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PRIMEIRO REINADO
Antônio Nilson
O QUE FOI?
Após conduzir o processo de
independência do Brasil, D. Pedro I
governou o Brasil de 1822 até 1831, em
um período conhecido como Primeiro
Reinado. Durante essa época da história
brasileira, os grandes desafios foram
garantir o reconhecimento internacional
do Brasil como nação independente,
redigir uma constituição e lidar com duas
revoltas que abalaram a estabilidade do
país.
INDEPENDÊNCIA
O Primeiro Reinado foi iniciado logo depois de D.
Pedro I conduzir o processo de independência. A
ruptura entre Brasil e Portugal aconteceu por
causa das pressões exercidas pelas Cortes
Portuguesas sobre D. Pedro I para que ele
retornasse a Portugal assim como seu pai havia
feito e para que o Brasil fosse recolonizado. As
Cortes Portuguesas eram uma espécie de
assembleia formada pela burguesia portuguesa
durante a Revolução Liberal do Porto de 1820.
Assim que D. Pedro I foi coroado imperador do Brasil, o primeiro
grande desafio que surgiu – além da busca pelo reconhecimento
internacional – foi redigir uma constituição para o país. A
formulação dessa primeira constituição foi debatida por
constituintes, que assumiram a função como deputados em maio
de 1823, após terem sido eleitos em votação realizada depois da
independência.
A nova constituição do Brasil ficou pronta em setembro de 1823
e trazia como principal ponto a limitação do poder do imperador.
Isso fez com que D. Pedro I ordenasse a invasão do exército
brasileiro na Assembleia Constituinte, em 12 de novembro de
1823, e prendesse todos os deputados opositores. Após isso, foi
formado um Conselho de Estado que, junto de D. Pedro I,
elaborou outra novo texto constitucional.
Essa constituição ficou pronta e foi outorgada, ou seja, imposta
por vontade do imperador, no dia 25 de março de 1824.
Constituição
Guerra da
Cisplatina


Dissolução da
Assembleia Constituinte


Confederação do
Equador


MOTIVOS DA QUEDA
Noite das
Garrafadas
O governo de D. Pedro I não era muito popular no Nordeste brasileiro,
principalmente por causa do autoritarismo do imperador. Por isso, a
região tornou-se foco de críticas ao Império. Nesse contexto, dois
nomes destacaram-se: Cipriano Barata e Joaquim do Amor Divino (frei
Caneca), que veiculavam suas críticas em jornais de circulação local.
O principal foco de insatisfação era a província de Pernambuco, local
historicamente marcado por tensões. A insatisfação da região na
década de 1820 era, em grande parte, herdada da Revolução
Pernambucana, movimento separatista de viés republicano que
aconteceu em 1817. Os ideais republicanos, associados com a
insatisfação com o imperador, levaram a uma nova rebelião: a
Confederação do Equador.
Essa revolta teve como estopim a dissolução da Assembleia
Constituinte e a nomeação de um governador que não era desejado
pela elite local. Na época, havia também uma forte especulação de que
a região seria invadida pelos portugueses. A junção de todos esses
fatores, associados à memória viva da Revolução Pernambucana,
fizeram a província rebelar-se.
Dissolução da Assembleia Constituinte
A Confederação do Equador iniciou-se
em 2 de julho de 1824 em Recife,
Pernambuco. Sob a liderança de frei
Caneca e Manoel de Carvalho Paes de
Andrade, o movimento logo se espalhou
pelo Nordeste, alcançando o Rio Grande
do Norte, Paraíba, Ceará, Piauí e
Maranhão. A reação do imperador foi
violenta: foi ordenada uma série de
execuções em Pernambuco, Ceará e Rio
de Janeiro. Em setembro, os rebeldes já
tinham sido derrotados.
Confederação do equador
A crise do Primeiro Reinado também está associada com a Guerra da
Cisplatina, travada entre 1825 e 1828. Nesse conflito, o Brasil lutou pela
manutenção da província Cisplatina a fim de evitar que ela fosse
anexada pelas Províncias Unidas (atual Argentina). Essa guerra foi
extremamente impopular no Brasil.
Tudo começou quando habitantes locais da Cisplatina iniciaram uma
rebelião, declarando a separação da província do Brasil e sua
vinculação com as Províncias Unidas. A reação brasileira ocorreu com a
declaração de guerra contra os rebeldes e contra as Províncias Unidas.
Ao longo dos três anos de conflito, o Brasil amargou uma série de
derrotas, que destruiu o moral do exército e arruinou a economia do
país.
O fim da guerra ocorreu com a assinatura de um acordo entre o Brasil e
as Províncias Unidas. Ambas as partes concordaram em abrir mão da
Cisplatina, fato que levou à queda da popularidade do imperador.
Assim, em 1828, foi reconhecida a independência da República Oriental
do Uruguai.
Guerra da Cisplatina
Além do autoritarismo, da violência e da economia arruinada, o jogo
político também contribuiu para minar a posição do imperador.
Durante o Primeiro Reinado, foram formados, gradativamente, dois
blocos entre os políticos: o partido brasileiro e o partido português.
Enquanto o primeiro representava a oposição ao imperador, o
segundo oferecia-lhe apoio.
Esses desentendimentos entre brasileiros e portugueses fizeram com
que um confronto aberto acontecesse. Esse episódio ficou conhecido
como Noite das Garrafadas e durou dias nas ruas da cidade do Rio
de Janeiro. Como resultado, D. Pedro I renunciou ao trono.
Ao deixar sua posição, o imperador ofereceu o trono ao seu filho,
Pedro de Alcântara. Como o príncipe só poderia assumir o poder
quando tivesse 18 anos de idade, iniciou-se no país uma fase de
transição, conhecida como Período Regencial.
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  • 2. O QUE FOI? Após conduzir o processo de independência do Brasil, D. Pedro I governou o Brasil de 1822 até 1831, em um período conhecido como Primeiro Reinado. Durante essa época da história brasileira, os grandes desafios foram garantir o reconhecimento internacional do Brasil como nação independente, redigir uma constituição e lidar com duas revoltas que abalaram a estabilidade do país.
  • 3. INDEPENDÊNCIA O Primeiro Reinado foi iniciado logo depois de D. Pedro I conduzir o processo de independência. A ruptura entre Brasil e Portugal aconteceu por causa das pressões exercidas pelas Cortes Portuguesas sobre D. Pedro I para que ele retornasse a Portugal assim como seu pai havia feito e para que o Brasil fosse recolonizado. As Cortes Portuguesas eram uma espécie de assembleia formada pela burguesia portuguesa durante a Revolução Liberal do Porto de 1820.
  • 4. Assim que D. Pedro I foi coroado imperador do Brasil, o primeiro grande desafio que surgiu – além da busca pelo reconhecimento internacional – foi redigir uma constituição para o país. A formulação dessa primeira constituição foi debatida por constituintes, que assumiram a função como deputados em maio de 1823, após terem sido eleitos em votação realizada depois da independência. A nova constituição do Brasil ficou pronta em setembro de 1823 e trazia como principal ponto a limitação do poder do imperador. Isso fez com que D. Pedro I ordenasse a invasão do exército brasileiro na Assembleia Constituinte, em 12 de novembro de 1823, e prendesse todos os deputados opositores. Após isso, foi formado um Conselho de Estado que, junto de D. Pedro I, elaborou outra novo texto constitucional. Essa constituição ficou pronta e foi outorgada, ou seja, imposta por vontade do imperador, no dia 25 de março de 1824. Constituição
  • 5. Guerra da Cisplatina Dissolução da Assembleia Constituinte Confederação do Equador MOTIVOS DA QUEDA Noite das Garrafadas
  • 6. O governo de D. Pedro I não era muito popular no Nordeste brasileiro, principalmente por causa do autoritarismo do imperador. Por isso, a região tornou-se foco de críticas ao Império. Nesse contexto, dois nomes destacaram-se: Cipriano Barata e Joaquim do Amor Divino (frei Caneca), que veiculavam suas críticas em jornais de circulação local. O principal foco de insatisfação era a província de Pernambuco, local historicamente marcado por tensões. A insatisfação da região na década de 1820 era, em grande parte, herdada da Revolução Pernambucana, movimento separatista de viés republicano que aconteceu em 1817. Os ideais republicanos, associados com a insatisfação com o imperador, levaram a uma nova rebelião: a Confederação do Equador. Essa revolta teve como estopim a dissolução da Assembleia Constituinte e a nomeação de um governador que não era desejado pela elite local. Na época, havia também uma forte especulação de que a região seria invadida pelos portugueses. A junção de todos esses fatores, associados à memória viva da Revolução Pernambucana, fizeram a província rebelar-se. Dissolução da Assembleia Constituinte
  • 7. A Confederação do Equador iniciou-se em 2 de julho de 1824 em Recife, Pernambuco. Sob a liderança de frei Caneca e Manoel de Carvalho Paes de Andrade, o movimento logo se espalhou pelo Nordeste, alcançando o Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Piauí e Maranhão. A reação do imperador foi violenta: foi ordenada uma série de execuções em Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro. Em setembro, os rebeldes já tinham sido derrotados. Confederação do equador
  • 8. A crise do Primeiro Reinado também está associada com a Guerra da Cisplatina, travada entre 1825 e 1828. Nesse conflito, o Brasil lutou pela manutenção da província Cisplatina a fim de evitar que ela fosse anexada pelas Províncias Unidas (atual Argentina). Essa guerra foi extremamente impopular no Brasil. Tudo começou quando habitantes locais da Cisplatina iniciaram uma rebelião, declarando a separação da província do Brasil e sua vinculação com as Províncias Unidas. A reação brasileira ocorreu com a declaração de guerra contra os rebeldes e contra as Províncias Unidas. Ao longo dos três anos de conflito, o Brasil amargou uma série de derrotas, que destruiu o moral do exército e arruinou a economia do país. O fim da guerra ocorreu com a assinatura de um acordo entre o Brasil e as Províncias Unidas. Ambas as partes concordaram em abrir mão da Cisplatina, fato que levou à queda da popularidade do imperador. Assim, em 1828, foi reconhecida a independência da República Oriental do Uruguai. Guerra da Cisplatina
  • 9. Além do autoritarismo, da violência e da economia arruinada, o jogo político também contribuiu para minar a posição do imperador. Durante o Primeiro Reinado, foram formados, gradativamente, dois blocos entre os políticos: o partido brasileiro e o partido português. Enquanto o primeiro representava a oposição ao imperador, o segundo oferecia-lhe apoio. Esses desentendimentos entre brasileiros e portugueses fizeram com que um confronto aberto acontecesse. Esse episódio ficou conhecido como Noite das Garrafadas e durou dias nas ruas da cidade do Rio de Janeiro. Como resultado, D. Pedro I renunciou ao trono. Ao deixar sua posição, o imperador ofereceu o trono ao seu filho, Pedro de Alcântara. Como o príncipe só poderia assumir o poder quando tivesse 18 anos de idade, iniciou-se no país uma fase de transição, conhecida como Período Regencial. Noite das Garrafadas