1. BIBLIOGRAFIA:
Nelson Falcão Rodrigues nasceu dia 23 de agosto de 1912 na cidade do Recife,
Pernambuco. Era o quinto dentre os 14 filhos de Maria Esther e Mário Rodrigues.
Seu pai, passou a enfrentar alguns problemas pessoais relacionados a sua figura
política ainda em Recife, culminando nele e sua família se mudarem para o Rio de
Janeiro devido tais problemas. Em 1925, fundou o jornal ‘’A Manhã’’, com o sócio
Antônio Faustino Porto.
Nelson começou a trabalhar como reporter policial no jornal, escrevendo aos 14
anos seu primeiro conto : ‘’A Tragédia de Pedra’’. Porém, em 1929, seu pai Mário
Rodrigues perdeu o Jornal para seu sócio, criando um novo chamado ‘’A crítica’’.
Infelizmente, no mesmo ano, um baque para a família foi o assassinato do irmão de
Nelson, Roberto Rodrigues.
Seu pai faleceu em 1930 de trombose cerebral. Meses depois o jornal é fechado por
Getúlio Vargas durante a Revolução de 30, deixando a família com graves
problemas financeiros durante os próximos anos. Nelson Rodigues , com tudo isso,
começa a escever artigos de futebol para o jornal dos Sports, além de contribuições
em outros jornais como “Correio da Manhã” e “Última Hora" entre outros.
Em 1941, publicou sua primeira peça ‘’Mulher de Pecado’’. Entretanto, seu primeiro
grande sucesso veio 2 anos depois com o lançamento de sua segunda peça
‘’Vestido de Noiva’’, encenada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1943. Um
ano depois se apresenta com o pseudonimo de ‘’Suzana Flag’’ escrevendo ‘’Meu
destino é pecar’’ sendo publicado pelo ‘’O Jornal’’, apresentando 38 capítulos e,
posteriormente, sendo lançado como livro.
Em 1946 publica ‘’Minha Vida’’ e ‘’Álbum de Família’’ censurada devido abordar
questões de incesto. Cinco anos após, passa a trabalhar no ‘’Jornal Última Hora’’
com diversas publicações, como por exemplo, a obra ‘’A Vida Como Ela É’’ um série
de crônicas escritas diarimente no jornal. Em 1957 faz sua estreia como ator, na
peça ‘’Perdoa-me Por Me Traíres”, encenada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Em 1960 sua peça “Boca de Ouro” é lançada mostrando os bastidores de uma
reportagem policial. Em 1961, "O Beijo no Asfalto”, um de seus maiores sucessos,
ficou mais de sete meses em cartaz, apresentados por um grande elenco da época.
Anos depois passa por inúmeras complicações de saúde, com problemas no
pâncreas, pulmões, e coração, onde é operado. Após as questões de saúde,
estreou na telenovela com “Bonitinha, Mas Ordinária”, “A Morta Sem Espelho” e
2. ‘’Toda Nudez Será Castigada’’, peça muito polêmica, porém premiada no primeiro
Festival de Gramado em 1973.
Em 1974 volta ao teatro com a obra “Anti-Nelson Rodrigues”. Em 1978 sua nova
crônica “A Dama do Lotação” chega ao cinema, porém sua saúde vai pioriando
gradativamente, escrevendo sua última obra “A Serpente” estreando em março de
1980 no teatro do BNH, atual Teatro Nelson Rodrigues, no Rio de Janeiro.
Nelson Falcão Rodrigues faleceu dia 21 de dezembro de 1980 após complicações
cardíacas e respiratórias, considerado o nome mais influente da dramaturgia
brasileira com suas obras sempre polêmicas, problematizadas, mescladas entre
tragédia e humor.
Características:
- Mergulha no psicológico das figuras apresentadas.
- foge da objetividade jornalística.
- Presença constante de questõs sexuais.
- Muitas obras retratando o cotidiano carioca.
- Natureza humana representada pelos instintos.
- Comportamentos extremos, como o suidício, adultério, loucura, hipocrisia
entre outros.
- Na escrita, apresenta uma linguagem coloquial do carioca, com gírias, um
tom irônico, com diálogos dinâmicos.
RESUMO DUAS OBRAS:
- ‘’O Beijo no Asfalto’’
Amado, um jornalista impiedoso, e Cunha, um delegado violento, resolveram
perseguir Arandir, personam que testemunhou o atropelamento de um rapaz e, ao
socorrer a vítima, dá-lhe um beijo na boca a pedido dele, que acaba falecendo.
É acusado de homossexualismo pela imprensa e pela polícia que tenta fazê-lo
confessar que tinha um caso com o morto. Entretanto ele é casado com Selminha,
gerando inúmeras outras controvérsias.
Hostilizado pelo público após a publicação da matéria "beijo no asfalto”, a vida de
Arandir vira de cabeça para baixo, sendo abandonado pelos seus amigos e
desamparado pela esposa, indo morar em um hotel, para despitar a todos que
3. estavam o perseguindo. Pede para Selminha, que já abandonara o marido, ir
visitá-lo, entretanto, quem vai é Dália, irmã de Selminha.
No Hotel, Dália declara que sempre foi apaixonada por Arandir, mas ele recusa. Em
certo momento, Aprigio chega ao hotel e flagra os dois nessa conversa íntima, e,
com todo seu ódio, saca uma pistola e mata Arandir, mas posteriormente, também
declara seu amor secreto e seu ciúme pelo rapaz.
O escritor utiliza uma linguagem cotidiana, com muitas interrupções nas falas das
personagens. A obra é muito dinâmica devido à ausência de narrador, apenas
diálogos. É uma completa crítica à visão do homossexualismo pela sociedade,
onde, o personagem Arandir, trabalhador honesto e bom marido, após o beijo,
passa a ser tratado como criminoso e homosexual. O ato, que para o personagem
era uma ação de caridade e bondade para com o falecido, foi totalmente distorcido
por uma sociedade corrupta e preconceituosa. Com tudo isso, forma-se um
verdadeiro ’’complô’’ contra Arandir,com todos tantando forçá-lo a dizer que já
conhecia o morto.
Existe ainda uma clara crítica ao papel da imprensa, representado pelo jornalista,
Amado Ribeiro, quase um ‘’gênio do mal’’, que, junto ao delegado Cunha, reforça
todas as suas ideias em tornar aquele evento, uma tragédia policial muito
inquietante a partir da qual eles poderiam obter dinheio, prestígio e aclamação
social.
- ‘’Perdoa-me por me traíres’’
A peça é uma tragédia de costumes dividido em três atos, o primeiro se passa em
um bordel onde a personagem Glorinha de 16 anos, orfâ criada pelo tio Raul sua
esposa Odete (Louca solenciosa que só repetia a mesma fala ‘’ Está na hora da
homeopatia''), vê-se dividida entre se comportar do jeito certo ou do jeito que
Madame Luba, dona do bordel a pressionou, vendendo seu ‘’trabalho’’ a um
deputado da cidade. Glorinha acaba conhecendo e se fascinando pelo mundo dos
bordéis. Há, ainda, indícios de que o tio Raul amedronta Glorinha. Nesse ato são
abordados temas relativos ao aborto e toda a romantização do suicídio.
No segundo ato, são apresentados fatos já ocorridos, descontruindo a ordem
cronológica das cenas, sendo extremamente agressivas, com grandes segredos
revelados .Um desses segredos é verdade sobre o pai de Glorinha, Gilberto, com as
traições de sua esposa Judite (mãe de Glorinha) vindo à tona e, além disso, tem-se
4. a revelação de que o tio havia assassinado a mãe de Glória, e não que havia se
matado, mas ele justifica dizendo que ela traía o seu pai, como se fosse motivo
suficiente para matá-la.
Chegando no Terceiro ato, o tio Raul tenta arrancar de qualquer maneira a verdade
sobre a vida de Glorinha, ele compra Glorinha com a morte da mãe, transferindo
todo o ódio a ela. Ele, em alguns trechos tembém revela uma certa paixão pela
sobrinha, devido ela lembrar sua mãe Judite, o qual sempre fora apaixonado. Com
isso, Glorinha passa a ‘’seduzilo’’. No final da obra, o tio Raul tenta matar Glória
envenenada da mesma forma que tentou matar sua mãe, no entanto ela o seduz
para tomarem juntos, mas apenas ele acaba tomando. Com isso, o tio morre e
Glorinha decide voltar ao bordel.
A exposição aborda questões de pedofilia, relacionamento abusivo e todas as
doenças atreladas ao tabu de fazer parte de um Bordel.
Fontes Bibliográficas:
https://www.ebiografia.com/nelson_rodrigues/
https://www.infoescola.com/literatura/nelson-rodrigues/
http://portais.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/nelson-rodrigues/biografia
-de-nelson-rodrigues/
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/nelson-rodrigues.htm
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/vestido-de-noiva-resumo-da-obra-de-nel
son-rodrigues/
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/nelson-rodrigues.htm
https://www.youtube.com/watch?v=UEqx85d9vV4
http://www.espacopsicanalise.com.br/perdoa_traires.html
https://redeglobo.globo.com/globoteatro/noticia/perdoa-me-por-me-traires-e-baseado
-em-obra-de-nelson-rodrigues.ghtml