Posicionamento Brasscom: Fomento à prototipação de Internet das Coisas
Internet of things_(io_t)_e_as_profundas_modificacoes_nos_processos_industriais
1. Internet of Things (IoT) e as profundas modificações nos processos
industriais
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ARTIGO DE REVISÃO
TOMÁZ, Márcio Raonni de Santana
[1]
TOMÁZ, Márcio Raonni de Santana. Internet of Things (IoT) e as profundas modificações nos
processos industriais. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed.
04, Vol. 06, pp. 134-150. Abril de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de
acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/tecnologia/internet-of-things
Contents
RESUMO
INTRODUÇÃO
1. JUSTIFICATIVA
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PRODUÇÃO EM MASSA NAS INDÚSTRIAS
2.2 O SURGIMENTO DA IOT
2.3 DEFINIÇÃO IOT
2.4 IOT INDUSTRIAL
3. A INSERÇÃO DA IoT NOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
3.1 CENÁRIO GERAL
3.2 IIOT NO BRASIL
4. IMPACTOS NEGATIVOS
4.1 PROTEÇÃO DOS DADOS
4.2 TROCA DA MÃO DE OBRA HUMANA POR MÁQUINAS INTELIGENTES
4.3 MUDANÇAS NA CULTURA DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO
4.4 FALTA DE ESPECIALIDADE TÉCNICA
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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RESUMO
O presente artigo trata de uma apresentação sucinta sobre a grande influência que a IoT
vem causando nas cadeias industriais, mostra também o contexto de um futuro próximo a
respeito da aplicação dessa tecnologia. Objetivo é alinhar as expectativas de crescimento do
mercado com a utilização da tecnologia para automatização dos processos. O estudo aponta
alguns conceitos e expõe a inovação de acordo com as necessidades iminentes das
estruturas mercadológicas. São relatadas também algumas dificuldades do mercado
brasileiro se comparado a outros mais desenvolvidos, no que diz respeito à implementação
desse aporte tecnológico. A pesquisa deixa claro os conceitos negativos bem como a
resistência de algumas corporações para a aceitação de uma mudança significativa em sua
metodologia de produção. Além disso, é ressaltado a importância das companhias alinharem-
se com os novos modelos de controle e gestão de seus produtos, a fim de se manterem
competitivas no mercado.
Palavras-chave: Indústrias, tecnologias, processos, IoT, internet das coisas.
INTRODUÇÃO
A popularização da internet, desde meados do século XXI, em conjunto com potencial
tecnológico, aumentaram significativamente os níveis de produção industrial. Para atender a
essa demanda de crescimento exponencial, novas técnicas surgiram para se ter uma maior
automatização nos processos industriais, a fim de que esse crescimento em larga escala
pudesse ser atendido sem que os serviços e produtos perdessem a sua qualidade (LIMA &
PINTO, 2019).
Nesse contexto de inovações tecnológicas e necessidade das organizações, o surgimento do
conceito de IoT (do inglês, Internet of Things), trouxe as indústrias as ferramentas ideais para
atender a essa revolução. Trata-se de uma infraestrutura que permite uma comunicação,
conectando o virtual ao real, criando um controle smart nos mais variados processos de uma
sociedade. Essa forma de conectividade é usada para fundir a comunicação com objetos
reais do mundo físico e seus dados vinculados a uma saída e visualização através da internet
(COLOMBO & FILHO, 2018).
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Essa revolução tecnológica, aliada às necessidades das grandes corporações, fez surgir o que
se chama hoje de Indústria 4.0, concepção criada para designar a ação da IoT e suas grandes
implicações nas metodologias de produção (BECCARIN, 2018).
Com relação a esses novos paradigmas, o presente artigo foi criado com o intuito de
apresentar as profundas e ricas atribuições que a IoT vem trazer para essa era industrial.
Esse assunto é de grande relevância, uma vez que trata não somente de um futuro próximo,
mas também se refere, já nos dias atuais, ao cotidiano de muitas redes fabris e corporativas.
Inicialmente o artigo buscou uma fundamentação teórica sobre os modelos de produções
industriais, procurando apontar o cenário de maior necessidade e a partir desse ponto foram
inseridas as definições e aplicações da Internet das coisas para melhorias dos processos e
cadeias de produção.
1. JUSTIFICATIVA
Em uma era tecnológica que se preza muito mais pela rapidez de processos sem perda de
qualidade, os conceitos de eficiência e eficácia são largamente mencionados em diversos
setores industriais, seja em indústrias alimentícias, transportes, de serviços etc.
A busca por um sincronismo entre rapidez e qualidade em um mundo cada vez mais
consumista e globalizado elevou a responsabilidade tecnológica a uma medida de provisão
nesse contexto. É analisando esse ambiente que o presente artigo se justifica.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PRODUÇÃO EM MASSA NAS INDÚSTRIAS
O modelo de produção em massa, conhecida também pela expressão inglesa make-to-stock,
traz a ideia de uma produção de suficiência, pois o intuito é produzir uma quantidade
necessária para ter sempre um produto disponível nos estoques, em consequência disso, há
uma diminuição nos prazos de entrega para fornecedores ou clientes (MACHADO CRUZ,
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2016).
A produção seriada ou em massa, como também é chamada, surgiu em meados do século
XX. O responsável por esse modelo, Henry Ford, foi quem deu início a implementação desse
sistema na linha de montagem, combinando com um processo de divisão de trabalho, tendo
um maior controle e organização para alcançar os altos volumes de produção a um custo
reduzido (MACHADO CRUZ, 2016).
Na atualidade, os princípios dos modelos de Ford estão ainda sendo irradiados em larga
escala, porém o que acontece dentro das grandes corporações é que se produz muito mais
em menos tempo, tornando vantajoso um sistema de controle rigoroso que proporcione uma
garantia de eficiência (COELHO, 2015).
Com a adoção dessa prática tornaram previsível o grande atendimento das demandas
industriais, existindo um controle burocrático para manter a organização. Além das
estratégias documentais, existe a especialização das tarefas por parte dos colaboradores que
se aperfeiçoam em funções específicas (MACHADO CRUZ, 2016).
Com o aumento do fluxo de entrada/saída nos estoques e nas linhas de produções
consequente desse tipo de modelo, os processos passaram a carecer de uma administração
sistemática e automatizada que atenda a grande escala de itens e materiais fabricados. Essa
necessidade é um resultado intrínseco do largo consumo e da grande evolução tecnológica
vivenciada pelas grandes empresas (MATOS, 2017).
Nesse contexto evolutivo, as empresas passaram a adaptar as suas técnicas a um controle
com menos ação humana e a utilização de ferramentas que propiciem uma organização mais
satisfatória. Nesse tipo de ambiente é indispensável o monitoramento/controle de produtos, e
é com essa finalidade que a IoT tem se apropriado das cadeias industriais, oferecendo
visibilidade em tempo real e automatização sistêmica dos processos (MATOS, 2017).
2.2 O SURGIMENTO DA IOT
No ano de 1999, Kevin Ashton popularizou o termo Internet das Coisas e 10 anos depois
escreveu um artigo ‘’A Coisa da Internet das Coisas’’ para um meio de comunicação da
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época chamado de RFID Jornal. De acordo com ele, a capacidade da rede estava em torno de
50 Penta Bytes de dados acumulados em gravações, registros e reprodução de imagens
(ASHTON, 2009).
Naquela época, já existia uma previsão a respeito do atendimento das demandas com
compressão do tempo, já se imaginava uma conexão entre pessoas e coisas de maneiras
variadas através da internet. A captação de dados e de informações fazia parte de um
modelo a ser a dotado no futuro, segundo Ashton, que visualizava ainda a criação de
ferramentas para otimizar tempo e recursos. A visão desse grande inovador já fazia uma
prévia que a utilização de tais ferramentas e modelos seria uma revolução sem precedentes
para o mundo que se conhecia na década de 90 (ASHTON, 2009).
O legado documentado e previsto por Ashton está presente nos dias atuais, onde se vive
uma era de integração e conectividade grandiosa, relacionando dados e informações entre
dispositivos diversos através da internet (LEITE; MATINS; URSINI, 2017).
2.3 DEFINIÇÃO IOT
A Internet das Coisas (IoT) é uma rede de utensílios físicos que anexam em sua infraestrutura
sensores e softwares, integrandos outras ferramentas com intuito de fazer uma conexão e
troca de informações com outros dispositivos conectados a uma rede pela internet. Os
equipamentos e dispositivos podem ser de diferentes tipos de objetos, como domésticos
comuns ou ferramentas industriais aprimoradas. Acredita-se que existem atualmente 7
bilhões de equipamentos IoT conectados, esse número tende a aumentar para 10 bilhões até
2020 e 22 bilhões em 2025 (ORACLE, 2019).
Em resumo, nos processos de negócios industriais, a IoT está atrelada de forma a integrar
esses modelos, tornando uma relação de troca de informações e dados do ambiente de
forma autônoma, existindo a junção da comunicação física e real, automatizando o sistema e
diminuindo a intervenção humana (ZABADAL & CASTRO, 2017).
Existem diversas definições diferentes para IoT, porém o alvo e o objetivo da tecnologia são
unânimes a todos os autores. Trata-se da relação entre diversos Hardwares que se
comunicam uns com os outros com sinal de rádio frequência, armazenando informações
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úteis para determinadas tarefas (ZABADAL & CASTRO, 2017).
Segundo Zabadal e Castro (2017), a arquitetura é formada basicamente por 4 elementos:
energia, sensores, processamento e comunicação. Abaixo segue uma descrição resumida
desses componentes.
Energia: é preciso uma alimentação elétrica para os dispositivos. Comumente, consistem em energia
elétrica, porém podem ser utilizadas outras formas de energias, como a solar, por exemplo, ou até
mesmo baterias.
Sensores: faz o contato do ambiente onde está presente com o objeto real pertencente àquela
localidade. Monitoram grandezas físicas como, temperatura, umidade, movimentação, pressão etc.
Processamento: é formada por uma memória embutida que é responsável pelo armazenamento dos
dados coletados pelos sensores, esses dados são tratados e normalmente descarregados em uma base
de dados ou plataforma que decifrarão e os utilizarão em concordância com a necessidade de uma
organização.
Comunicação: Consiste em um meio de conexão que pode ser realizado com ou sem fio. A
comunicação geralmente é feita com a utilização de sinal RF (Rádio Frequência) que manda ou excita
para receber uma um sinal de resposta com os dispositivos comunicantes.
Figura 1: Arquitetura Básica IoT
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Fonte: Sousa, 2018
2.4 IOT INDUSTRIAL
IoT industrial (IIoT) alude ao uso dessa tecnologia a meios industriais, principalmente quando
relacionada à instrumentação, sensores e hosts que contemplem tecnologias em nuvem.
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Atualmente, as corporações utilizam uma comunicação recíproca entre maquinas (M2M) para
obtenção de uma conexão wireless. Porém com as evoluções tecnológicas e a chegada do
armazenamento em nuvem, tornou-se possível o surgimento de uma nova camada de
automação, criando assim, metodologias novas para os mais atuais modelos de negócios.
Nesse contexto a IIoT passou a ser chamada por muitos de quarta revolução industrial ou
Industria 4.0 (ORACLE, 2019).
Ainda, de acordo com Oracle (2019), existem algumas aplicações do IIoT nos parques
industriais:
Oficina Inteligente
Manutenção Preventiva
Redes Elétricas Inteligentes
Cidades Inteligentes
Logística Conectada e Inteligente
Cadeias de Suprimentos Digitais e Inteligentes
Na IoT existe a camada operacional, essa camada contempla a digitalização de dados nos
processos industriais. A utilização da Internet das Coisas é responsável pela conexão das
informações de equipamentos vinculados a internet (VENTURELLE, 2018).
Figura 2: Arquitetura IIoT
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Fonte: Freire, 2017
3. A INSERÇÃO DA IoT NOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
3.1 CENÁRIO GERAL
Atualmente, existe um grande número de empresas que aderem as inovações impostas pela
Indústria 4.0. Com o mercado competitivo nessa era de produção em larga escala, as
empresas que não tiverem um olhar sensível acerca dessas contribuições, fatalmente sairão
em profunda desvantagem se comparado as que aceitarem tais modificações e
implementarem em seus processos (GARCIA et al., 2019).
Tendo em vista o que foi abordado até o momento, agora é a hora de apontar as principais
aplicações dessa tecnologia já inserida nos mais variados parques industriais como, por
exemplo, no monitoramento/controle de processos, gestão de demandas na indústria,
diagnósticos/prevenção preditiva (A VOZ DA INDÚSTRIA, 2018):
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No monitoramento/controle, os equipamentos são capazes de entregar aos administradores, em tempo
real, toda a cadeia de processos em funcionamento, oferecendo uma gama de informações com os
dados capturados pelos sensores. Esses dados são organizados e tratados facilitando sua análise e
aperfeiçoando o rendimento da cadeia de produção. Dessa forma, há redução de alguns impactos
negativos como o desperdício, por exemplo.
Em relação à gestão de demandas, é permitida uma maior visibilidade dos processos, tornando mais
fácil o planejamento dos gestores a respeito da matéria-prima para a cadeia de produção, tendo assim
uma maior administração sobre os estoques evitando episódios de overflow ou perdas. É possível
também, fazer um estudo a respeito dos produtos mais adquiridos pelos clientes, organizando as
demandas mais prioritárias e auxiliando nas previsões de entregas/recebimentos. Isso influencia em
um maior preparo para pedidos futuros, elaborando estratégias e antecipando situações conforme
indicam a análise dos dados armazenados.
No caso dos diagnósticos e manutenção preditiva, sua contribuição também é uma consequência do
armazenamento e tratamento analisados. Com essas informações, existe a possibilidade de prevenção
de falhas nas máquinas, além de uma previsão de manutenção, em caso de necessidade. Essa ação
evita a interrupção dos processos, desviando-se de prejuízos causados por paralisação geral da
produção.
Essas aplicações nas indústrias não só potencializam a produtividade, como também elevam
a uma condição de maior eficiência das cadeias de produção, com um consequente retorno
financeiro para a empresa. Ainda evita que as corporações tenham despesas desnecessárias
que vão além do orçamento estipulado para determinado período (DA SILVA; VASCONCELOS;
CAMPOS, 2019).
3.2 IIOT NO BRASIL
No Brasil, o número total de companhias que aderem as inovações da Indústria 4.0 é de
apenas 2%. A fim de alcançar um escalão mais privilegiado e competitivo nos modelos de
negócios que implementam a IoT, o país precisaria de pelo menos 10 anos de esforços
regulares (RIBEIRO DO VAL, 2017).
O cenário brasileiro não é muito favorável, pois grande parte das companhias nacionais não
enxerga muitas vantagens para as mudanças de seus processos em prol da tecnologia.
Apesar disso, a expectativa é que nos próximos anos, as atribuições da IIoT cresçam cada dia
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mais nas indústrias brasileiras. Com o aquecimento da estagnada economia brasileira e as
retomadas dos planejamentos de mercado, se espera que o aceitamento por partes dessas
inovações tecnológicas faça parte das pautas de grandes organizações (RIBEIRO DO VAL,
2017).
Segundo Ribeiro do Val (2017), de acordo com os dados da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), estimava-se um crescimento do PIB Industrial e da Formação Bruta de Capital
Fixo (FCBF), no ano de 2018. Esses fatores indicam a aptidão de investimentos que uma
empresa possui. Para que o Brasil possa alcançar os mesmos níveis de investimentos ou
implementação tecnológico na IIoT se comparados a outros mercados bastantes
desenvolvidos nesse aspecto, alguns setores precisam de uma atenção prioritária, são eles:
Aplicações nas cadeias produtivas e desenvolvimento de fornecedores
Mecanismo para adoção das tecnologias da Indústria 4.0
Desenvolvimento Tecnológico
Recursos Humanos
Infraestrutura
Regulação
Articulação Institucional
O Brasil precisa de mais investimentos no setor e necessita que haja também mais fóruns e
sindicatos que tragam para ao país novas ideias e vivência nos cases de sucesso de
mercados que aderiram a mais tempo a esse tipo de inovação. É necessário que se tenha
uma boa infraestrutura e facilitadores burocráticos que favoreçam a implantação dessa
tecnologia no país (DA SILVA et al., 2015).
4. IMPACTOS NEGATIVOS
Com a automatização processual e o vínculo de dados conectados a uma rede, ao mesmo
tempo em que facilita a ação integrada nas indústrias, traz também algumas consequências
que necessitam de atenção e cuidados especiais.
Abaixo serão abordados os aspectos que podem ser considerados relevantes negativamente,
como: proteção de dados; troca da mão de obra humana por máquinas automatizadas;
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mudanças na cultura de processos de uma organização; e, por fim, a falta de capacidade
técnica de alguns colaboradores para usufruir da tecnologia.
4.1 PROTEÇÃO DOS DADOS
Buscando uma padronização e medidas de segurança contra riscos de violações de dados,
alguns países formados pelo Brasil e União Européia criaram regimentos sobre proteção e
privacidade de dados, através da GDPR Européia (General Data Protection Regulation) e a
LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) (RODRIGUES LADEIA, 2019).
As legislações incitam uma série de regras para o tratamento dos dados relacionados às
pessoas, realizando punições aos que se encontrarem fora desse contexto. Trata-se de uma
importante medida para globalizar e padronizar, além de proteger a massificação de dados
que são coletados periodicamente nas grandes corporações (RODRIGUES LADEIA, 2019).
Além disso, há uma grande preocupação das grandes empresas a respeito da quebra de
segurança de informações ou dados. A IoT como mencionado anteriormente, embasa-se na
leitura de dados para a integração e automatização das cadeias de produção, porém mesmo
com a utilização de robustos sistemas de segurança, ainda existe a probabilidade de que
essas informações sejam invadidas ou acessíveis a hackers. O acesso a esse nível de
informação poderia causar prejuízos imensuráveis a uma instituição corporativa (OLIVEIRA et
al., 2019).
4.2 TROCA DA MÃO DE OBRA HUMANA POR MÁQUINAS INTELIGENTES
Quando se imagina um cenário tecnológico, com as máquinas sendo autossuficientes,
operando sem nenhuma ação humana, parece um mundo ideal, porém o que se enxerga
hoje nas empresas pioneiras que já utilizam tecnologias inovativas de IoT em seus processos,
é que cada vez mais nos centros de distribuição, por exemplo, a diminuição de operadores é
significativa, e isso causa um impacto negativo na vida de muitos colaboradores, que são
obrigado a se reinventarem ou especializar-se ainda mais, afim de que possa acompanhar
essa revolução tecnológica. O papel dos colaboradores será mais técnico, voltado para
atividades de caráter mais flexível, havendo mais interação entre o homem e o sistema
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inteligente das máquinas (MATA et al., 2018).
4.3 MUDANÇAS NA CULTURA DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO
A implementação da IoT, não é necessariamente uma tarefa trivial, uma vez que é preciso
uma mudança de toda uma cadeia para se adequar à nova tecnologia. As mudanças vão de
encontro à cultura processual de uma empresa, pois os modelos adotados antes da execução
da tecnologia são convencionais e padronizados na maioria das instituições (TROPIA; SILVA;
DIAS, 2017).
É preciso um estudo dos impactos na mudança desses processos para as indústrias, bem
como uma análise profunda do custo/benefício que pode acarretar uma consequente
mudança na cadeia de produção. O fato é que para chegar a um nível de automatização
inteligente nas estruturas das organizações é imprescindível uma mudança radical na cultura
dos meios de produção. Só assim, uma implementação irá surtir o efeito esperado por parte
dessa inovação (TROPIA; SILVA; DIAS, 2017).
4.4 FALTA DE ESPECIALIDADE TÉCNICA
Por se tratar de uma novidade na maioria dos ambientes institucionais, são pouquíssimos os
profissionais com expertise na área de IoT, isso provoca alguns efeitos não muito vantajosos
para muitas empresas. O profissional sem experiência pode conduzir um planejamento ou
um projeto mal formulado, em consequência disso, a tecnologia pode não retornar as partes
interessadas aquilo que se esperaria como um resultado útil e coerente (COSTA et al, 2019).
As empresas necessitarão de profissionais gabaritados, com vivência na área e que
contribuam positivamente e em concordância com esse tipo de progresso. Haverá uma
necessidade de uma alta capacitação tanto da agremiação que irá realizar o
desenvolvimento da solução quanto a que receberá a implantação. Isso acarretará repostas
plausíveis e uma manutenção com maior durabilidade de informações que serão coletadas,
transformando-se em dados úteis para análise (COSTA et al, 2019).
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CONCLUSÃO
Portanto, a Internet das coisas vem para revolucionar e transformar o ambiente das grandes
instituições. A indústria 4.0 é o futuro das corporações, implicando em mudanças culturais e
processuais de produção, acrescentando uma maior eficiência e rapidez nas cadeias de
processos sem perder a qualidade dos produtos. É um cenário já presente em muitos
mercados e a tendência é que cada vez mais aumente o número de indústrias utilizando a
IoT.
O grande desafio de acompanhar essa mudança está na visível resistência que algumas
políticas organizacionais aplicam para esse novo modelo, seja por medo de não obter o
resultado esperado com a implementação ou pela falta de conhecimento sobre a solução que
a tecnologia tem a oferecer. O fato é que tudo que é novidade gera certo receio, porém com
a necessidade mercadológica e o cenário favorável para os próximos anos, esses empecilhos
tendem a serem contornados.
Em uma era onde a expansão tecnológica é cada vez mais aparente, as companhias que não
seguirem os novos modelos de automatização para atendimento das grandes demandas,
tendem a ficar em posições menos privilegiadas na grande largada competitiva que o
capitalismo impõe ao mercado.
O Brasil, precisa urgentemente atender a essas novas exigências com um olhar otimista. Isso
o manterá competitivo em relação ao mercado exterior, fazendo com que a economia do país
não fique estagnada por estruturas engessadas e arcaicas.
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[1]
Pós-graduado em Engenharia de Desenvolvimento de Projetos Eletrônicos pelo Instituto
Brasileiro de Formação – IBF / Pós-graduado em Engenharia de Automação e Eletrônica
Industrial pelo Instituto Brasileiro de Formação – IBF / Pós-graduando em Gestão de Projetos
pela Pontifícia Universidade Católica – PUC / Graduado em Engenharia de Telecomunicações
pela Universidade Federal Fluminense – UFF.
Enviado: Março, 2020.
18. Internet of Things (IoT) e as profundas modificações nos processos
industriais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Aprovado: Abril, 2020.