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 O    romantismo é todo um
  período cultural, artístico e
  literário que se inicia na Europa
  no final do século XVIII,
  espalhando-se pelo mundo até o
  final do século XIX;
 O berço do romantismo pode
  ser considerado três países:
  Itália, Alemanha e Inglaterra;
 Porém, na França, o romantismo
  ganha força como em nenhum
  outro país e, através dos artistas
  franceses, os ideais românticos
  espalham-se pela Europa e pela
  América;
 As características principais deste período são :
  valorização das emoções, liberdade de criação, amor
  platônico,    temas      religiosos,  individualismo,
  nacionalismo e história.
 Este período foi fortemente influenciado pelos ideais
  do iluminismo e pela liberdade conquistada na
  Revolução Francesa;
 O objetivo deste trabalho foi uma pesquisa científica
  sobre o assunto abordado e suas vertentes.
 Contribuir para a grandeza da nação através de uma
 literatura que fosse o espelho do novo mundo e de
 sua paisagem física e humana, eis o projeto
 ideológico da primeira geração romântica;
 Há um sentimento de missão: revelar todo o Brasil,
 criando uma literatura autônoma que nos
 expressasse.
 Os valores do Romantismo europeu adequavam-se às
  exigências ideológicas dos escritores brasileiros, O
  Romantismo se opunha à arte clássica, e Classicismo
  aqui significava dominação portuguesa;
 O Romantismo voltava-se para a natureza, para o
  exótico; e aqui havia uma natureza exuberante, etc.
  Tudo se ajustando para o desenvolvimento de uma
  literatura ufanista;
 O nacionalismo romântico encontrará a sua
  representação nos seguintes elementos:
INDIANISMO:
 No "bon sauvage" francês sedimenta-se
  o modelo de um herói que se deveria se
  tornar o passado e a tradição de um
  país desprovido de sagas exemplares;
 O nativo - ignorada toda a cultura
  indígena - converte-se no herói
  inteiriço, feito à imagem e semelhança
  de um cavaleiro medieval;
 Assume-se a imagem exótica que as
  metrópoles européias tinham dos
  trópicos, adaptando-a ao ufanismo;
 Acima de tudo, o índio representa, na sua condição
  de primitivo habitante, o próprio símbolo da
  nacionalidade;
 Além disso, a imagem positiva do indígena fornece às
  elites o orgulho de uma ascendência nobre, que
  ajuda na legitimação de seu próprio poder no Brasil
  posterior à Independência.
 Resultado da "consciência eufórica de um país novo",
  o sertanismo romântico (também discutivelmente
  chamado de regionalismo) procura afirmar as
  particularidades e a identidade das regiões e da vida
  rural, na ânsia de tornar literário todo o Brasil;
 Este registro do mundo não-urbano permanece na
  superfície com uma moldura, já que a intriga
  romanesca é citadina, ou seja, gira em torno dos
  esquemas românticos do folhetim;
 Além disso, os autores usam sempre a linguagem
  culta e literária das cidades e não a fala particular da
  região retratada.
 A terra é identificada como pátria. Assim, os
  fenômenos naturais tornam-se representativos da
  grandeza do país;
 A natureza jovem, vital, exuberante, serve de
  compensação para a pobreza social ao mesmo tempo
  que simboliza as potencialidades do Brasil.
 Os escritores românticos - José de Alencar, em
  especial - reivindicam uma língua brasileira;
 Em Iracema, o autor tenta criar esta língua através do
  estilo poético, da utilização de vocábulos indígenas,
  de um novo ritmo de frase. Mas não são os escritores
  que criam um idioma;
 Continuamos falando e escrevendo o português;
 Porém, graças ao esforço de Alencar e outros, começa
  a se estabelecer uma forma brasileira de escrever a
  língua portuguesa.
 O passo decisivo para a deflagração do movimento é
  a publicação da revista Niterói, em Paris, 1836, que
  trazia como epígrafe: "Tudo pelo Brasil e para o
  Brasil";
 A revista, elaborada por intelectuais que estudavam
  na Europa, propunha a investigação "das letras, artes
  e ciências brasilienses";
 No grupo, destaca-se Gonçalves de Magalhães, que
  ainda em 1836 lançaria um livro de poemas: Suspiros
  poéticos e saudades;
 Esta obra introduziu o espírito romântico no Brasil.
 O projeto de autonomia dos autores românticos não
  se realizou integralmente;
 Todos os princípios "nacionalistas" que defenderam
  estavam, em maior ou menor grau, comprometidos
  com uma visão européia de mundo;
 Além     disso, o nacionalismo era feito de
  exterioridades, mais paisagem do que substância
  humana;
 Aquele "sentimento íntimo de brasilidade", de que
  falou Machado de Assis, não existe nas obras do
  período;
 Por fim, o fato de todos os
  escritores da primeira
  geração viverem à sombra
  do poder (foram ministros,
  secretários, embaixadores,
  burocratas do alto escalão)
  comprometeu-os
  irremediavelmente com a
  classe dominante;
 Fugiram da escravidão e da
  pobreza, escamotearam a
  ferocidade das elites e a
  miséria das ruas, ignoraram
  a violência que se espalhava
  pelo cotidiano;
 Em troca, celebraram o
  idílio e a natureza,
  mitificaram as regiões,
  teatralizaram o índio,
  criando assim uma arte
  conservadora.
 Na    lírica romântica brasileira, podem ser
  delimitados, com algum rigor, três momentos que se
  caracterizam por apresentar temas e visões de
  mundo diferenciadas;
 Estes momentos coincidem com a formação de três
  gerações;
 Cada geração assume uma perspectiva própria,
  embora todas sejam marcada pelo caráter romântico;
 Contudo, os elementos que definem cada uma delas
  não são exclusivos. Interpenetrando-se de forma
  bastante acentuada.
 A contribuição dos teóricos europeus, o nacionalismo
  ufanista pós-1822 e as viagens para o exterior de uma
  jovem intelectualidade - nascendo daí o famoso
  sentimento do exílio - fornecem o quadro histórico
  onde aponta a primeira geração romântica;
 O apogeu da mesma ocorre entre 1836 e 1851, quando
  Gonçalves Dias publica Últimos cantos, encerrando o
  período mais fértil e criativo de sua carreira.
 Obras: Suspiros poéticos e saudades
  (1836); A confederação dos tamoios
  (1857);
 A Gonçalves de Magalhães coube a
  precedência cronológica na elaboração
  de versos românticos;
 Suspiros poéticos e saudades é a
  materialização lírica de algumas idéias
  do autor sobre o Romantismo,
  encarado como possibilidade de
  afirmação de uma literatura nacional,
  na medida em que destruía os artifícios
  neoclássicos e propunha a valorização
  da natureza, do índio e de uma
  religiosidade panteísta.
 Obras: Primeiros cantos (1846); Segundos cantos
  (1848); Sextilhas de frei Antão (1848); Últimos cantos
  (1851); Os timbiras (1857);
 Gonçalves Dias consolidou o Romantismo no Brasil
  com uma produção poética de boa qualidade;
 . Entre os autores do período é o que melhor
  consegue equilibrar os temas sentimentais,
  patrióticos e saudosistas com uma linguagem
  harmoniosa e de relativa simplicidade, fugindo tanto
  da ênfase declamatória como da vulgaridade;
 Pode-se  dizer que o seu estilo romântico é
 temperado por uma certa formação clássica, o que
 evita os excessos verbais tão comuns aos poetas que
 lhe foram contemporâneos.
 Esta geração surgiu na década de 1850, quando o
  nacionalismo e o indianismo deixavam de fascinar a
  juventude e iniciava-se o longo processo de
  estabilidade do II Império;
 Por outro lado, o desenvolvimento urbano, o
  nascimento de uma vida acadêmica em São Paulo,
  Rio de Janeiro, Salvador e Recife e, até mesmo, uma
  relativa sofisticação dos estratos médios e superiores
  da estrutura social brasileira;
 Possibilitaram a criação de uma lírica voltada quase
  que exclusivamente para a confissão e o
  extravasamento íntimo;
 A nova geração foi influenciada pelo inglês Byron e
  pelo francês Musset, autores ultra-românticos que
  haviam se tornado os modelos universais de rebeldia
  moral, de recusa à insipidez da vida cotidiana e de
  busca de novas formas de sensualidade e de afeto;
 De sua imitação, resultou, quase sempre, o pastiche.
  Até sociedades satânicas, a exemplo das existentes na
  Europa, foram fundadas;
 Os    adolescentes que as compunham viviam
  pretensas orgias e dissipações fantasiosas, que
  resultavam da leitura e das imaginações pervertidas;
 Na verdade, a pobreza do meio e a rigidez patriarcal
  impediam que este satanismo tivesse qualquer
  importância no contexto estético e ideológico
  brasileiro;
 Outro fato sempre lembrado desta geração é a
  dramática coincidência de quase todos os seus
  integrantes morrerem na faixa dos vinte e poucos
  anos;
 Versos soltos e alguns poemas parecem alimentar a
  suspeita de que esses jovens cultivavam idéias
  suicidas;
 No entanto, todos eles - à parte o caso mais
  complexo de Álvares de Azevedo - foram vitimados
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  horror perante a morte;
 Não se sustenta, portanto, a idéia de um suicídio
  coletivo geracional.
 Obras: Lira dos vinte anos (poemas -
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  1855), O conde Lopo (poema - 1886),
  Macário (poema dramático – 1855);
 A obra de Álvares de Azevedo,
  fortemente autobiográfica, traz a
  marca da adolescência, mas de uma
  adolescência tão dilacerada e
  conflituosa    que     acaba      por
  representar a experiência mais
  pungente do Romantismo brasileiro,
  tanto do ponto de vista pessoal
  quanto do ponto de vista poético.
 Obra: Primaveras (1850);
 Subjetivista como Álvares de Azevedo, Casimiro de
  Abreu substitui as conotações dolorosas que aquele
  confere à adolescência;
 Se, para o autor de Lira dos vinte anos, a mocidade é
  um processo noturno de vigílias e tensões, se, para
  ele, "tristes são os destinos deste século", para
  Casimiro de Abreu a mesma mocidade é "a primavera
  da vida", processo diurno, sempre associado a
  namoricos, jardins com bananeiras, borboletas e
  salões de baile onde se flerta ao som de valsas
  langorosas.
 Obras     principais: Noturnas (1861); Vozes da
  América (1864); Cantos e fantasias (1865); Cantos
  meridionais (1869); Anchieta ou o Evangelho nas
  selvas (1875);
 O crítico Alfredo Bosi afirma que Fagundes Varela é
  o epígono* por excelência da poesia romântica;
 Isto é, um poeta que segue outros, sem alcançar uma
  temática e uma expressão próprias.
 Obra: Inspirações do claustro (1855);
 A poesia de Junqueira Freire          é totalmente
  autobiográfica e talvez seja isso o que mantenha o
  interesse pela mesma;
 Procurando num mosteiro a saída para os seus
  problemas pessoais (sobretudo uma espécie de
  atração pela morte que o angustiava), o poeta viu
  malograrem as suas ilusões.
 O fim da década de 60 assinalou o início de uma
  crise que atingiu a classe dominante, composta por
  senhores rurais e grupos de exportadores;
 As primeiras indústrias, o encarecimento do escravo
  como mão-de-obra e a utilização de imigrantes nas
  fazendas de café de São Paulo indicavam mudanças
  na ordem econômica;
 Por esta época, começaram a se manifestar as
  primeiras fraturas na até então sólida visão das elites
  dirigentes;
 O nacionalismo ufanista começou a ser questionado.
  Estudantes de Direito, intelectuais da classe média
  urbana, escritores, jornalistas e militares se davam
  conta da existência de uma considerável distância
  entre os interesses escravocratas e monarquistas dos
  proprietários de terras e os interesses do resto da
  população;
 Foi então que a literatura assumiu uma função
  crítica.
 Antônio de Castro Alves superou o extremado
  individualismo dos poetas anteriores, dando ao
  Romantismo um sentido social e revolucionário que
  o aproxima do Realismo;
 O padrão poético já não é Chateaubriand ou Byron,
 mas sim o francês Vitor Hugo, burguês progressista,
 cantor da liberdade e do futuro.
 Obras:    Espumas Flutuantes
  (1870); A cachoeira de Paulo
  Afonso (1876); Os escravos
  (1883); Gonzaga ou A Revolução
  de Minas (drama - 1875);
 Sua obra se abre em duas
  direções:
 Poesia social - causas liberais e
  humanitárias;
 Poesia lírica - natureza e amor
  sensual.
 Obras: Obras poéticas e O Guesa
 Considerado em sua época um escritor extravagante,
  Sousândrade acaba reabilitado pela vanguarda
  paulistana (os concretistas) como um caso de
  "antecipação genial" da livre expressão modernista;
 Criador de uma linguagem dominada pela elipse, por
  orações reduzidas e fusões vocabulares, foge do
  discurso derramado dos românticos.
 Concluímos após a realização deste trabalho que, o
 romantismo significa a diferenciação da nossa com a
 literatura portuguesa, mediante a diferenciação
 temática e de linguagem;
 O romantismo quebrou a estreita de pendência
 lingüística que nos prendia à tradição literária
 portuguesa, pela incorporação de peculiaridades
 vocabulares e sintáticas e por procurar um ponto de
 vista nacional brasileiro;
 Ao mesmo tempo, pelas contradições inerentes ao
 nosso país e pelas profundas diferenças entre o
 império brasileiro e a Europa burguesa, o
 romantismo impregnou-se de contradições que bem
 expressam a situação global de adaptação de uma
 profunda corrente cultural e artística, nascida no
 exterior, às condições do Brasil, país atrasado,
 dependente e preso à órbita da Europa.

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O Romantismo no Brasil: Características e principais autores

  • 1.
  • 2.  O romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX;  O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra;  Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro país e, através dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América;
  • 3.  As características principais deste período são : valorização das emoções, liberdade de criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história.  Este período foi fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela liberdade conquistada na Revolução Francesa;  O objetivo deste trabalho foi uma pesquisa científica sobre o assunto abordado e suas vertentes.
  • 4.  Contribuir para a grandeza da nação através de uma literatura que fosse o espelho do novo mundo e de sua paisagem física e humana, eis o projeto ideológico da primeira geração romântica;  Há um sentimento de missão: revelar todo o Brasil, criando uma literatura autônoma que nos expressasse.
  • 5.  Os valores do Romantismo europeu adequavam-se às exigências ideológicas dos escritores brasileiros, O Romantismo se opunha à arte clássica, e Classicismo aqui significava dominação portuguesa;  O Romantismo voltava-se para a natureza, para o exótico; e aqui havia uma natureza exuberante, etc. Tudo se ajustando para o desenvolvimento de uma literatura ufanista;  O nacionalismo romântico encontrará a sua representação nos seguintes elementos:
  • 6. INDIANISMO:  No "bon sauvage" francês sedimenta-se o modelo de um herói que se deveria se tornar o passado e a tradição de um país desprovido de sagas exemplares;  O nativo - ignorada toda a cultura indígena - converte-se no herói inteiriço, feito à imagem e semelhança de um cavaleiro medieval;  Assume-se a imagem exótica que as metrópoles européias tinham dos trópicos, adaptando-a ao ufanismo;
  • 7.  Acima de tudo, o índio representa, na sua condição de primitivo habitante, o próprio símbolo da nacionalidade;  Além disso, a imagem positiva do indígena fornece às elites o orgulho de uma ascendência nobre, que ajuda na legitimação de seu próprio poder no Brasil posterior à Independência.
  • 8.  Resultado da "consciência eufórica de um país novo", o sertanismo romântico (também discutivelmente chamado de regionalismo) procura afirmar as particularidades e a identidade das regiões e da vida rural, na ânsia de tornar literário todo o Brasil;  Este registro do mundo não-urbano permanece na superfície com uma moldura, já que a intriga romanesca é citadina, ou seja, gira em torno dos esquemas românticos do folhetim;  Além disso, os autores usam sempre a linguagem culta e literária das cidades e não a fala particular da região retratada.
  • 9.  A terra é identificada como pátria. Assim, os fenômenos naturais tornam-se representativos da grandeza do país;  A natureza jovem, vital, exuberante, serve de compensação para a pobreza social ao mesmo tempo que simboliza as potencialidades do Brasil.
  • 10.  Os escritores românticos - José de Alencar, em especial - reivindicam uma língua brasileira;  Em Iracema, o autor tenta criar esta língua através do estilo poético, da utilização de vocábulos indígenas, de um novo ritmo de frase. Mas não são os escritores que criam um idioma;  Continuamos falando e escrevendo o português;  Porém, graças ao esforço de Alencar e outros, começa a se estabelecer uma forma brasileira de escrever a língua portuguesa.
  • 11.  O passo decisivo para a deflagração do movimento é a publicação da revista Niterói, em Paris, 1836, que trazia como epígrafe: "Tudo pelo Brasil e para o Brasil";  A revista, elaborada por intelectuais que estudavam na Europa, propunha a investigação "das letras, artes e ciências brasilienses";  No grupo, destaca-se Gonçalves de Magalhães, que ainda em 1836 lançaria um livro de poemas: Suspiros poéticos e saudades;  Esta obra introduziu o espírito romântico no Brasil.
  • 12.  O projeto de autonomia dos autores românticos não se realizou integralmente;  Todos os princípios "nacionalistas" que defenderam estavam, em maior ou menor grau, comprometidos com uma visão européia de mundo;  Além disso, o nacionalismo era feito de exterioridades, mais paisagem do que substância humana;  Aquele "sentimento íntimo de brasilidade", de que falou Machado de Assis, não existe nas obras do período;
  • 13.  Por fim, o fato de todos os escritores da primeira geração viverem à sombra do poder (foram ministros, secretários, embaixadores, burocratas do alto escalão) comprometeu-os irremediavelmente com a classe dominante;  Fugiram da escravidão e da pobreza, escamotearam a ferocidade das elites e a miséria das ruas, ignoraram a violência que se espalhava pelo cotidiano;  Em troca, celebraram o idílio e a natureza, mitificaram as regiões, teatralizaram o índio, criando assim uma arte conservadora.
  • 14.  Na lírica romântica brasileira, podem ser delimitados, com algum rigor, três momentos que se caracterizam por apresentar temas e visões de mundo diferenciadas;  Estes momentos coincidem com a formação de três gerações;  Cada geração assume uma perspectiva própria, embora todas sejam marcada pelo caráter romântico;  Contudo, os elementos que definem cada uma delas não são exclusivos. Interpenetrando-se de forma bastante acentuada.
  • 15.  A contribuição dos teóricos europeus, o nacionalismo ufanista pós-1822 e as viagens para o exterior de uma jovem intelectualidade - nascendo daí o famoso sentimento do exílio - fornecem o quadro histórico onde aponta a primeira geração romântica;  O apogeu da mesma ocorre entre 1836 e 1851, quando Gonçalves Dias publica Últimos cantos, encerrando o período mais fértil e criativo de sua carreira.
  • 16.  Obras: Suspiros poéticos e saudades (1836); A confederação dos tamoios (1857);  A Gonçalves de Magalhães coube a precedência cronológica na elaboração de versos românticos;  Suspiros poéticos e saudades é a materialização lírica de algumas idéias do autor sobre o Romantismo, encarado como possibilidade de afirmação de uma literatura nacional, na medida em que destruía os artifícios neoclássicos e propunha a valorização da natureza, do índio e de uma religiosidade panteísta.
  • 17.  Obras: Primeiros cantos (1846); Segundos cantos (1848); Sextilhas de frei Antão (1848); Últimos cantos (1851); Os timbiras (1857);  Gonçalves Dias consolidou o Romantismo no Brasil com uma produção poética de boa qualidade;  . Entre os autores do período é o que melhor consegue equilibrar os temas sentimentais, patrióticos e saudosistas com uma linguagem harmoniosa e de relativa simplicidade, fugindo tanto da ênfase declamatória como da vulgaridade;
  • 18.  Pode-se dizer que o seu estilo romântico é temperado por uma certa formação clássica, o que evita os excessos verbais tão comuns aos poetas que lhe foram contemporâneos.
  • 19.  Esta geração surgiu na década de 1850, quando o nacionalismo e o indianismo deixavam de fascinar a juventude e iniciava-se o longo processo de estabilidade do II Império;  Por outro lado, o desenvolvimento urbano, o nascimento de uma vida acadêmica em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife e, até mesmo, uma relativa sofisticação dos estratos médios e superiores da estrutura social brasileira;
  • 20.  Possibilitaram a criação de uma lírica voltada quase que exclusivamente para a confissão e o extravasamento íntimo;  A nova geração foi influenciada pelo inglês Byron e pelo francês Musset, autores ultra-românticos que haviam se tornado os modelos universais de rebeldia moral, de recusa à insipidez da vida cotidiana e de busca de novas formas de sensualidade e de afeto;  De sua imitação, resultou, quase sempre, o pastiche. Até sociedades satânicas, a exemplo das existentes na Europa, foram fundadas;
  • 21.  Os adolescentes que as compunham viviam pretensas orgias e dissipações fantasiosas, que resultavam da leitura e das imaginações pervertidas;  Na verdade, a pobreza do meio e a rigidez patriarcal impediam que este satanismo tivesse qualquer importância no contexto estético e ideológico brasileiro;  Outro fato sempre lembrado desta geração é a dramática coincidência de quase todos os seus integrantes morrerem na faixa dos vinte e poucos anos;
  • 22.  Versos soltos e alguns poemas parecem alimentar a suspeita de que esses jovens cultivavam idéias suicidas;  No entanto, todos eles - à parte o caso mais complexo de Álvares de Azevedo - foram vitimados por doenças então incuráveis e manifestaram grande horror perante a morte;  Não se sustenta, portanto, a idéia de um suicídio coletivo geracional.
  • 23.  Obras: Lira dos vinte anos (poemas - 1853), Noite na taverna (contos - 1855), O conde Lopo (poema - 1886), Macário (poema dramático – 1855);  A obra de Álvares de Azevedo, fortemente autobiográfica, traz a marca da adolescência, mas de uma adolescência tão dilacerada e conflituosa que acaba por representar a experiência mais pungente do Romantismo brasileiro, tanto do ponto de vista pessoal quanto do ponto de vista poético.
  • 24.  Obra: Primaveras (1850);  Subjetivista como Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu substitui as conotações dolorosas que aquele confere à adolescência;  Se, para o autor de Lira dos vinte anos, a mocidade é um processo noturno de vigílias e tensões, se, para ele, "tristes são os destinos deste século", para Casimiro de Abreu a mesma mocidade é "a primavera da vida", processo diurno, sempre associado a namoricos, jardins com bananeiras, borboletas e salões de baile onde se flerta ao som de valsas langorosas.
  • 25.  Obras principais: Noturnas (1861); Vozes da América (1864); Cantos e fantasias (1865); Cantos meridionais (1869); Anchieta ou o Evangelho nas selvas (1875);  O crítico Alfredo Bosi afirma que Fagundes Varela é o epígono* por excelência da poesia romântica;  Isto é, um poeta que segue outros, sem alcançar uma temática e uma expressão próprias.
  • 26.  Obra: Inspirações do claustro (1855);  A poesia de Junqueira Freire é totalmente autobiográfica e talvez seja isso o que mantenha o interesse pela mesma;  Procurando num mosteiro a saída para os seus problemas pessoais (sobretudo uma espécie de atração pela morte que o angustiava), o poeta viu malograrem as suas ilusões.
  • 27.  O fim da década de 60 assinalou o início de uma crise que atingiu a classe dominante, composta por senhores rurais e grupos de exportadores;  As primeiras indústrias, o encarecimento do escravo como mão-de-obra e a utilização de imigrantes nas fazendas de café de São Paulo indicavam mudanças na ordem econômica;  Por esta época, começaram a se manifestar as primeiras fraturas na até então sólida visão das elites dirigentes;
  • 28.  O nacionalismo ufanista começou a ser questionado. Estudantes de Direito, intelectuais da classe média urbana, escritores, jornalistas e militares se davam conta da existência de uma considerável distância entre os interesses escravocratas e monarquistas dos proprietários de terras e os interesses do resto da população;  Foi então que a literatura assumiu uma função crítica.  Antônio de Castro Alves superou o extremado individualismo dos poetas anteriores, dando ao Romantismo um sentido social e revolucionário que o aproxima do Realismo;
  • 29.  O padrão poético já não é Chateaubriand ou Byron, mas sim o francês Vitor Hugo, burguês progressista, cantor da liberdade e do futuro.
  • 30.  Obras: Espumas Flutuantes (1870); A cachoeira de Paulo Afonso (1876); Os escravos (1883); Gonzaga ou A Revolução de Minas (drama - 1875);  Sua obra se abre em duas direções:  Poesia social - causas liberais e humanitárias;  Poesia lírica - natureza e amor sensual.
  • 31.  Obras: Obras poéticas e O Guesa  Considerado em sua época um escritor extravagante, Sousândrade acaba reabilitado pela vanguarda paulistana (os concretistas) como um caso de "antecipação genial" da livre expressão modernista;  Criador de uma linguagem dominada pela elipse, por orações reduzidas e fusões vocabulares, foge do discurso derramado dos românticos.
  • 32.  Concluímos após a realização deste trabalho que, o romantismo significa a diferenciação da nossa com a literatura portuguesa, mediante a diferenciação temática e de linguagem;  O romantismo quebrou a estreita de pendência lingüística que nos prendia à tradição literária portuguesa, pela incorporação de peculiaridades vocabulares e sintáticas e por procurar um ponto de vista nacional brasileiro;
  • 33.  Ao mesmo tempo, pelas contradições inerentes ao nosso país e pelas profundas diferenças entre o império brasileiro e a Europa burguesa, o romantismo impregnou-se de contradições que bem expressam a situação global de adaptação de uma profunda corrente cultural e artística, nascida no exterior, às condições do Brasil, país atrasado, dependente e preso à órbita da Europa.