 – Processos erosivos no fundo de vale do ribeirão Morangueiro
Autoria: Fernanda Cavicchioli Zola
Foi verificada, também, a presença de resíduos sólidos urbanos (Figura 5) e entulhos no
fundo de vale, resíduos estes claramente depositados ali e não provenientes apenas da poluição
difusa. Isto demonstra que a comunidade local tem feito do fundo de vale o seu depósito de
resíduos. A falta de interesse em buscar alternativas corretas para disposição deles, ficando mais
IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 6
fácil deixá-los a céu aberto, demonstra também a falta de conhecimento sobre as consequências
dessa atitude para a própria população e a falta de uma política de educação ambiental para esses
cidadãos.
Figura 5 – Resíduos sólidos urbanos descartados no fundo de vale do ribeirão Morangueiro,
imediatamente à jusante do Parque Alfredo Werner Nyffeler
Autoria: Fernanda Cavicchioli Zola
Neste contexto, torna-se muito importante introduzir políticas de educação ambiental para a
população, com campanhas de sensibilização e realização de mutirões de limpeza do fundo de vale,
já que de acordo com a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, um de seus objetivos é incentivar a
participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do
ambiente.
Um outro problema ambiental encontrado foi a existência de uma grande quantidade de
leucena (Leucaena Leucocephala), como pode ser observado na Figura 6. A leucena é uma
leguminosa exótica, originária da América Central e atualmente é muito cultivada na recuperação
florestal no Brasil por apresentar características que melhoram a fertilidade dos solos (COSTA;
DURIGAN, 2010).
A leucena está entre as espécies de rápido crescimento, a qual tem se mostrado como
alternativa promissora para a recuperação da cobertura vegetal e reabilitação de áreas verdes
degradadas (FRANCO; FARIA, 1997; RESENDE; KONDO, 2001). Segundo Smith (1985), a
espécie é capaz de excluir outras plantas e, se não for controlada, pode avançar rapidamente sobre
áreas adjacentes. Ainda reúne algumas características típicas de espécies invasoras, como por
exemplo, crescimento rápido e produção de sementes em grande quantidade (BLOSSEY;
NÖTZOLD, 1995).
Para o Instituto Horus (2013), a espécie costuma formar densos aglomerados, excluindo
todas as outras espécies a seu redor e impedindo a circulação da fauna. Ao menos que seja roçada
ou controlada, propaga-se rapidamente em áreas adjacentes. A espécie possui um controle de
proliferação extremamente trabalhoso, pois é resistente a roçadas e ao fogo e suas sementes têm
longa viabilidade no solo. Apesar de todos estes aspectos, ainda há uma certa contenção do
processo erosivo devido à esta vegetação existente, sem a qual o processo erosivo seria muito mais
agressivo, agindo com muito mais impacto na região.
IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 7
Figura 6 – Existência de leucena em abundância na área de estudo
Autoria: Fernanda Cavicchioli Zola
3. CONCLUSÃO
A busca de alternativas para recompor os fundos de vale, com medidas que possam conter os
processos erosivos do local, é urgente. É importante que sejam aplicadas técnicas para que a água
proveniente das chuvas possa infiltrar antes de atingir o fundo de vale, diminuindo a geração de
escoamento superficial na fonte. Uma medida que pode se mostrar eficiente é a retenção da água
por meio do aumento da área permeável em cada lote a montante, o que propiciará a infiltração da
água da chuva no solo, evitando, assim, os alagamentos e os processos erosivos decorrentes.
Uma outra solução, a médio e longo prazo, seria a implantação de um projeto de educação
ambiental bem estruturado, permitindo a participação da comunidade no processo de revitalização
do fundo de vale de tal forma que haja orientação quanto aos cuidados com a conservação deste
ambiente. A sensibilização da comunidade é essencial para a percepção de que o cuidado com o
ambiente deve ser uma tarefa coletiva, portanto de responsabilidade de todos, para que, a partir daí
a população possa ter subsídios suficientes para cobrar do serviço público a sua parcela de
participação no processo.
Além disso, outras técnicas de contenção do processo erosivo devem ser realizadas para a
conservação do local, tais como: evitar o aumento da impermeabilização da área da bacia, valorizar
a manutenção das matas ciliares existentes e, nos locais já degradados, introduzir espécies nativas,
promovendo aumento da biodiversidade.
Um manejo adequado no local certamente possibilitaria a recomposição do fundo de vale do
ribeirão Morangueiro, com a contribuição da população e planejamento por parte dos órgãos
competentes.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Prefeitura Municipal de Maringá, na pessoa de seu Diretor de Saneamento Básico,
Engenheiro Civil José Plínio Silva Filho, que gentilmente nos agraciou com seu conhecimento
sobre a história da cidade de Maringá e sobre o processo de ocupação urbana.
IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 8
REFERÊNCIAS
______. ABNT NBR 10004: Resíduos sólidos – classificação, 2004.
ANTONIO, D. C. L. Maringá: a ordem desejada. Revista Urutágua, Maringá, n. 7, 2007. Disponível
em:<http://www.urutagua.uem.br/007/07antonio.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2013.
BLOSSEY, B.; NOTZOLS, R. Evolution and increased competitive ability in invasive nonindigenous plants:
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BRASIL. Instituto Ambiental do Paraná.Reconhece a Lista Oficial de Espécies Exóticas Invasoras para o
Estado do Paraná, estabelece normas de controle e dá outras providências. Portaria n. °074, de 19 de abril de
2007. Disponível em: <http://www.institutohorus.org.br/download/marcos_legais/Portaria_IAP_074.pdf>
Acesso em: 15 jul. 2013
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: 16 jul. 2013.
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em: <http://www.normasbrasil.com.br/norma/lei-12651-2012_241076.html>. Acesso em: 15 jul. 2013
COSTA, J. N. M. N; DURIGAN, G. Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit (Fabaceae): Invasora ou ruderal?
Rev. Árvore, v.34, n. 5, p.825 -833, 2010.
CRISTIANO, C. C.; ARAÚJO, M. I.; CORINO, H. L. Considerações gerais sobre as áreas de fundo de vale
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DIAS, S. M. F. Avaliação de programas de educação ambiental voltados para o gerenciamento dos
resíduos sólidos urbanos. 2003. 324p. Tese (Doutorado em Saúde Pública). Departamento de Saúde
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FALCÃO, M. T.; PINHEIRO, N. M.; RODRIGUES, R. F. Implicações ambientais urbanas decorrentes das
ocupações em fundo de Vales: Um Estudo de caso na Microbacia do Igarapé Pricumã em Boa Vista - RR. In:
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA - SBGFA, 13, 2009, Viçosa. Anais...
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FRANCO, A. A.; FARIA, S. M. The contribution of N2 fixing tree legumes to land reclamation and
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HESPANHOL, K. M. H. Monitoramento e diagnóstico da qualidade da água do Ribeirão Morangueiro.
2009. 153p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana). Programa de Pós-Graduação em Engenharia
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INSTITUTO HÓRUS. Leucaena leucocephala. Disponível em:
<http://www.institutohorus.org.br/index.php?modulo=inf_ficha_leucaena_leucocephala>. Acesso em: 16 jul.
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LINJARDI, F. Levantamento aponta 100 invasões em fundos de vale. 2009. Disponível
em:<http://odiariomaringa.com.br/noticia/226898>. Acesso em: 10 jul. 2013.
IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 9
LUZ, F. O fenômeno urbano numa zona pioneira: Maringá. 1. ed. Maringá: A Prefeitura de Maringá,
1997. 217p.
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- Paraná. SEMA, Maringá. Disponível em: <http://www.maringa.pr.gov.br/mata_atlantica/plano.pdf>.
Acesso em: 10 jul. 2013.
MARINGÁ b. Prefeitura Municipal de Maringá. 2013. Arquivo digital com a topografia, a hidrografia e as
vias da cidade de Maringá. Arquivo cedido em mãos.
RESENDE, A. V.; KONDO, M. K. Leguminosas e recuperação de áreas degradadas. Informe
Agropecuário v. 22, n.210, p. 46-56, 2001.
SILVEIRA, A. L. L. Apostila: Drenagem Urbana: Aspectos da gestão 1a (ed) Curso preparado por: Instituto
de Pesquisas Hidráulicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos Hídricos
(CNPq), 2002.
SMITH, C. W. Impact of alien plants on Hawai'i's native biota, 1985. Disponível em:
<http://hear.its.hawaii.edu/books/hte1985/pdfs/hte1985smith.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2013.
TRENTIN, G.; SIMON, A. L. H. Análise da Ocupação Espacial Urbana nos Fundos de Vale do Município
de Americana – SP, Brasil. UNESP, Rio Claro. Disponível em:
<http://egal2009.easyplanners.info/area07/7438_Trentin_Gracieli.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2013.
ZAMUNER, L. D. Erosão Urbana em Maringá-Pr: o caso do Parque Florestal dos Pioneiros – Bosque
II. 2001. 168p. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes,
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2001.
ZAMUNER, L. D.; NÓBREGA, M. T.; MARTONI, A. M. A urbanização e o desencadeamento de
processos erosivos em área de preservação ambiental na cidade de Maringá, Estado do Paraná. Acta
Scientiarum, Maringá, v. 24, n. 6, p. 1793-1800, 2002.
ZOCCAL, J.C. Soluções cadernos de estudos em conservação do solo e água. Presidente Prudente:
CODASP, 2007.

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Caracterização do fundo de vale do Ribeirão Morangueiro

  • 1. ENTECA 2013 IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 1 a 3 de outubro de 2013 CARACTERIZAÇÃO DO FUNDO DE VALE DO RIBEIRÃO MORANGUEIRO NA CIDADE DE MARINGÁ – PR Fernanda Cavicchioli Zola1 Beatriz Brandão Assis Gonzales2 Christopher Yuity Kuroda3 Lúcia Tiemi Yano43 Silas Daniel Roveri5 Cristhiane Michiko Passos Okawa6 RESUMO A cidade de Maringá, famosa pelo seu paisagismo onde o verde é predominante, apresenta alguns problemas ambientais que, caso não sejam devidamente reconhecidos e estabelecidas metas para sua mitigação, poderão causar danos irreparáveis a curto, médio e longo prazo. Este artigo tem por objetivo caracterizar o fundo de vale do ribeirão Morangueiro, área que sofre alagamentos e erosão decorrentes de chuvas intensas e de rede coletora de drenagem urbana insuficiente. O método adotado foi a observação direta através de visita no local e os resultados apresentados possuem natureza qualitativa. Foram encontrados diversos problemas ambientais como: processos erosivos, ocupação irregular da terra, descarte de resíduos sólidos urbanos em seu entorno, presença de espécie invasora de vegetação (leucena), entre outros. Conclui-se que há necessidade de intervenções, buscando alternativas sustentáveis para revitalização do local. Palavras-chave: Ribeirão Morangueiro Maringá. Fundos de vales. Erosão e drenagem urbana. 1 Mestranda, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana- PEU, nanda_fc@uol.com.br 2 Mestranda, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana- PEU, bbagonzales@yahoo.com.br 3 Mestrando, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana- PEU, christopherkuroda@gmail.com 4 Engenheira Civil, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Departamento de Engenharia Civil-DEC, lucia.tiemi@gmail.com 5 Graduando, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Graduação em Engenharia Civil-DEC, silas.roveri@gmail.com 6 Profa . Dra ., Universidade Estadual de Maringá-UEM, Departamento de Engenharia Civil-DEC, cmpokawa@uem.br
  • 2. IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 2 1. INTRODUÇÃO A cidade de Maringá encontra-se situada no norte do Estado do Paraná, possuindo as coordenadas 23°25’S e 51°55’O, exatamente na latitude do Trópico de Capricórnio e sua variação altimétrica está entre 450 e 600 metros. A cidade foi fundada pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP), como parte do seu projeto pioneiro de colonização para a região norte do Paraná, em 10 de maio de 1947 (LUZ, 1997). O traçado urbano-viário inicialmente projetado para a cidade apresenta forma de tabuleiro de xadrez, cujo intuito é o de diminuir a velocidade das águas de chuvas, acompanhando as áreas com suaves variações no relevo ou quase planas e, na forma semi-radial nas áreas que se caracterizam como sendo colinas. Esse projeto inicial inclui também três grandes bosques, objetivando a preservação da antiga vegetação original; além disso, as áreas marginais à rede de drenagem foram consideradas de preservação permanente (ZAMUNER; NÓBREGA; MARTONI, 2002). Com relação às características ambientais da área urbana do município de Maringá, o sistema hídrico é composto por 20 córregos, dos quais 19 possuem suas nascentes dentro do perímetro urbano. Os contribuintes possuem o leito encaixado nos fundos de vales que cortam a malha urbana de Maringá, percorrendo 70 km (CRISTIANO; ARAÚJO; CORINO, 2011). Topograficamente, o fundo de vale é o ponto com menor cota para onde, naturalmente, a água da chuva escoa, ou seja, é o ponto de encontro da água de todo seu entorno, sendo assim considerado um dreno natural de uma determinada região. Estes são importantes locais para a preservação dos corpos hídricos (TRENTIN; SIMON, 2013). Com a urbanização acelerada e desordenada, ocorre a impermeabilização de boa parte do solo, impedindo assim a infiltração das águas pluviais neste, resultando em um aumento significativo das vazões máximas a serem drenadas e que chegarão a esses fundos de vale. Além disso, ocorre redução no tempo de concentração, o que ocasiona um aumento cada vez maior no escoamento superficial, na produção de sedimentos e na deterioração da qualidade da água por meio da lavagem de ruas e de passeios, havendo transtornos e prejuízos cada vez mais significativos (ZAMUNER, 2001). O aumento no escoamento superficial pode provocar inundações e alagamentos pelo acúmulo de águas em pontos de saturação do escoamento da rede pluvial (SILVEIRA, 2002) ou provocar processos erosivos, que se agravam em consequência da destruição da vegetação nativa, nos leitos dos corpos d’água receptores da rede de drenagem. Assim, esse aumento considerável do volume de águas escoadas ocasiona o surgimento de voçorocas e taludes instáveis (ZAMUNER; NÓBREGA; MARTONI, 2002). Isso tem sido verificado no fundo de vale do ribeirão Morangueiro, na cidade de Maringá- PR, imediatamente à jusante do Parque Alfredo Werner Nyffeler, onde observa-se um processo de erosão acentuado. Este processo é agravado em consequência da alta taxa de impermeabilização do solo ao redor da bacia, o que tem elevado o escoamento superficial, gerando um aumento no fluxo de águas da chuva que escoam para o local, devido a geomorfologia da região. Dentro deste contexto, o objetivo desse trabalho é caracterizar o fundo de vale do ribeirão Morangueiro, tido como área de preservação ambiental. O método adotado é a observação direta através de visita no local, com registro fotográfico, e os resultados apresentados possuem natureza qualitativa. 2. DESENVOLVIMENTO A cidade de Maringá possui uma área territorial de aproximadamente 487 km2 e uma população de 357.077 habitantes, sendo caracterizada como um município de médio porte (IBGE, 2010). Fundada em 10 de maio de 1947, pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, Maringá possui uma das maiores concentrações de área verde, com aproximadamente 26,65 m2 por
  • 3. IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 3 habitante. A cidade possui árvores de diversas espécies plantadas ao longo das ruas, avenidas e praças e 17 bosques que totalizam 217,8 ha de matas nativas (HISTÓRIA DE MARINGÁ, 2013). A delimitação das áreas de fundo de vale ocorreu no ano de 1977, sendo realizada pelo arquiteto Nildo Ribeiro da Rocha Neto. Tal trabalho teve por objetivo a preservação dos aspectos naturais da cidade. E, com a criação, em 2002, do projeto de Lei municipal nº 447, foi possível a implementação de modificações na zona de proteção ambiental, modificações estas que puderam ser comprovadas através de documentos que indicavam impactos ambientais no local (ANTONIO, 2007). A ocupação irregular em áreas de fundo de vale pode ser caracterizada não apenas como um problema ambiental, mas também como um problema socioeconômico, o qual reflete as questões de moradia da população mais carente, que se aproveita destes espaços para construir suas residências, tanto em cidades de médio quanto de grande porte no Brasil (FALCÃO; PINHEIRO; RODRIGUES, 2009). A população urbana cresceu de forma significativa em Maringá com o decorrer das décadas. Até a década de 70, a população rural ainda superava a urbana. Entre as décadas de 70 e 80, o incremento na população urbana superou a população rural, mas somente entre as décadas de 90 e 2000, com a mecanização das culturas agrícolas, o êxodo rural se intensificou e, em 2010 a população urbana atingiu 350.353 habitantes, enquanto a população rural somava 6.424 habitantes (IBGE, 2010). Este aumento significativo da população urbana resultou em demanda por espaços para construção civil. Áreas da cidade que não estavam inicialmente planejadas para a moradia se transformaram em bairros com grande acúmulo de população, muitas vezes sem o devido planejamento urbano/ambiental necessário, o que refletiu diretamente nas áreas de fundo de vale, que foram ocupadas com moradias ou lixões clandestinos. Segundo Linjardi (2009), em um levantamento realizado pela Força Verde, foram quantificadas mais de 100 invasões nos fundos de vale da cidade. 2.1. Delimitação da área de estudo O ribeirão Morangueiro é um dos principais afluentes da bacia do alto rio Pirapó, possuindo uma área de 41,9 km2 , com cotas altimétricas entre 505 e 530 m. Este ribeirão tem sua nascente na área urbana de Maringá, no Parque Alfredo Werner Nyffeler e possui uma extensão de 12,5 km na direção nordeste–sudoeste até desaguar no ribeirão Sarandi, que tem sua foz situada no rio Pirapó, à jusante da captação de água que abastece Maringá (HESPANHOL, 2009). O parque Alfredo Werner Nyffeler foi implantado em 1988 para revitalização de área degradada, devido a um processo de erosão que existia anteriormente, sendo construída uma represa no local para conter o processo erosivo. O parque está localizado na zona 23, entre as ruas Havaí, Filipinas, Bogotá e Buenos Aires, na Vila Morangueira e, possui cerca de 104.867,82 m2 com uma pista para caminhada de 1.005 m ao redor de seu perímetro. Situado em uma ZP14 (Zona de Proteção Ambiental 14), a implantação do parque ocorreu objetivando a proteção da nascente do ribeirão Morangueiro (MARINGÁ a, 2013). A área foi isolada com uma cerca e foi feita urbanização, possibilitando um local para lazer para a população ao redor. A bacia hidrográfica está representada na Figura 1. Observa-se que a área de contribuição deságua no ribeirão Morangueiro, que é afluente do rio Pirapó. Entre as coordenadas 23°24'42.73"S, 51°55'8.09"O e 23°24'33.83"S, 51°54'52.90"O foi construído o parque Alfredo Werner Nyffeler (Figura 2), também conhecido popularmente por Buracão, a fim de criar uma bacia de detenção para redução da velocidade da água proveniente da rede de drenagem urbana. A área de estudo engloba também o local imediatamente à jusante do parque, na continuação do fundo de vale, até cerca de 100 metros mata adentro.
  • 4. IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 4 Figura 1 – Área de contribuição da bacia hidrográfica Fonte: Maringá b (2013) modificado por Silas Daniel Roveri Figura 2 – Delimitação do Parque Alfredo Werner Nyffeler no fundo de vale do ribeirão Morangueiro Fonte: GOOGLE EARTH
  • 5. IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 5 2.2 Problemas ambientais encontrados No fundo de vale do ribeirão Morangueiro, observou-se a presença de erosão (Figuras 3 e 4). A erosão é um processo de desagregação e arraste de partículas do solo pela água ou pelo vento. Os fatores que afetam e levam à formação da erosão são: as características da chuva, ou seja, intensidade e duração da chuva, declividade do terreno, capacidade que o solo tem de absorver a água, natureza e densidade da vegetação e a resistência que o solo possui às ações erosivas da água, devido às suas características físicas e químicas (ZOCCAL, 2007). As chuvas intensas fragilizam o solo, sendo a principal causa das erosões, pois, quando atingem o mesmo provocam deslizamentos e infiltrações, alterando assim as suas propriedades. Figura 3 – Processos erosivos no fundo de vale do ribeirão Morangueiro Autoria: Fernanda Cavicchioli Zola Figura 4 – Processos erosivos no fundo de vale do ribeirão Morangueiro Autoria: Fernanda Cavicchioli Zola Foi verificada, também, a presença de resíduos sólidos urbanos (Figura 5) e entulhos no fundo de vale, resíduos estes claramente depositados ali e não provenientes apenas da poluição difusa. Isto demonstra que a comunidade local tem feito do fundo de vale o seu depósito de resíduos. A falta de interesse em buscar alternativas corretas para disposição deles, ficando mais
  • 6. IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 6 fácil deixá-los a céu aberto, demonstra também a falta de conhecimento sobre as consequências dessa atitude para a própria população e a falta de uma política de educação ambiental para esses cidadãos. Figura 5 – Resíduos sólidos urbanos descartados no fundo de vale do ribeirão Morangueiro, imediatamente à jusante do Parque Alfredo Werner Nyffeler Autoria: Fernanda Cavicchioli Zola Neste contexto, torna-se muito importante introduzir políticas de educação ambiental para a população, com campanhas de sensibilização e realização de mutirões de limpeza do fundo de vale, já que de acordo com a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, um de seus objetivos é incentivar a participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do ambiente. Um outro problema ambiental encontrado foi a existência de uma grande quantidade de leucena (Leucaena Leucocephala), como pode ser observado na Figura 6. A leucena é uma leguminosa exótica, originária da América Central e atualmente é muito cultivada na recuperação florestal no Brasil por apresentar características que melhoram a fertilidade dos solos (COSTA; DURIGAN, 2010). A leucena está entre as espécies de rápido crescimento, a qual tem se mostrado como alternativa promissora para a recuperação da cobertura vegetal e reabilitação de áreas verdes degradadas (FRANCO; FARIA, 1997; RESENDE; KONDO, 2001). Segundo Smith (1985), a espécie é capaz de excluir outras plantas e, se não for controlada, pode avançar rapidamente sobre áreas adjacentes. Ainda reúne algumas características típicas de espécies invasoras, como por exemplo, crescimento rápido e produção de sementes em grande quantidade (BLOSSEY; NÖTZOLD, 1995). Para o Instituto Horus (2013), a espécie costuma formar densos aglomerados, excluindo todas as outras espécies a seu redor e impedindo a circulação da fauna. Ao menos que seja roçada ou controlada, propaga-se rapidamente em áreas adjacentes. A espécie possui um controle de proliferação extremamente trabalhoso, pois é resistente a roçadas e ao fogo e suas sementes têm longa viabilidade no solo. Apesar de todos estes aspectos, ainda há uma certa contenção do processo erosivo devido à esta vegetação existente, sem a qual o processo erosivo seria muito mais agressivo, agindo com muito mais impacto na região.
  • 7. IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 7 Figura 6 – Existência de leucena em abundância na área de estudo Autoria: Fernanda Cavicchioli Zola 3. CONCLUSÃO A busca de alternativas para recompor os fundos de vale, com medidas que possam conter os processos erosivos do local, é urgente. É importante que sejam aplicadas técnicas para que a água proveniente das chuvas possa infiltrar antes de atingir o fundo de vale, diminuindo a geração de escoamento superficial na fonte. Uma medida que pode se mostrar eficiente é a retenção da água por meio do aumento da área permeável em cada lote a montante, o que propiciará a infiltração da água da chuva no solo, evitando, assim, os alagamentos e os processos erosivos decorrentes. Uma outra solução, a médio e longo prazo, seria a implantação de um projeto de educação ambiental bem estruturado, permitindo a participação da comunidade no processo de revitalização do fundo de vale de tal forma que haja orientação quanto aos cuidados com a conservação deste ambiente. A sensibilização da comunidade é essencial para a percepção de que o cuidado com o ambiente deve ser uma tarefa coletiva, portanto de responsabilidade de todos, para que, a partir daí a população possa ter subsídios suficientes para cobrar do serviço público a sua parcela de participação no processo. Além disso, outras técnicas de contenção do processo erosivo devem ser realizadas para a conservação do local, tais como: evitar o aumento da impermeabilização da área da bacia, valorizar a manutenção das matas ciliares existentes e, nos locais já degradados, introduzir espécies nativas, promovendo aumento da biodiversidade. Um manejo adequado no local certamente possibilitaria a recomposição do fundo de vale do ribeirão Morangueiro, com a contribuição da população e planejamento por parte dos órgãos competentes. AGRADECIMENTOS Agradecemos à Prefeitura Municipal de Maringá, na pessoa de seu Diretor de Saneamento Básico, Engenheiro Civil José Plínio Silva Filho, que gentilmente nos agraciou com seu conhecimento sobre a história da cidade de Maringá e sobre o processo de ocupação urbana.
  • 8. IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 8 REFERÊNCIAS ______. ABNT NBR 10004: Resíduos sólidos – classificação, 2004. ANTONIO, D. C. L. Maringá: a ordem desejada. Revista Urutágua, Maringá, n. 7, 2007. Disponível em:<http://www.urutagua.uem.br/007/07antonio.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2013. BLOSSEY, B.; NOTZOLS, R. Evolution and increased competitive ability in invasive nonindigenous plants: a hypothesis. Journal of Ecology v.83, p. 887-889, 1995. BRASIL. Instituto Ambiental do Paraná.Reconhece a Lista Oficial de Espécies Exóticas Invasoras para o Estado do Paraná, estabelece normas de controle e dá outras providências. Portaria n. °074, de 19 de abril de 2007. Disponível em: <http://www.institutohorus.org.br/download/marcos_legais/Portaria_IAP_074.pdf> Acesso em: 15 jul. 2013 BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: 16 jul. 2013. BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Disponível em: <http://www.normasbrasil.com.br/norma/lei-12651-2012_241076.html>. Acesso em: 15 jul. 2013 COSTA, J. N. M. N; DURIGAN, G. Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit (Fabaceae): Invasora ou ruderal? Rev. Árvore, v.34, n. 5, p.825 -833, 2010. CRISTIANO, C. C.; ARAÚJO, M. I.; CORINO, H. L. Considerações gerais sobre as áreas de fundo de vale na cidade de Maringá-PR. Revista em Agronegócios e Meio Ambiente, v.4, n.2, p. 291-304, 2011. DIAS, S. M. F. Avaliação de programas de educação ambiental voltados para o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos. 2003. 324p. Tese (Doutorado em Saúde Pública). Departamento de Saúde Ambiental, Universidade de São Paulo, Feira de Santana, 2003. FALCÃO, M. T.; PINHEIRO, N. M.; RODRIGUES, R. F. Implicações ambientais urbanas decorrentes das ocupações em fundo de Vales: Um Estudo de caso na Microbacia do Igarapé Pricumã em Boa Vista - RR. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA - SBGFA, 13, 2009, Viçosa. Anais... Viçosa: UFV, 2009 CD-ROM. FRANCO, A. A.; FARIA, S. M. The contribution of N2 fixing tree legumes to land reclamation and sustainability in the tropics. Soil Biology and Biochemistry v. 29 n.5, p.897-903, 1997. HESPANHOL, K. M. H. Monitoramento e diagnóstico da qualidade da água do Ribeirão Morangueiro. 2009. 153p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana). Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2009. HISTÓRIA de Maringá. Disponível em:<http://www.maringa.com/historia/historia.php>. Acesso em: 10 jul. 2013. INSTITUTO HÓRUS. Leucaena leucocephala. Disponível em: <http://www.institutohorus.org.br/index.php?modulo=inf_ficha_leucaena_leucocephala>. Acesso em: 16 jul. 2013. LINJARDI, F. Levantamento aponta 100 invasões em fundos de vale. 2009. Disponível em:<http://odiariomaringa.com.br/noticia/226898>. Acesso em: 10 jul. 2013.
  • 9. IX Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura 9 LUZ, F. O fenômeno urbano numa zona pioneira: Maringá. 1. ed. Maringá: A Prefeitura de Maringá, 1997. 217p. MARINGÁ a. Prefeitura Municipal de Maringá. Plano municipal de conservação da mata atlântica. Maringá - Paraná. SEMA, Maringá. Disponível em: <http://www.maringa.pr.gov.br/mata_atlantica/plano.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2013. MARINGÁ b. Prefeitura Municipal de Maringá. 2013. Arquivo digital com a topografia, a hidrografia e as vias da cidade de Maringá. Arquivo cedido em mãos. RESENDE, A. V.; KONDO, M. K. Leguminosas e recuperação de áreas degradadas. Informe Agropecuário v. 22, n.210, p. 46-56, 2001. SILVEIRA, A. L. L. Apostila: Drenagem Urbana: Aspectos da gestão 1a (ed) Curso preparado por: Instituto de Pesquisas Hidráulicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos Hídricos (CNPq), 2002. SMITH, C. W. Impact of alien plants on Hawai'i's native biota, 1985. Disponível em: <http://hear.its.hawaii.edu/books/hte1985/pdfs/hte1985smith.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2013. TRENTIN, G.; SIMON, A. L. H. Análise da Ocupação Espacial Urbana nos Fundos de Vale do Município de Americana – SP, Brasil. UNESP, Rio Claro. Disponível em: <http://egal2009.easyplanners.info/area07/7438_Trentin_Gracieli.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2013. ZAMUNER, L. D. Erosão Urbana em Maringá-Pr: o caso do Parque Florestal dos Pioneiros – Bosque II. 2001. 168p. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2001. ZAMUNER, L. D.; NÓBREGA, M. T.; MARTONI, A. M. A urbanização e o desencadeamento de processos erosivos em área de preservação ambiental na cidade de Maringá, Estado do Paraná. Acta Scientiarum, Maringá, v. 24, n. 6, p. 1793-1800, 2002. ZOCCAL, J.C. Soluções cadernos de estudos em conservação do solo e água. Presidente Prudente: CODASP, 2007.