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Conflitos e tensões nos continentes americano e africano
Continente Americano
A América do Sul vive um ano de manifestações de rua, confrontos, distúrbios e crises políticas: Chile,
Bolívia, Equador, Venezuela, Paraguai, Peru e Argentina tiveram protestos em massa e crises políticas
que balançaram seus governos ou, pelo menos, os deixaram bastante abalados. Em alguns deles,
como Chile e Venezuela, houve confrontos e mortes. Em cada um dos países houve um motivo
específico que desencadeou o início dos distúrbios, e em nenhum deles, houve troca de presidente.
Veja abaixo como foram as crises políticas e atos de rua em 2019:
Bolívia
O país começou a ter protestos depois que a apuração das eleições presidenciais, que inicialmente
apontava um 2o turno, passou a indicar mais uma reeleição de Evo Morales, a quarta em seguida. Os
partidários do segundo colocado, Carlos Mesa, tomaram as ruas em protesto. Eles denunciam uma
suposta fraude. Houve confrontos em Sucre, Oruro,
Cochabamba e La Paz, entre outras cidades. Morales qualificou os atos como um golpe, mas acabou
cedendo às pressões e anunciou a convocação de novas eleições.
Chile
A onda de protestos violentos teve início no Chile na segunda metade de setembro após um aumento
de 30 pesos (equivalente a R$ 0,17) no preço das tarifas do metrô de Santiago. Milhares de pessoas
derrubaram portões, quebraram catracas e passaram sem bilhete pelos controles de acesso. A polícia
revidou com bombas de gás lacrimogêneo. Os protestos tiveram uma escalada com saques e
depredações em várias cidades do país.
O governo decretou estado de emergência por 15 dias e o exército foi às ruas pela primeira vez
desde a ditadura de Augusto Pinochet. O presidente Sebastian Piñera suspendeu o aumento da tarifa
do metrô e propôs uma reforma constitucional, mas os protestos continuam. Mais de mil pessoas
foram detidas e 20 morreram em decorrência dos distúrbios.
Equador
O país enfrentou em outubro 11 dias de violentos protestos e estradas bloqueadas depois que o
presidente Lenín Moreno anunciou o fim de um subsídio aos combustíveis que já durava 40 anos,
causando um aumento de até 123% nos preços, parte de um pacote de ajustes para cumprir metas
acertadas com o FMI. Em reação às primeiras manifestações, o governo decretou "estado de exceção"
e, posteriormente, transferiu a sede do governo de Quito para a cidade costeira de Guayaquil.
Mas as medidas não contiveram as manifestações. Os distúrbios deixaram sete mortos, 1.340 feridos
e 1.152 presos, segundo a Defensoria Pública. No dia 14 de outubro, o presidente, após se reunir com
lideranças indígenas, anunciou que iria revogar a medida que cortava o subsídio.
Venezuela
A Venezuela vive uma recessão e inflação há anos, e há uma saída em massa da população do país
por causa da pobreza e falta generalizada de produtos. O líder da oposição, Juan Guaidó, se
autoproclamou presidente em janeiro e mobilizou opositores. No fim de abril, ele tentou organizar
um levante para derrubar o presidente Nicolás Maduro. Alguns militares aderiram, mas a maioria dos
membros das forças armadas permaneceram fiéis ao regime chavista. Houve confrontos violentos em
Caracas, e ao menos cinco pessoas morreram, de acordo com levantamento da ONU. As mobilizações
posteriores foram mais fracas.
Argentina
Em setembro, integrantes de movimentos sociais da Argentina protestaram em Buenos Aires para
exigir que o presidente Mauricio Macri declarasse emergência alimentar para combater pobreza. A
Igreja Católica reforçou o pedido. O Congresso aprovou, por unanimidade, um projeto de lei alimentar
de emergência para permitir maiores recursos aos programas sociais. A pobreza na Argentina
aumentou de 32,0% para 35,4% no primeiro semestre deste ano, o nível mais alto desde o colapso da
economia em 2001. O país terá eleição presidencial esta semana e, sem conseguir uma retomada da
economia, Macri dificilmente se reelegerá.
Peru
No fim de setembro, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, após uma derrota no Congresso, resolveu
dissolver a legislatura e convocou novas eleições -- o que a lei lhe permite. Em resposta, os
congressistas chegaram a votar uma suspensão do líder executivo e nomearam a vice, a parlamentar
Mercedes Aráoz, para ocupar seu cargo. Ela, entretanto, renunciou ao posto, e Vizcarra permaneceu
no posto. Manifestantes apoiaram a decisão de fechar o Congresso, em meio à crise de credibilidade
da classe política por causa do escândalo ligado à Odebrecht no país.
Paraguai
O governo assinou com o Brasil um documento em que se comprometia a comprar energia mais cara
do que o habitual da Usina de Itaipu, que pertence aos dois países. Em decorrência disso, em agosto,
o Paraguai mergulhou numa crise política, funcionários em cargos importantes caíram e o presidente
Mario Abdo ficou ameaçado de ser submetido a um processo de impeachment. Houve manifestações
pelo país, principalmente na capital Assunção. O acordo firmado em maio, sem divulgação, foi
cancelado oficialmente, e a tensão diminuiu. Um grupo governista que havia aderido à proposta de
impeachment da oposição acabou desistindo.
Outros conflitos na América Latina
Apesar da guerra civil colombiana ser o mais antigo, existem outros sérios conflitos políticos na
América Latina.
O Haiti, por exemplo, está sob intervenção da ONU desde 2004. A Missão das Nações Unidas para
Estabilização do Haiti (Minustah), liderada por soldados brasileiros, busca restabelecer a segurança e
a normalidade política e institucional do país. A Missão atua, ainda, no apoio à reconstrução do Haiti,
que foi atingido por um terremoto devastador em 2010.
Outro país latino-americano que tradicionalmente passa por conflitos políticos (apesar da recente
abertura econômica) é Cuba, que desde 1960 sofre com um embargo comercial imposto pelos
Estados Unidos, o que dificulta o comércio da ilha com diversos países.
O boicote americano deve-se à aproximação que Cuba teve com a União Soviética no contexto da
Guerra Fria. Em dezembro de 2014 foram declaradas as primeiras medidas para o fim do embargo,
como a autorização de vendas e exportações de alguns itens para Cuba e a simplificação de processos
para americanos viajarem para o
país. Apesar do embargo não ter sido totalmente finalizado, foi o início de um processo de abertura
econômica.
Disponível em: https://www.santos.sp.gov.br › Acesso em: 12 de mar de 2022 Adaptado.
Continente africano
O mundo ocidental entrou numa relativa fase de acalmia a partir de 1945, coincidente com a rápida
deslocação do foco de conflitos internacionais para os Estados do Terceiro Mundo, depois da crise
dos anos 60, mantida entre o Este e o Oeste, ter arrefecido. O novo conflito era, então, travado entre
o Norte e o Sul, isto é, entre os países ricos e os países pobres ou subdesenvolvidos. Esta era, também,
uma luta de classes, fomentada pelo ódio e por intensas rivalidades e assimetrias dos dois mundos
em conflito.
O Terceiro Mundo passou a ser o palco das novas guerras, onde intervêm as grandes potências
mundiais. Os confrontos bélicos multiplicam-se, um pouco, por todo o Terceiro Mundo. Há guerra na
Argélia, na Indochina, na Coreia e também no Próximo Oriente, numa altura em que a Europa usufrui
de um clima de paz e de recuperação econômica.
Estes confrontos foram, frequentemente, motivados pela criação de fronteiras artificiais fixadas pelas
ex-potências coloniais, e, igualmente, pelo desenvolvimento de políticas colonialistas exploradoras e
repressivas, pouco viradas para o progresso do ensino. Outro dos fatores propiciatórios destes
conflitos foi a retirada repentina e total das forças coloniais que deixou estes países desamparados.
Esta conjuntura gerou graves conflitos internos em países como Moçambique e Angola, que após a
descolonização, mergulharam numa guerra fratricida e preparou o aparecimento de crises comuns
nos países em vias de desenvolvimento. O Terceiro Mundo dividiu-se e enfraqueceu com o
rebentamento de guerras tribais e conflitos rácicos, ideológicos ou militares, que refletiam os seus
problemas culturais e o seu desajustamento face à mudança
radical operada com este movimento de independências. À medida que os governos ex coloniais se
vão tornando independentes, os ex colonos mudam de atitude perante estes territórios,
desprendendo-se em muitos casos das suas responsabilidades, tanto humanitárias como políticas,
que acarretaram resultados muito negativos.
Num clima de rivalidade entre o bloco de Leste e o Ocidente, os Estados Unidos da América
envolveram-se em conflitos na América e no Próximo Oriente, sob o pretexto de pretenderem suster
o avanço dos governos comunistas e auxiliar os povos que resistiam contra a usurpação da sua
liberdade e dos seus direitos.
Apesar da sua força, a América do Norte não saiu vitoriosa dessas guerras (Vietname e Coreia, ainda
que nesta não tenha sido, também, "derrotada"), uma vez que, para vencer, seria eventualmente
necessário recorrer a medidas extremas como a utilização de armas nucleares. Os EUA também se
envolveram nas guerras no Laos, no Camboja e em conflitos do Próximo Oriente; empenharam-se,
também, no auxílio militar, económico e político aos países do Terceiro Mundo, que resistiam ao
avanço comunista. A ameaça nuclear esteve sempre presente durante a Guerra Fria, mas esta não
parecia ser um risco real, porque os dois blocos, em tensão permanente, não teriam muito a ganhar
com a utilização das armas nucleares. Esta ameaça funcionava como uma moeda de troca.
Até ao final da Segunda Guerra Mundial, o continente africano estava, quase na sua totalidade, sob
o domínio das potências colonialistas europeias, mas pouco depois despontaram, de início tímida e
cautelosamente, as primeiras tentativas independentistas, que permitiram a formação de uma
consciência nacional africana.
O renascimento do continente negro trouxe profundos conflitos entre os povos africanos e as ex-
potências coloniais, e mesmo entre os próprios africanos, apesar do esforço para que esta transição
fosse mais pacífica.
Neste contexto, distinguiram-se três regiões: a África do Norte ou África branca, que se estende do
Mediterrâneo até ao Sudão; a África Central ou África Negra, e a África do Sul. A independência da
África do Norte foi forjada, embora dificilmente, nos anos 50. Para a África negra, o seu período crítico
foi a década de 60, que culminou com a capitulação do Biafra, em 70. No Sul do continente africano,
este movimento foi iniciado por Angola, a ex-colónia portuguesa, e pelo Zimbabwe, em meados dos
anos 70.
Disponível em
https://www.infopedia.pt/$conflitos-regionais-africa-america-latina-e. Adaptado.
O Apartheid
O termo apartheid se refere a uma política racial implantada na África do Sul. De acordo com esse
regime, a minoria branca, os únicos com direito a voto, detinha todo poder político e econômico no
país, enquanto à imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente à legislação
separatista.
A política de segregação racial foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional
(NNP) ao poder. O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas e os proibia de adquirir terras
na maior parte do país, obrigando-os a viver em zonas residenciais segregadas, uma espécie de
confinamento geográfico. Casamentos e relações sexuais entre pessoas de diferentes etnias também
eram proibidos.
A oposição ao apartheid teve início de forma mais intensa na década de 1950, quando o Congresso
Nacional Africano
(CNA), organização negra criada em 1912, lançou uma desobediência civil. Em 1960, a polícia matou
67 negros que
participavam de uma manifestação. O Massacre de Sharpeville, como ficou conhecido, provocou
protestos em diversas partes do mundo. Como consequência, a CNA foi declarada ilegal e seu líder,
Nelson Mandela, foi preso em
1962 e condenado à prisão perpétua. Com o fim do império português na África (1975) e a queda do
governo de minoria branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco na África do Sul
entrou em crise. Esses fatos intensificaram as manifestações populares contra o apartheid. A
Organização das Nações Unidas (ONU) tentou dar fim à política praticada no país. O presidente Piter
Botha promoveu reformas, mas manteve os principais aspectos do regime racista.
Com a posse de Frederick de Klerk na presidência, em 1989, ocorreram várias mudanças. Em 1990,
Mandela foi libertado e o CNA recuperou a legalidade. Klerk revogou as leis raciais e iniciou o diálogo
com o CNA. Sua política foi legitimada por um plebiscito só para brancos, em 1992, no qual 69% dos
eleitores (brancos) votaram pelo fim do apartheid.
Klerk e Mandela ganharam o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Em abril de 1994, Nelson Mandela foi
eleito presidente da África do Sul nas primeiras eleições multirraciais do país. O Parlamento aprovou
a Lei de Direitos Sobre a Terra, restituindo propriedades às famílias negras atingidas pela lei de 1913,
que destinou 87% do território à minoria branca.
As eleições parlamentares de 1999 foram vencidas pelo candidato indicado por Nelson Mandela,
Thabo Mbeki, descartando qualquer tentativa de retorno a uma política segregacionista no país.
Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/apartheid.htm Acesso em 12 de mar. de 2022 . Adaptado

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Conflitos América-África

  • 1. Conflitos e tensões nos continentes americano e africano Continente Americano A América do Sul vive um ano de manifestações de rua, confrontos, distúrbios e crises políticas: Chile, Bolívia, Equador, Venezuela, Paraguai, Peru e Argentina tiveram protestos em massa e crises políticas que balançaram seus governos ou, pelo menos, os deixaram bastante abalados. Em alguns deles, como Chile e Venezuela, houve confrontos e mortes. Em cada um dos países houve um motivo específico que desencadeou o início dos distúrbios, e em nenhum deles, houve troca de presidente. Veja abaixo como foram as crises políticas e atos de rua em 2019: Bolívia O país começou a ter protestos depois que a apuração das eleições presidenciais, que inicialmente apontava um 2o turno, passou a indicar mais uma reeleição de Evo Morales, a quarta em seguida. Os partidários do segundo colocado, Carlos Mesa, tomaram as ruas em protesto. Eles denunciam uma suposta fraude. Houve confrontos em Sucre, Oruro, Cochabamba e La Paz, entre outras cidades. Morales qualificou os atos como um golpe, mas acabou cedendo às pressões e anunciou a convocação de novas eleições. Chile A onda de protestos violentos teve início no Chile na segunda metade de setembro após um aumento de 30 pesos (equivalente a R$ 0,17) no preço das tarifas do metrô de Santiago. Milhares de pessoas derrubaram portões, quebraram catracas e passaram sem bilhete pelos controles de acesso. A polícia revidou com bombas de gás lacrimogêneo. Os protestos tiveram uma escalada com saques e depredações em várias cidades do país. O governo decretou estado de emergência por 15 dias e o exército foi às ruas pela primeira vez desde a ditadura de Augusto Pinochet. O presidente Sebastian Piñera suspendeu o aumento da tarifa do metrô e propôs uma reforma constitucional, mas os protestos continuam. Mais de mil pessoas foram detidas e 20 morreram em decorrência dos distúrbios. Equador O país enfrentou em outubro 11 dias de violentos protestos e estradas bloqueadas depois que o presidente Lenín Moreno anunciou o fim de um subsídio aos combustíveis que já durava 40 anos, causando um aumento de até 123% nos preços, parte de um pacote de ajustes para cumprir metas acertadas com o FMI. Em reação às primeiras manifestações, o governo decretou "estado de exceção" e, posteriormente, transferiu a sede do governo de Quito para a cidade costeira de Guayaquil. Mas as medidas não contiveram as manifestações. Os distúrbios deixaram sete mortos, 1.340 feridos e 1.152 presos, segundo a Defensoria Pública. No dia 14 de outubro, o presidente, após se reunir com lideranças indígenas, anunciou que iria revogar a medida que cortava o subsídio. Venezuela A Venezuela vive uma recessão e inflação há anos, e há uma saída em massa da população do país por causa da pobreza e falta generalizada de produtos. O líder da oposição, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente em janeiro e mobilizou opositores. No fim de abril, ele tentou organizar um levante para derrubar o presidente Nicolás Maduro. Alguns militares aderiram, mas a maioria dos membros das forças armadas permaneceram fiéis ao regime chavista. Houve confrontos violentos em Caracas, e ao menos cinco pessoas morreram, de acordo com levantamento da ONU. As mobilizações posteriores foram mais fracas. Argentina Em setembro, integrantes de movimentos sociais da Argentina protestaram em Buenos Aires para exigir que o presidente Mauricio Macri declarasse emergência alimentar para combater pobreza. A Igreja Católica reforçou o pedido. O Congresso aprovou, por unanimidade, um projeto de lei alimentar de emergência para permitir maiores recursos aos programas sociais. A pobreza na Argentina aumentou de 32,0% para 35,4% no primeiro semestre deste ano, o nível mais alto desde o colapso da economia em 2001. O país terá eleição presidencial esta semana e, sem conseguir uma retomada da economia, Macri dificilmente se reelegerá. Peru No fim de setembro, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, após uma derrota no Congresso, resolveu dissolver a legislatura e convocou novas eleições -- o que a lei lhe permite. Em resposta, os congressistas chegaram a votar uma suspensão do líder executivo e nomearam a vice, a parlamentar Mercedes Aráoz, para ocupar seu cargo. Ela, entretanto, renunciou ao posto, e Vizcarra permaneceu no posto. Manifestantes apoiaram a decisão de fechar o Congresso, em meio à crise de credibilidade da classe política por causa do escândalo ligado à Odebrecht no país. Paraguai O governo assinou com o Brasil um documento em que se comprometia a comprar energia mais cara do que o habitual da Usina de Itaipu, que pertence aos dois países. Em decorrência disso, em agosto, o Paraguai mergulhou numa crise política, funcionários em cargos importantes caíram e o presidente Mario Abdo ficou ameaçado de ser submetido a um processo de impeachment. Houve manifestações pelo país, principalmente na capital Assunção. O acordo firmado em maio, sem divulgação, foi cancelado oficialmente, e a tensão diminuiu. Um grupo governista que havia aderido à proposta de impeachment da oposição acabou desistindo. Outros conflitos na América Latina Apesar da guerra civil colombiana ser o mais antigo, existem outros sérios conflitos políticos na América Latina. O Haiti, por exemplo, está sob intervenção da ONU desde 2004. A Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), liderada por soldados brasileiros, busca restabelecer a segurança e a normalidade política e institucional do país. A Missão atua, ainda, no apoio à reconstrução do Haiti, que foi atingido por um terremoto devastador em 2010. Outro país latino-americano que tradicionalmente passa por conflitos políticos (apesar da recente abertura econômica) é Cuba, que desde 1960 sofre com um embargo comercial imposto pelos Estados Unidos, o que dificulta o comércio da ilha com diversos países. O boicote americano deve-se à aproximação que Cuba teve com a União Soviética no contexto da Guerra Fria. Em dezembro de 2014 foram declaradas as primeiras medidas para o fim do embargo, como a autorização de vendas e exportações de alguns itens para Cuba e a simplificação de processos para americanos viajarem para o país. Apesar do embargo não ter sido totalmente finalizado, foi o início de um processo de abertura econômica. Disponível em: https://www.santos.sp.gov.br › Acesso em: 12 de mar de 2022 Adaptado.
  • 2. Continente africano O mundo ocidental entrou numa relativa fase de acalmia a partir de 1945, coincidente com a rápida deslocação do foco de conflitos internacionais para os Estados do Terceiro Mundo, depois da crise dos anos 60, mantida entre o Este e o Oeste, ter arrefecido. O novo conflito era, então, travado entre o Norte e o Sul, isto é, entre os países ricos e os países pobres ou subdesenvolvidos. Esta era, também, uma luta de classes, fomentada pelo ódio e por intensas rivalidades e assimetrias dos dois mundos em conflito. O Terceiro Mundo passou a ser o palco das novas guerras, onde intervêm as grandes potências mundiais. Os confrontos bélicos multiplicam-se, um pouco, por todo o Terceiro Mundo. Há guerra na Argélia, na Indochina, na Coreia e também no Próximo Oriente, numa altura em que a Europa usufrui de um clima de paz e de recuperação econômica. Estes confrontos foram, frequentemente, motivados pela criação de fronteiras artificiais fixadas pelas ex-potências coloniais, e, igualmente, pelo desenvolvimento de políticas colonialistas exploradoras e repressivas, pouco viradas para o progresso do ensino. Outro dos fatores propiciatórios destes conflitos foi a retirada repentina e total das forças coloniais que deixou estes países desamparados. Esta conjuntura gerou graves conflitos internos em países como Moçambique e Angola, que após a descolonização, mergulharam numa guerra fratricida e preparou o aparecimento de crises comuns nos países em vias de desenvolvimento. O Terceiro Mundo dividiu-se e enfraqueceu com o rebentamento de guerras tribais e conflitos rácicos, ideológicos ou militares, que refletiam os seus problemas culturais e o seu desajustamento face à mudança radical operada com este movimento de independências. À medida que os governos ex coloniais se vão tornando independentes, os ex colonos mudam de atitude perante estes territórios, desprendendo-se em muitos casos das suas responsabilidades, tanto humanitárias como políticas, que acarretaram resultados muito negativos. Num clima de rivalidade entre o bloco de Leste e o Ocidente, os Estados Unidos da América envolveram-se em conflitos na América e no Próximo Oriente, sob o pretexto de pretenderem suster o avanço dos governos comunistas e auxiliar os povos que resistiam contra a usurpação da sua liberdade e dos seus direitos. Apesar da sua força, a América do Norte não saiu vitoriosa dessas guerras (Vietname e Coreia, ainda que nesta não tenha sido, também, "derrotada"), uma vez que, para vencer, seria eventualmente necessário recorrer a medidas extremas como a utilização de armas nucleares. Os EUA também se envolveram nas guerras no Laos, no Camboja e em conflitos do Próximo Oriente; empenharam-se, também, no auxílio militar, económico e político aos países do Terceiro Mundo, que resistiam ao avanço comunista. A ameaça nuclear esteve sempre presente durante a Guerra Fria, mas esta não parecia ser um risco real, porque os dois blocos, em tensão permanente, não teriam muito a ganhar com a utilização das armas nucleares. Esta ameaça funcionava como uma moeda de troca. Até ao final da Segunda Guerra Mundial, o continente africano estava, quase na sua totalidade, sob o domínio das potências colonialistas europeias, mas pouco depois despontaram, de início tímida e cautelosamente, as primeiras tentativas independentistas, que permitiram a formação de uma consciência nacional africana. O renascimento do continente negro trouxe profundos conflitos entre os povos africanos e as ex- potências coloniais, e mesmo entre os próprios africanos, apesar do esforço para que esta transição fosse mais pacífica. Neste contexto, distinguiram-se três regiões: a África do Norte ou África branca, que se estende do Mediterrâneo até ao Sudão; a África Central ou África Negra, e a África do Sul. A independência da África do Norte foi forjada, embora dificilmente, nos anos 50. Para a África negra, o seu período crítico foi a década de 60, que culminou com a capitulação do Biafra, em 70. No Sul do continente africano, este movimento foi iniciado por Angola, a ex-colónia portuguesa, e pelo Zimbabwe, em meados dos anos 70. Disponível em https://www.infopedia.pt/$conflitos-regionais-africa-america-latina-e. Adaptado. O Apartheid O termo apartheid se refere a uma política racial implantada na África do Sul. De acordo com esse regime, a minoria branca, os únicos com direito a voto, detinha todo poder político e econômico no país, enquanto à imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente à legislação separatista. A política de segregação racial foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder. O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas e os proibia de adquirir terras na maior parte do país, obrigando-os a viver em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento geográfico. Casamentos e relações sexuais entre pessoas de diferentes etnias também eram proibidos. A oposição ao apartheid teve início de forma mais intensa na década de 1950, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra criada em 1912, lançou uma desobediência civil. Em 1960, a polícia matou 67 negros que participavam de uma manifestação. O Massacre de Sharpeville, como ficou conhecido, provocou protestos em diversas partes do mundo. Como consequência, a CNA foi declarada ilegal e seu líder, Nelson Mandela, foi preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. Com o fim do império português na África (1975) e a queda do governo de minoria branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco na África do Sul entrou em crise. Esses fatos intensificaram as manifestações populares contra o apartheid. A Organização das Nações Unidas (ONU) tentou dar fim à política praticada no país. O presidente Piter Botha promoveu reformas, mas manteve os principais aspectos do regime racista. Com a posse de Frederick de Klerk na presidência, em 1989, ocorreram várias mudanças. Em 1990, Mandela foi libertado e o CNA recuperou a legalidade. Klerk revogou as leis raciais e iniciou o diálogo com o CNA. Sua política foi legitimada por um plebiscito só para brancos, em 1992, no qual 69% dos eleitores (brancos) votaram pelo fim do apartheid. Klerk e Mandela ganharam o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Em abril de 1994, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul nas primeiras eleições multirraciais do país. O Parlamento aprovou a Lei de Direitos Sobre a Terra, restituindo propriedades às famílias negras atingidas pela lei de 1913, que destinou 87% do território à minoria branca. As eleições parlamentares de 1999 foram vencidas pelo candidato indicado por Nelson Mandela, Thabo Mbeki, descartando qualquer tentativa de retorno a uma política segregacionista no país. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/apartheid.htm Acesso em 12 de mar. de 2022 . Adaptado