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Universidade Federal de Ouro Preto 
Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas 
Curso de Engenharia Elétrica - Campus João Monlevade 
Processo de montagem de um motor DC 
com excitação independente 
Luiz Antônio Corrêa Júnior 
Marcus Vinicius de Paula 
Romeu Yukio Takeda 
Thiago Lobo Diana 
João Monlevade 
11/04/2013 
Trabalho apresentado ao Prof. Dr. 
Juan Carlos Galvis Manso, na disciplina 
de Máquinas Elétricas I, do curso de 
Engenharia Elétrica da UFOP, como 
requisito para conclusão da referida 
disciplina.
SUMÁRIO 
1. Introdução ............................................................................................................................. 3 
2. Objetivos ................................................................................................................................ 3 
3. Materiais utilizados e orçamento ........................................................................................ 3 
4. Montagem do estator ............................................................................................................ 4 
5. Montagem das bobinas de campo ....................................................................................... 4 
6. Enrolamento da armadura .................................................................................................. 5 
7. Montagem da base do motor ............................................................................................... 5 
8. Posicionamento do conjunto porta-escovas ........................................................................ 6 
9. Conclusões e ensaios realizados no protótipo..................................................................... 7 
10. Referências .......................................................................................................................... 8 
11. Anexos .................................................................................................................................. 8 
2
3 
1. Introdução 
Neste trabalho de montagem de um motor, optou-se por confeccionar uma 
máquina DC de excitação independente com dois pólos. Nesta configuração, as bobinas 
de campo são excitadas de forma separada da armadura, necessitando, deste modo, de 
duas fontes autônomas. Um motor DC é denominado de excitação independente quando 
o circuito de campo é eletricamente independente do circuito da armadura, ou seja, tem-se 
dois circuitos elétricos independentes, que podem ser analisados isoladamente. O 
primeiro circuito, circuito de campo, recebe energia elétrica de uma fonte independente 
para a excitação da máquina, a qual é armazenada na forma de um campo magnético. O 
segundo circuito é formado pelo circuito da armadura ligado a uma segunda fonte de 
energia, em corrente contínua, que alimenta o motor em nível de força [3]. 
Outro aspecto importante é o tipo de enrolamento utilizado na armadura. Neste 
projeto, optou-se pelo enrolamento imbricado. Segundo [1], no enrolamento imbricado 
cada ranhura é ocupada por dois lados de bobina e existem tantas bobinas quantas são as 
ranhuras do estator. Todas as bobinas têm o mesmo formato e tamanho como também o 
mesmo número de espiras (pré-moldadas), resultando num enrolamento perfeitamente 
simétrico. Os dois lados de bobinas são colocados em camadas sobrepostas e separadas 
por um isolante, pois cada lado de bobina pertence a grupos de fases distintos e como 
há uma diferença de potencial relativamente elevada, é necessário uma isolação 
eficiente para diminuir os riscos de curto circuito entre bobinas. 
2. Objetivos 
Este trabalho tem como objetivo apresentar os passos de montagem de um motor 
DC de excitação independente com enrolamento de armadura imbricado. Optou-se pela 
confecção de um motor de corrente-contínua devido à sua simplicidade estrutural e pelo 
fato da disciplina de Máquinas Elétricas I contemplar, em grande parte, a abordagem de 
máquinas DC. 
3. Materiais utilizados e orçamento 
A seguir, serão listados os materiais que foram utilizados na montagem do 
motor, bem como a procedência de todos eles. 
Material Procedência Custo (R$) 
Núcleo de um transformador 
Removido de um aparelho de 
microondas e adquirido em uma 
eletrônica 
5,00 
Fio esmaltado AWG 24 (0,5 
mm2) 
Removido das bobinas do mesmo 
transformador de microondas e 
adquirido em uma eletrônica 
0,00 
Conjunto porta escovas + 
escovas 
Removido de um motor de 
liquidificador 
0,00 
Armadura de um motor Adquirido numa casa de sucatas 0,00 
Dois rolamentos pequenos Adquirido em loja especializada 23,00 
Fita isolante Adquirido em loja especializada 1,20
4 
Bastão de cola quente Adquirido em loja especializada 1,00 
Madeira tipo MDF Resíduo de obras da UFOP 0,00 
Pregos Adquirido em loja especializada 1,50 
Isopor Resíduo de obras da UFOP 0,00 
Duas fontes CC 
Propriedade do Laboratório de 
Eletrônica da UFOP 
0,00 
Junção e desbaste das placas 
do núcleo do transformador 
Realizada em uma empresa de 
soldagem e usinagem 
50,00 
Preço total do projeto 81,70 
Tabela 1: Orçamento dos materiais e serviços prestados para a montagem do projeto. 
4. Montagem do estator 
Primeiramente, foram soldadas as placas do núcleo do transformador, como 
forma de adaptar a estrutura do estator do motor. Este tipo de núcleo é composto por 
chapas laminadas de material ferromagnético em formato de “E”. Após a junção das 
lâminas (como mostra a figura 2), desbastou-se a parte central da estrutura resultante 
para a criação do entreferro, onde será encaixada a armadura. 
Figura 1: Placas laminadas. Figura 2: Estator com o entreferro ao 
5. Montagem das bobinas de campo 
centro. 
O próximo passo, após a montagem do estator, foi a confecção das bobinas de 
campo. Utilizou-se nos enrolamentos, fio de cobre esmaltado retirado do transformador 
de um microondas, conforme mostra a figura 3. Pela geometria do estator, optou-se por 
criar o máximo de bobinas de campo possíveis – neste caso, duas. As bobinas foram 
enroladas num molde de isopor semelhante à sapata polar, devido às dificuldades de se 
fazer o enrolamento na própria estrutura. O número total de espiras dos enrolamentos 
não foi quantificado. A cada camada enrolada, fixavam-se os condutores com fita 
isolante, como mostra a figura 4. Quando adquiriram um volume significativo, os 
enrolamentos foram removidos dos moldes e encaixados nas sapatas polares do estator 
(figura 5). Como se tratam de duas bobinas ligadas em série, teve-se o cuidado de 
enrolá-las no mesmo sentido. Caso este critério não fosse obedecido e o número de 
espiras nas duas bobinas fossem exatamente iguais, o fluxo magnético resultante no 
entreferro seria nulo. A resistência total medida nas bobinas de campo foi de 38,1Ω.
5 
Figura 3: Cobre esmaltado 
para enrolamentos. 
Figura 4: Confecção dos 
enrolamentos de campo. 
6. Enrolamento da armadura 
Figura 5: Circuito magnético 
do estator. 
Para montagem da armadura, utilizou-se o rotor de um motor antigo de pequeno 
porte. Esta estrutura já possuía o anel coletor. Removeu-se o enrolamento que já 
existiam e em seguida foi criado um novo enrolamento do tipo imbricado. O 
enrolamento imbricado consiste em bobinas seqüenciais, conectados em palhetas do 
anel coletor, também em seqüência. Desta maneira, as bobinas estão ligadas em série. 
Como se tem somente 2 pólos extremos, dividiu-se as bobinas em 2 grupos que estão 
ligados em paralelo. No total, foi construído um grupo de 12 bobinas, cada uma com 35 
espiras medindo aproximadamente 2 ohms de resistência. Baseando-se no enrolamento 
imbricado, pode se estimar uma resistência resultante de um pólo a outro (nas escovas) 
em torno de 6 ohms. A figura 6 mostra o início do processo de confecção do 
enrolamento da armadura. 
7. Montagem da base do motor 
Figura 6: Confecção do 
enrolamento da armadura. 
Como forma de facilitar os trabalhos de montagem, optou-se por utilizar madeira 
para confeccionar a base do motor. Primeiramente, fixou-se o estator numa prancha de 
MDF com o auxílio de dois calços de madeira (figura 7). Ambos os calços foram presos
à prancha de MDF com pregos. Para finalizar a fixação, aplicou-se cola quente em todos 
os pontos de junção do metal com a madeira. 
Em seguida, foram prendidas – com auxílio de cola quente – duas pranchas de 
madeira paralelas ao estator e perpendiculares à base. Uma destas pranchas pode ser 
visualizada também na figura 7. A função delas é receber os rolamentos e servir de 
suporte para a armadura. O posicionamento destas “paredes” deve ser feito de tal modo 
que a armadura se alinhe da melhor maneira possível com o entreferro do estator. As 
figuras 8 e 9 mostram, respectivamente, os rolamentos utilizados e a fixação de um 
deles na “parede” confeccionada. A função dos rolamentos é de suavizar a dinâmica do 
motor, facilitando o movimento de rotação e reduzindo as possíveis trepidações. O eixo 
do motor foi inserido sob pressão na cavidade do rolamento e este, por sua vez, fixado 
na madeira com auxílio de cola quente. 
6 
Figura 7: Fixação de um 
dos suportes da armadura. 
Figura 8: Rolamentos. 
8. Posicionamento do conjunto porta-escovas 
Figura 9: Detalhe do 
rolamento fixado no suporte. 
Devido às dificuldades técnicas de se fabricar um conjunto porta-escovas, optou-se 
por adaptar a este motor um conjunto removido de outra máquina. A maior 
dificuldade em construir este conjunto se dá em obter um contato perfeito entre as 
escovas e as palhetas do anel coletor da armadura. Um contato ruim ou mal projetado 
pode resultar em diversos problemas, como centelhamento excessivo, curtos-circuitos 
ou até mesmo impossibilitar que a armadura gire. Devido à reação de armadura, 
diferentes posicionamentos do conjunto porta escovas podem resultar em diferentes 
desempenhos da máquina. Começando os testes de posicionamento de forma que as 
escovas ficassem perpendiculares à base do motor, o conjunto foi rotacionado até que a 
velocidade do rotor atingisse o maior valor possível. Deste modo, o conjunto foi fixado 
de forma inclinada. A figura 10 mostra o posicionamento do conjunto porta-escovas – 
após algumas alterações físicas, onde foram eliminadas algumas partes de plástico – no 
protótipo do motor. A fixação ocorreu também com cola quente.
7 
Figura 10: Posicionamento do 
conjunto porta-escovas. 
9. Conclusões e ensaios realizados no protótipo 
Após efetivada toda a montagem, a próxima etapa consistiu na realização de 
ensaios no protótipo. 
Para dar partida no motor, elevou-se primeiramente a corrente de campo do 
motor e depois a corrente de armadura. 
No momento em que o rotor começa a girar, mede-se uma corrente de 0.45 A no 
circuito de campo e 1.95 A no circuito da armadura. 
A tensão, neste mesmo instante, é de 12 V no circuito de campo e 12 V no 
circuito da armadura. 
Pelas características construtivas da máquina, aconselha-se utilizar como valores 
nominais aqueles listados na tabela a seguir. 
Tensão nominal no estator 14.5 V 
Corrente nominal no estator 0.8 A 
Tensão nominal na armadura 14 V 
Corrente nominal na armadura 2.15 A 
Tabela 2: Valores nominais de placa para o motor 
(ligação com excitação independente). 
Assim como todo motor de corrente contínua, percebeu-se que ao inverter a 
polaridade da tensão aplicada ou na armadura ou no estator, que o sentido de rotação da 
máquina era invertido. 
Percebeu-se também que uma das bobinas de campo aqueceu mais do que a 
outra. Isto pode ser explicado pelo fato do número de espiras dos enrolamentos não 
terem sido quantificadas. Deste modo, o número de espiras nas duas bobinas com 
certeza ficou diferente, o que faz com que as potências dissipadas sejam diferentes nos 
dois enrolamentos. 
A armadura também aqueceu, mais não tanto quanto os enrolamentos de campo. 
Pelo fato do motor ser de pequeno porte, o torque desenvolvido pela máquina 
foi verificado de forma qualitativa tentando frear o seu eixo com as mãos. Percebeu-se
que sua velocidade diminuía após a aplicação de uma força razoavelmente pequena, o 
que nos leva a concluir que o torque desenvolvido pelo motor não é muito significativo. 
Em contrapartida, a velocidade de rotação atingida foi bastante expressiva. A 
8 
figura 11 mostra a versão final do projeto do motor CC. 
10. Referências 
Figura 11: Projeto final do 
motor CC 
[1] CASSOLI. Manutenção Elétrica Industrial - Enrolamentos para motores CA. 
CEFET - Vitória. 2006. 
[2] FITZGERALD, A. E.; UMANS, S. D.; KINGSLEY JR., C. “Máquinas Elétricas”. 
Editora Bookman Companhia, 6ª edição, 2006. 
[3] PAZZINI, L. H. A. Motores Elétricos - Princípios de Funcionamento. Faculdades 
Integradas de São Paulo. 2002. 
[4] SEN, P.C. Principles of Electric Machines and Power Electronics. Second Edition, 
John Wiley. 
11. Anexos 
O funcionamento do projeto do motor pode ser conferido através de um vídeo 
no portal YOUTUBE, no link: http://www.youtube.com/watch?v=yJ8xUQdlFzE

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  • 1. Universidade Federal de Ouro Preto Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas Curso de Engenharia Elétrica - Campus João Monlevade Processo de montagem de um motor DC com excitação independente Luiz Antônio Corrêa Júnior Marcus Vinicius de Paula Romeu Yukio Takeda Thiago Lobo Diana João Monlevade 11/04/2013 Trabalho apresentado ao Prof. Dr. Juan Carlos Galvis Manso, na disciplina de Máquinas Elétricas I, do curso de Engenharia Elétrica da UFOP, como requisito para conclusão da referida disciplina.
  • 2. SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................................. 3 2. Objetivos ................................................................................................................................ 3 3. Materiais utilizados e orçamento ........................................................................................ 3 4. Montagem do estator ............................................................................................................ 4 5. Montagem das bobinas de campo ....................................................................................... 4 6. Enrolamento da armadura .................................................................................................. 5 7. Montagem da base do motor ............................................................................................... 5 8. Posicionamento do conjunto porta-escovas ........................................................................ 6 9. Conclusões e ensaios realizados no protótipo..................................................................... 7 10. Referências .......................................................................................................................... 8 11. Anexos .................................................................................................................................. 8 2
  • 3. 3 1. Introdução Neste trabalho de montagem de um motor, optou-se por confeccionar uma máquina DC de excitação independente com dois pólos. Nesta configuração, as bobinas de campo são excitadas de forma separada da armadura, necessitando, deste modo, de duas fontes autônomas. Um motor DC é denominado de excitação independente quando o circuito de campo é eletricamente independente do circuito da armadura, ou seja, tem-se dois circuitos elétricos independentes, que podem ser analisados isoladamente. O primeiro circuito, circuito de campo, recebe energia elétrica de uma fonte independente para a excitação da máquina, a qual é armazenada na forma de um campo magnético. O segundo circuito é formado pelo circuito da armadura ligado a uma segunda fonte de energia, em corrente contínua, que alimenta o motor em nível de força [3]. Outro aspecto importante é o tipo de enrolamento utilizado na armadura. Neste projeto, optou-se pelo enrolamento imbricado. Segundo [1], no enrolamento imbricado cada ranhura é ocupada por dois lados de bobina e existem tantas bobinas quantas são as ranhuras do estator. Todas as bobinas têm o mesmo formato e tamanho como também o mesmo número de espiras (pré-moldadas), resultando num enrolamento perfeitamente simétrico. Os dois lados de bobinas são colocados em camadas sobrepostas e separadas por um isolante, pois cada lado de bobina pertence a grupos de fases distintos e como há uma diferença de potencial relativamente elevada, é necessário uma isolação eficiente para diminuir os riscos de curto circuito entre bobinas. 2. Objetivos Este trabalho tem como objetivo apresentar os passos de montagem de um motor DC de excitação independente com enrolamento de armadura imbricado. Optou-se pela confecção de um motor de corrente-contínua devido à sua simplicidade estrutural e pelo fato da disciplina de Máquinas Elétricas I contemplar, em grande parte, a abordagem de máquinas DC. 3. Materiais utilizados e orçamento A seguir, serão listados os materiais que foram utilizados na montagem do motor, bem como a procedência de todos eles. Material Procedência Custo (R$) Núcleo de um transformador Removido de um aparelho de microondas e adquirido em uma eletrônica 5,00 Fio esmaltado AWG 24 (0,5 mm2) Removido das bobinas do mesmo transformador de microondas e adquirido em uma eletrônica 0,00 Conjunto porta escovas + escovas Removido de um motor de liquidificador 0,00 Armadura de um motor Adquirido numa casa de sucatas 0,00 Dois rolamentos pequenos Adquirido em loja especializada 23,00 Fita isolante Adquirido em loja especializada 1,20
  • 4. 4 Bastão de cola quente Adquirido em loja especializada 1,00 Madeira tipo MDF Resíduo de obras da UFOP 0,00 Pregos Adquirido em loja especializada 1,50 Isopor Resíduo de obras da UFOP 0,00 Duas fontes CC Propriedade do Laboratório de Eletrônica da UFOP 0,00 Junção e desbaste das placas do núcleo do transformador Realizada em uma empresa de soldagem e usinagem 50,00 Preço total do projeto 81,70 Tabela 1: Orçamento dos materiais e serviços prestados para a montagem do projeto. 4. Montagem do estator Primeiramente, foram soldadas as placas do núcleo do transformador, como forma de adaptar a estrutura do estator do motor. Este tipo de núcleo é composto por chapas laminadas de material ferromagnético em formato de “E”. Após a junção das lâminas (como mostra a figura 2), desbastou-se a parte central da estrutura resultante para a criação do entreferro, onde será encaixada a armadura. Figura 1: Placas laminadas. Figura 2: Estator com o entreferro ao 5. Montagem das bobinas de campo centro. O próximo passo, após a montagem do estator, foi a confecção das bobinas de campo. Utilizou-se nos enrolamentos, fio de cobre esmaltado retirado do transformador de um microondas, conforme mostra a figura 3. Pela geometria do estator, optou-se por criar o máximo de bobinas de campo possíveis – neste caso, duas. As bobinas foram enroladas num molde de isopor semelhante à sapata polar, devido às dificuldades de se fazer o enrolamento na própria estrutura. O número total de espiras dos enrolamentos não foi quantificado. A cada camada enrolada, fixavam-se os condutores com fita isolante, como mostra a figura 4. Quando adquiriram um volume significativo, os enrolamentos foram removidos dos moldes e encaixados nas sapatas polares do estator (figura 5). Como se tratam de duas bobinas ligadas em série, teve-se o cuidado de enrolá-las no mesmo sentido. Caso este critério não fosse obedecido e o número de espiras nas duas bobinas fossem exatamente iguais, o fluxo magnético resultante no entreferro seria nulo. A resistência total medida nas bobinas de campo foi de 38,1Ω.
  • 5. 5 Figura 3: Cobre esmaltado para enrolamentos. Figura 4: Confecção dos enrolamentos de campo. 6. Enrolamento da armadura Figura 5: Circuito magnético do estator. Para montagem da armadura, utilizou-se o rotor de um motor antigo de pequeno porte. Esta estrutura já possuía o anel coletor. Removeu-se o enrolamento que já existiam e em seguida foi criado um novo enrolamento do tipo imbricado. O enrolamento imbricado consiste em bobinas seqüenciais, conectados em palhetas do anel coletor, também em seqüência. Desta maneira, as bobinas estão ligadas em série. Como se tem somente 2 pólos extremos, dividiu-se as bobinas em 2 grupos que estão ligados em paralelo. No total, foi construído um grupo de 12 bobinas, cada uma com 35 espiras medindo aproximadamente 2 ohms de resistência. Baseando-se no enrolamento imbricado, pode se estimar uma resistência resultante de um pólo a outro (nas escovas) em torno de 6 ohms. A figura 6 mostra o início do processo de confecção do enrolamento da armadura. 7. Montagem da base do motor Figura 6: Confecção do enrolamento da armadura. Como forma de facilitar os trabalhos de montagem, optou-se por utilizar madeira para confeccionar a base do motor. Primeiramente, fixou-se o estator numa prancha de MDF com o auxílio de dois calços de madeira (figura 7). Ambos os calços foram presos
  • 6. à prancha de MDF com pregos. Para finalizar a fixação, aplicou-se cola quente em todos os pontos de junção do metal com a madeira. Em seguida, foram prendidas – com auxílio de cola quente – duas pranchas de madeira paralelas ao estator e perpendiculares à base. Uma destas pranchas pode ser visualizada também na figura 7. A função delas é receber os rolamentos e servir de suporte para a armadura. O posicionamento destas “paredes” deve ser feito de tal modo que a armadura se alinhe da melhor maneira possível com o entreferro do estator. As figuras 8 e 9 mostram, respectivamente, os rolamentos utilizados e a fixação de um deles na “parede” confeccionada. A função dos rolamentos é de suavizar a dinâmica do motor, facilitando o movimento de rotação e reduzindo as possíveis trepidações. O eixo do motor foi inserido sob pressão na cavidade do rolamento e este, por sua vez, fixado na madeira com auxílio de cola quente. 6 Figura 7: Fixação de um dos suportes da armadura. Figura 8: Rolamentos. 8. Posicionamento do conjunto porta-escovas Figura 9: Detalhe do rolamento fixado no suporte. Devido às dificuldades técnicas de se fabricar um conjunto porta-escovas, optou-se por adaptar a este motor um conjunto removido de outra máquina. A maior dificuldade em construir este conjunto se dá em obter um contato perfeito entre as escovas e as palhetas do anel coletor da armadura. Um contato ruim ou mal projetado pode resultar em diversos problemas, como centelhamento excessivo, curtos-circuitos ou até mesmo impossibilitar que a armadura gire. Devido à reação de armadura, diferentes posicionamentos do conjunto porta escovas podem resultar em diferentes desempenhos da máquina. Começando os testes de posicionamento de forma que as escovas ficassem perpendiculares à base do motor, o conjunto foi rotacionado até que a velocidade do rotor atingisse o maior valor possível. Deste modo, o conjunto foi fixado de forma inclinada. A figura 10 mostra o posicionamento do conjunto porta-escovas – após algumas alterações físicas, onde foram eliminadas algumas partes de plástico – no protótipo do motor. A fixação ocorreu também com cola quente.
  • 7. 7 Figura 10: Posicionamento do conjunto porta-escovas. 9. Conclusões e ensaios realizados no protótipo Após efetivada toda a montagem, a próxima etapa consistiu na realização de ensaios no protótipo. Para dar partida no motor, elevou-se primeiramente a corrente de campo do motor e depois a corrente de armadura. No momento em que o rotor começa a girar, mede-se uma corrente de 0.45 A no circuito de campo e 1.95 A no circuito da armadura. A tensão, neste mesmo instante, é de 12 V no circuito de campo e 12 V no circuito da armadura. Pelas características construtivas da máquina, aconselha-se utilizar como valores nominais aqueles listados na tabela a seguir. Tensão nominal no estator 14.5 V Corrente nominal no estator 0.8 A Tensão nominal na armadura 14 V Corrente nominal na armadura 2.15 A Tabela 2: Valores nominais de placa para o motor (ligação com excitação independente). Assim como todo motor de corrente contínua, percebeu-se que ao inverter a polaridade da tensão aplicada ou na armadura ou no estator, que o sentido de rotação da máquina era invertido. Percebeu-se também que uma das bobinas de campo aqueceu mais do que a outra. Isto pode ser explicado pelo fato do número de espiras dos enrolamentos não terem sido quantificadas. Deste modo, o número de espiras nas duas bobinas com certeza ficou diferente, o que faz com que as potências dissipadas sejam diferentes nos dois enrolamentos. A armadura também aqueceu, mais não tanto quanto os enrolamentos de campo. Pelo fato do motor ser de pequeno porte, o torque desenvolvido pela máquina foi verificado de forma qualitativa tentando frear o seu eixo com as mãos. Percebeu-se
  • 8. que sua velocidade diminuía após a aplicação de uma força razoavelmente pequena, o que nos leva a concluir que o torque desenvolvido pelo motor não é muito significativo. Em contrapartida, a velocidade de rotação atingida foi bastante expressiva. A 8 figura 11 mostra a versão final do projeto do motor CC. 10. Referências Figura 11: Projeto final do motor CC [1] CASSOLI. Manutenção Elétrica Industrial - Enrolamentos para motores CA. CEFET - Vitória. 2006. [2] FITZGERALD, A. E.; UMANS, S. D.; KINGSLEY JR., C. “Máquinas Elétricas”. Editora Bookman Companhia, 6ª edição, 2006. [3] PAZZINI, L. H. A. Motores Elétricos - Princípios de Funcionamento. Faculdades Integradas de São Paulo. 2002. [4] SEN, P.C. Principles of Electric Machines and Power Electronics. Second Edition, John Wiley. 11. Anexos O funcionamento do projeto do motor pode ser conferido através de um vídeo no portal YOUTUBE, no link: http://www.youtube.com/watch?v=yJ8xUQdlFzE