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A FELICIDADE E AS ESCOLHAS:
As diferentes posições sobre a felicidade e como ser feliz em meio às escolhas?
Em nosso cotidiano, ouvimos falar constantemente sobre o tema da felicidade. Muitas
pessoas afirmam que desejam ser felizes, que querem alcançar a felicidade, ou que estão
infelizes. Isso nos leva a refletir sobre as seguintes questões: a felicidade é um conceito objetivo
ou subjetivo? Existe "a" felicidade ou cada um tem seu conceito sobre o que é ser feliz? Frente a
estas dúvidas, a tendência é tentar negar a existência da felicidade. Perigosa tentação, pois às
vezes é mais fácil negar a felicidade do que aceitar que ela existe e reconhecer que não a
possuímos... Estamos frente a uma situação limite... pouco discutida e que quase não é refletida
em nosso cotidiano corrido... Você já parou para pensar sobre o que é a felicidade? Você já
se perguntou um dia por que todo mundo a deseja ou acredita na sua existência?
Desde a Grécia Antiga os filósofos já se ocupavam sobre a questão da felicidade. Em
especial, um grande filósofo chamado Aristóteles já postulava importantes considerações sobre
esse tema. Segundo ele, todas as coisas que existem tendem para um fim. O homem, por sua
vez, também existe para uma finalidade: “ser feliz”. Nesse sentido, Aristóteles constata que
existe um grande consenso entre os homens: “todos querem ser felizes”; mas também há um
grande descenso entre eles: “O que é a Felicidade?”. Como o próprio autor afirma em sua obra
Ética a Nicômaco: “Todos estão de acordo e dizem ser o fim do homem a felicidade e
identificam o bem viver e o bem agir com o ser feliz. Diferem, porém, quanto ao que seja a
felicidade, o homem limitado não a concebe da mesma forma que o sábio”. Sendo assim, nem
todos os homens compreendem a felicidade de maneira semelhante.
Para resolver esse dilema, Aristóteles afirma que o homem verdadeiramente feliz é aquele
que age segundo sua própria natureza, isto é, que age racionalmente e visa ser virtuoso, visto
que para esse filósofo grego, a essência do homem é sua razão, pois todos tendem ao saber. Mas
qual é de fato a nossa natureza? Muitos dizem que somos seres essencialmente bons, outros
dizem que somos naturalmente maus e egoístas. Mas podemos acreditar também que
somos seres inacabados... incompletos... que ao invés de nascerem com uma essência pré-
estabelecida, buscam construir esta suposta essência na própria existência, na vida real, no
cotidiano. Assim sendo, podemos ser tanto anjos como demônios. Nossa natureza depende de
nossas escolhas, e devido a isso, nossa felicidade também dependerá delas.
É o que afirma o filósofo francês Jean-Paul Sarte em sua obra “O Existencialismo é um
Humanismo” : “Se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por
aquilo que é. Assim, o primeiro esforço é o de pôr todo homem no domínio que ele é, de lhe
atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é
responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita
individualidade, mas que é responsável por todos os homens”. Dessa maneira, eliminando uma
natureza pré-definida que nos dirá o que é ser feliz, podemos analisar uma outra perspectiva
sobre o tema, afirmando que a felicidade se encontra na forma como fazemos nossas escolhas,
ou seja, encarando a vida da maneira como ela realmente se apresenta, vivendo-a intensamente
com responsabilidade.
Ora, encarar a vida tal como ela se apresenta não é tarefa fácil. Somos seres jogados na
existência e estamos condenados a fazer escolhas. Cada possibilidade de existência assumida
significa a renúncia de outro modo de vida. Dessa maneira, podemos acertar ou errar, ganhar ou
perder. Tudo depende de nossas escolhas. A angústia é a disposição emocional que nos
acompanha neste drama da existência. Como então ser feliz em uma realidade tão dura como
essa?
A felicidade não é uma disposição emocional. Ser feliz não é estar sempre alegre. O
sofrimento e a angústia também fazem parte da vida e da própria felicidade. Se tudo na vida
fosse só alegria, as pessoas não dariam real valor a felicidade... Às vezes, é preciso chorar para
sabermos o quanto é bom sorrir... é preciso sentir saudades para saber o quanto gostamos de
alguém... Às vezes, quando temos tudo, nada parece ter valor. A vida é constante movimento,
ela é um antes, um durante e um depois. Por isso, devemos viver o momento, sem deixar de
olhar para nosso passado e nos projetar para o futuro. Os momentos difíceis são parte integrante
da vida e deles não podemos escapar. No entanto, estes momentos são necessários para que
possamos valorizar os acontecimentos felizes e encontrarmos a felicidade. É partindo desse
ponto de vista, que o filósofo Karl Jaspers ressalta: "Os problemas e conflitos podem ser a fonte
de uma derrota, uma limitação para a nossa potencialidade, mas também podem dar lugar a uma
maior compreensão da vida e o nascimento de uma unidade que se fortalece com o tempo."
Frente a estes pontos de vista, esse artigo chega a conclusão de que a felicidade não deve
ser entendida como um objetivo ditado por uma essência pré-definida existente no homem, ou
como um sentimento. A felicidade pode ser entendida como a própria vida sendo vivida de
maneira intensa e responsável nas próprias escolhas do dia-a-dia, seja nas alegrias ou nos
sofrimentos, buscando sempre tirar um aprendizado para aquilo que ocorre conosco. Como
afirma Erich Fromm: “buscar a felicidade é como caçar borboletas: quanto mais você tenta,
mais ela foge. No entanto, se você deixar a borboleta voar e se preocupar com outras coisas, ela
pode até pousar em seus ombros”.
Arnin
Braga
Responda:
1. Quais são os principais problemas filosóficos levantados logo ao início do texto
a respeito do tema da felicidade?
2. Desde que período os filósofos tratam do tema da felicidade e o qual o principal
filósofo a abordar este tema?
3. O que Aristóteles afirmava em relação à finalidade última do homem?
4. Qual a principal divergência entre os homens quando o assunto é a busca pela
felicidade?
5. O que Aristóteles afirma em relação ao homem verdadeiramente feliz?
6. Para Aristóteles qual a essência do homem?
7. O que o texto afirma em relação à natureza humana?
8. O que o filósofo Sartre afirma sobre a responsabilidade?

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Felicidade e Escolhas: Encontrar na Vida Vivida

  • 1. A FELICIDADE E AS ESCOLHAS: As diferentes posições sobre a felicidade e como ser feliz em meio às escolhas? Em nosso cotidiano, ouvimos falar constantemente sobre o tema da felicidade. Muitas pessoas afirmam que desejam ser felizes, que querem alcançar a felicidade, ou que estão infelizes. Isso nos leva a refletir sobre as seguintes questões: a felicidade é um conceito objetivo ou subjetivo? Existe "a" felicidade ou cada um tem seu conceito sobre o que é ser feliz? Frente a estas dúvidas, a tendência é tentar negar a existência da felicidade. Perigosa tentação, pois às vezes é mais fácil negar a felicidade do que aceitar que ela existe e reconhecer que não a possuímos... Estamos frente a uma situação limite... pouco discutida e que quase não é refletida em nosso cotidiano corrido... Você já parou para pensar sobre o que é a felicidade? Você já se perguntou um dia por que todo mundo a deseja ou acredita na sua existência? Desde a Grécia Antiga os filósofos já se ocupavam sobre a questão da felicidade. Em especial, um grande filósofo chamado Aristóteles já postulava importantes considerações sobre esse tema. Segundo ele, todas as coisas que existem tendem para um fim. O homem, por sua vez, também existe para uma finalidade: “ser feliz”. Nesse sentido, Aristóteles constata que existe um grande consenso entre os homens: “todos querem ser felizes”; mas também há um grande descenso entre eles: “O que é a Felicidade?”. Como o próprio autor afirma em sua obra Ética a Nicômaco: “Todos estão de acordo e dizem ser o fim do homem a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir com o ser feliz. Diferem, porém, quanto ao que seja a felicidade, o homem limitado não a concebe da mesma forma que o sábio”. Sendo assim, nem todos os homens compreendem a felicidade de maneira semelhante. Para resolver esse dilema, Aristóteles afirma que o homem verdadeiramente feliz é aquele que age segundo sua própria natureza, isto é, que age racionalmente e visa ser virtuoso, visto que para esse filósofo grego, a essência do homem é sua razão, pois todos tendem ao saber. Mas qual é de fato a nossa natureza? Muitos dizem que somos seres essencialmente bons, outros dizem que somos naturalmente maus e egoístas. Mas podemos acreditar também que somos seres inacabados... incompletos... que ao invés de nascerem com uma essência pré- estabelecida, buscam construir esta suposta essência na própria existência, na vida real, no cotidiano. Assim sendo, podemos ser tanto anjos como demônios. Nossa natureza depende de nossas escolhas, e devido a isso, nossa felicidade também dependerá delas. É o que afirma o filósofo francês Jean-Paul Sarte em sua obra “O Existencialismo é um Humanismo” : “Se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço é o de pôr todo homem no domínio que ele é, de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens”. Dessa maneira, eliminando uma natureza pré-definida que nos dirá o que é ser feliz, podemos analisar uma outra perspectiva sobre o tema, afirmando que a felicidade se encontra na forma como fazemos nossas escolhas, ou seja, encarando a vida da maneira como ela realmente se apresenta, vivendo-a intensamente com responsabilidade. Ora, encarar a vida tal como ela se apresenta não é tarefa fácil. Somos seres jogados na existência e estamos condenados a fazer escolhas. Cada possibilidade de existência assumida significa a renúncia de outro modo de vida. Dessa maneira, podemos acertar ou errar, ganhar ou perder. Tudo depende de nossas escolhas. A angústia é a disposição emocional que nos acompanha neste drama da existência. Como então ser feliz em uma realidade tão dura como essa? A felicidade não é uma disposição emocional. Ser feliz não é estar sempre alegre. O sofrimento e a angústia também fazem parte da vida e da própria felicidade. Se tudo na vida fosse só alegria, as pessoas não dariam real valor a felicidade... Às vezes, é preciso chorar para sabermos o quanto é bom sorrir... é preciso sentir saudades para saber o quanto gostamos de alguém... Às vezes, quando temos tudo, nada parece ter valor. A vida é constante movimento, ela é um antes, um durante e um depois. Por isso, devemos viver o momento, sem deixar de
  • 2. olhar para nosso passado e nos projetar para o futuro. Os momentos difíceis são parte integrante da vida e deles não podemos escapar. No entanto, estes momentos são necessários para que possamos valorizar os acontecimentos felizes e encontrarmos a felicidade. É partindo desse ponto de vista, que o filósofo Karl Jaspers ressalta: "Os problemas e conflitos podem ser a fonte de uma derrota, uma limitação para a nossa potencialidade, mas também podem dar lugar a uma maior compreensão da vida e o nascimento de uma unidade que se fortalece com o tempo." Frente a estes pontos de vista, esse artigo chega a conclusão de que a felicidade não deve ser entendida como um objetivo ditado por uma essência pré-definida existente no homem, ou como um sentimento. A felicidade pode ser entendida como a própria vida sendo vivida de maneira intensa e responsável nas próprias escolhas do dia-a-dia, seja nas alegrias ou nos sofrimentos, buscando sempre tirar um aprendizado para aquilo que ocorre conosco. Como afirma Erich Fromm: “buscar a felicidade é como caçar borboletas: quanto mais você tenta, mais ela foge. No entanto, se você deixar a borboleta voar e se preocupar com outras coisas, ela pode até pousar em seus ombros”. Arnin Braga Responda: 1. Quais são os principais problemas filosóficos levantados logo ao início do texto a respeito do tema da felicidade? 2. Desde que período os filósofos tratam do tema da felicidade e o qual o principal filósofo a abordar este tema? 3. O que Aristóteles afirmava em relação à finalidade última do homem? 4. Qual a principal divergência entre os homens quando o assunto é a busca pela felicidade? 5. O que Aristóteles afirma em relação ao homem verdadeiramente feliz? 6. Para Aristóteles qual a essência do homem? 7. O que o texto afirma em relação à natureza humana? 8. O que o filósofo Sartre afirma sobre a responsabilidade?