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Controles Financeiros
Decidindo o presente e o futuro da empresa.
Marco Aurelio Acocella
2
Assuntos a serem abordados
Introdução
A necessidade de informação para a tomada de decisão
A importância de planejar
Controle de entradas e saídas de Caixa
Contas a Pagar e Contas a Receber
Fluxo de Caixa
Controle de Estoque
Ciclos Operacional e Financeiro
Demonstrações Contábeis e Indicadores
Análise de Investimento
Apêndice: Cálculo de Preço
3
Introdução
E das trevas se fez a luz!
Se formos buscar na nossa memória a criação do mundo foi o primeiro ato de
planejamento que se tem notícia.
Primeiro o Criador estabeleceu suas metas, depois traçou o plano para atingi-las
e seguiu um encadeamento lógico ímpar para que após 6 dias de árduo trabalho
tivesse a sua criação finalizada. Criou a luz, o céu, os campos, as árvores, o
mar, a fauna, a flora e o homem. Perfeito! (exceto pelo homem, mas...).
De lá para cá o planejamento faz parte do dia-a-dia do ser humano, se bem que
muitos deles ou esquecem o planejado ou não o controlam, o que o torna inó-
cuo.
Nas diversas áreas de uma empresa, bem como na vida pessoal existem vários
mecanismos de planejamento. Para a área financeira (da empresa ou da sua vida
pessoal e familiar) também existe uma ferramenta poderosa de planejamento: o
Fluxo de Caixa.
E é sobre ele que vamos falar a partir de agora.
Bom Trabalho!
4
A necessidade de informação para a tomada de decisão
Todos os dias somos bombardeados por uma série de imprevistos que se transformam em
problemas e nos obrigam a tomar decisões.
Para decidir sobre qualquer tema, precisamos estar cercados de dados para minimizar ris-
cos e aumentar as chances de acerto.
Muitas pessoas têm a capacidade de tomar decisões única e exclusivamente com base na
intuição. Porém são poucas as que decidem acertadamente, tanto assim que lembramos de
“cor e salteado” o nome delas: Conde Andréa Matarazzo, Vicente Matheus e algum outro?
A intuição é um fator muito importante e que não deve ser desprezado. Mas para decidir-
mos sobre o futuro da nossa empresa é necessário algo mais: informação. O tipo de dado,
o indicador de desempenho, o tipo de relatório, a freqüência da coleta da informação vai
variar de acordo com o estilo do administrador, porte da empresa, grau e freqüência das
decisões.
Normalmente costuma-se recomendar que a empresa tenha controles sobre faturamento
(total e por clientes, dias médios de recebimento, valores descontados), produção (volu-
mes, produtos, custo, produtividade), vendas (por produto, comparativo com o faturado,
por vendedor, por visitas), estoque (matéria-prima e produto acabado, comparativo de
compras, curva ABC, contas a pagar) e financeiro (ponto de equilíbrio, formação do preço
de venda, custos e fluxo de caixa).
Embora pareça um excesso de burocracia, essas informações são extremamente importan-
tes para o bom gerenciamento da empresa. Vale a pena lembrar que apenas 3% das empre-
sas sobrevivem mais do que cinco anos, as outras 97% morrem antes do término da 1a
in-
fância!
É obvio que para uma empresa que não tem nenhum desses controles, a instalação deles
deve ser gradual, seguindo um planejamento determinado pelo empresário, onde ele vai
escolher as áreas prioritárias e os controles relacionados às mesmas.
A importância de planejar
Nada acontece por acaso! Se você assume o papel de passageiro e deixa que alguém assu-
ma o papel de condutor da sua história, você irá aonde ele quiser, no tempo e na forma que
ele quiser.
Se você quer assumir o controle de sua empresa, você tem que planejar!
O planejamento é a ferramenta que possibilitará a você determinar os caminhos que serão
trilhados pela sua empresa e com qual consumo de recursos (materiais, humanos e finan-
ceiros). Fazendo uma comparação bastante simplista, quando você vai viajar você se cerca
de informações sobre o local a ser visitado (hotel, passeios, restaurantes, etc...), estradas de
acesso, postos de gasolina, tempo de viagem, distância, consumo de combustível, revisão
do veículo, etc... Com base nestas informações você pode planejar quantas paradas para
reabastecimento, refeições, gastos, locais para descanso e quanto tempo vai durar a via-
gem.
Assim, antes que ocorra a viajem você pode antever quais recursos serão disponibilizados
e qual será o custo da viajem.
Logo o planejamento possibilita que você saiba com antecedência aonde, a que custo,
quando e como chegar. Isto é válido não só para a nossa viagem de lazer como também pa-
ra a nossa empresa.
5
Mas não basta só planejar. O ato de planejar equivale a um círculo, ele é constantemente
realimentado quando se tem os dados corretos (o realizado) aperfeiçoando o planejamento
futuro. O planejamento inclui o replanejamento.
Normalmente escutamos as pessoas dizerem que não adianta planejar porque no Brasil tu-
do muda e a todo instante. Mas estas mudanças não impedem o planejamento, apenas nos
obriga a ser mais atentos e a replanejar com maior rapidez.
Só como exemplo, empresas do porte das montadoras, fazem planejamentos para cinco
anos (macro planejamento), a cada ano fazem um replanejamento deste macro e mensal-
mente replanejam o ano.
O importante é que jamais perdem o seu norte (suas metas) e que mês a mês eles aperfei-
çoam o seu planejamento.
O fluxo de caixa é um dos instrumentos de planejamento.
O Movimento de Caixa e Bancos
- Duplicatas quitadas Valor - Contas quitadas Valor
dia R$ Fornecedor R$ dia docto Credor R$
10 398 Capitu Ltda. 270,00 10 conta Cia Energia Elétrica 125,00
10 786 Guarani S/A 390,00 11 recibo Imobiliária Todos Santos S/C 350,00
11 1567 Senhora S/A 675,00 11 NFs Auto Posto Agora Ltda. Me 280,00
12 908 Querubim Ltda. 428,00 12 relatório Relatório Despesas Viagem do
12 23498 Iracema Ltda. 1.299,00 Vendedor José Maria Neves 176,00
14 12345 Carvalho e Cedro Ltda. 195,00 13 NF Desp. de cópias e cartório 120,00
14 recibo Escriba Contadores S/C Ltda. 245,00
- Receitas
dia docto Cliente valor R$ Saldo da Semana Anterior 1.073,00
10 NF 321 Barra do Garças Ltda. 160,00
11 dupl 276 Itaoca Ltda. 400,00 14 Lança/o CPMF 37,90
11 dupl 280 Riversul Comercio Ltda. 310,00 12 Lança/o Despesas de talão 8,70
12 dupl 283 Campina Verde Ltda. 415,00
12 dupl 284 Engenharia Itaporanga S/C 625,00
13 dupl 290 Barra do Chapéu Ltda. 780,00
14 dupl 292 Bonsucesso do Itararé Ltda. 830,00
14 NF 330 Itapirapuã Móveis Ltda. 376,00
6
Controle de Contas a Receber e Contas a Pagar
Resumo Geral dos Títulos a Receber
Emissão Recebimento
Data Título Valor Vencimento Data Valor Acréscimos Saldo
05/09/XX 90 406,00 05/10/XX 406,00
07/09/XX 94/B 199,00 07/10/XX 605,00
07/09/XX 94/C 199,00 22/10/XX 804,00
10/09/XX 96/A 160,00 30/09/XX 964,00
10/09/XX 96/B 160,00 20/10/XX 1.124,00
29/09/XX 25850 247,00 29/10/XX 1.371,00
30/09/XX 101 209,00 30/10/XX 1.580,00
96/A 30/09/XX 160,00 1.420,00
90 06/10/XX 406,00 2,03 1.014,00
94/B 08/10/XX 199,00 1,99 815,00
10/10/XX 109 397,00 09/11/XX 1.212,00
10/10/XX 108/A 219,00 30/10/XX 1.431,00
10/10/XX 108/B 219,00 19/11/XX 1.650,00
11/10/XX 110 279,00 10/11/XX 1.929,00
11/10/XX 25864 416,00 10/11/XX 2.345,00
12/10/XX 112/A 304,00 27/10/XX 2.649,00
12/10/XX 112/B 304,00 11/11/XX 2.953,00
12/10/XX 112/C 304,00 26/11/XX 3.257,00
96/B 20/10/XX 160,00 3.097,00
94/C 22/10/XX 199,00 2.898,00
112/A 27/10/XX 304,00 2.594,00
25850 29/10/XX 247,00 2.347,00
108/A 30/10/XX 219,00 2.128,00
101 30/10/XX 209,00 1.919,00
05/11/XX 123 321,00 05/12/XX 2.240,00
05/11/XX 25876 456,00 05/12/XX 2.696,00
06/11/XX 125 335,00 06/12/XX 3.031,00
Resumo Geral dos Títulos a Pagar
Emissão Pagamento
Data Título Valor Vencimento Data Valor Acréscimos Saldo
10/09/XX 38740 180,00 10/10/XX 180,00
15/09/XX 960 298,00 15/10/XX 478,00
26/09/XX 198 400,00 26/10/XX 878,00
30/09/XX 1103 620,00 30/10/XX 1.498,00
30/09/XX 3389 416,00 20/10/XX 1.914,00
10/10/XX 207 369,00 09/11/XX 2.283,00
38740 10/10/XX 180,00 2.103,00
11/10/XX 1158 598,00 10/11/XX 2.701,00
13/10/XX 975 249,00 12/11/XX 2.950,00
960 15/10/XX 298,00 2.652,00
18/10/XX 3401 398,00 07/11/XX 3.050,00
3389 20/10/XX 416,00 2.634,00
198 26/10/XX 400,00 2.234,00
1103 30/10/XX 620,00 1.614,00
05/11/XX 38794 213,00 05/12/XX 1.827,00
06/11/XX 3465 654,00 26/11/XX 2.481,00
07/11/XX 984 353,00 07/12/XX 2.834,00
08/11/XX 1212 840,00 08/12/XX 3.674,00
09/11/XX 229 540,00 09/12/XX 4.214,00
3401 09/11/XX 398,00 2,40 3.816,00
207 09/11/XX 369,00 3.447,00
7
Fluxo de caixa
É uma ferramenta gerencial de planejamento e tomada de decisão.
Como prever o que vou receber e o que vou pagar nos próximos 30 ou 40 dias?
Para planejar estes valores teremos que fazer uso de duas técnicas: a) para valores conhe-
cidos e já sacramentados: os registros e controles da empresa; b) para valores desconheci-
dos: histórico. Vamos analisar cada um deles.
a) Valores conhecidos: são aquelas receitas e despesas já conhecidas que tem data cer-
ta para acontecer e o valor é conhecido. É o caso do aluguel, fornecedores a prazo,
impostos, água, luz, aluguel do telefone e a sua conta, folha de pagamento e encar-
gos, contador, pró-labore, vendas a prazo (duplicatas, cheque pré-datado, ticket,
etc...). Com relação à data certa não há dúvida porque todas têm sua data já conhe-
cida, inclusive fornecedores e vendas a prazo porque se referem a compras e vendas
já compromissadas. Quanto ao valor podem acorrer pequenas variações nos casos
das contas de água, luz e telefone, mas dificilmente teremos variações bruscas e im-
previsíveis. No caso dos impostos eles são uma fração do faturamento do mês ante-
rior (exceto IPI das empresas não optante do SIMPLES) logo a margem de erro é
pequena. Com relação a todas estas “contas” você tem controles (contas a pagar e
contas a receber) de onde você pode extrair a informação;
b) Valores desconhecidos: são aquelas receitas e despesas que obrigatoriamente não
tem dia nem valor certo para ocorrer. É o caso de vendas e fornecedores à vista. Vo-
cê sabe que eles acontecem, mas não sabe quando nem quanto. Para prever estes va-
lores e quando eles irão ocorrer vamos lançar mão do histórico da empresa. Vamos
examinar o nosso controle de movimento de caixa e descobrir com que freqüência e
com quais valores eles acontecem. Assim sendo, vamos pesquisar a sazonalidade
dentro do mês, dentro da semana e por dia. É importante frisar que este trabalho só
deve ser feito se estas “contas” tiverem valores significativos no todo do mês, temos
que tomar cuidado para que o custo não seja maior do que o benefício!
Como vocês puderam notar necessitaremos ter os seguintes controles: do movimento de
caixa, das contas a pagar e das contas a receber e também precisará de um plano de contas.
Se você já os tem, ótimo, já pode começar a buscar os dados para montar o seu fluxo de
caixa. Se não os tem, bem, você terá um pouco mais de trabalho pela frente, mas daqui a
uns dois meses poderá começar a montá-lo.
Os Totais
a) Total das Entradas: cuidado! À primeira, vista basta somar todas as “contas” e tere-
mos o total; mas não é bem assim! Lembre-se que a inadimplência é um valor nega-
tivo que diminui o faturamento. As “contas” empréstimos captados e baixas de apli-
cações configuram entradas, mas cuidado porque elas vão compor o Total Geral
que será a sua base para cálculo de Impostos e Comissões, logo, desconsidere-as pa-
ra este efeito.
b) Total das Saídas: neste não há problemas! Some todas as “contas” que constituem
saídas.
8
A composição dos Saldos
Este assunto é bastante polêmico. Logo vamos dividi-lo em três partes:
a) Saldo do Dia: ele é obtido pela subtração => Total das Entradas – Total das Saídas.
Ele representa como foi o seu dia financeiramente; a repetição de dias negativos in-
dica uma tendência e/ou um problema sistêmico. Cuidado ao analisá-lo, porque ele
pode estar “no azul” devido a um resgate de aplicação ou a um empréstimo contraí-
do, o que não é muito bom!
b) Saldo Anterior: sempre que se inicia um fluxo de caixa ele é seqüência de outro, lo-
go ele começa com o saldo do fluxo anterior. É semelhante ao extrato bancário, vo-
cê vai ao banco e imprime um extrato do dia 01 ao dia 05 de abril, seu saldo anteri-
or é o do dia 31 de março; se após 10 dias você retorna ao banco e imprime um ex-
trato do dia 05 ao dia 14 de abril seu saldo anterior é o do dia 04 de abril, se por ou-
tro lado neste mesmo dia você imprimir um extrato do dia 01 ao dia 14 de abril seu
saldo anterior é o do dia 31 também. É importante salientar que o saldo anterior do
total de uma semana é o saldo da semana anterior; e, o saldo anterior do total de um
mês é o do mês anterior.
c) Saldo Atual: é a soma do Saldo do Dia mais o Saldo Anterior. Ele representa o seu
saldo disponível no dia, semana ou mês. É importante lembrar que esse saldo não
pode ser negativo! Quando ocorrer, você deverá tomar alguma ação corretiva, resga-
te de aplicação financeira, empréstimo (bancário, sócios, desconto de duplicatas ou
de cheques) que farão parte das entradas e modificarão o Saldo Atual.
9
Contas 1 2 3 4 5 6 7 Total
Receitas
Vendas à vista / Sinal
Duplicatas / Boletos 267,80 11.538,08 11.805,88
Depósito cheque pré-datado
Empréstimos Bancários
Descontos de duplicatas
Empréstimos dos Sócios
Receitas Financeiras
Resgate de Aplicações
Total das receitas (A) - 267,80 - - 11.538,08 - - 11.805,88
Despesas Fixas
Aluguel, água e luz 168,82 168,82
Contas de Telefone e Internet 65,20 65,20
CPMF 40,00 40,00
Despesas Bancárias
Combustível e Pedágios 150,00 150,00
Enc. Salariais + Benefícios 327,88 262,16 590,04
Cursos, consultorias, contador
Funcionários 2.800,00 2.800,00
Juros / encargos financeiros
Manutenção de veículos
Pagamento de Empréstimo
Publicidade e Anúncios
Imobilizações
Desp. Gerais/papelaria/F.Fixo 100,00 100,00
Pró-Labore
Subtotal - 517,88 - - 3.068,82 65,20 262,16 3.914,06
Despesas Variáveis
Comissões sobre vendas
Fornecedores à prazo 294,05 8.226,70 322,16 8.842,91
Fornecedores à vista
Fretes
Impostos
Serviços de terceiros
Subtotal - 294,05 - - 8.226,70 - 322,16 8.842,91
Total das Despesas (B) - 811,93 - - 11.295,52 65,20 584,32 12.756,97
Saldo do Dia (A-B) - (544,13) - - 242,56 (65,20) (584,32) (951,09)
Saldo do Dia Anterior 877,71 877,71 333,58 333,58 333,58 576,14 510,94 877,71
Saldo Atual (dia+anterior) 877,71 333,58 333,58 333,58 576,14 510,94 (73,38) (73,38)
Estoque
Há uma grande soma de recursos da empresa que ficam "paradas" no estoque da empresa.
Assim, controlar estoques não é uma simples anotação das quantidades de cada item que
ali estão; necessitamos saber qual o montante de recursos que estão depositados nesse
"banco", bem como dele se originam uma série de informações legais.
Desta forma, mostraremos o controle físico e o financeiro, que são similares, acompa-
nhem.
10
Item: Caixa de Fósforo Código: 100230 Unid: Maços com 20 caixas
Data Saldo Inicial Entradas/Compras Saídas/Vendas Saldo Final
01.04.2003 1.000 100 800 300
02.04.2003 300 1.000 600 700
03.04.2003 700 0 500 200
Total 1.100 1.900
Se esta fosse a movimentação de um mês poderíamos fazer o seguinte balanço:
Iniciamos com 1.000 unidades
Compramos 1.100 +
Vendemos 1.900 -
Encerramos com 200 unidades
O mesmo controle serviria para os valores, e ficaria assim:
Item: Caixa de Fósforo Código: 100230 Fornecedor: ZWK
Data Saldo Inicial Entradas/Compras Saídas/Vendas Saldo Final
01.04.2003 1.000,00 100,00 800,00 300,00
02.04.2003 300,00 1.150,00 600,00 700,00
03.04.2003 700,00 0,00 500,00 200,00
Total 1.100,00 1.900,00
Cuidado, o valor que utilizamos na entrada não é o "valor mercadoria" que consta na Nota
Fiscal, mas sim, o custo da mercadoria. Os valores de Saída e de Saldo Inicial e Final são
Médias Ponderadas do custo da mercadoria. Siga o exemplo:
Item: Caixa de Fósforo Código: 100230 Fornecedor: ZWK
Data saldo inicial
un. R$
entradas/compras
un. R$
saídas/vendas
un. R$
saldo final
un. R$
01.04.03 1.000 1.000,00 100 120,00 800 814,55 300 305,45
02.04.03 300 305,45 1.000 1.150,00 600 671,75 700 783,70
03.04.03 700 783,70 0 0,00 500 559,79 200 223,91
Total 1.100 1.270,00 1.900 2.046,09
Para calcularmos o valor da saída em 01.04, faremos a seguinte operação: R$ 1.000,00 +
R$ 120,00 = R$ 1.120,00 / 1.100 unidades=R$ 1,0182 X 800 unidades = 814,55 e assim
por diante.
Curva ABC
A curva ABC é a forma mais racional para administrar os estoques de uma empresa. Ela
parte do pressuposto que 5% dos itens em estoque representam 65% do valor investido nos
materiais estocados (chamados itens A); 25% dos itens, representam 30% do valor (cha-
mados itens B) e 70% dos itens apenas 5% do valor (itens C). Desta forma, colocaremos
nossos esforços e nossa atenção para gerir os itens A e algum grau de controle nos itens B;
os itens C terão um controle mais a distância.
Veja o exemplo a seguir para montar uma curva ABC:
11
ordem item qtde. preço Total
1 geladeira 3 850,00 2.550,00
2 fogão 10 350,00 3.500,00
3 freezer 4 700,00 2.800,00
4 microondas 6 330,00 1.980,00
5 lavadora 4 750,00 3.000,00
6 secadora 4 600,00 2.400,00
7 faqueiro 100 250,00 25.000,00
8 bicicletas 60 180,00 10.800,00
Acumulado classi-
ordem item qtde preço Total Valor % % item ficação
1 faqueiro 100 250,00 25.000,00 25.000,00 48,0 12,5% A
2 bicicletas 60 180,00 10.800,00 35.800,00 68,8 25,0% A
3 fogão 10 350,00 3.500,00 39.300,00 75,5 37,5% B
4 lavadora 4 750,00 3.000,00 42.300,00 81,3 50,0% B
5 freezer 4 700,00 2.800,00 45.100,00 86,7 62,5% B
6 geladeira 3 850,00 2.550,00 47.650,00 91,6 75,0% B
7 secadora 4 600,00 2.400,00 50.050,00 96,2 87,5% C
8 microondas 6 330,00 1.980,00 52.030,00 100,0 100,0% C
TOTAL 52.030,00
Ciclos Operacional e Financeiro
Ciclo Operacional é o tempo decorrido entre a aquisição da Matéria Prima e o recebimento
pela venda do produto acabado. Exemplo: Cia Itaoca Ltda faz suas vendas com um prazo
médio de 28 dias e demora, em média 30 dias para processar as matérias primas e efetuar
as vendas; assim, seu ciclo operacional será o resultado da adição de 28 dias de prazo mé-
dio de recebimento mais 30 dias de estocagem (matéria prima, em elaboração e produto
acabado), logo CO = 58 dias.
Ciclo Financeiro é o intervalo entre o pagamento da matéria prima e o recebimento das
vendas. Seguindo o exemplo da Cia Itaoca, ela efetua compras com prazo médio de paga-
mento de 15 dias, assim seu ciclo financeiro será de 43 dias ou CF = CO - PMP. Esta in-
formação será muito importante para a determinação do capital de giro necessário.
12
Demonstrações Contábeis e Indicadores
Patrimônio é o conjunto de bens e direitos que a empresa possui: veículos, terrenos, pré-
dios, estoques, máquinas, equipamentos, instalações, marcas e patentes ou licenças de uso
de marcas.
Na grande maioria dos casos, quando o empreendedor vai iniciar a sua empreitada, ele co-
loca a maior parte do seu capital nestes itens.
Se pudéssemos tirar uma radiografia deste empreendimento teríamos uma empresa com
uma situação patrimonial invejável, uma vez que grande parte dos recursos estão ali inves-
tidos.
Para analisar melhor a situação patrimonial utilizamos o Balanço Patrimonial; um demons-
trativo que é contábil e que segue regras rígidas impostas pela legislação vigente.
Apenas para conhecimento, apresentamos abaixo um exemplo de Balanço Patrimonial.
Contas DEZ/01 Contas DEZ/01
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE 8.802,00 CIRCULANTE 5.874,00
Caixa e Bancos 75,00 Fornecedores 474,00
Aplicações Financeiras 186,00 Financiamentos 2.067,00
Duplicatas a Receber 4.587,00 Impostos a recolher 1.500,00
Estoques 3.954,00 Salários/Encargos Sociais 333,00
Duplicatas descontadas 1.500,00
REALIZÁVEL A L. PRAZO 880,00
EXIGÍVEL A L. PRAZO 6.964,00
PERMANENTE 8.160,00 Financiamentos 2.482,00
Investimento 648,00 Empréstimos de coligadas 4.482,00
Imobilizado 7.512,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.004,00
Capital Social 4.053,00
Reservas
Lucros/Prejuízos Acumulados 951,00
Total do Ativo 17.842,00 Total do Passivo 17.842,00
Esta empresa está com boa situação patrimonial. Inclusive, o índice de rentabilidade (lu-
cro dividido pelo capital social) é de 23,46% o que é fantástico!
Mas, essa empresa tem dinheiro para pagar os seus compromissos que vencem logo no dia
seguinte?
Situação Financeira
É o volume de recursos disponíveis para fazer frente aos pagamentos.
Seguindo o exemplo do empreendedor acima, que havia investido a maior parte do seu ca-
pital no patrimônio da empresa, sobrou-lhe a menor parte para o dia a dia da empresa, co-
mo por exemplo, investir em marketing; ter dinheiro para pagar os primeiros meses de: a-
luguel, matérias-primas, folha de pagamento, água, luz, telefone, contador, impostos,
etc...até que as primeiras receitas ingressem no seu caixa e que a sua empresa atinja o
ponto de equilíbrio (receitas = custos + despesas + lucro).
As ferramentas gerenciais que permitem a análise da sua situação financeira são: Fluxo de
Caixa, Demonstrativo de Resultados e Índices de Avaliação.
13
Vejam os exemplos:
A)Demonstrativo de Resultados
Contas DEZ/01 %
RECEITA BRUTA 18.434,00 110,00
( - ) Deduções do IPI (1.675,82) 10,00
= RECEITA LÍQUIDA 16.758,18 100,00
( - ) Impostos sobre Vendas (4.010,22) 23,93
( - ) Custo das Mercadorias Vendidas (8.043,93) 48,00
= LUCRO BRUTO 4.704,03 28,07
( - ) Despesas com vendas (1.340.65) 8,00
( - ) Despesas Administrativas (1.843.40) 11,00
= LUCRO OPERACIONAL 1.519,98 9,07
( - ) Despesas Financeiras (568,98) 3,40
= LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO 951,00 5,67
Este demonstrativo permite avaliar o desempenho financeiro da empresa, se utilizarmos
como balizamento a Receita. Por outro lado se usarmos o Faturamento termos uma visão
econômica.
Do ítem Receita Líquida para baixo não importa o setor da economia a que a empresa per-
tença, sempre será igual, podendo, às vezes ter maior detalhamento, mas o princípio se
manterá. Apenas nos casos de indústria e empresas que são equiparadas, é necessário in-
cluir o IPI e a Receita Bruta. Este imposto é acrescido ao preço na Nota Fiscal, por isso o
isolamos, de tal forma que não influencie na análise.
A Receita Líquida é chamada de "mãe de todos" e recebe o percentual de 100% porque se-
rá ela quem irá pagar todas as contas, iniciando assim uma subtração até que se aufira um
resultado (lucro ou prejuízo).
B)Índices de Avaliação
É uma forma de relacionar dois valores e determinar uma situação ou uma tendência. Exis-
tem vários índices, neste momento trabalharemos com os principais.
1- Índice de Rentabilidade
Você já viu como o calculei quando foi mostrado o Balanço Patrimonial; mas, por motivos
os mais variados, pode ser que na contabilidade não conste todos os valores investidos na
empresa, ou por outro lado, os valores foram lançados a menor. Assim, você deve fazer um
levantamento na sua empresa e nos seu arquivo pessoal e verificar quanto você e seus só-
cios investiram de fato na empresa. Com isto é só fazer a conta:
Rentabilidade = Lucro líquido
Capital Social “Capital Social ou o valor investido na empresa.”
14
2- Índice de Lucratividade
Mostra a representatividade do lucro em relação à RECEITA Líquida
Lucratividade = Lucro Líquido
Receita Líquida
3- Índices de Liquidez
I - Liquidez Corrente = Ativo Circulante
Passivo Circulante
A relação mostra a capacidade de pagamento da empresa a curto prazo.
Quanto maior o índice obtido melhor para a empresa.
Disponível + títulos a receber
II - Liquidez Seca = 
Passivo Circulante
A relação mostra os recursos líquidos disponíveis, ou seja, independente dos estoques ou
matéria-prima.
Quanto maior o índice obtido melhor para a empresa.
4- Indicadores de Endividamento Bancário
Estes indicadores ampliam a visão proporcionada pela apuração dos indicadores de estru-
tura de capitais, possibilitando avaliar as decisões da empresa na captação de fontes do
Sistema Financeiro. Vejamos:
a) Participação de Instituições de Crédito no Endividamento - PICE
Financ.Inst.créd.no Passivo Circ. + no Ex. Longo Prazo
PICE = 
Capitais de Terceiros
Este indicador mostra o grau de relação da Fonte Bancária no total de capitais de terceiros
captados pela empresa.
Quanto menor o índice obtido melhor para a empresa.
15
b) Participação de Instituições de Crédito no Ativo Total – PICAT
Financ.Inst.créd.no Passivo Circ. + no Ex. Longo Prazo
PICAT = 
Ativo Total
Este indicador demonstra o grau de participação bancária no uso de recursos da empresa.
Quanto menor o índice obtido melhor para a empresa.
c) Participação de Instituições de Crédito no Ativo Circulante - PICAC
Financiamento Inst. Crédito no Passivo Circulante
PICAC = 
Ativo Circulante
Este indicador demonstra o grau de participação de bancos no uso de recursos a curto pra-
zo.
Quanto menor o índice obtido melhor para a empresa.
d) Nível de Desconto de Duplicatas - NDD
Duplicatas Descontadas
NDD= 
Títulos a Receber
Este indicador demonstra o nível de dependência da empresa em relação a bancos para
encurtar os prazos de recebimentos de suas vendas
Quanto menor o índice obtido melhor para a empresa.
5- Indicadores do Ciclo Financeiro
O ciclo financeiro, procura mostrar os usos e fontes de recursos da empresa, decorrentes
de sua atividade normal. A apuração do ciclo financeiro orienta a análise quanto ao prazo
em que a empresa tem de aguardar, com recursos próprios ou captados de terceiros, para
suprir suas necessidades de produção, estocagem, venda e recebimento, descontando-se o
prazo dado pelos fornecedores para pagamento. Representado por:
(+) Prazo Médio de Recebimento de Vendas
(+) Prazo Médio de Renovação de Estoque
(-) Prazo Médio de Pagamento de Compras
(=) Ciclo Financeiro
16
A formulação dos indicadores é a seguinte:
a) Prazo Médio de Recebimento de Vendas -PMRV
Títulos a Receber
PMRV=  X nº de dias do período
Vendas
b) Prazo Médio de Renovação de Estoque - PMRE
Estoque
PMRE=  X nº de dias do período
Custo dos Produtos Vendidos
c) Prazo Médio de Pagamento das Compras - PMPC
Fornecedores
PMPC=  X nº de dias do período
Compras
Um ciclo financeiro longo representará maior necessidade de recursos para
manter a atividade da empresa e, na falta de recursos próprios suficientes, a
conseqüente deterioração dos seus resultados.
6- Indicador de Giro do Ativo – G.A
Vendas Totais
G.A= 
Ativo Total
A relação mostra a eficiência do uso de recursos.
A aplicação no ativo da empresa, deve refletir positivamente na sua atividade, que é medi-
do pela relação com o volume de vendas, analisando a situação atual e comparando-a com
as de exercícios anteriores, pode-se medir a evolução/involução da produtividade da em-
presa em decorrência das decisões do uso de recursos.
Quanto maior o índice obtido melhor para a empresa.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
Dificilmente você fará uma análise de investimento sem ter mais do que uma alternativa de
investimento. Fatalmente sua análise levará em consideração além dos aspectos matemáti-
17
Fórmula Básica :
n
1
VP = VF x ______
1 + i
cos projeções sobre: o desempenho da economia, perspectivas do setor, comportamento do
consumidor, ações da concorrência, etc...
Neste tópico, vamos trabalhar com três formas matemáticas de avaliação de investimentos:
Payback (período de recuperação do investimento), Valor Presente Líquido (traz os valo-
res que entrarão no caixa para o seu respectivo valor de hoje) e Taxa Interna de Retorno
(comparação entre uma taxa esperada e a efetiva que conseguiremos, sempre traduzindo os
valores para o momento atual).
PAYBACK
Projeto A Investimento
R$ 30.000,00
Projeto B Investimento
R$ 35.000,00
1º Ano 9.000,00 1º Ano 12.000,00
2º Ano 9.000,00 2º Ano 12.000,00
3º Ano 9.000,00 3º Ano 12.000,00
4º Ano 9.000,00 4º Ano 12.000,00
Investimento
Retorno
30.000,00
9.000,00
Investimento
Retorno
35.000,00
12.000,00
3,33 vezes 2,92 vezes
Ou 3 anos e 4 meses Ou 2 anos e 11 meses
* não considera o valor do dinheiro no tempo!
Valor Presente Líquido
O valor presente tem como função trazer para hoje, um valor a ser pago ou a ser recebido
numa data futura.
onde :
VP = Valor Presente
VF = Valor Futuro
i = taxa de juros do período
n = número de períodos
* esta operação será repetida tantas vezes quantos fo-
rem os períodos
Vejamos os nossos projetos que foram calculados pelo Payback como se comportarão,
primeiramente pela Fórmula e depois pela HP 12C
Usando a HP 12C
Entrada de Caixa CHS PMT
Período de Retorno (anos ou meses) n
Taxa de Juros (anual ou mensal) i
aperte a tecla PV e obterá o Valor Presente
ao deduzir o valor acima do investimento inicial teremos o
Valor Presente Líquido
18
PROJETO A: INVESTIMENTO R$ 30.000,00
Pela fórmula
Fluxo de Caixa Taxa de juros 10% ao ano Valor Presente
1o
ano 9.000,00 x (1/1,10)1
8.181,82
2o
ano 9.000,00 x (1/1,10)2
7.438,01
3o
ano 9.000,00 x (1/1,10)3
6.761,83
4o
ano 9.000,00 x (1/1,10)4
6.147,12
Valor Presente Total 28.528,78
Valor Presente Líquido (1.471,22)
Pela HP 12 C
9.000,00 CHS PMT
4 n
10 i
28.528,78 PV
diferença (1.471,22)
PROJETO B: INVESTIMENTO R$ 35.000,00
Pela fórmula
Fluxo de Caixa Taxa de juros 10% ao ano Valor Presente
1o
ano 12.000,00 x (1/1,10)1
10.909,09
2o
ano 12.000,00 x (1/1,10)2
9.917,36
3o
ano 12.000,00 x (1/1,10)3
9.015,78
4o
ano 12.000,00 x (1/1,10)4
8.196,16
Valor Presente Total 38.038,39
Valor Presente Líquido 3.038,39
Pela HP 12 C
12.000,00 CHS PMT
4 n
10 i
38.038,39 PV
diferença 3.038,39
TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)
É o método que permite saber qual é a real taxa de retorno do seu investimento a partir de
uma taxa de oportunidade pré-estabelecida que traz a valor presente as entradas e as saí-
das. Se a taxa de retorno for superior a aquela pré-estabelecida, o investimento é viável.
Infelizmente esta taxa necessita de uma calculadora financeira para se chegar até ela, posto
19
que pela fórmula o tempo para se chegar à resposta praticamente inviabiliza o trabalho. A
seqüência no teclado da calculadora é:
valor do investimento CHS G CF0 saída inicial do caixa
primeira entrada G CFJ
segunda entrada G CFJ
terceira entrada G CFJ
quarta entrada G CFJ
Para saber a taxa interna de retorno F IRR
Taxa de juros pré estabelecida ? i
Valor presente líquido F NPV
Desta forma teremos as duas informações: TIR e VPL. Vejamos nossos Projetos:
Projeto A
30.000,00 CHS G CF0
9.000,00 G CFJ
9.000,00 G CFJ
9.000,00 G CFJ
9.000,00 G CFJ
F IRR TIR= 7,71%
10 I
F NPV VPL= (1.471,22)
Projeto B
35.000,00 CHS G CF0
12.000,00 G CFJ
12.000,00 G CFJ
12.000,00 G CFJ
12.000,00 G CFJ
F IRR TIR= 13,95%
10 I
F NPV VPL= 3.038,39
Após termos calculado de três formas diferentes, podemos concluir que o projeto B seria o
melhor, já que apresenta o Payback mais curto, a maior taxa interna de retorno e o maior
Valor Presente Líquido, aliás, o projeto A é negativo (fato que o excluiria caso não dese-
jássemos ampliar o prazo de investimento). Mas, nem sempre isto ocorrerá. Haverá casos
onde teremos respostas diferentes para cada método de análise. Quando isto ocorrer, o que
determinará o melhor investimento será o indicador que atenda a aquele quesito específico
que lhe é mais importante.

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  • 1. Controles Financeiros Decidindo o presente e o futuro da empresa. Marco Aurelio Acocella
  • 2. 2 Assuntos a serem abordados Introdução A necessidade de informação para a tomada de decisão A importância de planejar Controle de entradas e saídas de Caixa Contas a Pagar e Contas a Receber Fluxo de Caixa Controle de Estoque Ciclos Operacional e Financeiro Demonstrações Contábeis e Indicadores Análise de Investimento Apêndice: Cálculo de Preço
  • 3. 3 Introdução E das trevas se fez a luz! Se formos buscar na nossa memória a criação do mundo foi o primeiro ato de planejamento que se tem notícia. Primeiro o Criador estabeleceu suas metas, depois traçou o plano para atingi-las e seguiu um encadeamento lógico ímpar para que após 6 dias de árduo trabalho tivesse a sua criação finalizada. Criou a luz, o céu, os campos, as árvores, o mar, a fauna, a flora e o homem. Perfeito! (exceto pelo homem, mas...). De lá para cá o planejamento faz parte do dia-a-dia do ser humano, se bem que muitos deles ou esquecem o planejado ou não o controlam, o que o torna inó- cuo. Nas diversas áreas de uma empresa, bem como na vida pessoal existem vários mecanismos de planejamento. Para a área financeira (da empresa ou da sua vida pessoal e familiar) também existe uma ferramenta poderosa de planejamento: o Fluxo de Caixa. E é sobre ele que vamos falar a partir de agora. Bom Trabalho!
  • 4. 4 A necessidade de informação para a tomada de decisão Todos os dias somos bombardeados por uma série de imprevistos que se transformam em problemas e nos obrigam a tomar decisões. Para decidir sobre qualquer tema, precisamos estar cercados de dados para minimizar ris- cos e aumentar as chances de acerto. Muitas pessoas têm a capacidade de tomar decisões única e exclusivamente com base na intuição. Porém são poucas as que decidem acertadamente, tanto assim que lembramos de “cor e salteado” o nome delas: Conde Andréa Matarazzo, Vicente Matheus e algum outro? A intuição é um fator muito importante e que não deve ser desprezado. Mas para decidir- mos sobre o futuro da nossa empresa é necessário algo mais: informação. O tipo de dado, o indicador de desempenho, o tipo de relatório, a freqüência da coleta da informação vai variar de acordo com o estilo do administrador, porte da empresa, grau e freqüência das decisões. Normalmente costuma-se recomendar que a empresa tenha controles sobre faturamento (total e por clientes, dias médios de recebimento, valores descontados), produção (volu- mes, produtos, custo, produtividade), vendas (por produto, comparativo com o faturado, por vendedor, por visitas), estoque (matéria-prima e produto acabado, comparativo de compras, curva ABC, contas a pagar) e financeiro (ponto de equilíbrio, formação do preço de venda, custos e fluxo de caixa). Embora pareça um excesso de burocracia, essas informações são extremamente importan- tes para o bom gerenciamento da empresa. Vale a pena lembrar que apenas 3% das empre- sas sobrevivem mais do que cinco anos, as outras 97% morrem antes do término da 1a in- fância! É obvio que para uma empresa que não tem nenhum desses controles, a instalação deles deve ser gradual, seguindo um planejamento determinado pelo empresário, onde ele vai escolher as áreas prioritárias e os controles relacionados às mesmas. A importância de planejar Nada acontece por acaso! Se você assume o papel de passageiro e deixa que alguém assu- ma o papel de condutor da sua história, você irá aonde ele quiser, no tempo e na forma que ele quiser. Se você quer assumir o controle de sua empresa, você tem que planejar! O planejamento é a ferramenta que possibilitará a você determinar os caminhos que serão trilhados pela sua empresa e com qual consumo de recursos (materiais, humanos e finan- ceiros). Fazendo uma comparação bastante simplista, quando você vai viajar você se cerca de informações sobre o local a ser visitado (hotel, passeios, restaurantes, etc...), estradas de acesso, postos de gasolina, tempo de viagem, distância, consumo de combustível, revisão do veículo, etc... Com base nestas informações você pode planejar quantas paradas para reabastecimento, refeições, gastos, locais para descanso e quanto tempo vai durar a via- gem. Assim, antes que ocorra a viajem você pode antever quais recursos serão disponibilizados e qual será o custo da viajem. Logo o planejamento possibilita que você saiba com antecedência aonde, a que custo, quando e como chegar. Isto é válido não só para a nossa viagem de lazer como também pa- ra a nossa empresa.
  • 5. 5 Mas não basta só planejar. O ato de planejar equivale a um círculo, ele é constantemente realimentado quando se tem os dados corretos (o realizado) aperfeiçoando o planejamento futuro. O planejamento inclui o replanejamento. Normalmente escutamos as pessoas dizerem que não adianta planejar porque no Brasil tu- do muda e a todo instante. Mas estas mudanças não impedem o planejamento, apenas nos obriga a ser mais atentos e a replanejar com maior rapidez. Só como exemplo, empresas do porte das montadoras, fazem planejamentos para cinco anos (macro planejamento), a cada ano fazem um replanejamento deste macro e mensal- mente replanejam o ano. O importante é que jamais perdem o seu norte (suas metas) e que mês a mês eles aperfei- çoam o seu planejamento. O fluxo de caixa é um dos instrumentos de planejamento. O Movimento de Caixa e Bancos - Duplicatas quitadas Valor - Contas quitadas Valor dia R$ Fornecedor R$ dia docto Credor R$ 10 398 Capitu Ltda. 270,00 10 conta Cia Energia Elétrica 125,00 10 786 Guarani S/A 390,00 11 recibo Imobiliária Todos Santos S/C 350,00 11 1567 Senhora S/A 675,00 11 NFs Auto Posto Agora Ltda. Me 280,00 12 908 Querubim Ltda. 428,00 12 relatório Relatório Despesas Viagem do 12 23498 Iracema Ltda. 1.299,00 Vendedor José Maria Neves 176,00 14 12345 Carvalho e Cedro Ltda. 195,00 13 NF Desp. de cópias e cartório 120,00 14 recibo Escriba Contadores S/C Ltda. 245,00 - Receitas dia docto Cliente valor R$ Saldo da Semana Anterior 1.073,00 10 NF 321 Barra do Garças Ltda. 160,00 11 dupl 276 Itaoca Ltda. 400,00 14 Lança/o CPMF 37,90 11 dupl 280 Riversul Comercio Ltda. 310,00 12 Lança/o Despesas de talão 8,70 12 dupl 283 Campina Verde Ltda. 415,00 12 dupl 284 Engenharia Itaporanga S/C 625,00 13 dupl 290 Barra do Chapéu Ltda. 780,00 14 dupl 292 Bonsucesso do Itararé Ltda. 830,00 14 NF 330 Itapirapuã Móveis Ltda. 376,00
  • 6. 6 Controle de Contas a Receber e Contas a Pagar Resumo Geral dos Títulos a Receber Emissão Recebimento Data Título Valor Vencimento Data Valor Acréscimos Saldo 05/09/XX 90 406,00 05/10/XX 406,00 07/09/XX 94/B 199,00 07/10/XX 605,00 07/09/XX 94/C 199,00 22/10/XX 804,00 10/09/XX 96/A 160,00 30/09/XX 964,00 10/09/XX 96/B 160,00 20/10/XX 1.124,00 29/09/XX 25850 247,00 29/10/XX 1.371,00 30/09/XX 101 209,00 30/10/XX 1.580,00 96/A 30/09/XX 160,00 1.420,00 90 06/10/XX 406,00 2,03 1.014,00 94/B 08/10/XX 199,00 1,99 815,00 10/10/XX 109 397,00 09/11/XX 1.212,00 10/10/XX 108/A 219,00 30/10/XX 1.431,00 10/10/XX 108/B 219,00 19/11/XX 1.650,00 11/10/XX 110 279,00 10/11/XX 1.929,00 11/10/XX 25864 416,00 10/11/XX 2.345,00 12/10/XX 112/A 304,00 27/10/XX 2.649,00 12/10/XX 112/B 304,00 11/11/XX 2.953,00 12/10/XX 112/C 304,00 26/11/XX 3.257,00 96/B 20/10/XX 160,00 3.097,00 94/C 22/10/XX 199,00 2.898,00 112/A 27/10/XX 304,00 2.594,00 25850 29/10/XX 247,00 2.347,00 108/A 30/10/XX 219,00 2.128,00 101 30/10/XX 209,00 1.919,00 05/11/XX 123 321,00 05/12/XX 2.240,00 05/11/XX 25876 456,00 05/12/XX 2.696,00 06/11/XX 125 335,00 06/12/XX 3.031,00 Resumo Geral dos Títulos a Pagar Emissão Pagamento Data Título Valor Vencimento Data Valor Acréscimos Saldo 10/09/XX 38740 180,00 10/10/XX 180,00 15/09/XX 960 298,00 15/10/XX 478,00 26/09/XX 198 400,00 26/10/XX 878,00 30/09/XX 1103 620,00 30/10/XX 1.498,00 30/09/XX 3389 416,00 20/10/XX 1.914,00 10/10/XX 207 369,00 09/11/XX 2.283,00 38740 10/10/XX 180,00 2.103,00 11/10/XX 1158 598,00 10/11/XX 2.701,00 13/10/XX 975 249,00 12/11/XX 2.950,00 960 15/10/XX 298,00 2.652,00 18/10/XX 3401 398,00 07/11/XX 3.050,00 3389 20/10/XX 416,00 2.634,00 198 26/10/XX 400,00 2.234,00 1103 30/10/XX 620,00 1.614,00 05/11/XX 38794 213,00 05/12/XX 1.827,00 06/11/XX 3465 654,00 26/11/XX 2.481,00 07/11/XX 984 353,00 07/12/XX 2.834,00 08/11/XX 1212 840,00 08/12/XX 3.674,00 09/11/XX 229 540,00 09/12/XX 4.214,00 3401 09/11/XX 398,00 2,40 3.816,00 207 09/11/XX 369,00 3.447,00
  • 7. 7 Fluxo de caixa É uma ferramenta gerencial de planejamento e tomada de decisão. Como prever o que vou receber e o que vou pagar nos próximos 30 ou 40 dias? Para planejar estes valores teremos que fazer uso de duas técnicas: a) para valores conhe- cidos e já sacramentados: os registros e controles da empresa; b) para valores desconheci- dos: histórico. Vamos analisar cada um deles. a) Valores conhecidos: são aquelas receitas e despesas já conhecidas que tem data cer- ta para acontecer e o valor é conhecido. É o caso do aluguel, fornecedores a prazo, impostos, água, luz, aluguel do telefone e a sua conta, folha de pagamento e encar- gos, contador, pró-labore, vendas a prazo (duplicatas, cheque pré-datado, ticket, etc...). Com relação à data certa não há dúvida porque todas têm sua data já conhe- cida, inclusive fornecedores e vendas a prazo porque se referem a compras e vendas já compromissadas. Quanto ao valor podem acorrer pequenas variações nos casos das contas de água, luz e telefone, mas dificilmente teremos variações bruscas e im- previsíveis. No caso dos impostos eles são uma fração do faturamento do mês ante- rior (exceto IPI das empresas não optante do SIMPLES) logo a margem de erro é pequena. Com relação a todas estas “contas” você tem controles (contas a pagar e contas a receber) de onde você pode extrair a informação; b) Valores desconhecidos: são aquelas receitas e despesas que obrigatoriamente não tem dia nem valor certo para ocorrer. É o caso de vendas e fornecedores à vista. Vo- cê sabe que eles acontecem, mas não sabe quando nem quanto. Para prever estes va- lores e quando eles irão ocorrer vamos lançar mão do histórico da empresa. Vamos examinar o nosso controle de movimento de caixa e descobrir com que freqüência e com quais valores eles acontecem. Assim sendo, vamos pesquisar a sazonalidade dentro do mês, dentro da semana e por dia. É importante frisar que este trabalho só deve ser feito se estas “contas” tiverem valores significativos no todo do mês, temos que tomar cuidado para que o custo não seja maior do que o benefício! Como vocês puderam notar necessitaremos ter os seguintes controles: do movimento de caixa, das contas a pagar e das contas a receber e também precisará de um plano de contas. Se você já os tem, ótimo, já pode começar a buscar os dados para montar o seu fluxo de caixa. Se não os tem, bem, você terá um pouco mais de trabalho pela frente, mas daqui a uns dois meses poderá começar a montá-lo. Os Totais a) Total das Entradas: cuidado! À primeira, vista basta somar todas as “contas” e tere- mos o total; mas não é bem assim! Lembre-se que a inadimplência é um valor nega- tivo que diminui o faturamento. As “contas” empréstimos captados e baixas de apli- cações configuram entradas, mas cuidado porque elas vão compor o Total Geral que será a sua base para cálculo de Impostos e Comissões, logo, desconsidere-as pa- ra este efeito. b) Total das Saídas: neste não há problemas! Some todas as “contas” que constituem saídas.
  • 8. 8 A composição dos Saldos Este assunto é bastante polêmico. Logo vamos dividi-lo em três partes: a) Saldo do Dia: ele é obtido pela subtração => Total das Entradas – Total das Saídas. Ele representa como foi o seu dia financeiramente; a repetição de dias negativos in- dica uma tendência e/ou um problema sistêmico. Cuidado ao analisá-lo, porque ele pode estar “no azul” devido a um resgate de aplicação ou a um empréstimo contraí- do, o que não é muito bom! b) Saldo Anterior: sempre que se inicia um fluxo de caixa ele é seqüência de outro, lo- go ele começa com o saldo do fluxo anterior. É semelhante ao extrato bancário, vo- cê vai ao banco e imprime um extrato do dia 01 ao dia 05 de abril, seu saldo anteri- or é o do dia 31 de março; se após 10 dias você retorna ao banco e imprime um ex- trato do dia 05 ao dia 14 de abril seu saldo anterior é o do dia 04 de abril, se por ou- tro lado neste mesmo dia você imprimir um extrato do dia 01 ao dia 14 de abril seu saldo anterior é o do dia 31 também. É importante salientar que o saldo anterior do total de uma semana é o saldo da semana anterior; e, o saldo anterior do total de um mês é o do mês anterior. c) Saldo Atual: é a soma do Saldo do Dia mais o Saldo Anterior. Ele representa o seu saldo disponível no dia, semana ou mês. É importante lembrar que esse saldo não pode ser negativo! Quando ocorrer, você deverá tomar alguma ação corretiva, resga- te de aplicação financeira, empréstimo (bancário, sócios, desconto de duplicatas ou de cheques) que farão parte das entradas e modificarão o Saldo Atual.
  • 9. 9 Contas 1 2 3 4 5 6 7 Total Receitas Vendas à vista / Sinal Duplicatas / Boletos 267,80 11.538,08 11.805,88 Depósito cheque pré-datado Empréstimos Bancários Descontos de duplicatas Empréstimos dos Sócios Receitas Financeiras Resgate de Aplicações Total das receitas (A) - 267,80 - - 11.538,08 - - 11.805,88 Despesas Fixas Aluguel, água e luz 168,82 168,82 Contas de Telefone e Internet 65,20 65,20 CPMF 40,00 40,00 Despesas Bancárias Combustível e Pedágios 150,00 150,00 Enc. Salariais + Benefícios 327,88 262,16 590,04 Cursos, consultorias, contador Funcionários 2.800,00 2.800,00 Juros / encargos financeiros Manutenção de veículos Pagamento de Empréstimo Publicidade e Anúncios Imobilizações Desp. Gerais/papelaria/F.Fixo 100,00 100,00 Pró-Labore Subtotal - 517,88 - - 3.068,82 65,20 262,16 3.914,06 Despesas Variáveis Comissões sobre vendas Fornecedores à prazo 294,05 8.226,70 322,16 8.842,91 Fornecedores à vista Fretes Impostos Serviços de terceiros Subtotal - 294,05 - - 8.226,70 - 322,16 8.842,91 Total das Despesas (B) - 811,93 - - 11.295,52 65,20 584,32 12.756,97 Saldo do Dia (A-B) - (544,13) - - 242,56 (65,20) (584,32) (951,09) Saldo do Dia Anterior 877,71 877,71 333,58 333,58 333,58 576,14 510,94 877,71 Saldo Atual (dia+anterior) 877,71 333,58 333,58 333,58 576,14 510,94 (73,38) (73,38) Estoque Há uma grande soma de recursos da empresa que ficam "paradas" no estoque da empresa. Assim, controlar estoques não é uma simples anotação das quantidades de cada item que ali estão; necessitamos saber qual o montante de recursos que estão depositados nesse "banco", bem como dele se originam uma série de informações legais. Desta forma, mostraremos o controle físico e o financeiro, que são similares, acompa- nhem.
  • 10. 10 Item: Caixa de Fósforo Código: 100230 Unid: Maços com 20 caixas Data Saldo Inicial Entradas/Compras Saídas/Vendas Saldo Final 01.04.2003 1.000 100 800 300 02.04.2003 300 1.000 600 700 03.04.2003 700 0 500 200 Total 1.100 1.900 Se esta fosse a movimentação de um mês poderíamos fazer o seguinte balanço: Iniciamos com 1.000 unidades Compramos 1.100 + Vendemos 1.900 - Encerramos com 200 unidades O mesmo controle serviria para os valores, e ficaria assim: Item: Caixa de Fósforo Código: 100230 Fornecedor: ZWK Data Saldo Inicial Entradas/Compras Saídas/Vendas Saldo Final 01.04.2003 1.000,00 100,00 800,00 300,00 02.04.2003 300,00 1.150,00 600,00 700,00 03.04.2003 700,00 0,00 500,00 200,00 Total 1.100,00 1.900,00 Cuidado, o valor que utilizamos na entrada não é o "valor mercadoria" que consta na Nota Fiscal, mas sim, o custo da mercadoria. Os valores de Saída e de Saldo Inicial e Final são Médias Ponderadas do custo da mercadoria. Siga o exemplo: Item: Caixa de Fósforo Código: 100230 Fornecedor: ZWK Data saldo inicial un. R$ entradas/compras un. R$ saídas/vendas un. R$ saldo final un. R$ 01.04.03 1.000 1.000,00 100 120,00 800 814,55 300 305,45 02.04.03 300 305,45 1.000 1.150,00 600 671,75 700 783,70 03.04.03 700 783,70 0 0,00 500 559,79 200 223,91 Total 1.100 1.270,00 1.900 2.046,09 Para calcularmos o valor da saída em 01.04, faremos a seguinte operação: R$ 1.000,00 + R$ 120,00 = R$ 1.120,00 / 1.100 unidades=R$ 1,0182 X 800 unidades = 814,55 e assim por diante. Curva ABC A curva ABC é a forma mais racional para administrar os estoques de uma empresa. Ela parte do pressuposto que 5% dos itens em estoque representam 65% do valor investido nos materiais estocados (chamados itens A); 25% dos itens, representam 30% do valor (cha- mados itens B) e 70% dos itens apenas 5% do valor (itens C). Desta forma, colocaremos nossos esforços e nossa atenção para gerir os itens A e algum grau de controle nos itens B; os itens C terão um controle mais a distância. Veja o exemplo a seguir para montar uma curva ABC:
  • 11. 11 ordem item qtde. preço Total 1 geladeira 3 850,00 2.550,00 2 fogão 10 350,00 3.500,00 3 freezer 4 700,00 2.800,00 4 microondas 6 330,00 1.980,00 5 lavadora 4 750,00 3.000,00 6 secadora 4 600,00 2.400,00 7 faqueiro 100 250,00 25.000,00 8 bicicletas 60 180,00 10.800,00 Acumulado classi- ordem item qtde preço Total Valor % % item ficação 1 faqueiro 100 250,00 25.000,00 25.000,00 48,0 12,5% A 2 bicicletas 60 180,00 10.800,00 35.800,00 68,8 25,0% A 3 fogão 10 350,00 3.500,00 39.300,00 75,5 37,5% B 4 lavadora 4 750,00 3.000,00 42.300,00 81,3 50,0% B 5 freezer 4 700,00 2.800,00 45.100,00 86,7 62,5% B 6 geladeira 3 850,00 2.550,00 47.650,00 91,6 75,0% B 7 secadora 4 600,00 2.400,00 50.050,00 96,2 87,5% C 8 microondas 6 330,00 1.980,00 52.030,00 100,0 100,0% C TOTAL 52.030,00 Ciclos Operacional e Financeiro Ciclo Operacional é o tempo decorrido entre a aquisição da Matéria Prima e o recebimento pela venda do produto acabado. Exemplo: Cia Itaoca Ltda faz suas vendas com um prazo médio de 28 dias e demora, em média 30 dias para processar as matérias primas e efetuar as vendas; assim, seu ciclo operacional será o resultado da adição de 28 dias de prazo mé- dio de recebimento mais 30 dias de estocagem (matéria prima, em elaboração e produto acabado), logo CO = 58 dias. Ciclo Financeiro é o intervalo entre o pagamento da matéria prima e o recebimento das vendas. Seguindo o exemplo da Cia Itaoca, ela efetua compras com prazo médio de paga- mento de 15 dias, assim seu ciclo financeiro será de 43 dias ou CF = CO - PMP. Esta in- formação será muito importante para a determinação do capital de giro necessário.
  • 12. 12 Demonstrações Contábeis e Indicadores Patrimônio é o conjunto de bens e direitos que a empresa possui: veículos, terrenos, pré- dios, estoques, máquinas, equipamentos, instalações, marcas e patentes ou licenças de uso de marcas. Na grande maioria dos casos, quando o empreendedor vai iniciar a sua empreitada, ele co- loca a maior parte do seu capital nestes itens. Se pudéssemos tirar uma radiografia deste empreendimento teríamos uma empresa com uma situação patrimonial invejável, uma vez que grande parte dos recursos estão ali inves- tidos. Para analisar melhor a situação patrimonial utilizamos o Balanço Patrimonial; um demons- trativo que é contábil e que segue regras rígidas impostas pela legislação vigente. Apenas para conhecimento, apresentamos abaixo um exemplo de Balanço Patrimonial. Contas DEZ/01 Contas DEZ/01 ATIVO PASSIVO CIRCULANTE 8.802,00 CIRCULANTE 5.874,00 Caixa e Bancos 75,00 Fornecedores 474,00 Aplicações Financeiras 186,00 Financiamentos 2.067,00 Duplicatas a Receber 4.587,00 Impostos a recolher 1.500,00 Estoques 3.954,00 Salários/Encargos Sociais 333,00 Duplicatas descontadas 1.500,00 REALIZÁVEL A L. PRAZO 880,00 EXIGÍVEL A L. PRAZO 6.964,00 PERMANENTE 8.160,00 Financiamentos 2.482,00 Investimento 648,00 Empréstimos de coligadas 4.482,00 Imobilizado 7.512,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.004,00 Capital Social 4.053,00 Reservas Lucros/Prejuízos Acumulados 951,00 Total do Ativo 17.842,00 Total do Passivo 17.842,00 Esta empresa está com boa situação patrimonial. Inclusive, o índice de rentabilidade (lu- cro dividido pelo capital social) é de 23,46% o que é fantástico! Mas, essa empresa tem dinheiro para pagar os seus compromissos que vencem logo no dia seguinte? Situação Financeira É o volume de recursos disponíveis para fazer frente aos pagamentos. Seguindo o exemplo do empreendedor acima, que havia investido a maior parte do seu ca- pital no patrimônio da empresa, sobrou-lhe a menor parte para o dia a dia da empresa, co- mo por exemplo, investir em marketing; ter dinheiro para pagar os primeiros meses de: a- luguel, matérias-primas, folha de pagamento, água, luz, telefone, contador, impostos, etc...até que as primeiras receitas ingressem no seu caixa e que a sua empresa atinja o ponto de equilíbrio (receitas = custos + despesas + lucro). As ferramentas gerenciais que permitem a análise da sua situação financeira são: Fluxo de Caixa, Demonstrativo de Resultados e Índices de Avaliação.
  • 13. 13 Vejam os exemplos: A)Demonstrativo de Resultados Contas DEZ/01 % RECEITA BRUTA 18.434,00 110,00 ( - ) Deduções do IPI (1.675,82) 10,00 = RECEITA LÍQUIDA 16.758,18 100,00 ( - ) Impostos sobre Vendas (4.010,22) 23,93 ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas (8.043,93) 48,00 = LUCRO BRUTO 4.704,03 28,07 ( - ) Despesas com vendas (1.340.65) 8,00 ( - ) Despesas Administrativas (1.843.40) 11,00 = LUCRO OPERACIONAL 1.519,98 9,07 ( - ) Despesas Financeiras (568,98) 3,40 = LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO 951,00 5,67 Este demonstrativo permite avaliar o desempenho financeiro da empresa, se utilizarmos como balizamento a Receita. Por outro lado se usarmos o Faturamento termos uma visão econômica. Do ítem Receita Líquida para baixo não importa o setor da economia a que a empresa per- tença, sempre será igual, podendo, às vezes ter maior detalhamento, mas o princípio se manterá. Apenas nos casos de indústria e empresas que são equiparadas, é necessário in- cluir o IPI e a Receita Bruta. Este imposto é acrescido ao preço na Nota Fiscal, por isso o isolamos, de tal forma que não influencie na análise. A Receita Líquida é chamada de "mãe de todos" e recebe o percentual de 100% porque se- rá ela quem irá pagar todas as contas, iniciando assim uma subtração até que se aufira um resultado (lucro ou prejuízo). B)Índices de Avaliação É uma forma de relacionar dois valores e determinar uma situação ou uma tendência. Exis- tem vários índices, neste momento trabalharemos com os principais. 1- Índice de Rentabilidade Você já viu como o calculei quando foi mostrado o Balanço Patrimonial; mas, por motivos os mais variados, pode ser que na contabilidade não conste todos os valores investidos na empresa, ou por outro lado, os valores foram lançados a menor. Assim, você deve fazer um levantamento na sua empresa e nos seu arquivo pessoal e verificar quanto você e seus só- cios investiram de fato na empresa. Com isto é só fazer a conta: Rentabilidade = Lucro líquido Capital Social “Capital Social ou o valor investido na empresa.”
  • 14. 14 2- Índice de Lucratividade Mostra a representatividade do lucro em relação à RECEITA Líquida Lucratividade = Lucro Líquido Receita Líquida 3- Índices de Liquidez I - Liquidez Corrente = Ativo Circulante Passivo Circulante A relação mostra a capacidade de pagamento da empresa a curto prazo. Quanto maior o índice obtido melhor para a empresa. Disponível + títulos a receber II - Liquidez Seca =  Passivo Circulante A relação mostra os recursos líquidos disponíveis, ou seja, independente dos estoques ou matéria-prima. Quanto maior o índice obtido melhor para a empresa. 4- Indicadores de Endividamento Bancário Estes indicadores ampliam a visão proporcionada pela apuração dos indicadores de estru- tura de capitais, possibilitando avaliar as decisões da empresa na captação de fontes do Sistema Financeiro. Vejamos: a) Participação de Instituições de Crédito no Endividamento - PICE Financ.Inst.créd.no Passivo Circ. + no Ex. Longo Prazo PICE =  Capitais de Terceiros Este indicador mostra o grau de relação da Fonte Bancária no total de capitais de terceiros captados pela empresa. Quanto menor o índice obtido melhor para a empresa.
  • 15. 15 b) Participação de Instituições de Crédito no Ativo Total – PICAT Financ.Inst.créd.no Passivo Circ. + no Ex. Longo Prazo PICAT =  Ativo Total Este indicador demonstra o grau de participação bancária no uso de recursos da empresa. Quanto menor o índice obtido melhor para a empresa. c) Participação de Instituições de Crédito no Ativo Circulante - PICAC Financiamento Inst. Crédito no Passivo Circulante PICAC =  Ativo Circulante Este indicador demonstra o grau de participação de bancos no uso de recursos a curto pra- zo. Quanto menor o índice obtido melhor para a empresa. d) Nível de Desconto de Duplicatas - NDD Duplicatas Descontadas NDD=  Títulos a Receber Este indicador demonstra o nível de dependência da empresa em relação a bancos para encurtar os prazos de recebimentos de suas vendas Quanto menor o índice obtido melhor para a empresa. 5- Indicadores do Ciclo Financeiro O ciclo financeiro, procura mostrar os usos e fontes de recursos da empresa, decorrentes de sua atividade normal. A apuração do ciclo financeiro orienta a análise quanto ao prazo em que a empresa tem de aguardar, com recursos próprios ou captados de terceiros, para suprir suas necessidades de produção, estocagem, venda e recebimento, descontando-se o prazo dado pelos fornecedores para pagamento. Representado por: (+) Prazo Médio de Recebimento de Vendas (+) Prazo Médio de Renovação de Estoque (-) Prazo Médio de Pagamento de Compras (=) Ciclo Financeiro
  • 16. 16 A formulação dos indicadores é a seguinte: a) Prazo Médio de Recebimento de Vendas -PMRV Títulos a Receber PMRV=  X nº de dias do período Vendas b) Prazo Médio de Renovação de Estoque - PMRE Estoque PMRE=  X nº de dias do período Custo dos Produtos Vendidos c) Prazo Médio de Pagamento das Compras - PMPC Fornecedores PMPC=  X nº de dias do período Compras Um ciclo financeiro longo representará maior necessidade de recursos para manter a atividade da empresa e, na falta de recursos próprios suficientes, a conseqüente deterioração dos seus resultados. 6- Indicador de Giro do Ativo – G.A Vendas Totais G.A=  Ativo Total A relação mostra a eficiência do uso de recursos. A aplicação no ativo da empresa, deve refletir positivamente na sua atividade, que é medi- do pela relação com o volume de vendas, analisando a situação atual e comparando-a com as de exercícios anteriores, pode-se medir a evolução/involução da produtividade da em- presa em decorrência das decisões do uso de recursos. Quanto maior o índice obtido melhor para a empresa. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS Dificilmente você fará uma análise de investimento sem ter mais do que uma alternativa de investimento. Fatalmente sua análise levará em consideração além dos aspectos matemáti-
  • 17. 17 Fórmula Básica : n 1 VP = VF x ______ 1 + i cos projeções sobre: o desempenho da economia, perspectivas do setor, comportamento do consumidor, ações da concorrência, etc... Neste tópico, vamos trabalhar com três formas matemáticas de avaliação de investimentos: Payback (período de recuperação do investimento), Valor Presente Líquido (traz os valo- res que entrarão no caixa para o seu respectivo valor de hoje) e Taxa Interna de Retorno (comparação entre uma taxa esperada e a efetiva que conseguiremos, sempre traduzindo os valores para o momento atual). PAYBACK Projeto A Investimento R$ 30.000,00 Projeto B Investimento R$ 35.000,00 1º Ano 9.000,00 1º Ano 12.000,00 2º Ano 9.000,00 2º Ano 12.000,00 3º Ano 9.000,00 3º Ano 12.000,00 4º Ano 9.000,00 4º Ano 12.000,00 Investimento Retorno 30.000,00 9.000,00 Investimento Retorno 35.000,00 12.000,00 3,33 vezes 2,92 vezes Ou 3 anos e 4 meses Ou 2 anos e 11 meses * não considera o valor do dinheiro no tempo! Valor Presente Líquido O valor presente tem como função trazer para hoje, um valor a ser pago ou a ser recebido numa data futura. onde : VP = Valor Presente VF = Valor Futuro i = taxa de juros do período n = número de períodos * esta operação será repetida tantas vezes quantos fo- rem os períodos Vejamos os nossos projetos que foram calculados pelo Payback como se comportarão, primeiramente pela Fórmula e depois pela HP 12C Usando a HP 12C Entrada de Caixa CHS PMT Período de Retorno (anos ou meses) n Taxa de Juros (anual ou mensal) i aperte a tecla PV e obterá o Valor Presente ao deduzir o valor acima do investimento inicial teremos o Valor Presente Líquido
  • 18. 18 PROJETO A: INVESTIMENTO R$ 30.000,00 Pela fórmula Fluxo de Caixa Taxa de juros 10% ao ano Valor Presente 1o ano 9.000,00 x (1/1,10)1 8.181,82 2o ano 9.000,00 x (1/1,10)2 7.438,01 3o ano 9.000,00 x (1/1,10)3 6.761,83 4o ano 9.000,00 x (1/1,10)4 6.147,12 Valor Presente Total 28.528,78 Valor Presente Líquido (1.471,22) Pela HP 12 C 9.000,00 CHS PMT 4 n 10 i 28.528,78 PV diferença (1.471,22) PROJETO B: INVESTIMENTO R$ 35.000,00 Pela fórmula Fluxo de Caixa Taxa de juros 10% ao ano Valor Presente 1o ano 12.000,00 x (1/1,10)1 10.909,09 2o ano 12.000,00 x (1/1,10)2 9.917,36 3o ano 12.000,00 x (1/1,10)3 9.015,78 4o ano 12.000,00 x (1/1,10)4 8.196,16 Valor Presente Total 38.038,39 Valor Presente Líquido 3.038,39 Pela HP 12 C 12.000,00 CHS PMT 4 n 10 i 38.038,39 PV diferença 3.038,39 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) É o método que permite saber qual é a real taxa de retorno do seu investimento a partir de uma taxa de oportunidade pré-estabelecida que traz a valor presente as entradas e as saí- das. Se a taxa de retorno for superior a aquela pré-estabelecida, o investimento é viável. Infelizmente esta taxa necessita de uma calculadora financeira para se chegar até ela, posto
  • 19. 19 que pela fórmula o tempo para se chegar à resposta praticamente inviabiliza o trabalho. A seqüência no teclado da calculadora é: valor do investimento CHS G CF0 saída inicial do caixa primeira entrada G CFJ segunda entrada G CFJ terceira entrada G CFJ quarta entrada G CFJ Para saber a taxa interna de retorno F IRR Taxa de juros pré estabelecida ? i Valor presente líquido F NPV Desta forma teremos as duas informações: TIR e VPL. Vejamos nossos Projetos: Projeto A 30.000,00 CHS G CF0 9.000,00 G CFJ 9.000,00 G CFJ 9.000,00 G CFJ 9.000,00 G CFJ F IRR TIR= 7,71% 10 I F NPV VPL= (1.471,22) Projeto B 35.000,00 CHS G CF0 12.000,00 G CFJ 12.000,00 G CFJ 12.000,00 G CFJ 12.000,00 G CFJ F IRR TIR= 13,95% 10 I F NPV VPL= 3.038,39 Após termos calculado de três formas diferentes, podemos concluir que o projeto B seria o melhor, já que apresenta o Payback mais curto, a maior taxa interna de retorno e o maior Valor Presente Líquido, aliás, o projeto A é negativo (fato que o excluiria caso não dese- jássemos ampliar o prazo de investimento). Mas, nem sempre isto ocorrerá. Haverá casos onde teremos respostas diferentes para cada método de análise. Quando isto ocorrer, o que determinará o melhor investimento será o indicador que atenda a aquele quesito específico que lhe é mais importante.