O documento discute quem é a noiva do Cordeiro mencionada na Bíblia. Analisa as parábolas das bodas do Cordeiro e das dez virgens, concluindo que a igreja não é a noiva, mas sim a nova Jerusalém que descerá dos céus. Também explica que o joio e o trigo coexistirão até o fim do milênio, quando Cristo entregará o reino a Deus o Pai.
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
A igreja não é a noiva de cristo?
1. A Igreja não é a Noiva de Cristo
Parábolas de Jesus
I - INTRODUÇÃO
É um equívoco considerar a igreja (povo de Deus) como sendo a noiva do Cordeiro, pois, nenhum texto
bíblicoafirma explicitamente tal condição. Tomando-se como base a parábola das bodas do Cordeiro
(Mateus 22:1-14 e Lucas 14:15-24) e a parábola das dez virgens (Mateus 25:1-13), o povo de Deus é
apresentado simplesmente como fazendo parte do rol dos convidados e não como noiva.
A mesma conclusão extraímos do seguinte texto:
“E dis s e-me: Escreve: Bem aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. Disse-me
ainda: Es tas s ão as verdadeiras palavras de Deus .” Apocalipse 19:9.
Quem são os bem aventurados, aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro? É muito
remota ou irrealizável a pos s ibilidade de s e imaginar que a “noiva” s eja uma repres entação s imbólica dos
que são chamados à ceia das bodas.
Para haver um entendimento claro é necessário agrupar e analisar todos os textos e seus contextos
relacionados ao assunto. Faremos uma abordagem com relação à questão da parábola das bodas do
Cordeiro. Esta parábola traz informações preciosas que se ajustam aos demais ensinamentos da Palavra
de Deus.
Afinal, quem é a noiva? Quando e onde será realizada a ceia das bodas do Cordeiro?
II – A PARÁBOLA DAS BODAS DO CORDEIRO (Mateus 22:1-14)
1. “Então Jes us tornou a falar-lhes por parábolas, dizendo: O reino dos Céus é semelhante a um rei que
celebrou as bodas de seu filho. Enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes
não quis eram vir” Mateus 22: 1-3.
Primeiramente está havendo um chamado para o banquete e este chamado é um convite real. Percebe -
se que o seu convite é desapreciado, pior, é recebido com indiferença. Este primeiro convite foi
transmitido pelos discípulos de Cristo, sendo inicialmente pelos doze (Mateus 10:5-7), cuja ordem foi a
s eguinte: “Não ireis aos gentios, nem entrareis em cidade de s amaritanos; mas ide antes às ovelhas
perdidas da cas a de Is rael; e indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos Céus .” Depois enviou os
setenta (Lucas 10:1-20). Eles proclamaram ao povo de Israel que era chegado o reino de Deus,
convidando-o a arrepender-se e crer no evangelho. O convite, porém, não foi atendido. Os convidados
para a festa não compareceram.
2. “Depois enviou outros s ervos , ordenando: Dizei aos convidados : Eis que tenho o meu jantar preparado;
os meus bois e cevados já estão mortos, e tudo está pronto; vinde às bodas. Eles, porém, não fazendo
caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio; e os outros, apoderando-se dos servos, os
ultrajaram e mataram.” Mateus 22:4-6.
Esta mensagem foi levada novamente para as ovelhas perdidas da casa de Israel depois da mo rte do
Messias. Os que rejeitaram o convite ficaram tão encolerizados com o oferecimento da salvação, que eles
s e voltaram contra os mens ageiros. Diz a Palavra de Deus que houve uma grande pers eguição: “Naquele
dia levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos exceto os
após tolos, foram dis persos pelas regiões da Judéia e da Samária.” Atos 8:1. Entre os mens ageiros que
foram cruelmente mortos foram Estevão (Atos 7:59 e 60) e Tiago (Atos 12:2). Cumpriram-se as palavras
do Mestre.
3. “Mas o rei encolerizou-se; e enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua
cidade. Então disse aos seus servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não
eram dignos .” Mateus 22:7 e 8.
Aqueles que julgavam ter a exclusividade da salvação e rejeitaram o convite misericordioso de Deus, não
eram dignos, pois decretaram a sua própria condenação (Mateus 27:25). O juízo pronunciado atingiu -os
diretamente quando houve a destruição de Jerusalém no ano 70 dC.
4. “Ide, pois , pelas encruzilhadas dos caminhos, e a quantos encontrardes, convidai -os para as bodas. E
saíram aqueles servos pelos caminhos, e ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons;
2. e encheu-s e de convivas a s ala nupcial.” Mateus 22:9 e 10.
Este terceiro convite para o banquete representa a pregação do evangelho que tem como objetivo
alcançar o mundo inteiro, isto é, todos os povos e nações. De acordo com o texto bíblico, muitos daqueles
convidados também não tiveram respeito ao doador da ceia. Alguns deles pensavam tão somente em se
beneficiar das provisões do banquete, sem o mínimo desejo de honrar ao rei. É significativo o fato de que
bons e maus fizessem parte desta multidão de convidados. Tal qual a parábola do joio e do trigo, eles
permanecerão juntos até a ceifa ou recompensa final.
5. “Mas , quando o rei entrou para ver os convivas , viu ali um homem que não trajava ves te nupcial; e
perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui, sem teres veste nupcial? Ele, porém, emudeceu. Ordenou
então o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e
ranger de dentes . Porque muitos s ão chamados, mas poucos es colhidos.” Mateus 22:11 -14.
Era costume judaico que, durante os preparativos do banquete de casamento, o noivo e a noiva ficassem
afastados um do outro em locais diferentes. Estando tudo pronto para a festa, diz o relato bíblico que o rei
entrou para ver os convivas e conferir se cada um trajava a veste especial para as bodas. Nesta parábola
a veste nupcial é representada pelo caráter puro e imaculado dos verdadeiros seguidores de Cristo.
Somente as vestes que Cristo proveu, podem habilitar-nos a aparecer na presença de Deus (Apocalipse
3:18).
Entre os convidados o rei encontrou um que não trajava a vestimenta especial para o casamento. O
indivíduo foi amarrado pelos pés e pelas mãos e lançado nas trevas exteriores, onde haverá choro e
ranger de dentes. O texto deixa claro que aquele indivíduo foi expulso sumariamente sem direito ao
perdão divino. Entendemos que es te fato es tá relacionado ao período do milênio, pois na fas e atual, “s e
alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E Ele é a propiciação pelos
nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.” I João 2:1 e 2.
Entendemos que durante a fase do milênio o Senhor Jesus não atuará mais como nosso Advogado ou
Intercessor, conseqüentemente se qualquer pessoa pecar, morrerá
III – ATÉ QUANDO HAVERÁ O JOIO E O TRIGO?
Há uma questão que está causando enorme constrangimento para muitos estudiosos sinceros da Palavra
de Deus. Até quando conviverão juntos o joio e o trigo (Mateus 13:47-50), bem como os bons e os ruins
(Mateus 13:47-50)? Para a maioria dos cristãos os justos serão separados dos ímpios na volta de nosso
Senhor Jesus Cristo. No entanto, de acordo com as Sagradas Escrituras, a existência do joio e do trigo
em nos s o planeta s e es tenderá até o “fim do mundo”. O term o “fim do mundo” não s ignifica a des truição
literal da Terra, mas apenas o fim da presente era do pecado e da morte. A parábola do joio e do trigo nos
traz esta preciosa informação:
“Pois , as s im como o joio é colhido e queimado no fogo, as s im s erá no fim do mundo. Mandará o Filho do
homem os Seus anjos, e eles ajuntarão do Seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam
a iniqüidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes .” Mateus 13:41 e 42.
O mesmo fato é relatado na parábola da rede:
“Igualmente, o reino dos céus é s emelhan te a uma rede lançada ao mar, e que apanhou toda espécie de
peixes. E, quando cheia, puxaram-na para a praia; e, sentando-se, puseram os bons em cestos; os ruins,
porém, lançaram fora. Assim será no fim do mundo; sairão os anjos, e separarão os maus dentre os
justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes .” Mateus 13:47 -50.
Ao retornar, o Messias estabelecerá o Seu reino na Terra. Ele reinará durante mil anos e com Ele
reinarão todos aqueles que foram por Ele comprados com o Seu sangue, de toda a tribo, língua, povo e
nação (Apocalipse 5:9 e 10). Durante o milênio não haverá intercessor, pois o Messias estará governando
na qualidade de Rei e Ele “julgará com jus tiça os pobres, e decidirá com eqüidade em defes a dos mansos
da terra; e ferirá a terra com a vara de Sua boca, e com o s opro dos Seus lábios matará o ímpio.” Is aías
11:4.
No reinado milenar de Cristo existirão nações que continuarão procriando e povoando a Terra,
identificadas pela Palavra de Deus como sendo sobreviventes da grande batalha do Armagedom (Joel
2:31 e 32). Estas nações serão regidas com vara de ferro pelo próprio Messias (Apocalipse 19:15) e pelos
salvos (Apocalipse 2:26 e 27). Pessoas boas e más farão parte do reinado milenar de Cristo, por uma
razão muito lógica: o pecado e a morte continuarão existindo (Isaías 65:20). Satanás estará preso e será
lançado no abismo para que não mais engane estas nações. No final do milênio Satanás será solto da
sua prisão por um pouco de tempo e sairá a enganar as nações que ainda não tinham sido provadas por
ele, para ajuntá-las para a batalha contra a Jerusalém terrestre Todos os enganados por Satanás (joio)
3. serão destruídos pelo fogo que descerá do Céu (Apocalipse 20:3 e 7-9). Prova-se através este episódio
que o fim da era do pecado e da morte não se dará no momento da volta de Cristo, mas no final do
milênio. Até lá o joio e o trigo estarão presentes.
De acordo com a Palavra de Deus, o fim do mundo ocorrerá no final do milênio, quando finalmente a
morte será destruída (Apocalipse 20:14). O apóstolo Paulo apresenta-nos mais detalhes a esse respeito:
“Então virá o fim quando Ele (Cris to) entregar o reino a Deus , o Pai, quando houver des truído todo
domínio, e toda autoridade e todo poder. Pois é necessário que Ele (Cris to) reine até que haja posto todos
os inimigos debaixo de Seus pés . Ora, o último inimigo a s er des truído é a morte.” I Coríntios 15:24 -26.
Maiores detalhes sobre o reino milenar de Cristo, recomendamos a leitura dos seguintes temas postados
em nosso site:
Os planos de Deus para a Terra;
A grande batalha do Armagedom;
Os sobreviventes.
Vimos, pois, que o reinado de Cristo se estenderá por mil anos (Apocalipse 20:4 e 6). É o tempo
necessário para regenerar o planeta Terra e no seu final destruir todos os inimigos, inclusive a morte (ver
Apocalipse 20:7-15). Com o fim da era do pecado e da morte, Cristo entregará o reino a Deus, o Pai.
IV – CONCLUSÃO
A verdade pura e cristalina é que a noiva do Cordeiro não é a Igreja. Com base nas palavras inspiradas
do profeta João, a noiva do Cordeiro é a santa cidade, a nova Jerusalém que descerá dos Céus:
“E vi a s anta cidade, a nova Jerus além, que des cia do Céu da parte de Deus , adereçada como uma noiva
ataviada para o seu noivo. ...E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das sete últimas
pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro. E levou-me em
espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a santa cidade de Jerusalém, que descia do céu da
parte de Deus .” Apocalipse 21:2 e 9-10.
Após ter visto em visão a descida da santa cidade, a nova Jerusalém, o profeta João tem relatado o
seguinte:
“E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus es tá com os homens,
pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará de seus
olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque
já as primeiras cois as s ão pas sadas.” Apocalips e 21:3 e 4.
Ao findar o reinado milenar de Cristo na Terra, o planeta estará totalmente regenerado, livre de quaisquer
agressões. A Terra estará pronta para receber a santa cidade, a nova Jerusalém, a tão esperada noiva de
Cristo. O próprio Deus estará com o Seu povo. No futuro e majestoso reino de Deus não haverá mais
pecado, nem morte, nem pranto, nem lamento e nem dor. Inclusive a grande ceia anunciada por nosso
Senhor Jesus aos Seus discípulos em Seus últimos momentos antes de Sua morte, será finalmente
cumprida no reino de Seu Pai (Mateus 26:29). Lá estarão somente aqueles que trajarem as vestes
nupciais. Trajar ou não trajar estas vestes especiais é resultado de uma decisão individual. Infelizmente
para a ceia das bodas do Cordeiro “m uitos s ão chamados, mas poucos es colhidos.” Mateus 22:14.
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