Este documento discute a teologia pastoral e o discernimento teológico-pastoral. Apresenta os fundamentos da teologia pastoral como sendo a vida da comunidade cristã e a ação eclesial sob uma perspectiva de fé. Descreve o discernimento como tendo três momentos: análise e avaliação da situação a partir da fé, decisão e projeção com critérios concretos, e execução e verificação de um projeto voltado para a realidade.
3. Pressupostos Renovação das Comunidades Cristãs: Projectualidade Mentalidade práticas Discernimento Espiritualidade Metodologia Trabalho projectivo metodológico
4. Dificuldades Utopia tradicionalista o futuro verga-se ao passado Utopia futurista apenas a invenção continuada poderá dar esperança ao futuro Ambas carregadas de ideologia, com preconceitos de objectividade
7. O objecto material da Teologia Pastoral[O quê?]: A vida (pastoral) da comunidade Cristã O objecto formal da Teologia Pastoral[Que perspectiva?]: A acção eclesial, aqui e agora, na sua actuação e projectualidade, sob um horizonte hermenêutico da fé Fundamentos
8. Lei da Encarnação: Reciprocidade dialéctica assimétrica entre referência normativa (a fé) e o aspecto contextual (antropológico, sócio-cultural), segundo a lei da encarnação. Assimétrica vinca a ideia de que deve predominar a perspectiva da fé. A reflexão teológico-pastoral é uma reflexão no âmbitoda fé, dialogando com as ciências sociais, mas não são as ciências sociais que devem marcar a reflexão, porque esta é teológica. Fundamentos
9. Na categoria da Encarnação (evento Jesus Cristo) encontramos: Princípio epistemológico Critério de acção O princípio de encarnação é uma estrutura constante, que une o divino e o humano e assinala de modo único a acção pastoral Fundamentos
11. Dimensão kairológica Esta dimensão exige pensar a acção da Igreja numa relação constante com a situação. Tal relação acontece num horizonte especificamente teológico (kairós). Dimensão criteriológica Os critérios são fundamentais e constituem o centro nevrálgico de todo o processo metodológico, pois estabelecem o coeficiente normativo do agir Dimensão operativa A dimensão operativa confronta-nos com a situação para mudá-la, melhorá-la, mas não se pode cair na utopia. Referências constitutivas
12. «Discernimento» não é um momento, mas sim uma qualidade específica. As dimensões (kairológica, criteriológica e operativa) estão presentes e articulam-se nestas três fases. Três momentos: Análise e avaliação Decisão e projecção Actuação e verificação Discernimento Teológico-Pastoral
13. Análise e avaliação da situação a partir da perspectiva da fé. Não se olha a realidade de forma ‘neutra’, mas de um ponto de vista específico que é o da fé (predomina a dimensão kairológica). Decisão e projecção com uma perspectiva concreta (predomina a dimensão criteriológica). Determina um objectivo concreto. Execução e verificação.Aprojectualidade é um projecto, voltada para a realidade concreta (predomina a dimensão operativa). O projecto deve ser concebido para ser executável, eficaz e, portanto, ser real. Três momentos:
16. Teologia do discernimento O discernimento originário e fundamental exprime a dinâmica própria do acto de fé: é uma leitura cristológica da realidade, sob o influxo do Espírito Santo «Sabedoria da Cruz» Acto teologal, para se exercitar na leitura dos sinais dos tempos.
17. Teologia do discernimento Exercita-se na acção e na compreensão, sem redundar em mera aplicação de princípios Procura, por etapas, o crescimento na comunhão eclesial e na renovação eclesial
18. Quadro de referência A eclesiologia de comunhão Não há «navegadores solitários» O discernimento faz-se no quadro comunitário de referência
19. Quadro de referência Implica a conversão: transformação interior e postura contemplativa. Discernir implica: Humildade Paciência Sabedoria Caridade Testemunho
20. Quadro de referência É um acto de Tradição Num quadro antropológico e cultural concreto Postula atitudes de serviço e responsabilidade Mas, sobretudo, gradualidade
21. Quadro de referência Participação de todos os participantes Competências de perdão, diálogo, escuta Sob o signo da projectualidade é possível fazer advir uma época (esperá-la) na qual a mentalidade pastoral seja a mais adequada
Os elementos de insatisfação que emergiram na primeira fase (momento subjectivo) solicitam a determinação dos objectivos, metas e imperativos aptos a melhorar a praxis (momento normativo), obtida mediante uma atitude crítica rigorosa (momento criteriológico). A elaboração dos critérios é, assim, fruto do diálogo entre as ciências humanas e o património da fé, sem subordinação e paralelismo. A dimensão criteriológica, como as outras, tem uma presença contínua no itinerário metodológico, mas não constante, no sentido de não ser sempre com a mesma evidência, como na fase da decisão e projectação.