6. Antecedentes e causas
As causas remotas do conflito se encontra na
posição secundária, econômica e política da região sul, a
Província do Rio Grande do Sul. Diferentemente de outras províncias o
RS produzia
para seu consumo, tendo como principal produto o charque.
Como causa imediata, o charque rio-
grandense sofria com os altos impostos, perdendo em valor par
o charque vindo da Argentina e Uruguai.
No interior do RS existiam fazendas agrícolas. Ali, muitos
colonos se estabeleciam e, entre eles, militares desmobilizados.
Alguns desses colonos, ex-militares, não conseguiam emprego e
acabavam se oferecendo como
seguranças aos proprietários mais afastados.
E como região fronteiriça era militarizado e passível de
conflitos, como a Guerra da Cisplatina. Que foi um conflito ocorrido
entre Brasil e Argentina (1825 a 1828) pela posse do Uruguai.
7. A guerra
Em 1835, os estancieiros e militares
descontentes promoviam reuniões, destaca
ndo-se Bento Manuel Ribeiro e
Bento Gonçalves, dois líderes
militares. Naquele ano foi
nomeado como presidente da Província
Antônio
Rodrigues Fernandes Braga, nome que
aos poucos se mostrou pouco digno
de confiança. No dia em que
tomou posse, Fernandes fez uma séria acu
sação de separatismo contra os estancieiro
s gaúchos, o que praticamente liquidou as
chances de conviver em
paz com os seus governados.
Bento Manoel Ribeiro
Bento Gonçalves
8. Bento Gonçalves da
Silva
(Triunfo, 1788 — Pedras Brancas, 1847)
Jovem já demonstrou vocação nas guerrilhas da
campanha cisplatina.
Foi comandante de cavalaria e em 1829, D.
Pedro I o nomeou coronel de estado-maior.
Em 1834, denunciado como rebelde
e acusado de manter entendimentos secretos
para a separação do
RS, foi chamado à Corte. Defendeu-
se perante o ministro da Guerra, foi absolvido.
O presidente da província conseguiu a destituiç
ão de Bento Gonçalves do comando militar da
Província. Foi o estopim para
a Revolução Farroupilha, que iria se
iniciar em 20 de Setembro de 1835.
10. Os farroupilhas,como também
ficaram conhecidos os rebeldes,
empossaram MarcianoPereira
Ribeiro como novo presidente.
O liberalDiogo Feijó,então Reg
ente do Império do Brasil, tenta
ndo acalmar os ânimos, nomeo
u um presidente riograndense
para a Província, José de Araújo
Ribeiro. A Assembléia Provincial
mostrou-se indecisa quantoa
esse nome e decidiuadiar-lhe a
posse.
11. Na ausência do líder, Gomes Jardim assumiu o governo da República Piratini,
sustentada pelas forças de Sousa Netto. Nesse ínterim, Bento Gonçalves se e
vadiu espetacularmente da detenção no Forte do Mar (Salvador, 1837), retom
ando a presidência no mesmo ano. Nessa fase, organizando o Estado, faz co
m que a revolução atinja seu auge, levando a crer que a República Piratini
conseguirá consolidar-se como Estado independente.
No plano tático, a capital Porto Alegre havia sido recuperada pelos legalistas,
que também ocupavam a de Rio Grande. Sob rigoroso cerco, estas cidades
eram abastecidas pela Marinha Imperial. As tentativas feitas para conquistá-
las em 1838 revelaram-se
frustantes. Diante da pressão das forças imperiais a capital da república foi tr
ansferida de Piratinipara Caçapava do Sul, cidade mais inacessível e mais
fácil de defender.
Como reforço, chegou ao Rio Grande do Sul o revolucionário italiano Giusep
pe Garibaldi. Com apoio de Davi Canabarro, Garibaldi partiu para Santa Cat
arina, onde proclamou a República Juliana (15 de julho de 1839),
formando com a República Piratini uma confederação. A nova república,
entretanto, revelou-se efêmera, pois sem condições de expandir-
se pelo interior de Santa Catarina durou apenas quatro meses: em novembr
o desse mesmo ano as forças do Império retomaram a cidade litorânea de
Laguna, a capital juliana.
12. Antônio de Souza Netto, gaúcho, foi
um dos mais importantes nomes do
Rio Grande do S Seival, proclamou a
República Rio Grandense, no Campo dos
Menezes. Abolicionista ferrenho, foi morar
no Uru crição de gado, e com seu exército
pessoal, em 1864, foi requisitado pra Tuiuti,
foi ferido a bala e mandado para um
hospital em Corrientes, Argentina. Morreun
o hospital, em 2 de julho de 1866.
13. República Juliana
Proclamadaem 15 de julho de 1839,por Davi Canabarro e
Giuseppe Garibaldi,
a República Catarinenseou República Juliana
formoucom a RepúblicaRiograndense (Repúblicado Piratini)
uma confederação.Mas a nova repúblicadurou apenas quatro
meses: sem condiçõesde expandir-se pela então província
de Santa Catarina, e sem conquistar Nossa Senhora do
Desterro (atual Florianópolis), sede provincial do governo imperial,
em novembro do mesmo ano as forças do Império retomam
Laguna, cidade que sediouo governo republicano.A irmã
RepúblicaRiograndense durou até 1 de março de 1845,quando é
celebradaa paz pelo tratado de Ponche Verde,
e a república integra-se ao Império do Brasil.
Bandeirada RepúblicaJuliana
14. Curiosidades
• A expressão "tchê", uma das mais típicas do linguajar gaúcho, é de origem guarani. Tendo o sentido de "meu".
• A Erva Mate, também uma herança indígena, chegou a ser condenada pelos padres Jesuítas, pois "o demônio, por meio de algum feiticeiro,
• inventou-a", diziam eles. A cuia era muito parecida com a usada hoje, mas o mesmo não se pode dizer da bomba que era feita
de bambus. A palavra "gaúcho" inicialmente designava os ladrões de gado e os malfeitores - "os homens semlei e sem rei". Eram os
"guacho", que significa "órfão" e refere-se aos filhos de índia com o branco espanhol ou português. Somente em meados do século XIX o termo
deixou de ser depreciativo.
• A população do Rio Grande do Sul em 1814 era de 70.656 pessoas, sendo que destes, 20.611 eram escravos. A população de Porto Alegre era de
6.111 habitantes. A maior população do Estado estava na cidade de Rio Pardo com 10.445 pessoas.
• Entre 1824 e 1830, chegam5.350 imigrantes alemães que se espalhampela região de São Leopoldo.
15. Curiosidades
• Os principais chefes farrapos eram ferrenhos escravistas.Ao ser enviado pre
so para a Corte,Bento Gonçalves da Silva levou consigo negro úm
doméstico,para servi-lo. Ao morrer, legouterras, gado e meia centena de
homens negros.
• Os farroupilhas jamais acenaram com a distribuição
de terras, aos gaúchos,e com o fim do cativeiro,
aos cativos, como fizera Artigas. Sequerpropuseram o fim do tráfico.A
revolta era das elites, para as elites.
• Para abater as armas, os farrapos exigiram que o
Império respeitassea liberdade dos soldadosnegros.Temiam
que se formasse guerrilhanegra na província,
ou que os combatentesnegros homiziassem-
se no Uruguai, caso temessem areescravização.
• A infâmia de Porongos
• Na madrugada de 14 de novembro de 1844,o
general farrapo David Canabarro, combinado com Caxias, entregouos farra
pos negros desarmados aos inimigos.No serro
de Porongos,foi dizimada a infantaria negra, acelerando a paz entre os
amos farroupilhas e imperialistas.
• A rendição de Poncho Verde foi acordo entre senhores.
Não havia contradições essenciais entre os chefes imperialistas e
farroupilhas. O Império não manteria o
controle do Sul sem a colaboração dos criadores.Logo,os ex-
farrapos marchariam sob bandeira imperial contra o Uruguai e a Argentina