2. O Poeta apresenta o que vai cantar: a
viagem à Índia, a construção do
império português do Oriente e a
História de Portugal.
Proposição
Canto I, est. 1-3
Primeira parte: est. 1 e 2 Segunda parte: est. 3
Com orgulho, o Poeta afirma que o
seu canto é superior aos cantos da
Antiguidade, o que significa que os
feitos dos Portugueses são superiores
aos dos antigos gregos e romanos.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
A Proposição pode dividir-se em duas partes:
3. Nestas estâncias, Camões dirige-se às Tágides (Ninfas do Tejo) e pede-
lhes a inspiração e o talento necessários para cantar dignamente os
feitos heroicos dos Portugueses. O poeta pretende que os seus versos
estejam à altura do assunto grandioso que vai narrar e, por isso,
solicita às Ninfas um novo estilo, «grandíloco e corrente», distinto do
que usara nas suas composições líricas («em verso humilde»),
estabelecendo, assim, ao longo das duas estrofes, um confronto entre
os dois tipos de linguagem poética: a lírica e a épica.
Invocação
Canto I, est. 4-5
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
4. Camões apostrofa D. Sebastião:
chama a sua atenção através de uma
série de elogios de natureza
hiperbólica e pede-lhe que se digne
ouvir o seu poema.
Dedicatória
Canto I, est. 6-18
Primeira parte: est. 6 a 10 Segunda parte: est. 11 a 14
Apresentação da matéria épica
(depois da Proposição) – exemplos de
heróis, incluindo familiares do rei.
A Dedicatória pode dividir-se em quatro partes:
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
5. Camões incita D. Sebastião a tornar-
se num herói como os que ele referiu.
Dedicatória
Canto I, est. 6-18
Terceira parte: est. 15 a 17 Quarta parte: est. 18
A Dedicatória termina com um
pedido a D. Sebastião para que atente
nos seus «Argonautas» que navegam:
vai iniciar-se a viagem in medias res.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
6. Reflexões sobre a fragilidade da vida humana
Canto I, est. 105-106
Acontecimento motivador da reflexão:
Chegada da armada portuguesa a Mombaça, após a
superação das armadilhas preparadas por Baco.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
7. Reflexões sobre a fragilidade da vida humana
Canto I, est. 105-106
Camões faz referência a uma traição
que está a ser preparada contra os
Portugueses (na chegada a Mombaça,
o rei foi avisado por Baco para receber
os Portugueses e destrui-los).
Primeira parte: est. 105 (vv. 1 a 4)
Este excerto pode ser dividido em duas partes:
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
8. Reflexões sobre a fragilidade da vida humana
Canto I, est. 105-106
Segunda parte: est. 105 (vv. 5 a 8) e est. 106
Depois de contar as traições e os
perigos a que os navegadores
estiveram sujeitos, o Poeta leva a cabo
reflexões sobre a natureza do ser
humano. Este é apresentado como um
«bicho da terra tão pequeno», isto é,
um ser insignificante, exposto a
inúmeros perigos e incertezas.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
9. Crítica à incultura dos Portugueses
Canto V, est. 92-100
Acontecimento motivador da reflexão:
O fim da narrativa de Vasco da Gama ao rei de Melinde.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
10. O Poeta refere que quem pratica
grandes obras sente-se feliz ao vê-las
cantadas e com vontade de ir mais
longe ainda. Assim, a tendência do
«Nobre» é procurar ultrapassar os
feitos dos seus antepassados, ser-
-lhes superior e permanecer na
memória coletiva por isso mesmo.
Crítica à incultura dos Portugueses
Canto V, est. 92-100
Est. 92 Est. 93
São apresentados exemplos que
comprovam a ideia expressa na
estância anterior: Alexandre desejava
muito ver os seus feitos em verso e
Temístocles apreciava muito ouvir as
suas façanhas cantadas.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
11. É apresentada a ideia de que de que
os feitos de Vasco da Gama são
superiores aos dos Antigos.
Crítica à incultura dos Portugueses
Canto V, est. 92-100
Est. 94 (vv. 1-4) Est. 94 (vv. 5-8)
O Poeta refere que em Roma houve
alguém, o imperador Augusto, que se
preocupou em apoiar o poeta Virgílio,
que cantou o herói romano
Eneias. Trata-se de um aviso implícito
de Camões para que em Portugal se
siga o mesmo caminho.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
12. Camões oferece-nos quatro exemplos
de homens de armas e de cultura:
Octávio, que, apesar das
preocupações políticas, escrevia
poesia lírica; César, que conquistava e
escrevia; Cipião, que procedia do
mesmo modo; e Alexandre, que
lutava e lia Homero.
Crítica à incultura dos Portugueses
Canto V, est. 92-100
Est. 95 e 96 Est. 97
O Poeta critica a incultura e a
ignorância dos guerreiros
portugueses, em oposição aos
guerreiros romanos, gregos ou
bárbaros e aponta um caminho a
seguir: o do estudo, o do apreço pela
poesia, pois sem poesia que cante os
heróis, é como se os seus feitos não
existissem.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
13. Camões reforça a crítica ao
«costume» dos nobres portugueses
de não prezarem a poesia, a arte, e
de, por norma, nem quererem saber
deste assunto.
Crítica à incultura dos Portugueses
Canto V, est. 92-100
Est. 98 Est. 99
O Poeta refere que Vasco da Gama
deve agradecer a Calíope e às Tágides
o seu patriotismo, fator que fez com
que elas cantassem Vasco da Gama;
elas abandonaram os seus trabalhos
(as «telas de ouro fino») para o
cantarem, não por si próprio e pela
sua descendência, mas por
patriotismo.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
14. Nos primeiros quatro versos, o Poeta afirma
que as Tágides se movem em razão do amor
e do gosto de louvar qualquer «Lusitano
feito». Termina as suas reflexões com um
apelo: mesmo quem não possa ser cantado
pelas Tágides não deve deixar de procurar
fazer grandes feitos, pois haverá outros
meios para atingir o heroísmo.
Crítica à incultura dos Portugueses
Canto V, est. 92-100
Est. 100
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
15. Lamentos do Poeta
Canto VII, est. 78-87
Acontecimento motivador da reflexão:
Pedido do Catual a Paulo da Gama para que lhe explique o
significado das figuras desenhadas nas bandeiras da nau.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
16. Lamentos do Poeta
Canto VII, est. 78-87
Primeiro momento: est. 78
O Poeta autocaracteriza-se como aventureiro e receoso do «caminho tão
árduo, longo e vário» que vai tomar, ou seja, a narração de novos
episódios da História de Portugal, agora pela voz de Paulo da Gama, ao
Catual de Calecut, que ao ver as bandeiras com pinturas alusivas a feitos e
heróis portugueses, mostrou curiosidade em saber o que cada uma delas
representa. Como tal , Camões invoca as Ninfas do Tejo e do Mondego
pedindo-lhes auxílio para tão árdua tarefa.
Este excerto pode ser dividido em quatro momentos.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
17. Lamentos do Poeta
Canto VII, est. 78-87
Segundo momento: est. 79 a 81
O Poeta salienta que tem vindo sempre a cantar os feitos lusos e, em
simultâneo, lutado pela sua pátria, enumerando as dificuldades, as misérias e
os perigos que tem enfrentado, nomeadamente as navegações, a participação
na guerra, a pobreza sofrida no Oriente, o exílio, a falta de esperança e as
desilusões, bem como um naufrágio do qual só um milagre o salvou da morte.
Camões compara-se a Cânace (personagem mitológica que se suicidou e
escreveu ao irmão Macareu uma carta de despedida, com a pena na mão
direita e a espada na outra), comparação que remete para o facto de o Poeta
aliar à sua coragem na guerra a sua faceta de artista. Camões lamenta ainda
que o valor do seu canto não seja reconhecido por quem devia fazê-lo:
aqueles que canta, ou seja, os nobres.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
18. Lamentos do Poeta
Canto VII, est. 78-87
Terceiro momento: est. 82 a 86
O Poeta enumera aqueles que não merecem ser louvados:
• os que colocam o interesse pessoal à frente do bem comum e do interesse
do rei;
• os que não respeitam as leis humanas e divinas;
• os ambiciosos;
• os corruptos e gananciosos;
• os hipócritas e os dissimulados;
• os que governam explorando o povo;
•os que não pagam devidamente a quem serve o seu país.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
19. Lamentos do Poeta
Canto VII, est. 78-87
Quarto momento: est. 87
O Poeta revela as suas intenções: cantar aqueles que arriscam a sua vida
e a colocam ao serviço de Deus e da Pátria e que , por isso, merecem a
imortalidade.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
20. O poder corruptor do dinheiro
Canto VIII, est. 96-99
Acontecimento motivador da reflexão:
As traições sofridas por Vasco da Gama em Calecut (o seu
sequestro, do qual é libertado graças à entrega de valores
materiais).
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
21. Primeiro momento: est. 96
O poder corruptor do dinheiro
Canto VIII, est. 96-99
Vasco da Gama permanece nas naus e decide não desembarcar, visto que já
não confia no Catual, que já o traíra e era muito ambicioso («cobiçoso»),
corrupto («corrompido») e «pouco nobre». É este acontecimento que serve
de ponto de partida para a reflexão do Poeta, que alerta para o poder
nefasto do dinheiro, ao qual não escapam nem ricos nem pobres.
Este excerto pode ser dividido em dois momentos.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
22. Segundo momento: est. 97 a 99
O poder corruptor do dinheiro
Canto VIII, est. 96-99
Camões apresenta três exemplos que comprovam a sua tese inicial, isto é,
que confirmam os efeitos negativos da ambição pelo ouro:
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
23. Est. 97 a 99
Exemplos que comprovam os efeitos negativos do ouro
O poder corruptor do dinheiro
Canto VIII, est. 96-99
Primeiro exemplo: rei da Trácia, que assassinou Polidoro, filho de Príamo, rei
de Troia, com o único objetivo de lhe roubar o ouro.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
24. Est. 97 a 99
Exemplos que comprovam os efeitos negativos do ouro
O poder corruptor do dinheiro
Canto VIII, est. 96-99
Segundo exemplo: Danai, filha de Acrísio, rei de Argos (Grécia), que foi
encerrada numa torre de bronze para que não tivesse filhos e, deste modo,
fosse anulada uma profecia de um oráculo que anunciou a morte de Acrísio
às mãos de um neto. Porém, Júpiter metamorfoseou-se em chuva de ouro,
penetrou na torre e engravidou-a. Desse ato nasceu Perseu, que,
concretizando a profecia, assassinou o avô.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
25. O poder corruptor do dinheiro
Canto VIII, est. 96-99
Terceiro exemplo: Tarpeia, filha de Tarpeu, uma jovem romana que, na
esperança de obter anéis de ouro dos Sabinos que sitiavam Roma, lhes abriu
as portas da cidade. No entanto, os inimigos não a pouparam, esmagando-a
sob as joias e os escudos, tendo assim ficado soterrada.
Est. 97 a 99
Exemplos que comprovam os efeitos negativos do ouro
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
26. Est. 97 a 99
O poder corruptor do dinheiro
Canto VIII, est. 96-99
O Poeta prossegue com a enumeração dos efeitos negativos do dinheiro:
• conduz à traição e falsidade entre amigos;
• corrompe as ciências, os juízes e as consciências, levando-as a agir contra
os seus princípios morais e culturais;
• distorce a interpretação dos textos;
• manipula as leis e a justiça, que se aplicam arbitrariamente;
• fomenta a mentira, o perjúrio;
• incita a tirania nos reis;
• corrompe os membros de clero.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
27. Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
A Ilha dos Amores I: o espaço e as Ninfas
Canto IX, est. 52-70
1ª parte – est. 66-67
Os navegadores embrenham-se na Ilha à procura de «caça
agreste».
2ª parte – est. 68-70
Perante a presença das Ninfas («estranha caça», nas palavras de
Veloso), os navegadores lançam-se no seu encalço.
2ª parte, est. 66-70 - O desembarque
28. A Ilha dos Amores II: o seu significado
Canto IX, est. 88-95
Acontecimento motivador da reflexão:
Explicação a Vasco da Gama, por parte de Tétis, do
significado alegórico da Ilha dos Amores.
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica e reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
29. A Ilha dos Amores II: o seu significado
Canto IX, est. 88-95
Camões explica o significado da Ilha dos Amores: a imortalidade
atribuída como recompensa aos heróis lusitanos pelas suas grandes
façanhas, simbolicamente concretizada quando os que a merecem são
recebidos na ilha.
Primeira parte: est. 88 a 92 (vv. 1-4)
Este excerto pode ser dividido em duas partes:
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica e reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
30. A Ilha dos Amores II: o seu significado
Canto IX, est. 88-95
Camões aconselha todos aqueles que pretendem ficar na memória
coletiva (em especial políticos, governadores, legisladores, militares,
nobres em geral) a levarem uma vida digna. Se querem atingir o
prémio da imortalidade, simbolizado pela Ilha dos Amores, devem
seguir determinados comportamentos: trabalhar; dominar a vontade
de ganância, cobiça e tirania; legislar com justiça, com leis que não
permitam a exploração dos mais pobres; lutar contra os infiéis; servir
dignamente o rei, aconselhando-o bem e lutando por ele.
Segunda parte: est. 92 (vv. 5-8) a 95
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica e reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
31. A Ilha dos Amores III: a Máquina do Mundo
Canto X, est. 75-91
Luís de Camões, Os Lusíadas
Constituição da matéria épica
(estrutura e resumo dos episódios)
Est. 75-78
Tethys conduz o Gama e os demais ao cume de um
monte para que veja para onde irá.
Est. 79 – 91
Descrição da «máquina do mundo», por Tethys
32. Reflexões finais do Poeta: conselhos ao rei
D. Sebastião
Canto X, est. 145-156
O Poeta lamenta-se sobre a decadência da pátria, que vive
numa «apagada e vil tristeza», e lamentando-se pelo
esquecimento a que foi votado por aqueles a quem canta –
uma «gente surda e endurecida».
Primeira parte: est. 145-146 – A pátria
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
33. Reflexões finais do Poeta: conselhos ao rei
D. Sebastião
Canto X, est. 145-156
O Poeta a coragem e valentia dos seus vassalos, que farão
do rei «vencedor, não vencido»
Segunda parte: est. 146 (estrofe 5 a 8) a
148 – os vassalos
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
34. Reflexões finais do Poeta: conselhos ao rei
D. Sebastião
Canto X, est. 145-156
Conselhos ao rei na forma de tratar os seus súbditos:
vassalos, religiosos, cavaleiros. Sugere que tome apenas
conselho daqueles cuja sabedoria deriva da experiência.
Terceira parte: est. 149 a 153 – o rei
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)
35. Reflexões finais do Poeta: conselhos ao rei
D. Sebastião
Canto X, est. 145-156
Refere as suas próprias qualidades como poeta («honesto
estudo», a «longa esperiencia» e o «engenho») e promete
servir o rei cantando os seus feitos futuros.
Quarta parte: est. 154 a 156 – o poeta
Luís de Camões, Os Lusíadas
Reflexões do Poeta
(estrutura e resumo dos episódios)