Roland Barthes foi um influente teórico francês da semiologia. O documento descreve os seminários de Barthes na École Pratique des Hautes Études, onde ele desenvolveu suas ideias sobre semiologia como o estudo dos sistemas de significação na sociedade e propôs uma nova visão da semiologia diferente da abordagem americana. O último seminário influenciou os livros experimentais posteriores de Barthes ao explorar noções como a reflexividade e a constituição do mundo pela linguagem.
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Roland Barthes e a semiologia
1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO
MARANHÃO – UEMA
Centro de Estudos Superiores de São
João dos Patos – CESJOP
Letras Licenciatura em Língua
Portuguesa e Literaturas de Língua
Portuguesa
Disciplina: Teoria Literária
Docente: Carla Adelany
Discentes: Ana Katrine, Lailson de Asis,
Jackson e Wanessa Adrielli.
SEMIOLOGIA
2. “Roland Barthes”
• Roland Gérard Barthes, nasceu em
Cherbourg (França), no dia 12 de novembro de
1915.
• Roland Barthes debruçou a sua produção
intelectual em torno da semiótica e semiologia, um
tipo de estudo que
teve Ferdinand de Saussure como referência.
• Barthes tornou-se uma figura pública na França
depois dos seus livros terem tido imenso sucesso de
vendas. Especialmente a partir da década de 70, o
intelectual começa a receber enorme
reconhecimento.
3. • Na década de 60, Barthes foi
contratado;
• 1962 foi nomeado diretor de
estudos, que tinha função de
ministrar seminários e
também orientar alunos.
• A escola reunia diversos
alunos: ecléticos, de baixa
renda, estrangeiros e até os
náufragos das universidades.
• Um dos aspectos do
movimento de mais de 68.
4. Barthes e os seminários
• Na École, todo ano letivo ele
ministrava seminários.
• Barthes, nesse tempo,
trabalhava com elementos de
contemporâneo de significação.
• Os seminários basicamente se
delimitava a esses temas. E a
medida em que eles foram
ministrados enfatizava um
grande clima de liberdade.
• Os seminários foram muito
importante.
5. A semiologia na visão de Barthes
• A semiologia assim se colocava em um
ponto médio entre a análise de
discurso e a sociologia, pois seu
objetivo era estudar os sistemas de
significação dentro de um contexto
social.
6. Primeiro seminário: “semiologia como saber”
• Barthes conhecia bem a semiótica
americana e tinha como parâmetro a
obra de Charles W. Morris. Porém, ele
se afasta da visão americana da
semiótica e propõe uma nova visão da
palavra semiologia, a partir de
Saussure. Como é bem conhecido, ele
resolve inverter a famosa fórmula
saussuriana que afirma que a
linguística é uma parte da ciência
geral dos signos; para Barthes, a
semiologia é apenas uma parte da
linguística; a parte que se encarrega
das grandes unidades significantes do
discurso.
• Em relação ao signo, é necessário
destacar o que Barthes chama de
“função signo”.
• Barthes afirma que o futuro da
linguística é a conotação.
7. O segundo seminário:
“de como a comida matou a semiologia”
• Na sociedade contemporânea, segundo Barthes, toda comida passa pela linguagem: é
preciso comprar os alimentos pela linguagem e, para cozinhá-los, precisamos de
receitas, sejam elas escritas ou orais.
8. O último seminário: “a semiologia como
aventura”
• Ele só volta dez anos mais tarde, de
outra maneira, não mais como um
saber que ajude a compreender um
sistema de significação, mas como um
saber que permite desenvolver a
prática da escrita.
• A partir das descobertas desse
seminário, Barthes começa a deixar
de lado uma escrita intelectual, pela
procura de escrita experimental, que
deu origem a seus livros mais
conhecidos, como O prazer do texto
(1973) e a Roland Barthes por Roland
Barthes (1975), Fragmentos de um
discurso amoroso (1978) e A câmara
clara (1980).
9. Considerações finais:
“Em busca de uma semiologia literária”
• As publicações de Barthes após o
seminário “10 anos de semiologia” são
radicalmente diferentes dos seus
textos anteriores: entre o ensaio e a
ficção, elas estão muito longe de uma
produção acadêmica convencional.
• A partir da leitura das anotações de
Barthes, podemos afirmar que as
experimentações desses livros foram
desenvolvidas a partir das noções
exploradas em seu seminário “10 anos
de semiologia”: a reflexividade, a
dispersão, o sujeito imaginário, a
constituição do mundo pela
linguagem, a impossibilidade da
metalinguagem.
• Como essa experimentação com a
linguagem pode ser também
semiologia, “o estudo dos signos na
vida social”? Pelo que conseguimos
observar no último seminário: esse
estudo só tinha sentido para escrever
literatura. Pelos estudos dos signos na
vida social de Brecht, Saussure,
Jakobson e, sobretudo, Benveniste,
Barthes entende que o próprio sentido
da semiologia é se debruçar sobre
aquilo que nos constitui (a língua) e,
portanto, se desdobrar.