1. Redemulticêntrica
Município de São Leopoldo
Participantes: Ana Maria Martins, Camila Rodrigues de Oliveira, Érica Kern Lopes,
Kátia F. Borsato da Rocha, Leandro Chagas, Letícia Pereira, Milene Holz Souto e
Tatiane dos Santos Inácio
PLANO DE AÇÃO
São Leopoldo tem uma população em torno de 220.000 habitantes, dividido em
cinco regiões: Centro- Sul- Sudeste, Oeste, Norte, Leste e Nordeste. O município tem
uma rede assistencial em saúde descrita abaixo:
NÍVEL DE REGIÃO SERVIÇO SITUAÇÃO
ATENÇÃO
Norte UBS Campestre / EACS Santa Marta
Básica UBS Parque Mauá / ESF ESF Habilitada
UBS Baum
Nordeste UBS Santos Dumont / ESF
UBS Brás / 2 ESF ESF Habilitadas
UBS Rio dos Sinos / ESF ESF Habilitada
Sul UBS COHAB Duque / ESF
UBS Jardim América
UBS Trensurb / ESF ESF Habilitada
Centro UBS Materno Infantil
Sudeste UBS Rio Branco
UBS São Cristóvão
UBS Santo André / ESF ESF Habilitada
Leste UBS COHAB Feitoria / 2 ESF
Oeste UBS Paim / 2 ESF ESF Habilitadas
UBS Vicentina
Unidade Volante
Centro CAPS II Capilé Habilitado
Especializada - CAPS Infanto-Juvenil Aquarela Habilitado
Média Ambulatório Álcool e outras Drogas Não habilitado como
Complexidade CAPSad
Serviço de Atenção Especializada em
HIV/Aids (SAE)
Centro de Especialidades
2. Vigilância Sanitária
Laboratório Municipal
Farmácia Municipal
SAMU
Centro de Saúde Centro
Norte Centro de Saúde Campina
Centro de Saúde Scharlau
Leste Centro de Saúde Feitoria
Oeste Centro de Saúde Vicentina
Centro Hospital Centenário
Especializada -
Alta Intermunicipal Instituto Fênix em Cidreira Convênio
Complexidade Outros dispositivos para internação Acesso via Central de
(Hospital Psiquiátrico São Pedro, Leitos
Hospital Espírita, Comunidade
Terapêutica Usina da Saúde, entre
outros)
Comunidade Terapêutica Bom Pastor Convênio
Comunidade Terapêutica Fazenda do Convênio
Senhor Jesus
No curso da Redemulticêntrica, o qual concluimos, foram participantes os
seguintes profissionais: Caps i Aquarela (02 psicólogas, 01 educador físico, 01 terapeuta
ocupacional e 01 técnica de enfermagem);
Ambulatório ad (01 psicóloga, 01 terapeuta ocupacional e 01
técnica de enfermagem).
No trabalho final do curso, apresentamos um vídeo realizado pelo Conselho
Federal de Psicologia intitulado “SUS: A solução que a sociedade brasileira construiu.”
– www.drogasecidadania.cfp.org.br onde pudemos relatar a experiência da
apresentação do mesmo na Câmara Municipal de Vereadores da cidade, na abertura
solene da Semana Nacional antidrogas, onde o agente organizador foi o COMEN
(Conselho Municipal de Entorpecentes), sendo o presidente desse órgão de controle
social, um proprietário de uma Comunidade Terapêutica. O Ambulatório álcool e
drogas foi convidado a participar do evento realizando uma fala sobre a temática, ao
qual houve uma rejeição e estranhamento explícito do público frente a perspectiva da
Política de Redução de Danos e inclusive sobre a Política Integral aos usuários de
álcool e outras drogas.
O público presente do evento era praticamente servidores e usuários de
Comunidades Terapêuticas não credenciadas no quadro de convênios do município.
3. Essa situação se deve a cultura ainda instalada no município sobre a questão de
uso de álcool e outras drogas ter como única possibilidade de tratamento a internação.
Tendo em vista que essa “crença” vem contrária a toda Política que o Ministério da
Saúde preconiza.
Com isso, nós servidores do SUS, tentamos de todas as formas desconstruir essa
cultura amarrada em torno da abstinência total e internação como solução das questões
relacionadas ao álcool e outras drogas, principalmente o Crack que vem como o maior
problema de Saúde Pública, esquecendo que o álcool e o tabaco (drogas lícitas), são as
drogas que mais são usadas em nosso município, tendo como referência a pesquisa
realizada no Trabalho de Conclusão de Curso do Pós-Graduação Latu Senso em Saúde
Pública no ano de 2010 pela terapeuta ocupacional do Ambulatório ad. A pesquisa
trabalhou com todos os prontuários abertos e ativos daquele ano.
A partir de todo um esforço coletivo entre as equipes de Saúde Mental, algumas
ações já estão em andamento, afim de mudar essa lógica.
- Realização de grupos de estudo entre os profissionais que atuam diretamente com a
demanda;
- Seminários e estudos nas equipes;
- Participação nas reuinões de rede sócioassistencial, onde são discutidos alguns casos
específicos em conjunto não só com os serviços de saúde, mas como toda a rede
existente no município;
- Participação em espaços de Educação Permanente;
- Grupos de familiares dos adolescentes e grupos terapêuticos para os adolescentes em
conjunto (Caps i + Ambulatório ad) , visando tratar o usuário e seus familiares como um
todo;
- Visitas frequentes aos espaços de internação, ao qual o município tem convênio, para
manter o vínculo com o serviço;
- Visitas Domiciliares para aqueles usuários resistentes ao tratamento;
- Abordagem de rua.
Temos também ações que acreditamos ser imprescindíveis para ter uma rede de
saúde mais qualificada aos seus usuários.
- Participação nas futuras escolhas dos espaços de internação;
- Apoio Matricial pelas Equipes de Saúde Mental às Equipes de Atenção Básica;
4. - Elaboração do Plano de Saúde do Município;
- Apresentação do Plano de Saúde Mental Intersetorial no Conselho Municipal de
Saúde, na Promotoria, nas redes sócio-assistenciais, COMEN, Rede de Enfrentamento à
Violência Contra as Mulheres, CONDEDICA, Conselho de Educação (este que não
liberou o servidor para participar do curso, com a justificativa de a temática não ser de
relevância para a Educação), entre outros serviços;
- Garantir supervisão técnico-institucional;
- Criação de leitos para infância-adolescência no Hospital Geral do município;
- Promover Seminário de Saúde Mental Intersetorial;
- Implantar unidades de Acolhimento;
- Garantir o atendimento Intensivo tanto no Caps i e Ambulatório ad e nos dispositivos
da rede, ocupando os espaços da cidade através do “acompanhamento terapêutico” e
oficinas conjuntas com os profissionais da atenção básica e CRAS e outros setores.
- O Plano de Saúde Mental prevê a substituição gradativa dos convênios das internações
psiquiátricas para desintoxicação em Comunidades Terapêuticas, afim de garantir a
criação de leitos em Hospital Geral e nas Unidades de Acolhimento;
- Inserir uma equipe de Saúde Mental nos Centros de Saúde já existentes.
Sabemos que existe um caminho muito longo a ser percorrido, mas com
aperfeiçoamento/qualificação constante e a conscientização dos gestores do município,
acreditamos numa rede sólida e eficaz em prol da população que usufrui do Sistema
Único de Saúde.