Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
Contra a Banalização
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Saúde
17 • CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Editora: Ana Paula Macedo
anapaula.df@diariosassociados.com.br
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Conselho Federal de Medicina quer restringir venda de lentes de contato. Uso indiscriminado pode causar sérios problemas de saúde
Contra a banalização
ara corrigir problemas
Cadu Gomes/CB/D. A Press
seu uso. Em outros casos, essa
P de visão ou mesmo por
razões estéticas, muita
gente opta por substituir
os tradicionais óculos por lentes
de contato. A ampla oferta facilita
reação pode ser mais forte, che-
gando a impossibilitar o uso.” Ele
conta ainda que, mesmo com
boa adaptação, nem todo mundo
pode utilizá-las. “Pessoas que te-
o uso dos dispositivos, encontra- nham problemas de lubrificação
dos em qualquer ótica ou até pela nos olhos, baixa imunidade ou
internet. Médicos alertam, entre- qualquer outro problema que fa-
tanto, que, mesmo aparente- cilite o desenvolvimento de in-
mente inofensiva, a adoção de fecções devem evitar o seu uso.”
lentes merece cautela. Se usadas Elas são contraindicadas, tam-
de maneira incorreta, elas po- bém, para pessoas que vivem em
dem causar sérios problemas de ambientes com muita poeira e fu-
visão, inclusive cegueira. Por essa maça ou que manipulam produ-
razão, o Conselho Federal de Me- tos químicos. Foi esse o caso do
dicina (CFM) pretende proibir a estudante de farmácia Raysson
comercialização de lentes pela Farias, 21 anos. Ele nunca teve
internet e restringir sua venda em problemas com as lentes até en-
óticas. Pela proposta do CFM, a trar na universidade. No laborató-
venda de lentes poderia ser feita rio em que estudava, alguns pro-
apenas com receita médica, e sua dutos químicos evaporaram e en-
adaptação ao paciente passaria a traram em contato com as lágri-
ser um procedimento exclusivo mas. A combinação resultou em
do oftalmologista. substâncias ácidas, que penetra-
O presidente do Conselho ram atrás da lente, causando for-
Brasileiro de Oftalmologia tes dores no estudante.
(CBO), Paulo Augusto de Arru- O rapaz conta que, a princí-
da, explica que a principal des- pio, não sabia o porquê da rea-
vantagem das lentes de contato ção. “Meu olho começou a arder
em relação aos óculos está no muito e a ficar muito vermelho,
fato de elas dificultarem a oxige- Maria Luci teve problemas de adaptação às lentes e voltou a usar os óculos: “Meus olhos ardiam o tempo todo e ficavam inchados” mesmo sem estarmos trabalhan-
nação dos olhos. “A superfície do com ácidos naquela hora. Foi
dos nosso olhos precisa do oxi- aí que eu descobri que não po-
gênio do ar. Quando colocamos pena passar pelo período de Conscientização 64 anos, sabe bem como a adapta- uma decepção.” Maria Luci de- deria usar mais lentes no labora-
uma barreira entre ela e o am- adaptação e pelos riscos de con- ção às lentes pode ser difícil. Ela sistiu de usá-las com medo de tório”, conta. Depois de limpar
biente, estamos dificultando a trair alguma infecção, antes de O vice-presidente do Conse- possui alto grau de hipermetropia, que algo pior pudesse acontecer os olhos com água, as dores pas-
respiração deles”, explica. Se iniciar o seu uso.” lho Federal de Medicina (CFM), e o uso de óculos é imprescindível. à sua visão. “Preferi assumir o saram. “Por sorte, não aconteceu
não for controlada, com o pas- Para ele, também é preciso Rafael Dias Marques Nogueira, Há cerca de cinco anos, Maria ten- prejuízo financeiro e voltar aos nada grave, mas se eu não tives-
sar do tempo essa dificuldade levar em consideração outros defende a tese da limitação. Para tou trocá-los pelas lentes de conta- velhos óculos, a ter que insistir se percebido rápido, eu poderia
de respiração pode gerar pro- aspectos, como a disponibilida- ele, as pessoas têm de se cons- to. O resultado foi desastroso. mais um pouco com as lentes. ter causado algum dano mais sé-
blemas como perda de transpa- de que o paciente terá para cui- cientizar que utilizar lentes não é “Meus olhos ardiam o tempo todo Comigo realmente não funcio- rio aos meus olhos”, completa
rência da córnea ou desenvolvi- dar das lentes — elas exigem um procedimento banal. “As len- e ficavam inchados e vermelhos. nou”, resume. Raysson, que desde então voltou
mento de infecções. muito mais atenção em relação tes precisam ser adaptadas exclu- Era eu colocar a lente que começa- De acordo como oftalmologis- aos óculos.
Segundo o médico, antes de à limpeza e à higiene que os ócu- sivamente para os olhos que as va a lacrimejar”, conta. “Parecia ta Paulo Augusto de Arruda, exis-
optar pelas lentes de contato é los — e a facilidade de adapta- utilizarão. Quando você as adqui- que eu estava com um imenso cis- tem algumas pessoas que real-
importante observar , com a aju- ção individual. De acordo com re pela internet, elas não têm essa co no olho.” mente não se adaptam a elas. Se- www.correiobraziliense.com.br
da de um oftalmologista, os be- Arruda, é comum receber pa- personalização. Queremos que Ela optou pelas lentes em bus- gundo ele, isso ocorre por uma
nefícios que as lentes trarão. Co- cientes que, por causa do uso as pessoas percebam que com- ca da comodidade, mas o resulta- reação natural do organismo. “Is-
mo todo tratamento, as lentes indevido das lentes, desenvol- prar esse tipo de lente é tão peri- do foi inverso. “Eu as procurei por so é bastante pessoal, tem pes-
oferecem riscos, e é importante veram problemas oculares gra- goso quanto comprar remédio achar que seria mais cômodo do soas que apresentam uma reação Ouça entrevista com o presidente do
avaliar a relação custo-benefí- ves, como úlceras na córnea, sem receita médica”, afirma. que ter que carregar meus óculos leve às lentes, e em poucos dias o Conselho Brasileiro de Oftalmologia,
cio. “É preciso pensar se vale a que podem levar à cegueira. A pedagoga Maria Luci de Lima, para todos os lugares, mas foi organismo já se acostumou com Paulo Augusto de Arruda
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