O documento descreve o Plano Real, que estabilizou a inflação no Brasil nos anos 1990 através de três fases: ajuste fiscal, indexação da economia à Unidade Real de Valor (URV), e introdução do Real como nova moeda. O plano levou a uma rápida queda da inflação, porém teve custos como déficits comerciais e dependência de recursos externos.
7. • Reconheceu que as principais causas da inflação
brasileira estavam no desiquilíbrio do setor público
e nos mecanismos de indexação.
• Inflação possuía forte caráter inercial, caracterizada
pelos choques que levam a alteração do patamar
inflacionário e a tendência que faz com que a taxa de
inflação se perpetue em dado patamar.
• Economia estava mais exposta à concorrência
devido ao processo de abertura comercial, limitando a
capacidade dos agentes de repassarem para preços
os choques.
CONTEXTUALIZANDO...
8. FORMULANDO UM PLANO...
• Objetivando não incorrer nos erros dos planos
anteriores, foram tomadas algumas medidas que
caracterizariam essa transição:
• O plano não seria adotado de surpresa.
• Não recorreria a congelamentos.
• Haveria uma preocupação com a correção dos
desequilíbrios existentes na economia.
9. O ATAQUE AO PROCESSO
INFLACIONÁRIO EM TRÊS FASES
1.Ajuste Fiscal
2.Indexação completa da economia –
Unidade Real de Valor (URV)
3.Reforma Monetária - transformação
da URV em Reais (R$)
10.
11. O AJUSTE FISCAL
• Visava equacionar os desequilíbrios orçamentários para os próximos
anos e impedir que daí decorressem pressões inflacionárias.
• Baseava-se em três elementos principais:
1. Corte de Despesas – Plano de Ação Imediata (Corte de US$ 7 bi
concentrado nas despesas de investimentos e pessoal).
2. Aumento da Arrecadação – Criação do Imposto Provisório sobre
Movimentação Financeira (IPMF, posteriormente CPMF).
3. Aprovação do Fundo Social de Emergência (FSE) que concentrava
15% de toda a arrecadação, sendo que, sob esses recursos, a União não
teria que cumprir as vinculações de despesas, assim o FSE ampliava os
recursos livres à disposição do governo.
4. Deveria ocorrer também o avanço da reforma tributária, administrativa
e previdenciária.
12. INDEXAÇÃO COMPLETA DA ECONOMIA-
URV
• O valor da URV manteria uma paridade fixa de um para um com
o dólar, ou seja, seu valor seria a própria taxa de câmbio.
• Instituição de um sistema bimonetário em que a URV
funcionava como unidade de conta, expressando os preços das
mercadorias, mas as transações eram liquidadas em cruzeiro real,
que mantinha a função de meio de troca.
• No momento da transação convertia-se o preço da mercadoria
expresso em URV em CR$ pela cotação do dia da URV.
• Com isso a inflação persistia na moeda em circulação (CR$) mas
não na unidade de conta, cujo valor era corrigido pela própria
inflação da moeda ruim.
13. REFORMA MONETÁRIA- URV EM REAIS
(R$)
• Em 1º de julho de 1994, quando praticamente todos
os preços estavam expressos em URV, o governo
introduziu a nova moeda o Real (R$).
• Valor do Real era igual ao da URV ( e por
consequente ao US$) do dia: CR$ 2.750,00.
14.
15. APÓS A REFORMA MONETÁRIA
• Concentração nas chamadas âncoras monetária e
cambial.
• Âncora Monetária: constituiu no estabelecimento da
taxa de juros e da taxa de compulsório sobre os
depósitos à vista relativamente elevada, para
controlar a demanda agregada.
• Âncora Cambial: constituiu na valorização do real
associada ao regime de câmbio fixo. (Facilitando as
importações).
16. IMPACTOS DO PLANO REAL
• O impacto imediato foi a rápida queda da taxa de inflação.
• De um patamar de 40 % a.m. para algo em torno de 3% a.m. um
mês depois da implementação.
• Melhoria no padrão de vida dos trabalhadores de baixa renda,
que eram os maiores prejudicados com a inflação elevada.
• Avanço nos índices de produtividade da economia brasileira em
função de uma política cambial que levou a um aumento das
importações.
17.
18. COMO TUDO EM ECONOMIA TEM UM
CUSTO...
• Devido a política de apreciação cambial ocorreu um entrave a nossas
exportações ao passo que houve um incentivo nas importações,
ocasionando déficits persistentes na balança comercial entre 1995 e
2000.
• Aumento da dependência de recursos financeiros externos.
• Com as sucessivas crises financeiras no México, Sudeste da Ásia e Rússia,
a vulnerabilidade externa aumentou, obrigando a uma elevação da taxa
de juros internas para defender-se dos ataques especulativos gerados
por essas crises.
• Levando o Brasil a recorrer ao Fundo Monetário Internacional em 1998.
19. TRIPÉ MACROECONÔMICO
• Desde 1999 a política econômica brasileira está
fundamentada no tripé macroeconômico que é composto
por:
• Metas de Inflação
• Câmbio Flutuante
• Responsabilidade Fiscal (Superávit Primário)
20. APÓS O PLANO REAL APENAS EM DOIS
MOMENTOS TIVEMOS DESCONTROLES QUE
OCASIONARAM DOIS DIGÍTOS DE
INFLAÇÃO...
21. EM 2002, EM FUNÇÃO DAS ELEIÇÕES
PRESIDENCIAIS...
• O favoritismo do candidato do partido dos trabalhadores Luís
Inácio Lula da Silva, provocou uma grande saída de recursos
financeiros do país, levando a uma forte desvalorização do real.
• Dólar passou de 1,20 para quase quatro reais.
• A consequência foi o aumento dos custos em reais para os
produtos importados, que foram repassados para preços.
• A taxa de inflação voltou a alcançar dois dígitos (26,41%).
• Essa instabilidade foi causada pelo temor de que o governo
implementasse medidas radicais propostas pelo PT, como
moratórias das dividas e reestatização de empresas que foram
privatizadas no governo anterior, fatos esses que acabaram não
ocorrendo.
23. REFERÊNCIAS
• ECONÔMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA/ Amaury Patrick
Gremaud, Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos, Rudinei Toneto Jr –
7. ed.- 14. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2015.
• MANUAL DE ECONOMIA; Equipe de Professores da USP; 6. ed.- São
Paulo: Editora Saraiva, 2011.