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Bibliologia::O Estudo das Escrituras
“ O homem deve tomar o melhor e a mais incontestável das teorias humanas e usá-la como
jangada a qual ele posa navegar, ainda que não em risco, se é que ele não pode achar alguma
palavra de Deus que possa conduzí-lo com mais certeza e segurança”. Platão, Phaedo, 85b
“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos”. Sl.119.105
“As Escrituras são os óculos que nos permitem ver e focalizar as coisas sem as quais tudo será
confuso” J.Calvino
“Devo admitir: a Bíblia é o melhor presente que Deus deu ao homem. Todo o bem que o Salvador
fez ao mundo foi transmitido nesse livro. Sem a Escritura, não poderíamos diferenciar o certo do
errado. Todas as coisas necessárias para o bem-estar do homem, agora e no porvir, estão
retratadas nela.” Abraham Lincoln
Parte 1::A Revelação Divina
Definição
“É o ato de desvendar, descobrir, especialmente, a comunicação de Deus e de sua
mensagem para o homem”. Inclui tanto o ato como o conteúdo resultante.
Revelação geral
“O descobrimento não-proposicional da pessoa de Deus disponível a todos os
homens através da Sua criação”
Os meios de revelação geral incluem
 Natureza (*Sl.19.1-6; Rm.1-19-20)
 Providência (Mt.5.45; *At.17.24-28; Rm.8.28)
 Preservação do universo (*Cl.1.17)
 Consciência (moralidade) humana (Gn.1.26; *Rm.1.32-2.16)
 Raciocínio (Rm.1.20-22, 25)
 Pergunta: Uma pessoa pode conhecer a Deus através da revelação geral?
Revelação específica
“A auto-revelação proposicional da pessoa e da mensagem de Deus através de
vários meios e por meio de diversos homens na história, que foi registrada como o
conteúdo das Escrituras".
A Bíblia é a cópia autêntica, infalível e com autoridade desta revelação hoje.
Conceitos de revelação na teologia histórica e contemporânea
 Ensino proposicional (doutrina)
 Evangelicalismo, ortodoxia (Lutero, Calvino)
 Catolicismo histórico (Agostinho, Aquino)
 História em sí é revelação (Pannenberg, Moltmann)
 Experiência interna (Schleiermacher, Ritschl, Tyrell, Teilhard de Chardin,
Rahner)
 Encontro existencial (Barth, Bultmann) ou símbolos (Tillich)
 Nova consciência (Hick, Rahner, Leonardo Boff)
A Revelação fala do caráter de Deus, dos seu planos, das suas ações, da sua interação
na história, da sua verdade e sabedoria não conhecida pelo homem através dos meios
naturais do conhecer, tornando-se necessário meios sobrenaturais para obter esse
conhecimento.
Revelação literalmente significa descobrir algo que estava coberto afim de que seja visto
ou conhecido. Afim de cumprir esse propósito, Deus usou meios que fossem inteligíveis
ao homem. Ele fez isso de diversas formas, através de sonhos, visões, teofanias, anjos e
até mesmo através do Urim e Tumim; que era usado nos peitorais dos sacerdotes.
Deus também falou através de homens chamados profetas e apóstolos. A própria ação
de Deus na história e na natureza são formas dEle se revelar.
Entretanto, a maior e mais direta forma de Deus se revelar foi a encarnação de Jesus
Cristo. Enquanto viveu na terra, suas palavras e atos, conforme o apóstolo João,
 revelaram o Pai - Jo.1.1
 a natureza de Deus - 14.9; 17.26
 poder de Deus - 3.2
 a sabedoria de Deus - 7.46
 a glória de Deus - 1.14
 a vida de Deus - 1Jo.1.1-3
 amor de Deus - Rm.5.8
 e a palavra de Deus - 17.17
A informação de que Deus se revelou através desses meios foram registrados usando a
linguagem escrita, uma das mais básicas formas de comunicação. No AT Deus inspirou
homens para registrar na forma escrita os eventos históricos que envolveram não
somente as pessoas e os acontecimentos humanos mas também a atividade de Deus,
bem como as palavras que ele disse.
O processo da Revelação
1. Os pensamentos de Deus
são REVELADOS (Deus manifesta a si mesmo e a sua vontade ao homem)
2. Aos Profetas e Apóstolos
que INSPIRADOS (Os pensamentos de Deus são entendidos e expressos na
linguagem humana
3. Os Manuscritos Originais
gerando os LIVROS CANÔNICOS(A Escritura aceita como padrão objetivo
para conhecer a verdade)
4. Os Livros da Escritura são copiados
pela CRITICA TEXTUAL (comparar manuscritos mais antigos, remover erros,
identificar o texto original)
5. O Texto Grego que reflete o original é produzido e copiado
TRADUÇÕES são feitas (o texto grego traduzido na língua de cada povo)
6. Bíblias são produzidas, torna-se o livro mais lido no mundo.
Através da INTERPRETAÇÃO (hermenêutica, a arte de explicar do texto)
7. A Palavra de Deus é entendida em nossa mente
Através ILUMINAÇÃO (que acontece pelo Espírito Santo que nos ensina a
Escritura)
8. A mente humana então é renovada
E através da APLICAÇÃO (o treinamento contínuo do nosso corpo, mente,
palavras e ações)
9. O homem começa a encarnar e viver a Palavra de Deus
Através da COMUNICAÇÃO (compartilhamos com os outros a vontade de
Deus na Escritura)
10. Outros recebem a Palavra de Deus e começam também a ter suas vidas
transformadas.
Parte2::A Inspiração da Escritura
Diferentemente do racionalismo, liberalismo, espiritismo; mesmo do Catolicismo e do
fundamentalismo, ortodoxia histórica defendem que só a Bíblia é a autoridade final de
doutrina e prática cristã. Somente a Escritura tem absoluta autoridade e sua inspiração
é verbal, plena e inerrante (2Tm.3.15; cf. Gl.3.16; Mt.5.18; 2Tm.3.16; 2Pe.1.21).
Terminologia
 Bíblia: gr. "biblion", 32x. “rolo de papel ou pergaminho, livro” (Lc.4.17)
 Escritura: gr, "grafé", 51x, “escrita, letra, obra, Bíblia; a frase “está escrito”
(gégraptai), 55-70x, é uma fórmula especial que demonstra a autoridade absoluta
da citação [Mt.4.4,6,7,10]).
 Palavra de Deus: "o lógos tou teós", é usada referindo-se à Jesus, a Palavra
Encarnada, mas também com respeito à palavra escrita, seja do AT ou do NT,
conforme Hebreus 4.12.
Textos principais
*2Tm.3.16: “Toda Escritura é inspirada por Deus
 Alcance e sujeito da inspiração
"toda Escritura", abrangendo o Antigo e Novo Testamento
1. Antigo Testamento: 2Sm.23.2+Mt.22.43; Sl.119.89; Is.40.8; Rm.9.17
2. Novo Testamento: Jo.14.26; 16,13; “Escritura” do NT no NT: 1Tm.5.18;
2Pe.3.16
3. O testemunho dos apóstolos em seus livros (1Co.14.37; 1Ts.4.2; 2Pe.3.2;
Ap.22.6-10, 18-20
 Fonte e processo
“inspirado por Deus” ("théopneustos"): “soprado para fora, divinamente ex-pirado.
Um neologismo usado pelo apóstolo Paul exclusivo no NT significando que Deus é
a causa primária das Escrituras, que seu conteúdo está em conformidade com sua
Pessoa, Propósito e Obra. É sua auto-revelação.
"Theopneustos" captura a idéia dos rabinos e dos apóstolos que o entendimento de
que as palavras dos profeta não vieram deles mesmos mas sim que foram o
resultado da ação de Deus em guiá-los e falar através deles. Eles criam que as
palavras registradas pelos profetas eram palavras vindas da boca de Deus.
 Finalidade
O apóstolo Paulo ainda diz que a Escritura foi "soprada por Deus" com o fim de
revelar a verdade através da Escritura. Ela é "útil" para moldar o ser humano afim de
que ele viva a plenitude da vontade de Deus. A Escritura ensina, corrige, educa e
treina o homem para que ele seja plenamente equipado e atinja todo o potencial
que ele tem como sendo a imagem de Deus que está em cada um.
*2Pe.1.19-21: "falaram movidos pelo Espírito Santo"
“...nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens
[santos] falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo”.
“movidos”: "ferómenoi" “levantados, elevados (como por vento), impelidos,
empurrados”. As Escrituras portanto procedem de Deus; seu conteúdo não é
invenção humana.
O apóstolo Pedro, nas suas palavras antes da sua morte, chama a atenção para as
Escrituras dizendo que ela não veio da entendimento ou da interpretação do próprio
profeta sobre os eventos ou sobre o que Deus estava dizendo. Ele diz que os
profetas foram 'conduzidos, guiados' pelo Espírito, como um navio sendo guiado
pelo vento. O verbo origal ("phero") significa que eles foram foram guiado pelo
Espírito para ver, entender e comunicar o que o Espírito de Deus desejava. Eles
foram onde o Espírito os levava, como o navio vai por onde o vento sopra.
*1Co.2.10-13: “palavras ensinadas pelo Espírito”
"Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas
ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais".
A Bíblia portanto ensina que Deus inspirou cada palavra que os profetas
falaram e que os apóstolos registraram.
Definição
“Inspiração é o superintender de Deus sobre os autores humanos afim de que,
usando suas próprias personalidades, eles compusessem e registrassem sem erro, a
sua revelação ao homem nas palavras dos manuscritos originais”
Superintendidas por Deus: *Pv.30.5,5; Mt,15,4; At.28.25; Hb.3.7
Os autores humanos compuseram e registraram: Lc.1.1-4; 1Co.7.25,26; 2Tm.4.9-13
Até mesmo cada palavra: Ex.17.14; Jr.30-2; *Mt.24.35; Ap.22.6,7,18,19
Parte3::A Inerrância da Escritura
A inerrância da Escritura se refere aos originais da Escritura (os autógrafos). Eles são
inteiramente verdadeiros e nunca falsos quando propriamente interpretados a respeito
da doutrina, da ética, da vida social, da vida física, história, geografia, ciência etc. De
forma simples, inerrância é a doutrina que diz que a Bíblia é sem erro.
 Parte do teste da sua origem divina é a sua precisão e sua fidedignidade (Dt.13.1-5;
18.20-22).
 O próprio Jesus ensinou que a Escritura não podia errar (Jo.10.34-35).
 A veracidade e exatidão das Escrituras incluia até os seus mínimos detalhes:
"Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um "i"
ou um "til" jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra". Mt.5.18
Mesmos os tempos verbais, as formas dos subtantivos - Mt.22.32; Gl.3.16
 A própria Escritura depende da sua própria inerrância quando ela cita outra
Escritura como prova de certas verdades e conceitos (Mt.22.32; Gl.3.16).
O Bispo Agostinho (354-430 d.C) defende a inerrância das Escrituras quando ele diz:
a mais desastrosa consequência seguirá nossa crença de que algo falso possa ser
encontrado nos livros sagrados. Ou seja, que os homens pelos quais a Escritura nos
foi dada tenha escrito algum erro. Se você admitir uma única falsa declaração nesse
mais alto santuário de autoridade, nenhuma simples sentença restará nesses
livros…" (Carta de Agostinho a Jerônimo 394 d.C. Carta 28:3)
Opinião de Jesus
Jesus aceitou a Escritura do VT como sendo precisas historicamente. Isso é
particularmente interessante se considerarmos que Jesus, como membro da Trindade,
ele mesmo fez parte dessas histórias no VT. Jesus considerou esses eventos e pessoas
como sendo históricos e concordou com a descrição bíblica de cada um deles. Jesus
corrigiu muitas pessoas - incluindo escribas, sacerdotes e até as tradições, mas ele
nunca corrigiu as Escrituras Judaicas, o Velho Testamento. Jesus repetidamente
demonstrou que ele cria que o Antigo Testamento era verdadeiro e a palavra de Deus.
 Adão e Eva - Mt.19.3-5; Mc.10.6-8
 Noé e o Dilúvio - Mt.24.38-39; Lc.17.26-27
 Sodoma, Gomorra e Ló - Mt.10.15; Lc.17.28-29
 Jonas - Mt.12.40
 Isaías - Mt.12.17; 13.13-15
 Elias - Mt.17.11-12
 Daniel - Mt.24.15
 Abel - Mt.23.35
 Moisés - Mt.8.4
Erros comuns sobre a Inspiração Bíblica
 Inspiração Natural
Os escritores foram grandes homens e gênios, e escreveram baseado na sua
própria leitura da realidade.
 Inspiração Dinâmica
Os escritores ao ter "experiências de revelação" com Deus, eles interpretavam e
escreviam em suas próprias palavras como tinha sido aquela experiência.
 Inspiração Parcial
Algumas partes são mais inspiradas que outras. Inspiração é aceita no caso de
ensino doutrinário, mas alguns dados e fatos históricos são equívocos, mitos e
fábulas (p.ex. o relato da criação, Abraão, Jó e os milagres).
 Inspiração Conceitual
As idéias da Escritura foram inspiradas mas não as palavras propriamente. A Bíblia
portanto é a palavra de Deus mas não as palavras de Deus. As palavras exatas da
Bíblia não são inspiradas mas quando você lê as palavras, elas se tornam
inspiradas
 Inspiração Mecânica
Os escritores foram apenas usados como "processadores de palavras". Deus então
ditou palavra por palavra, e os escritores simplesmente as escreveu. Nesse caso, a
personalidade, a experiência, o vocabulário do escritor teria sido completamente
ignorado
Prontos cruciais sobre a Inspiração das Escrituras
 Toda Escritura é inspirada - 2Tm.3.16
 A Escritura vem da boca de Deus - 2Tm.3.16
 A Escritura revela o plano e a vontade de Deus para o homem - 2Tm.3.16
 A Escritura não foi originada nos pensamentos do homem - 2Pe.1.20
 A Escritura originou na mente de Deus e veio a homens que foram inspirados e
guiados pelo Espírito Santo em seu pensamento, fala e escrita - 2Pe.1.20
 As palavras da Escritura foram escritas através da inspiração divina - 1Co.2.13
R.C.Sproul nos ajuda a embasar a confiabilidade da Bíblia através de uma linha simples
de raciocínio, como segue:
 Premissa A - A Bíblia é um documento razoavelmente confiável
 Premissa B - Baseado nessa confiabilidade básica, podemos ter evidência suficiente
para crêr que Jesus é o filho de Deus
 Premissa C - Se Jesus Cristo é filho de Deus, ele é uma autoridade inerrante
 Premissa D - Jesus ensinou que a Bíblia é mais que "basicamente confiável", ela é a
própria Palavra de Deus
 Premissa E - Se ela é a Palavra que vem de Deus, ela é definitivamente confiável
porque Deus é definitivamente confiável
 Conclusão - Baseado na autoridade de Jesus Cristo, a igreja crê que a Bíblia é
confiável; ou, inerrante.
Parte4::O Cânon da Escritura
A palavra "cânon" vem do grego "kanon" que significa "régua", fita de medir, nível. O termo
foi aplicado originalmente por Irineu ao se referir à Escritura como um padrão objetivo pelo
qual a verdade seria medida. Especialmente perante a necessidade de discernimento sobre
os inúmeros livros que surgiram durante os primeiros séculos do cristianismo. O "cânon" - o
conjunto de livros inspirados - traziam entrão um padrão de clareza para rejeitar os livros
heréticos, especialmente gnósticos.
Devemos entender que a igreja primitiva não fez o cânon da Escritura ou selecionou alguns
livros para ser o cânon do Cristianismo. A igreja primitiva simplesmente reconheceu o que
Deus já havia dado através dos apóstolos e profetas como sendo o cânon. A igreja apenas
identificou quais eram os livros que tinham canonicidade e os reconheceu como verdadeiros,
inspirados e inerrantes.
A canonicidade do Antigo Testamento basea-se:
1. No reconhecimento de Jesus
O fato de Jesus ter cita o Antigo Testamento e jamais o critica
2. Na Autoridade
O livro tinha que ser escrito por algum profeta reconhecido ou lider provado para
ser ungido através de uma evento histórico ou pelo testemunho profético
3. Na Evidência interna
Os livros testemunham entre si mesmo sobre a autoridade do todo
4. Na Causa e Efeito
Pessoas que viveram na mesma época dos autores talvez pudessem rejeitar o
autor, mas os resultados históricos provam que o livro era inspirado, p.ex. o
cumprimento das profecias de Daniel.
A autenticidade e canonicidade do AT é comprovada por várias outras evidências
bibliográficas como
 Texto Samaritano (Pentateuco) (500 a.C)
 Septuaginta (250 a.C)
 Lista do historiador Flávio Josefo (85 d.C)
 Talmudistas (100 d.C)
 Massoretas (500 d.C).
Todos eles copiaram e alistaram os livros aceitos no cânon judaico. Essa lista é exatamente
a mesma do Antigo Testamento como a conhecemos hoje.
Escritos de Qumram
Com base em vários métodos de datação, incluindo o paleográfico e o do carbono 14, os
Manuscritos do Mar Morto foram escritos durante o período de cerca de 200 AC a 68 DC.
Muitos manuscritos messiânicos cruciais (como o Salmo 22, Isaías 53 e Isaías 61) datam de
pelo menos 100 a.C. Como tal, os Manuscritos do Mar Morto têm revolucionado a crítica
textual da profecia do Antigo Testamento quanto à vinda do Messias. É impressionante notar
que os textos bíblicos de Qumran estão substancialmente de acordo com o texto
Massorético, a versão “Septuaginta” e várias traduções do Antigo Testamento que usamos
hoje. Especiamente o Rolo de Isaías que com mais de 2.000 anos de existência confirma
que as cópias existentes hoje possuem mais de 95% de correção.
A canonicidade do Novo Testamento basea-se
 Na Apostolicidade
Para que fosse incluído no cânon, o livro teria que sido escrito sobre a autoridade
direta de um apóstolo.
 No Ensino Apostólico
O livro tinha que se harmonizar e concordar com o que os outros apóstolos tinham
ensinado. Igrejas como em Jerusalém, Antioquia, Éfeso, Roma, etc que foram
estabelecidas e supervisionadas pelos apóstolos, tinham agora seus discípulos
colocados em posição de autoridade espiritual nessas igrejas (Inácio 70d.C,
Policarpo 80 d.C., Clemente 95 d.C., Eusébio 130 d.C, Irineu 180 d.C), que
colecionavam os ensinos apostólicos afim de ensinar a doutrina. Ao longo do
tempo, essas igrejas se tornaram hábeis em reconhecer o ensino apostólico e
discernir o engano e o erro, e se tornaram unidos e universalmente foram
reconhecendo os livros coerentes com o ensino apostólico. Se essas igrejas
apostólicas tivessem rejeitado esses livros, eles nunca teriam sido aceitos nos
Concílios que aconteceram mais tarde.
 Na Evidência interna
Cada livro precisava mostrar sua própria evidência interna de canonicidade, bem
como pelo menos alguma indicação de autoridade ou inspiração
Durante os primeiros 350 anos da igreja (30-397 d.C) a igreja reconheceu os livros do cânon
sem qualquer Concílio da igreja. Nenhuma lista oficial tinha sido feita. Nenhum comitê votou
contra ou a favor. Eles foram sendo "naturalmente" aceitos simplesmente pela igreja pela
prática desses três critérios. A igreja do segundo século ainda tinha os discípulos diretos dos
apóstolos liderando a igreja. À medida que o terceiro século foi se aproximando, o peso da
autoridade dos livros 'soprados por Deus' já tinham expostos e eliminado os livros heréticos
e a genuinidade dos livros canônicos já era aceita pela igreja perseguida.
Isso se torna especialmente verdadeiro pois durante a perseguição instalada por Diocleciano
(303 d.C). O imperador, bastante informado sobre os cristãos e seu "cânon" da Escritura,
mandou destruir toda Escritura existente. E muitos foram mortos em defesa da Escritura que
hoje carregamos. Décadas mais tarde, o Imperador Constantino muda a história e financia a
reprodução de 50 cópias das Escrituras. Interessante notar que os perseguidores sabiam
que livros queimar, e o imperador sabia que livros deveriam ser copiados.
Existe forte evidência de que o remanescente dessas cópias sejam o Codex Sinaiticus
(British Library), Codex Vaticanus (Vaticano) e Codex Alexandrinus (British Library),
produzidos entre o séc III e IV.
Em 397 no Concílio de Cartago a então igreja instituída pelo Estado concordou com a atual
lista de 27 livros do cânon do Novo Testamento.
Entretanto, algumas listas e coleções dos livros do cânon já haviam sido reunidas muito
antes do Concílio de Cartago.
 O Fragmento Muratoriano - Escrito por volta de 170 d.C, que excluia o livro de
Hebreus, Tiago, 1 e 3 Pedro e não apresentava nenhum outro livro não
reconhecido.
 Versão Siríaca - Uma tradução pra as igrejas na Síria que era usada por volta de
170 d.C. Excluía 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse. Novamente, nenhum
outro livro não aceito fora incluído.
Os livros não-canônicos (apócrifos)
Antigo Testamento
O nome significa "escondido" ou "oculto" e são os livros presentes em algumas versões.
Eles causaram muitas controvérsias durante a formação do cânon, exatamente por causa
dos questionamentos que a igreja levantava sobre sua inspiração divina. São eles
 Sabedoria de Salomão (30a.C)
 Eclesiástico (Siraque) 132 a.C
 Tobias (200 a.C)
 Judite (150 a.C)
 1Esdras (150-100 a.C)
 1Macabeus (110 a.C)
 2Macabeus (110 – 70 a.C)
 Baruque (150 – 50 a.C)
 Epístola de Jeremias (300 – 100 a.C)
 2Esdras (100 d.C)
 Adições a Ester (140 –110 a.C)
 Oração de Azarias (300 – 100 a.C)
 Susana (séc. I ou II a.C)
 Bel e o Dragão (100 a.C)
 Oração de Manassés (séc. I ou II a.C)
No Concílio de Trento (1546) a Igreja Católica os aceitou no cânon apesar das evidências
contrárias:
 Jesus nunca citou os apócrifos
 Não há evidência de inspiração
 Alguns possuem claros erros históricos
 Alguns promovem erros doutrinarios (2 Macabeus 12.45-46, sobre oração pelos
mortos)
 Josefo rejeitou os apócrifos
 Os manuscritos do Mar Morto não os consideram inspiradosJerônimo rejeitou a
inspiração dos apócrifos e se recusou a traduzinos na Vulgata, mas no final os incluiu
por pedido do bispo de Roma. Mas ele adicionou uma nota na sua tradução: "não
aplique esses livros para estabelecer doutrina pois eles não tem autoridade como
sagrada escritura".
 A aceitação no Concílio de Trento rompeu com a visão tradicional dos judeus, da
igreja primitiva e dos maiores Concílios do passado.
 Um dos motivos da decisão foi uma reação contra a crítica de Lutero sobre a oração
e as indulgências pelos mortos, amplamente aceitas pela Igreja Católica.
 O Concílio aceitou somente 11 livros apócrifos. Foi aceito 2 Macabeus porque
apoiava a oração pelos mortos, mas rejeitaram 2 Esdras porque o livro se opunha à
oração pelos mortos.
Alguns livros não-canônicos
do Novo Testamento
 Evangelho de Tomé
 Epístola de Pedro a Filipe
 Epístola de Tiago

 Epístola de Barnabé
 Evangelho de Maria Madalena
 Evangelho de Eva
 Evangelho de Judas
 Evangelho de Filipe
 Evangelho da Infância de Jesus
 Apocalipse de Adão
 Apocalipse de Pedro
 Apocalipse de Paulo
 Apocalipse de Tiago
Em linhas gerais os livros apócrifos do Novo Testamento nunca foram aceitos pela igreja,
seja pela comunidade da fé, seja pelos os Concílios da Igreja. Embora inúmeros escritos
circulassem durante aquela época, o motivo da não aceitação até que o cânon fosse
formalmente reconhecido era evidente uma vez que os livros apócrifos ensinavam
claramente a heresia chamada Gosticismo. Os apóstolos e seus sucessores combaterem
claramente e duramente essa heresia e esses livros foram banidos e destruídos.
 O ministério pessoal dos primeiros apóstolos ensinando a doutrina até o fim do
século I
 A continuação do ensino apostólico através dos seus discípulos até o fim século II
combatendo as heresias
 A fé viva dos milhares de discípulos de Jesus que morreram por defender as
verdades da Escritura durante as ondas de perseguição até o século III.
O Gnosticismo
É uma concepção filosófico-religiosa surgida no oriente, antes de Cristo que se infiltrou na Igreja gerando
uma terrível heresia que foi severamente combatida já pelos Apóstolos Paulo, Pedro e João em suas cartas,
bem como por seus sucessores como Irineu (130-200) no seu famoso livro "Contra os Hereges".
O gnosticismo ensina que existem que dois deuses, um deus bom e outro mau. O mundo teria sido criado
pelo deus mau, um deus menor, que eles chamam de "demiurgo". Esse seria o nosso Deus da Bíblia, o que
explica todas as tragédias contadas nela. Para esta crença, as almas dos homens já existiam em um
universo de luz e paz (Pleroma); mas houve uma "tragédia" – algo como uma revolta – e assim esses
espíritos foram castigados sendo aprisionados em corpos humanos, como em uma cadeia, pelo deus
demiurgo, e que os impede de voltar ao estado inicial.
A salvação dessas almas só seria possível mediante a libertação dessa cadeia que é o corpo, que é mau, e
isto só seria possível através de um conhecimento ("gnose" em grego) secreto, junto com práticas mágicas
(esotéricas) sobre Deus e a vida, revelados aos "iniciados", e que dariam condições a eles de se salvarem.
Por isso os gnósticos não acreditam na salvação por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo; não
acreditam no pecado, nos anjos, nos demônios, e nem no pecado original. Para eles o mal vem da matéria e
do corpo humano, que são maus.
Para o gnosticismo tudo que é material foi criado pelo deus mal e deve ser desprezado; assim, por exemplo,
o casamento e tido como mau porque através dele o homem (corpo) se multiplica. Paulo combateu esses
ensinos em 1Tm 4,1ss. E por outro lado, tudo o que é espiritual teria sido criado pelo deus bom.
Segundo ainda o gnosticismo, o Deus Supremo, teria enviado ao mundo o seu mensageiro, Jesus Cristo,
como redentor (um eon), um “Avatar”, portador da “gnósis” - a palavra revelada - a alguns escolhidos que os
levaria à salvação (libertação do corpo). Jesus não teria tido um corpo de verdade, mas apenas um corpo
aparente (docetismo). Jesus teria então um corpo ilusório que não teria sido crucificado. S. João combateu
isto em suas cartas (cf.1Jo 18.23).
Embora tendo sido banido pela igreja nos primeiros séculos o gnosticismo tem vivido um reavivamento dado
à descoberta recente nos manuscritos de Nag Hamadi, no Egito, do "Evangelho de Judas", que é de fundo
gnóstico. Também por causa do livro "O Código da Vinci", de Dan Brown (Editora Sextante, 2004), onde o
autor diz que se baseou nos evangelhos apócrifos e gnósticos de Maria Madalena, Filipe e Tomé, para fazer
as suas afirmação contra a Igreja católica. O gnosticismo está também na base filosófica e religiosa de
muitos movimentos e seitas como o espiritismo, hinduísmo e a Nova Era.
A Autenticidade do Novo Testamento
Três fatores são importantes para testar a autenticidade dos manuscritos do Novo
Testamento
1. Causa e Efeito
Algo realmente extraordinário deve ter acontecido por volta de 30 A.D. porque
 Resultou em 2.000 anos de história da igreja
 Os seguidores de Jesus causaram um grande impacto na história mundial
 Existem milhares de testemunhos pessoas de vidas que foram transformadas por
aquele evento
2. Quantidade e Qualidade dos manuscritos disponíveis
Nenhum outro documento histórico da antiguidade siquer se aproxima da quantidade de
manuscritos existente do Novo Testamento.
 Tácito, "História", com 5 cópias
 Platão, "Tetralogia", com 7 cópias
 Tucídides, "História", com 8 cópias
 Heródoto, "História", com 8 cópias
 César, "Gerras Gálicas", com 10 cópias
 Aristóteles, com 49 cópias
 Homero, Illíada, com 643 cópias
 Novo Testamento com 48.600 manuscritos
3. Espaço de tempo entre o original e as primeiras cópias
Outros Manuscritos
Autor Documento Original Manuscrito Intervalo
Cesar
Tácito
Tucídides
Heródoto
Platão
Aristóteles
Guerras
Histórias
Histórias
Histórias
Tetralogias
58-58 a.C
100 dC
460-400 aC
488-428 aC
427-347 aC
3840322 ac
850 dC
850 dC
900 dC
850 dC
900 dC
1100 dC
900 anos
750 anos
1300 anos
1300 anos
1250 anos
1400 anos
Manuscritos do Novo Testamento
Livro Nome do MS Original Manuscrito Intervalo
Ev. João
Ev. João
NT
Bíblia toda
Bíblia toda
John Ryland
Bodmer Papyr
Cherter Papyri
Code Vaticanus
Code Sinaíticus
85 dC
85 dC
45-95 dC
45-95 dC
45-95 dC
115 dC
150 dC
150 dC
325 dC
350 dC
30 anos
65 anos
55 anos
250 anos
275 anos
Parte5::A Bíblia em Português
As primeiras traduções da bíblia para a língua portuguesa foram derivadas da Vulgata, a
Bíblia Católica em latim traduzida do grego por Jerônimo no século IV DC a partir da
Septuaginta, a tradução em grego do Antigo Testamento. Essas primeiras versões em
português foram realizadas em Portugal nos séculos XIII a XV.
Duas fontes básicas foram utilizadas para produzir as traduções em Português,o Textus
Receptus, uma tradução do Novo Testamento em língua grega, preparada por Erasmo
de Rotterdam,baseada em manuscritos do século XII, e publicada em 1516. E o Texto
Crítico, baseado nos manuscritos mais antigos, o Codex Vaticanus e o Codex Sinaiticus,
do Séc. IV.
As primeiras versões impressas em português
 1753 - Primeira versão de João Ferreira de Almeida, baseada no Textus Receptus,
mas com muitos erros.
 1790 - Versão de Figueiredo, elaborada a partir da Vulgata pelo padre católico
Antônio Pereira de
 Figueiredo.
 1898 – Versão Revista e Corrigida – com revisão ortográfica e eliminação de termos
obsoletos.
 1956 – Versão Revista e Atualizada – utiliza o Texto Crítico
 1967 - A Imprensa Bíblica Brasileira publicou a versão: “Almeida Revisada de
Acordo com os Melhores Textos”, baseada totalmente no Texto Crítico e com uso
abusivo de variantes.
As Versões mais atuais
 1981 – Bíblia de Jerusalém (BJ). Tradução empreendida por exegetas católicos e
protestantes e por um grupo de revisores literários.
 1982 – Bíblia Sagrada Vozes – Tradução original do texto hebraico/aramaico e
grego.
 1988 – Bíblia na linguagem de hoje (BLH), elaborada pela Sociedade Bíblica do
Brasil a partir dos idiomas originais.
 1990 – Edição pastoral Paulus - Tradução dos textos originais em linguagem
corrente. A preocupação
 básica, de acordo com a editora, é oferecer um texto acessível ao povo,
principalmente às comunidades de base, círculos bíblicos, catequese, escolas,
celebrações.
 2001 – Nova Versão Internacional (NVI) - Publicada pela Editora Vida e pela
Sociedade Bíblica Internacional. Tem sido elogiada pela clareza do texto. Baseada
no Texto Crítico.
Final::A Bíblia por si mesma
A unidade da Bíblia
 66 livros (39 do AT e 27 do NT)
 1500 anos para ser composta, contendo documentos de mais de 4.000 anos de
idade
 40 autores de diversos níveis culturais
 Escrita em 3 línguas básicas, hebraico, aramaico e grego
 Diversas culturas e três continentes, Ásia, África e Europa
 Um único problema: o pecado
 Uma única solução: O salvador Jesus
 Ninguém decidiu organizá-la. Os livros iam sendo escritos, lidos, copiados,
colecionados e acrescentados à coleção simplesmente por serem tidos como
inspirados.
As Profecias (contrastando com Os Vedas e O Alcorão)
 Centenas de predições concretizaram-se literalmente
 A época do nascimento de Jesus (Dn.9)
 A cidade que ele nasceria (Mq.5.2)
 A natureza da concepção/nascimento (Is.7.14)
A Influência
 Nenhum livro largamente disseminado, nem exercido tão forte influencia sobre o
curso mundial
 Nenhum livro foi traduzido em mais línguas, impressas em maior número, influenciou
mais o pensamento, inspirado mais artes e motivado mais descobertas que qualquer
outro livro.
 Traduzido em mais de 1000 línguas
 Os maiores best-sellers ocupam um insignificante segundo lugar
 Nenhum dos escritos religiosos excede a profundidade do conceito da moral e do
amor como a Bíblia oferece. E ela é a base, senão na sua totalidade, de todos os
códigos morais e leis existentes na história da raça humana.
A Indestrutibilidade
 Inúmeros lideres tentaram exterminá-la ao longo da história, mas não conseguiram
 Voltaire deu 100 anos para a Bíblia tornar-se obsoleta e sua casa se tornou uma
Imprensa Bíblica
 Críticos julgavam-na mitológica, mas arqueólogos comprovaram sua historicidade
 Antagonistas atacam seus ensinos como primitivos e obsoletos, mas os moralistas
exigem que seus ensinos sobre o amor sejam postos na prática hoje
 Céticos, cientistas, psicólogos e antropólogos não conseguem desfazer o que Jesus
disse: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Mc.13.31)
A Distribuição
 De acordo com a Wycliffe International, mais de 168.000 Bíblias são distribuídas nos
Estados Unidos a cada dia, e 30 milhões são distribuídas anualmente.
 A United Bible Society estima que já distribuiu mais de 9 bilhões de Bíblias desde
1947
 Desde sua fundação em 1948, a Sociedade Bíblica Brasileira já distribuiu 80 milhões
de Bíblias. Só em 2011 foram quase 7 milhões de exemplares.
Esboço do Conteúdo
Bibliologia::O Estudo das Escrituras
Parte1: A Revelação Divina
Definição
Revelação Geral
Revelação Específica
O processo da Revelação
Parte2: A Inspiração das Escrituras
Terminologia
Textos Principais
Definição
Parte3: A Inerrância das Escrituras
A opinião de Jesus
Erros comuns
Pontos cruciais
Parte4: O Cânon da Escritura
Canonicidade do Antigo Testamento
Os Escritos de Qumran
Canonicidade do Novo Testamento
Livros Não-Canônicos
Gnosticismo
A Autenticidade do Novo Testamento
Parte5: A Bíblia em Português
As primeiras versões
As versões atuais
Final: A Bíblia por si mesma
A Unidade
As profecias
A influência
A indestrutibilidade
A distribuição

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O Estudo das Escrituras

  • 1. Bibliologia::O Estudo das Escrituras “ O homem deve tomar o melhor e a mais incontestável das teorias humanas e usá-la como jangada a qual ele posa navegar, ainda que não em risco, se é que ele não pode achar alguma palavra de Deus que possa conduzí-lo com mais certeza e segurança”. Platão, Phaedo, 85b “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos”. Sl.119.105 “As Escrituras são os óculos que nos permitem ver e focalizar as coisas sem as quais tudo será confuso” J.Calvino “Devo admitir: a Bíblia é o melhor presente que Deus deu ao homem. Todo o bem que o Salvador fez ao mundo foi transmitido nesse livro. Sem a Escritura, não poderíamos diferenciar o certo do errado. Todas as coisas necessárias para o bem-estar do homem, agora e no porvir, estão retratadas nela.” Abraham Lincoln Parte 1::A Revelação Divina Definição “É o ato de desvendar, descobrir, especialmente, a comunicação de Deus e de sua mensagem para o homem”. Inclui tanto o ato como o conteúdo resultante. Revelação geral “O descobrimento não-proposicional da pessoa de Deus disponível a todos os homens através da Sua criação” Os meios de revelação geral incluem  Natureza (*Sl.19.1-6; Rm.1-19-20)  Providência (Mt.5.45; *At.17.24-28; Rm.8.28)  Preservação do universo (*Cl.1.17)  Consciência (moralidade) humana (Gn.1.26; *Rm.1.32-2.16)  Raciocínio (Rm.1.20-22, 25)  Pergunta: Uma pessoa pode conhecer a Deus através da revelação geral? Revelação específica “A auto-revelação proposicional da pessoa e da mensagem de Deus através de vários meios e por meio de diversos homens na história, que foi registrada como o conteúdo das Escrituras". A Bíblia é a cópia autêntica, infalível e com autoridade desta revelação hoje. Conceitos de revelação na teologia histórica e contemporânea  Ensino proposicional (doutrina)  Evangelicalismo, ortodoxia (Lutero, Calvino)  Catolicismo histórico (Agostinho, Aquino)  História em sí é revelação (Pannenberg, Moltmann)  Experiência interna (Schleiermacher, Ritschl, Tyrell, Teilhard de Chardin, Rahner)  Encontro existencial (Barth, Bultmann) ou símbolos (Tillich)  Nova consciência (Hick, Rahner, Leonardo Boff) A Revelação fala do caráter de Deus, dos seu planos, das suas ações, da sua interação na história, da sua verdade e sabedoria não conhecida pelo homem através dos meios naturais do conhecer, tornando-se necessário meios sobrenaturais para obter esse conhecimento. Revelação literalmente significa descobrir algo que estava coberto afim de que seja visto ou conhecido. Afim de cumprir esse propósito, Deus usou meios que fossem inteligíveis ao homem. Ele fez isso de diversas formas, através de sonhos, visões, teofanias, anjos e até mesmo através do Urim e Tumim; que era usado nos peitorais dos sacerdotes. Deus também falou através de homens chamados profetas e apóstolos. A própria ação de Deus na história e na natureza são formas dEle se revelar. Entretanto, a maior e mais direta forma de Deus se revelar foi a encarnação de Jesus Cristo. Enquanto viveu na terra, suas palavras e atos, conforme o apóstolo João,  revelaram o Pai - Jo.1.1  a natureza de Deus - 14.9; 17.26  poder de Deus - 3.2  a sabedoria de Deus - 7.46  a glória de Deus - 1.14  a vida de Deus - 1Jo.1.1-3  amor de Deus - Rm.5.8  e a palavra de Deus - 17.17 A informação de que Deus se revelou através desses meios foram registrados usando a linguagem escrita, uma das mais básicas formas de comunicação. No AT Deus inspirou homens para registrar na forma escrita os eventos históricos que envolveram não somente as pessoas e os acontecimentos humanos mas também a atividade de Deus, bem como as palavras que ele disse. O processo da Revelação 1. Os pensamentos de Deus são REVELADOS (Deus manifesta a si mesmo e a sua vontade ao homem) 2. Aos Profetas e Apóstolos que INSPIRADOS (Os pensamentos de Deus são entendidos e expressos na linguagem humana 3. Os Manuscritos Originais gerando os LIVROS CANÔNICOS(A Escritura aceita como padrão objetivo para conhecer a verdade) 4. Os Livros da Escritura são copiados pela CRITICA TEXTUAL (comparar manuscritos mais antigos, remover erros, identificar o texto original) 5. O Texto Grego que reflete o original é produzido e copiado TRADUÇÕES são feitas (o texto grego traduzido na língua de cada povo) 6. Bíblias são produzidas, torna-se o livro mais lido no mundo.
  • 2. Através da INTERPRETAÇÃO (hermenêutica, a arte de explicar do texto) 7. A Palavra de Deus é entendida em nossa mente Através ILUMINAÇÃO (que acontece pelo Espírito Santo que nos ensina a Escritura) 8. A mente humana então é renovada E através da APLICAÇÃO (o treinamento contínuo do nosso corpo, mente, palavras e ações) 9. O homem começa a encarnar e viver a Palavra de Deus Através da COMUNICAÇÃO (compartilhamos com os outros a vontade de Deus na Escritura) 10. Outros recebem a Palavra de Deus e começam também a ter suas vidas transformadas. Parte2::A Inspiração da Escritura Diferentemente do racionalismo, liberalismo, espiritismo; mesmo do Catolicismo e do fundamentalismo, ortodoxia histórica defendem que só a Bíblia é a autoridade final de doutrina e prática cristã. Somente a Escritura tem absoluta autoridade e sua inspiração é verbal, plena e inerrante (2Tm.3.15; cf. Gl.3.16; Mt.5.18; 2Tm.3.16; 2Pe.1.21). Terminologia  Bíblia: gr. "biblion", 32x. “rolo de papel ou pergaminho, livro” (Lc.4.17)  Escritura: gr, "grafé", 51x, “escrita, letra, obra, Bíblia; a frase “está escrito” (gégraptai), 55-70x, é uma fórmula especial que demonstra a autoridade absoluta da citação [Mt.4.4,6,7,10]).  Palavra de Deus: "o lógos tou teós", é usada referindo-se à Jesus, a Palavra Encarnada, mas também com respeito à palavra escrita, seja do AT ou do NT, conforme Hebreus 4.12. Textos principais *2Tm.3.16: “Toda Escritura é inspirada por Deus  Alcance e sujeito da inspiração "toda Escritura", abrangendo o Antigo e Novo Testamento 1. Antigo Testamento: 2Sm.23.2+Mt.22.43; Sl.119.89; Is.40.8; Rm.9.17 2. Novo Testamento: Jo.14.26; 16,13; “Escritura” do NT no NT: 1Tm.5.18; 2Pe.3.16 3. O testemunho dos apóstolos em seus livros (1Co.14.37; 1Ts.4.2; 2Pe.3.2; Ap.22.6-10, 18-20  Fonte e processo “inspirado por Deus” ("théopneustos"): “soprado para fora, divinamente ex-pirado. Um neologismo usado pelo apóstolo Paul exclusivo no NT significando que Deus é a causa primária das Escrituras, que seu conteúdo está em conformidade com sua Pessoa, Propósito e Obra. É sua auto-revelação. "Theopneustos" captura a idéia dos rabinos e dos apóstolos que o entendimento de que as palavras dos profeta não vieram deles mesmos mas sim que foram o resultado da ação de Deus em guiá-los e falar através deles. Eles criam que as palavras registradas pelos profetas eram palavras vindas da boca de Deus.  Finalidade O apóstolo Paulo ainda diz que a Escritura foi "soprada por Deus" com o fim de revelar a verdade através da Escritura. Ela é "útil" para moldar o ser humano afim de que ele viva a plenitude da vontade de Deus. A Escritura ensina, corrige, educa e treina o homem para que ele seja plenamente equipado e atinja todo o potencial que ele tem como sendo a imagem de Deus que está em cada um. *2Pe.1.19-21: "falaram movidos pelo Espírito Santo" “...nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens [santos] falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo”. “movidos”: "ferómenoi" “levantados, elevados (como por vento), impelidos, empurrados”. As Escrituras portanto procedem de Deus; seu conteúdo não é invenção humana. O apóstolo Pedro, nas suas palavras antes da sua morte, chama a atenção para as Escrituras dizendo que ela não veio da entendimento ou da interpretação do próprio profeta sobre os eventos ou sobre o que Deus estava dizendo. Ele diz que os profetas foram 'conduzidos, guiados' pelo Espírito, como um navio sendo guiado pelo vento. O verbo origal ("phero") significa que eles foram foram guiado pelo Espírito para ver, entender e comunicar o que o Espírito de Deus desejava. Eles foram onde o Espírito os levava, como o navio vai por onde o vento sopra. *1Co.2.10-13: “palavras ensinadas pelo Espírito” "Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais". A Bíblia portanto ensina que Deus inspirou cada palavra que os profetas falaram e que os apóstolos registraram. Definição “Inspiração é o superintender de Deus sobre os autores humanos afim de que, usando suas próprias personalidades, eles compusessem e registrassem sem erro, a sua revelação ao homem nas palavras dos manuscritos originais” Superintendidas por Deus: *Pv.30.5,5; Mt,15,4; At.28.25; Hb.3.7 Os autores humanos compuseram e registraram: Lc.1.1-4; 1Co.7.25,26; 2Tm.4.9-13 Até mesmo cada palavra: Ex.17.14; Jr.30-2; *Mt.24.35; Ap.22.6,7,18,19 Parte3::A Inerrância da Escritura A inerrância da Escritura se refere aos originais da Escritura (os autógrafos). Eles são inteiramente verdadeiros e nunca falsos quando propriamente interpretados a respeito da doutrina, da ética, da vida social, da vida física, história, geografia, ciência etc. De
  • 3. forma simples, inerrância é a doutrina que diz que a Bíblia é sem erro.  Parte do teste da sua origem divina é a sua precisão e sua fidedignidade (Dt.13.1-5; 18.20-22).  O próprio Jesus ensinou que a Escritura não podia errar (Jo.10.34-35).  A veracidade e exatidão das Escrituras incluia até os seus mínimos detalhes: "Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um "i" ou um "til" jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra". Mt.5.18 Mesmos os tempos verbais, as formas dos subtantivos - Mt.22.32; Gl.3.16  A própria Escritura depende da sua própria inerrância quando ela cita outra Escritura como prova de certas verdades e conceitos (Mt.22.32; Gl.3.16). O Bispo Agostinho (354-430 d.C) defende a inerrância das Escrituras quando ele diz: a mais desastrosa consequência seguirá nossa crença de que algo falso possa ser encontrado nos livros sagrados. Ou seja, que os homens pelos quais a Escritura nos foi dada tenha escrito algum erro. Se você admitir uma única falsa declaração nesse mais alto santuário de autoridade, nenhuma simples sentença restará nesses livros…" (Carta de Agostinho a Jerônimo 394 d.C. Carta 28:3) Opinião de Jesus Jesus aceitou a Escritura do VT como sendo precisas historicamente. Isso é particularmente interessante se considerarmos que Jesus, como membro da Trindade, ele mesmo fez parte dessas histórias no VT. Jesus considerou esses eventos e pessoas como sendo históricos e concordou com a descrição bíblica de cada um deles. Jesus corrigiu muitas pessoas - incluindo escribas, sacerdotes e até as tradições, mas ele nunca corrigiu as Escrituras Judaicas, o Velho Testamento. Jesus repetidamente demonstrou que ele cria que o Antigo Testamento era verdadeiro e a palavra de Deus.  Adão e Eva - Mt.19.3-5; Mc.10.6-8  Noé e o Dilúvio - Mt.24.38-39; Lc.17.26-27  Sodoma, Gomorra e Ló - Mt.10.15; Lc.17.28-29  Jonas - Mt.12.40  Isaías - Mt.12.17; 13.13-15  Elias - Mt.17.11-12  Daniel - Mt.24.15  Abel - Mt.23.35  Moisés - Mt.8.4 Erros comuns sobre a Inspiração Bíblica  Inspiração Natural Os escritores foram grandes homens e gênios, e escreveram baseado na sua própria leitura da realidade.  Inspiração Dinâmica Os escritores ao ter "experiências de revelação" com Deus, eles interpretavam e escreviam em suas próprias palavras como tinha sido aquela experiência.  Inspiração Parcial Algumas partes são mais inspiradas que outras. Inspiração é aceita no caso de ensino doutrinário, mas alguns dados e fatos históricos são equívocos, mitos e fábulas (p.ex. o relato da criação, Abraão, Jó e os milagres).  Inspiração Conceitual As idéias da Escritura foram inspiradas mas não as palavras propriamente. A Bíblia portanto é a palavra de Deus mas não as palavras de Deus. As palavras exatas da Bíblia não são inspiradas mas quando você lê as palavras, elas se tornam inspiradas  Inspiração Mecânica Os escritores foram apenas usados como "processadores de palavras". Deus então ditou palavra por palavra, e os escritores simplesmente as escreveu. Nesse caso, a personalidade, a experiência, o vocabulário do escritor teria sido completamente ignorado Prontos cruciais sobre a Inspiração das Escrituras  Toda Escritura é inspirada - 2Tm.3.16  A Escritura vem da boca de Deus - 2Tm.3.16  A Escritura revela o plano e a vontade de Deus para o homem - 2Tm.3.16  A Escritura não foi originada nos pensamentos do homem - 2Pe.1.20  A Escritura originou na mente de Deus e veio a homens que foram inspirados e guiados pelo Espírito Santo em seu pensamento, fala e escrita - 2Pe.1.20  As palavras da Escritura foram escritas através da inspiração divina - 1Co.2.13 R.C.Sproul nos ajuda a embasar a confiabilidade da Bíblia através de uma linha simples de raciocínio, como segue:  Premissa A - A Bíblia é um documento razoavelmente confiável  Premissa B - Baseado nessa confiabilidade básica, podemos ter evidência suficiente para crêr que Jesus é o filho de Deus  Premissa C - Se Jesus Cristo é filho de Deus, ele é uma autoridade inerrante  Premissa D - Jesus ensinou que a Bíblia é mais que "basicamente confiável", ela é a própria Palavra de Deus  Premissa E - Se ela é a Palavra que vem de Deus, ela é definitivamente confiável porque Deus é definitivamente confiável  Conclusão - Baseado na autoridade de Jesus Cristo, a igreja crê que a Bíblia é confiável; ou, inerrante. Parte4::O Cânon da Escritura A palavra "cânon" vem do grego "kanon" que significa "régua", fita de medir, nível. O termo foi aplicado originalmente por Irineu ao se referir à Escritura como um padrão objetivo pelo qual a verdade seria medida. Especialmente perante a necessidade de discernimento sobre os inúmeros livros que surgiram durante os primeiros séculos do cristianismo. O "cânon" - o conjunto de livros inspirados - traziam entrão um padrão de clareza para rejeitar os livros heréticos, especialmente gnósticos.
  • 4. Devemos entender que a igreja primitiva não fez o cânon da Escritura ou selecionou alguns livros para ser o cânon do Cristianismo. A igreja primitiva simplesmente reconheceu o que Deus já havia dado através dos apóstolos e profetas como sendo o cânon. A igreja apenas identificou quais eram os livros que tinham canonicidade e os reconheceu como verdadeiros, inspirados e inerrantes. A canonicidade do Antigo Testamento basea-se: 1. No reconhecimento de Jesus O fato de Jesus ter cita o Antigo Testamento e jamais o critica 2. Na Autoridade O livro tinha que ser escrito por algum profeta reconhecido ou lider provado para ser ungido através de uma evento histórico ou pelo testemunho profético 3. Na Evidência interna Os livros testemunham entre si mesmo sobre a autoridade do todo 4. Na Causa e Efeito Pessoas que viveram na mesma época dos autores talvez pudessem rejeitar o autor, mas os resultados históricos provam que o livro era inspirado, p.ex. o cumprimento das profecias de Daniel. A autenticidade e canonicidade do AT é comprovada por várias outras evidências bibliográficas como  Texto Samaritano (Pentateuco) (500 a.C)  Septuaginta (250 a.C)  Lista do historiador Flávio Josefo (85 d.C)  Talmudistas (100 d.C)  Massoretas (500 d.C). Todos eles copiaram e alistaram os livros aceitos no cânon judaico. Essa lista é exatamente a mesma do Antigo Testamento como a conhecemos hoje. Escritos de Qumram Com base em vários métodos de datação, incluindo o paleográfico e o do carbono 14, os Manuscritos do Mar Morto foram escritos durante o período de cerca de 200 AC a 68 DC. Muitos manuscritos messiânicos cruciais (como o Salmo 22, Isaías 53 e Isaías 61) datam de pelo menos 100 a.C. Como tal, os Manuscritos do Mar Morto têm revolucionado a crítica textual da profecia do Antigo Testamento quanto à vinda do Messias. É impressionante notar que os textos bíblicos de Qumran estão substancialmente de acordo com o texto Massorético, a versão “Septuaginta” e várias traduções do Antigo Testamento que usamos hoje. Especiamente o Rolo de Isaías que com mais de 2.000 anos de existência confirma que as cópias existentes hoje possuem mais de 95% de correção. A canonicidade do Novo Testamento basea-se  Na Apostolicidade Para que fosse incluído no cânon, o livro teria que sido escrito sobre a autoridade direta de um apóstolo.  No Ensino Apostólico O livro tinha que se harmonizar e concordar com o que os outros apóstolos tinham ensinado. Igrejas como em Jerusalém, Antioquia, Éfeso, Roma, etc que foram estabelecidas e supervisionadas pelos apóstolos, tinham agora seus discípulos colocados em posição de autoridade espiritual nessas igrejas (Inácio 70d.C, Policarpo 80 d.C., Clemente 95 d.C., Eusébio 130 d.C, Irineu 180 d.C), que colecionavam os ensinos apostólicos afim de ensinar a doutrina. Ao longo do tempo, essas igrejas se tornaram hábeis em reconhecer o ensino apostólico e discernir o engano e o erro, e se tornaram unidos e universalmente foram reconhecendo os livros coerentes com o ensino apostólico. Se essas igrejas apostólicas tivessem rejeitado esses livros, eles nunca teriam sido aceitos nos Concílios que aconteceram mais tarde.  Na Evidência interna Cada livro precisava mostrar sua própria evidência interna de canonicidade, bem como pelo menos alguma indicação de autoridade ou inspiração Durante os primeiros 350 anos da igreja (30-397 d.C) a igreja reconheceu os livros do cânon sem qualquer Concílio da igreja. Nenhuma lista oficial tinha sido feita. Nenhum comitê votou contra ou a favor. Eles foram sendo "naturalmente" aceitos simplesmente pela igreja pela prática desses três critérios. A igreja do segundo século ainda tinha os discípulos diretos dos apóstolos liderando a igreja. À medida que o terceiro século foi se aproximando, o peso da autoridade dos livros 'soprados por Deus' já tinham expostos e eliminado os livros heréticos e a genuinidade dos livros canônicos já era aceita pela igreja perseguida. Isso se torna especialmente verdadeiro pois durante a perseguição instalada por Diocleciano (303 d.C). O imperador, bastante informado sobre os cristãos e seu "cânon" da Escritura, mandou destruir toda Escritura existente. E muitos foram mortos em defesa da Escritura que hoje carregamos. Décadas mais tarde, o Imperador Constantino muda a história e financia a reprodução de 50 cópias das Escrituras. Interessante notar que os perseguidores sabiam que livros queimar, e o imperador sabia que livros deveriam ser copiados. Existe forte evidência de que o remanescente dessas cópias sejam o Codex Sinaiticus (British Library), Codex Vaticanus (Vaticano) e Codex Alexandrinus (British Library), produzidos entre o séc III e IV. Em 397 no Concílio de Cartago a então igreja instituída pelo Estado concordou com a atual lista de 27 livros do cânon do Novo Testamento. Entretanto, algumas listas e coleções dos livros do cânon já haviam sido reunidas muito antes do Concílio de Cartago.  O Fragmento Muratoriano - Escrito por volta de 170 d.C, que excluia o livro de Hebreus, Tiago, 1 e 3 Pedro e não apresentava nenhum outro livro não reconhecido.  Versão Siríaca - Uma tradução pra as igrejas na Síria que era usada por volta de 170 d.C. Excluía 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse. Novamente, nenhum outro livro não aceito fora incluído.
  • 5. Os livros não-canônicos (apócrifos) Antigo Testamento O nome significa "escondido" ou "oculto" e são os livros presentes em algumas versões. Eles causaram muitas controvérsias durante a formação do cânon, exatamente por causa dos questionamentos que a igreja levantava sobre sua inspiração divina. São eles  Sabedoria de Salomão (30a.C)  Eclesiástico (Siraque) 132 a.C  Tobias (200 a.C)  Judite (150 a.C)  1Esdras (150-100 a.C)  1Macabeus (110 a.C)  2Macabeus (110 – 70 a.C)  Baruque (150 – 50 a.C)  Epístola de Jeremias (300 – 100 a.C)  2Esdras (100 d.C)  Adições a Ester (140 –110 a.C)  Oração de Azarias (300 – 100 a.C)  Susana (séc. I ou II a.C)  Bel e o Dragão (100 a.C)  Oração de Manassés (séc. I ou II a.C) No Concílio de Trento (1546) a Igreja Católica os aceitou no cânon apesar das evidências contrárias:  Jesus nunca citou os apócrifos  Não há evidência de inspiração  Alguns possuem claros erros históricos  Alguns promovem erros doutrinarios (2 Macabeus 12.45-46, sobre oração pelos mortos)  Josefo rejeitou os apócrifos  Os manuscritos do Mar Morto não os consideram inspiradosJerônimo rejeitou a inspiração dos apócrifos e se recusou a traduzinos na Vulgata, mas no final os incluiu por pedido do bispo de Roma. Mas ele adicionou uma nota na sua tradução: "não aplique esses livros para estabelecer doutrina pois eles não tem autoridade como sagrada escritura".  A aceitação no Concílio de Trento rompeu com a visão tradicional dos judeus, da igreja primitiva e dos maiores Concílios do passado.  Um dos motivos da decisão foi uma reação contra a crítica de Lutero sobre a oração e as indulgências pelos mortos, amplamente aceitas pela Igreja Católica.  O Concílio aceitou somente 11 livros apócrifos. Foi aceito 2 Macabeus porque apoiava a oração pelos mortos, mas rejeitaram 2 Esdras porque o livro se opunha à oração pelos mortos. Alguns livros não-canônicos do Novo Testamento  Evangelho de Tomé  Epístola de Pedro a Filipe  Epístola de Tiago
  Epístola de Barnabé  Evangelho de Maria Madalena  Evangelho de Eva  Evangelho de Judas  Evangelho de Filipe  Evangelho da Infância de Jesus  Apocalipse de Adão  Apocalipse de Pedro  Apocalipse de Paulo  Apocalipse de Tiago Em linhas gerais os livros apócrifos do Novo Testamento nunca foram aceitos pela igreja, seja pela comunidade da fé, seja pelos os Concílios da Igreja. Embora inúmeros escritos circulassem durante aquela época, o motivo da não aceitação até que o cânon fosse formalmente reconhecido era evidente uma vez que os livros apócrifos ensinavam claramente a heresia chamada Gosticismo. Os apóstolos e seus sucessores combaterem claramente e duramente essa heresia e esses livros foram banidos e destruídos.  O ministério pessoal dos primeiros apóstolos ensinando a doutrina até o fim do século I  A continuação do ensino apostólico através dos seus discípulos até o fim século II combatendo as heresias  A fé viva dos milhares de discípulos de Jesus que morreram por defender as verdades da Escritura durante as ondas de perseguição até o século III. O Gnosticismo É uma concepção filosófico-religiosa surgida no oriente, antes de Cristo que se infiltrou na Igreja gerando uma terrível heresia que foi severamente combatida já pelos Apóstolos Paulo, Pedro e João em suas cartas, bem como por seus sucessores como Irineu (130-200) no seu famoso livro "Contra os Hereges". O gnosticismo ensina que existem que dois deuses, um deus bom e outro mau. O mundo teria sido criado pelo deus mau, um deus menor, que eles chamam de "demiurgo". Esse seria o nosso Deus da Bíblia, o que explica todas as tragédias contadas nela. Para esta crença, as almas dos homens já existiam em um universo de luz e paz (Pleroma); mas houve uma "tragédia" – algo como uma revolta – e assim esses espíritos foram castigados sendo aprisionados em corpos humanos, como em uma cadeia, pelo deus demiurgo, e que os impede de voltar ao estado inicial. A salvação dessas almas só seria possível mediante a libertação dessa cadeia que é o corpo, que é mau, e isto só seria possível através de um conhecimento ("gnose" em grego) secreto, junto com práticas mágicas (esotéricas) sobre Deus e a vida, revelados aos "iniciados", e que dariam condições a eles de se salvarem. Por isso os gnósticos não acreditam na salvação por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo; não acreditam no pecado, nos anjos, nos demônios, e nem no pecado original. Para eles o mal vem da matéria e do corpo humano, que são maus. Para o gnosticismo tudo que é material foi criado pelo deus mal e deve ser desprezado; assim, por exemplo, o casamento e tido como mau porque através dele o homem (corpo) se multiplica. Paulo combateu esses ensinos em 1Tm 4,1ss. E por outro lado, tudo o que é espiritual teria sido criado pelo deus bom. Segundo ainda o gnosticismo, o Deus Supremo, teria enviado ao mundo o seu mensageiro, Jesus Cristo, como redentor (um eon), um “Avatar”, portador da “gnósis” - a palavra revelada - a alguns escolhidos que os levaria à salvação (libertação do corpo). Jesus não teria tido um corpo de verdade, mas apenas um corpo aparente (docetismo). Jesus teria então um corpo ilusório que não teria sido crucificado. S. João combateu isto em suas cartas (cf.1Jo 18.23). Embora tendo sido banido pela igreja nos primeiros séculos o gnosticismo tem vivido um reavivamento dado à descoberta recente nos manuscritos de Nag Hamadi, no Egito, do "Evangelho de Judas", que é de fundo gnóstico. Também por causa do livro "O Código da Vinci", de Dan Brown (Editora Sextante, 2004), onde o autor diz que se baseou nos evangelhos apócrifos e gnósticos de Maria Madalena, Filipe e Tomé, para fazer as suas afirmação contra a Igreja católica. O gnosticismo está também na base filosófica e religiosa de muitos movimentos e seitas como o espiritismo, hinduísmo e a Nova Era.
  • 6. A Autenticidade do Novo Testamento Três fatores são importantes para testar a autenticidade dos manuscritos do Novo Testamento 1. Causa e Efeito Algo realmente extraordinário deve ter acontecido por volta de 30 A.D. porque  Resultou em 2.000 anos de história da igreja  Os seguidores de Jesus causaram um grande impacto na história mundial  Existem milhares de testemunhos pessoas de vidas que foram transformadas por aquele evento 2. Quantidade e Qualidade dos manuscritos disponíveis Nenhum outro documento histórico da antiguidade siquer se aproxima da quantidade de manuscritos existente do Novo Testamento.  Tácito, "História", com 5 cópias  Platão, "Tetralogia", com 7 cópias  Tucídides, "História", com 8 cópias  Heródoto, "História", com 8 cópias  César, "Gerras Gálicas", com 10 cópias  Aristóteles, com 49 cópias  Homero, Illíada, com 643 cópias  Novo Testamento com 48.600 manuscritos 3. Espaço de tempo entre o original e as primeiras cópias Outros Manuscritos Autor Documento Original Manuscrito Intervalo Cesar Tácito Tucídides Heródoto Platão Aristóteles Guerras Histórias Histórias Histórias Tetralogias 58-58 a.C 100 dC 460-400 aC 488-428 aC 427-347 aC 3840322 ac 850 dC 850 dC 900 dC 850 dC 900 dC 1100 dC 900 anos 750 anos 1300 anos 1300 anos 1250 anos 1400 anos Manuscritos do Novo Testamento Livro Nome do MS Original Manuscrito Intervalo Ev. João Ev. João NT Bíblia toda Bíblia toda John Ryland Bodmer Papyr Cherter Papyri Code Vaticanus Code Sinaíticus 85 dC 85 dC 45-95 dC 45-95 dC 45-95 dC 115 dC 150 dC 150 dC 325 dC 350 dC 30 anos 65 anos 55 anos 250 anos 275 anos Parte5::A Bíblia em Português As primeiras traduções da bíblia para a língua portuguesa foram derivadas da Vulgata, a Bíblia Católica em latim traduzida do grego por Jerônimo no século IV DC a partir da Septuaginta, a tradução em grego do Antigo Testamento. Essas primeiras versões em português foram realizadas em Portugal nos séculos XIII a XV. Duas fontes básicas foram utilizadas para produzir as traduções em Português,o Textus Receptus, uma tradução do Novo Testamento em língua grega, preparada por Erasmo de Rotterdam,baseada em manuscritos do século XII, e publicada em 1516. E o Texto Crítico, baseado nos manuscritos mais antigos, o Codex Vaticanus e o Codex Sinaiticus, do Séc. IV. As primeiras versões impressas em português  1753 - Primeira versão de João Ferreira de Almeida, baseada no Textus Receptus, mas com muitos erros.  1790 - Versão de Figueiredo, elaborada a partir da Vulgata pelo padre católico Antônio Pereira de  Figueiredo.  1898 – Versão Revista e Corrigida – com revisão ortográfica e eliminação de termos obsoletos.  1956 – Versão Revista e Atualizada – utiliza o Texto Crítico  1967 - A Imprensa Bíblica Brasileira publicou a versão: “Almeida Revisada de Acordo com os Melhores Textos”, baseada totalmente no Texto Crítico e com uso abusivo de variantes. As Versões mais atuais  1981 – Bíblia de Jerusalém (BJ). Tradução empreendida por exegetas católicos e protestantes e por um grupo de revisores literários.  1982 – Bíblia Sagrada Vozes – Tradução original do texto hebraico/aramaico e grego.  1988 – Bíblia na linguagem de hoje (BLH), elaborada pela Sociedade Bíblica do Brasil a partir dos idiomas originais.  1990 – Edição pastoral Paulus - Tradução dos textos originais em linguagem corrente. A preocupação  básica, de acordo com a editora, é oferecer um texto acessível ao povo, principalmente às comunidades de base, círculos bíblicos, catequese, escolas, celebrações.  2001 – Nova Versão Internacional (NVI) - Publicada pela Editora Vida e pela Sociedade Bíblica Internacional. Tem sido elogiada pela clareza do texto. Baseada no Texto Crítico. Final::A Bíblia por si mesma A unidade da Bíblia  66 livros (39 do AT e 27 do NT)  1500 anos para ser composta, contendo documentos de mais de 4.000 anos de idade  40 autores de diversos níveis culturais  Escrita em 3 línguas básicas, hebraico, aramaico e grego  Diversas culturas e três continentes, Ásia, África e Europa  Um único problema: o pecado  Uma única solução: O salvador Jesus
  • 7.  Ninguém decidiu organizá-la. Os livros iam sendo escritos, lidos, copiados, colecionados e acrescentados à coleção simplesmente por serem tidos como inspirados. As Profecias (contrastando com Os Vedas e O Alcorão)  Centenas de predições concretizaram-se literalmente  A época do nascimento de Jesus (Dn.9)  A cidade que ele nasceria (Mq.5.2)  A natureza da concepção/nascimento (Is.7.14) A Influência  Nenhum livro largamente disseminado, nem exercido tão forte influencia sobre o curso mundial  Nenhum livro foi traduzido em mais línguas, impressas em maior número, influenciou mais o pensamento, inspirado mais artes e motivado mais descobertas que qualquer outro livro.  Traduzido em mais de 1000 línguas  Os maiores best-sellers ocupam um insignificante segundo lugar  Nenhum dos escritos religiosos excede a profundidade do conceito da moral e do amor como a Bíblia oferece. E ela é a base, senão na sua totalidade, de todos os códigos morais e leis existentes na história da raça humana. A Indestrutibilidade  Inúmeros lideres tentaram exterminá-la ao longo da história, mas não conseguiram  Voltaire deu 100 anos para a Bíblia tornar-se obsoleta e sua casa se tornou uma Imprensa Bíblica  Críticos julgavam-na mitológica, mas arqueólogos comprovaram sua historicidade  Antagonistas atacam seus ensinos como primitivos e obsoletos, mas os moralistas exigem que seus ensinos sobre o amor sejam postos na prática hoje  Céticos, cientistas, psicólogos e antropólogos não conseguem desfazer o que Jesus disse: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Mc.13.31) A Distribuição  De acordo com a Wycliffe International, mais de 168.000 Bíblias são distribuídas nos Estados Unidos a cada dia, e 30 milhões são distribuídas anualmente.  A United Bible Society estima que já distribuiu mais de 9 bilhões de Bíblias desde 1947  Desde sua fundação em 1948, a Sociedade Bíblica Brasileira já distribuiu 80 milhões de Bíblias. Só em 2011 foram quase 7 milhões de exemplares. Esboço do Conteúdo Bibliologia::O Estudo das Escrituras Parte1: A Revelação Divina Definição Revelação Geral Revelação Específica O processo da Revelação Parte2: A Inspiração das Escrituras Terminologia Textos Principais Definição Parte3: A Inerrância das Escrituras A opinião de Jesus Erros comuns Pontos cruciais Parte4: O Cânon da Escritura Canonicidade do Antigo Testamento Os Escritos de Qumran Canonicidade do Novo Testamento Livros Não-Canônicos Gnosticismo A Autenticidade do Novo Testamento Parte5: A Bíblia em Português As primeiras versões As versões atuais Final: A Bíblia por si mesma A Unidade As profecias A influência A indestrutibilidade A distribuição