6. A Humanidade de Cristo
O nascimento virginal.
Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe,
desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito
Santo.
Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la
secretamente.
E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo:
José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está
gerado é do Espírito Santo;
Mateus 1:18-20
E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te
ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Gênesis 3:15
7. Jesus possuía um corpo humano.
E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites,
depois teve fome;
Mateus 4:2
Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu
mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não
tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.
Lucas 24:39
8. Jesus possuía uma mente humana.
E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça
para com Deus e os homens.
Lucas 2:52
Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos
que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.
Marcos 13:32
Isaías 11:2
9. As pessoas próximas de Jesus consideravam-no apenas humano.
E aconteceu que Jesus, concluindo estas parábolas, se retirou dali.
E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que
se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas
maravilhas?
Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e
seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?
E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois,
tudo isto?
Mateus 13:53-56
Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.
João 7:5
10. Foi o mesmo corpo que Jose de Arimateia pediu para
sepultar: “Este foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo
de Jesus. Então Pilatos mandou que o corpo lhe fosse
dado. E Jose, tomando o corpo, envolveu-o num fino e
limpo lençol” (Mt 27.58,59). Quando as mulheres
chegaram ao jardim onde Ele fora sepultado,
“entrando [no sepulcro], não acharam o corpo do
Senhor” (Lc 24.3).
Livro Teologia Sistemática Pentecostal, pág. 121
11. “O trabalho da sua alma ele vera, e ficara satisfeito...” (Is
53.11,12). Neste texto, vemos que não somente o corpo
de Cristo, mas a sua alma e toda a extensão do seu Ser
foram entregues pelos pecados da humanidade.
Durante a sua vida terrena, o Senhor Jesus tinha uma
alma — que e o centro das emoções humanas — ligando
ao seu corpo tanto a parte psíquica como a somática. Por
isso, Ele sentiu pavor e angustia (Mc 14.33), indignação
(Mc 10.14), compaixão (Mt 9.36) e agonia (Lc 22.44),
além de chorar (Jo 11.35) e se perturbar (Jo 12.27).
Livro Teologia Sistemática Pentecostal, pág. 122
12. O espirito de Cristo
Ha na Biblia a expressao “Espirito de Cristo”,
que nao se refere ao espirito humano do Senhor
— diz respeito a um dos nomes do Espirito
Santo. Contudo, ao se fazer Homem, Jesus
passou a ter, evidentemente, um espirito, como
lemos em Lucas 23.46: “E, clamando Jesus com
grande voz, disse: Pai, nas tuas maos entrego o
meu espirito”.
13. A dupla natureza de Cristo
Isto e, Jesus, ao andar na Terra, era verdadeiro Deus e
verdadeiro Homem. O conceito de que Ele era 50% homem e
50% Deus não tem fundamento bíblico. Filho do homem e
Filho de Deus são a mesma pessoa.
Jesus na eternidade estava com Deus e era Deus (Jo I.I). Ao
humanizar-se, não deixou de ser divino, pois atributos
exclusivos da deidade foram manifestos por Ele entre os
homens. Ao abrir mão, voluntariamente, de sua gloria junto ao
Pai, limitou-se, esvaziou-se, aniquilou-se a si mesmo, a fim de
sofrer pela humanidade (Fp 2.6-8). No ventre de Maria, pois,
uniram-se duas naturezas: a divina e a humana. Por amor de
nos, para nos salvar, Deus se fez Homem.
14. Por que era necessário que Jesus fosse
plenamente humano?
• Possibilitar uma obediência representativa.
• Ser um sacrifício substitutivo. (Rm 6.23)
• Ser o único mediador entre Deus e os homens.
• Cumprir o propósito original do homem de dominar a
criação.
• Ser nosso exemplo e padrão na vida.
15. Cristo humanizou-se para aniquilar o que tinha o império da
morte, o Diabo.
O autor de Hebreus mostra isso de maneira sublime e sem igual:
“E, visto que os filhos participam da carne e do sangue, também
ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse
o que tinha o império da morte, isto e, o diabo” (Hb 2.14).
Esse triunfo de Cristo sobre o Inimigo e seu império anulou a
“cédula” que era contra nos (Jo 5.24; Ap 2.11). Por isso, o
apostolo Paulo, inspirado por Deus, afirmou: “Havendo [Cristo]
riscado a cedula que era contra nos nas suas ordenanças, a qual de
alguma maneira nos era contraria, e a tirou do meio de nos,
cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os
expos publicamente e deles triunfou em si mesmo” (Cl 2.14,15).
Livro Teologia Sistemática Pentecostal.
16.
17. Ensinamentos falsos sobre a dupla natureza
de Cristo
Gnósticos.
E provável que o gnosticismo tenha surgido como um
segmento cristão, no Egito, entre o fim do século I e o
inicio do século II. Muitos escritos do gnosticismo do
segundo século foram encontrados, incluindo o
chamado Evangelho Segundo Tome.
18. Os gnósticos formularam três conceitos diferentes:
1) Negavam a realidade do “corpo humano” de Cristo. Ensinavam que Cristo
apareceu na pessoa de Jesus, mas que este nunca foi realmente um ser humano.
Tal “Cristologia” e conhecida por docetismo (gr. dokeo, “aparecer” ou
“parecer”). Para eles, Jesus apenas se parecia com o homem. Toda a sua
existência na terra teria sido uma farsa; Ele teria fingido ser carne e sangue,
visando ao bem dos discípulos.
2) Afirmavam que Cristo tinha um “corpo real”, mas negavam que fosse
material.
3) Ensinavam uma “Cristologia” dualista, pela qual “Cristo” teria entrado em
“Jesus” no batismo e o abandonado pouco antes de sua morte. “Cristo” teria,
por exemplo, usado as cordas vocais de “Jesus” para ensinar os discípulos,
porem nunca foi realmente um ser humano. Afirmava, portanto, que “Jesus” e
“Cristo” eram duas pessoas distintas.