O poema descreve um homem comum brasileiro que não vê sentido na vida além de lutar por um mundo melhor junto com outras pessoas. Ele oferece seu braço de apoio ao leitor, destacando que o tempo é curto e que é necessária uma ação coletiva contra o latifúndio.
Linguagens - Tema 7 - Lista de questões - cópia.pdf
1.
2. Questão 01 - ENEM PPL 2017
Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.
Poeta fui de rápido destino
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau de arara.
Quero, por isso, falar com você
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí matando
[...]
Homem comum, igual
a você
[...]
Mas somos muitos milhões de homens
comuns
e podermos formar uma muralha
com nossos corpos de sonhos e margaridas.
FERREIRA GULLAR. Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento).
No poema, ocorre uma aproximação entre a realidade social e o fazer poético, frequente no
Modernismo. Nessa aproximação, o eu lírico atribui à poesia um caráter de
a) agregação construtiva e poder de intervenção na ordem instituída.
b) força emotiva e capacidade de preservação da memória social.
c) denúncia retórica e habilidade para sedimentar sonhos e utopias.
d) ampliação do universo cultural e intervenção nos valores humanos.
e) identificação com o discurso masculino e questionamento dos temas líricos.
3. Questão 02 - ENEM 2017
O farrista
Quando o almirante Cabral
Pôs as patas no Brasil
O anjo da guarda dos índios
Estava passeando em Paris.
Quando ele voltou de viagem
O holandês já está aqui.
O anjo respira alegre:
“Não faz mal, isto é boa gente,
Vou arejar outra vez.”
O anjo transpôs a barra,
Diz adeus a Pernambuco,
Faz barulho, vuco-vuco,
Tal e qual o zepelim
Mas deu um vento no anjo,
Ele perdeu a memória…
E não voltou nunca mais.
MENDES, M. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.
A obra de Murilo Mendes situa-se na fase inicial do Modernismo, cujas propostas estéticas
transparecem, no poema, por um eu lírico que
a) configura um ideal de nacionalidade pela integração regional.
b) remonta ao colonialismo assente sob um viés iconoclasta.
c) repercute as manifestações do sincretismo religioso.
d) descreve a gênese da formação do povo brasileiro.
e) promove inovações no repertório linguístico.
4. Questão 03 - ENEM 2011
Utilizadas desde a Antiguidade, as colunas, elementos verticais de sustentação, foram sofrendo
modificações e incorporando novos materiais com ampliação de possibilidades. Ainda que as
clássicas colunas gregas sejam retomadas, notáveis inovações são percebidas, por exemplo, nas
obras de Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 1907. No desenho
de Niemeyer, das colunas do Palácio da Alvorada, observa-se
a) a presença de um capitel muito simples, reforçando a sustentação.
b) o traçado simples de amplas linhas curvas opostas, resultando em formas marcantes.
c) a disposição simétrica nas curvas, conferindo saliência e distorção à base.
d) a oposição de curvas em concreto, configurando certo peso e rebuscamento.
e) o excesso de linhas curvas, levando a um exagero na ornamentação.
Questão 04 - ENEM PPL 2021
Descobrimento
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei lá no norte, meu Deus!
[Muito longe de mim,
Na escuridão ativa da noite que caiu,
Um homem pálido, magro de cabelo escorrendo
[nos olhos,
5. Depois de fazer uma pele com borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu…
ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993.
O poema modernista de Mário de Andrade revisita o tema do nacionalismo de forma irônica ao
a) referenciar estereótipos étnicos e sociais ligados ao brasileiro nortista.
b) idealizar a vida bucólica do norte do país como alternativa à brasilidade.
c) problematizar a relação entre distância geográfica e construção da nacionalidade.
d) questionar a participação da cultura autóctone na formação da identidade nacional.
e) propalar uma inquietação desfavorável quanto à aceitação das diferenças socioculturais.
Questão 05 - ENEM Libras 2021
Modernismo
O homem moderno tem a sensação constante de sempre estar sendo ultrapassado e sempre
perdendo algo. Essa incompletude faz crescer a necessidade de renovar nossos conhecimentos,
nossos valores, pontos de vista e nossos corpos. Temos que ter o ritmo das máquinas, eis o que
a sociedade exige do ser humano, uma constante renovação e aperfeiçoamento. Não podemos
assimilar, sedentariamente, o que se nos apresenta. O passado e a história não têm mais
sentido, e o presente é o que importa. Hoje, a presentificação é o único tempo vivenciado pelos
homens. Embora programados para a eternidade, poderemos morrer. Não nos permitimos o
ócio, o tempo de parar e refletir e entender qual o ritmo próprio de cada um de nós. Estamos
condicionados a produzir.
FALCHETTI, S.; DI LASCIO, R. H. C. Disponível em: www.psicologia.pt. Acesso em: 12 ago. 2017 (adaptado).
O ritmo acelerado em que vive o homem moderno é tema de interesse de todos, e suas
consequências são objeto de discussão constante. Esse trecho de artigo alerta para o fato de o
homem
a) desconsiderar seus próprios limites.
b) ser programado para a eternidade.
c) precisar de constante renovação.
d) exceder o ritmo das máquinas.
e) estar preparado para desafios.