7. São caracterizados como textos não
literários:
■ as notícias;
■ as reportagens;
■ as entrevistas;
■ as cartas comerciais;
■ os artigos científicos;
■ os livros didáticos;
■ os manuais de instrução;
■ os dicionários;
■ as enciclopédias;
■ as receitas de culinárias;
■ as guias de beleza;
■ as bulas de remédios;
8. O texto literário:
■ Possui uma função estética, tendo como
principal objetivo o entretenimento do leitor.
■ Recorre à função poética e emotiva da
linguagem, visando criar expressividade e
despertar sentimentos e emoções no leitor.
■ Utiliza uma linguagem conotativa e
polissêmica, gerando uma multiplicidade de
interpretações.
9. ■ Há uma reflexão sobre a realidade, que leva
a uma recriação pessoal e subjetiva da
realidade.
■ Utiliza figuras de linguagem e outros recursos
estilísticos, apresentado simbologia, beleza,
musicalidade e harmonia.
10. São textos literários…
• os poemas;
• os romances;
• os contos;
• as novelas;
• as lendas;
• as fábulas;
• as crônicas;
• as peças de teatro;
• as letras de músicas;
11. ■ “Até hoje permanece certa confusão em torno da morte de Quincas Berro D’água.
Dúvidas por explicar, detalhes absurdos, contradições no depoimento das
testemunhas, lacunas diversas. Não há clareza sobre hora, local e frase
derradeira. A família, apoiada por vizinhos e conhecidos, mantém-se intransigente
na versão da tranquila morte matinal, sem testemunhas, sem aparato, sem frase,
acontecida quase vinte horas antes daquela outra propalada e comentada morte
na agonia da noite, quando a Lua se desfez sobre o mar e aconteceram mistérios
na orla do cais da Bahia. Presenciada, no entanto, por testemunhas idôneas,
largamente falada nas ladeiras e becos escusos, a frase final repetida de boca em
boca representou, na opinião daquela gente, mais que uma simples despedida do
mundo, um testemunho profético, mensagem de profundo conteúdo (como
escreveria um jovem autor de nosso tempo).”
(Jorge Amado, A Morte e a Morte de Quincas Berro D’água)
12. História - Seca, fenômeno secular na vida dos nordestinos
A história das secas na região Nordeste é uma prova de fogo para quem lê ou escuta os
relatos que vêm desde o século 16.
As duras consequências da falta de água acentuaram um quadro que em diversos
momentos da biografia do semiárido chega a ser assustador: migração desenfreada,
epidemias, fome, sede, miséria.
Os relatos de pesquisadores e historiadores datam da época da colonização portuguesa
na região. Até a primeira metade do século 17, quem ocupava as áreas mais interioranas
do semiárido brasileiro era a população indígena. Uma das primeiras secas que se tem
notícia aconteceu entre 1580 e 1583.
(Revista Ipea, Ano 6. Edição 48 - 10/03/2009, por Pedro Henrique Barreto).
13. Figuras de Linguagem
A figura de linguagem nada mais é do que uma forma de expressão
que se distancia das regras da linguagem literal, denotativa. Ela
pode assumir vários significados como quando, por exemplo, você
fala:
Fulaninho é um tremendo cara de pau! (conotativa)
Ele é alguém que não se envergonha de fazer maldades.
(denotativa)
14. Comparação:
Compara explicitamente dois termos, com conjunção
comparativa.
O pensamento é como um diamante bruto (o pensamento é
igual a um diamante bruto).
Metáfora:
Trata-se de uma comparação implícita.
O amor é a luz na escuridão.
15. Metonímia:
Substituição de um termo por outro, desde que exista relação entre eles.
• Decidi: vou ao médico amanhã!
(isto é: ir ao consultório do médico)
• Ninguém fala mal da minha terra sem antes me pedir permissão.
(isto é: falar mal do país, estado ou cidade)
• Este é um livro escrito a quatro mãos.
(isto é: escrito por duas pessoas.)
• Era mais um camões incompreendido.
(isto é: ser mais um poeta incompreendido)
16. Catacrese:
Emprego inadequado de um termo devido à perda de seu
sentido original.
O bico do bule estava sujo.
O pé da cadeira quebrou.
Perífrase ou antonomásia:
Substituição de um termo por outro que o caracterize, como se
fosse uma espécie de apelido.
O Boca do Inferno não tinha papas na língua.
(Este era o apelido do poeta barroco Gregório de Matos).
17. Sinestesia:
Combinação de dois ou mais sentidos (visão,
olfato, audição, paladar e tato).
No doce caminho que percorri, ouvi cantarem os
pássaros no calor da manhã.
.
18. Figuras de sintaxe ou construção
Elipse : Ocultação de palavra ou expressão na estrutura do
enunciado.
— Vou te ligar. Qual é o seu número?
Aqui, foi omitida a expressão “de telefone”: qual é o seu número de
telefone?
Zeugma: É um tipo de elipse que omite um termo mencionado
anteriormente.
Preferia os caminhos difíceis aos fáceis.
(Não menciona novamente “caminhos”)
19. Anáfora: Repetição de uma ou mais palavras no início dos versos ou orações.
Eu não devo ter medo. Eu não devo parar. Eu não devo retroceder.
Pleonasmo : Uso de algum termo repetitivo, com o objetivo de enfatizar uma
ideia.
— Vi a abdução com meus próprios olhos — ele afirmou. — Você precisa acreditar
em mim!
Este recurso é usado para enfatizar uma ideia. Se isso não acontece, falamos de
redundância, outra figura de linguagem.
Anacoluto : Falta de conexão sintática entre o início de uma frase e a sequência
de ideias.
Aquele cantor não sei de quem você está falando.
20. Silepse
É uma concordância ideológica, e não com o termo expresso.
Silepse de gênero: a gente ficou chocado com o que aconteceu ontem.
(Aqui, o enunciador é do gênero masculino e concorda com a ideia, não com
o sujeito “a gente”)
Silepse de número:
o povo exigiu uma satisfação, pois não suportavam mais aquele silêncio.
(Em vez de concordar com “povo”, a frase concorda com a ideia, ou seja,
eles/elas).
Silepse de pessoa:
os policiais corremos grande perigo.
O enunciador coloca-se na categoria de policial, o que não ficaria evidente
se ele fizesse a concordância gramaticalmente esperada.
21. Hipérbato
Inversão da ordem direta dos elementos de uma oração ou período, composta de sujeito,
verbo, complemento ou predicativo.
Exemplo: as manifestações culturais brasileiras são muito valorizadas no exterior.
Sujeito: As manifestações culturais brasileiras.
Verbo: são.
Predicativo: valorizadas.
Com o hipérbato temos:
Muito valorizadas são as manifestações culturais brasileiras no exterior.
Polissíndeto
Repetição da conjunção “e”.
E o cachorro latia, e corria, e babava em tudo que via pela frente.
22. Figuras de pensamento
Hipérbole: Exagero na frase.
Estava com tanto sono que quase morri.
Minha barriga inchou tanto que parecia uma melancia.
Litotes: Afirmação feita por meio da negação do contrário.
Meu crush não é nada bonito, mas gosto dele mesmo assim.
Ao dizer “nada bonito”, a pessoa nega o adjetivo contrário a feio.
Eufemismo: Termos agradáveis que amenizam uma declaração.
Segundo o juiz, a deputada faltou à verdade em seu depoimento.
“Faltou à verdade” substitui mentir, termo que daria uma entonação um pouco mais
desagradável.
23. Ironia
Sugerir o contrário do que se afirma.
A pontualidade daquele médico é britânica. Só esperei duas horas para ser
atendido.
Prosopopeia
Personificação de seres irracionais ou coisas.
O lobo conversou com Chapeuzinho, e decidiram fazer as pazes.
Lobos não falam, né? (Pelo menos, achamos que não)
Antítese
Oposição entre palavras, expressões ou ideias.
O bem e o mal caminham de mãos dadas no coração humano.
24. Paradoxo ou oximoro
Antítese que expressa uma contradição.
Ninguém parecia ouvir, mas a menina gritava em silêncio.
Apóstrofe
Interrupção da frase para interpelar ou invocar.
Não podia acreditar, ó céus, que aquilo estava acontecendo.
Gradação
Sequência de ideias.
Ele era um porco, um jumento, um dinossauro. Impossível lidar com alguém assim.
25. Figuras de som ou harmonia
Aliteração: repetição de consoantes ou sílabas.
Minha mãe me mandou fazer o meu melhor. (Considerada um vício de linguagem)
Assonância
Repetição de vogais.
Por onde andam o amor e a dor do trovador?
Onomatopeia
Palavra que traduz sonoridades.
O cocoricó se faz ouvir toda manhã.
O miau estava tristinho.
27. (Enem 2022) PALAVRA — As gramáticas classificam as palavras em substantivo, adjetivo, verbo, advérbio,
conjunção, pronome, numeral, artigo e preposição. Os poetas classificam as palavras pela alma porque
gostam de brincar com elas, e para brincar com elas é preciso ter intimidade primeiro. É a alma da palavra
que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e o significado para dizer o que quer,
dar sentimento às coisas, fazer sentido. A palavra nuvem chove. A palavra triste chora. A palavra sono
dorme. A palavra tempo passa. A palavra fogo queima. A palavra faca corta. A palavra carro corre. A palavra
"palavra" diz. O que quer. E nunca desdiz depois. As palavras têm corpo o alma, mas são diferentes das
pessoas em vários pontos. As palavras dizem o que querem, está dito, e pronto.
Falcão, A. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo: Salamandra, 2013 (Adaptado)
Esso texto, que simula um verbete para a palavra “palavra”, constitui-se como um poema porque:
A) tematiza o fazer poético, como em “Os poetas classificam as palavras pela alma”.
B) utiliza o recurso expressivo da metáfora, como em “As palavras têm corpo e alma”.
C) valoriza a gramática da língua, como em 'substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjunção”.
D)estabelece comparações, como em "As palavras têm * corpo e alma, mas são diferentes das pessoas”.
E) apresenta informações pertinentes acerca do conceito de “palavra”, como em “As gramáticas classificam
as palavras”.
28. (Enem 2012) A causa mortis do personagem,
expressa no último parágrafo, adquire um efeito
irônico no texto porque, ao longo da narrativa,
ocorre uma
A) metaforização do sentido literal do verbo
“beber”.
B) aproximação exagerada da estética
abstracionista.
C) apresentação gradativa da coloquialidade da
linguagem.
D) exploração hiperbólica da expressão “inúmeras
coroas”.
E) citação aleatória de nomes de diferentes
artistas.
29. Como os gêneros literários são
cobrados no Enem?
■ entender o que são gêneros literários;
■ conhecer as características de cada um deles;
■ saber diferenciar um gênero de outro.
30. Na prova do Enem, você vai ler trechos de
textos:
• líricos (poemas e letras de música);
• dramáticos (peças de teatro, principalmente);
• narrativos (contos, crônicas, novelas e
romances).
31. GÊNEROS LITERÁRIOS
Épico ou Narrativo
■ narrador ou narradora;
■ personagens;
■ enredo;
■ tempo;
■ espaço.
Lírico
eu lírico;
■ estrofes;
■ Versos;
■ rimas.
32. DRAMÁTICO
Textos literários são escritos para serem encenados, como um
roteiro de cinema ou de telenovela, além de peça de teatro. São
exemplos:
■ tragédia;
■ comédia;
■ farsa;
■ auto.
33. Questão 7 – (Enem 2018)
Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas
sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos
vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água de sal — e houve uma
discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-
se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó.
RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998.
Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a progressão temática. No
fragmento, esse processo é indicado pela
A) alternância das pessoas do discurso que determinam o foco narrativo.
B) utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos variados.
C) indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam os eventos narrados.
D) justaposição de frases que relacionam semanticamente os acontecimentos narrados.
E) recorrência de expressões adverbiais que organizam temporalmente a narrativa.
34. B) O gênero narrativo é focalizado nessa questão. Nela, a ação é o
elemento narrativo em destaque. Assim, a progressão temática é
evidenciada na utilização de “formas verbais que marcam tempos
narrativos variados”, na alternância entre o pretérito perfeito
(“surrou”, “pintou”, “deitaram”, “enrolaram”, “houve”,
“condenou”, “afligiu”, “guardei”), o imperfeito (“distinguia”,
“visitava”, “era”) e o mais-que-perfeito (“ferira”).
Eles marcam a sequência narrativa, iniciada com a surra, que é
seguida pelo possível arrependimento da mãe em relação ao fato
passado, e concluída com a ação tolerante e autoenganadora do
narrador. A resposta correta, portanto, é a alternativa B, pois não há
alternância no foco narrativo, sempre em primeira pessoa. E, no
mais, qualquer ação (os fatos) está diretamente relacionada aos
verbos, e não à justaposição de frases ou às expressões adverbiais.
Notas do Editor
Gregório de Matos Guerra, poeta barroco, era conhecido como o “Boca do Inferno” pelos poemas satíricos que publicava com críticas ferrenhas aos líderes, aos políticos, religiosos e intelectuais da Bahia, repletas de ofensas e palavrões. Peças desse tipo renderam-lhe a fama e imagem de poeta libertino e revoltado.
A palavra “doce” aciona o paladar; o verbo “cantarem”, a audição; e o substantivo “calor”, o tato