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Pensamento comunicacional
 canadense: as contribuições
 de Innis e McLuhan
Beatriz Cavalcante
Isis Cavalcante
Lívia Priscilla
Monique Targino
Como devem ser estudados Innis e
McLuhan
• Innis e Mc Luhan são apontados com os mais significativos
  nomes do pensamento comunicacional canadense, apesar das
  diferenças são estudados em conjunto.

• Innis influenciou grandes pensadores como James Carey,
  Joshua Meyrowitz e Ian Angus. Economista, historiador,
  acadêmico, mas também intelectual e político atento às
  relações internacionais.

• McLuhan foi um intelectual midiático, ele utiliza-se da tese que
  ele chamou de "meio frio" A rigor, são recursos retóricos para a
  captação da atenção, que atribui ao apelo participativo dos
  meios frios, à medida que exigem uma reação do receptor,
  uma contrapartida para dar sentido à mensagem, gerando um
  esforço e atitude participativa, que prende o receptor à
  mensagem.
Características da escola
• A escola dá extrema importância aos meios de
  comunicação. Esse foco nos permite ressignificar
  à abordagem interdisciplinar desses autores e
  diferenciá-la de uma visão holística.
Significado de programa de pesquisa
• Segundo Imre Lakatos, um programa de pesquisa é constituído por
  uma constelação de problemas e teorias, que não devem ser
  analisados de forma isolada, mas como séries ou conjuntos
  estruturados. Ele não nasce pronto e acabado, sua gênese comporta
  (...) falhas que deverão ser tratadas através da criação de teorias ou
  de hipóteses. Estas têm valores diferenciados, pois algumas
  constituem o núcleo duro, o qual não pode ser atacado sem colocar
  em risco o programa de pesquisa, e um anel protetor,
  correspondendo a aquelas teorias – denominadas como hipóteses
  secundárias –, que, ao contrário, podem ser criticadas e revistas sem
  colocar em risco o programa de pesquisa (Lakatos,1994: 64)

• A Escola de Toronto pode ser entendida como uma série de autores
  trabalhando no sentido de aperfeiçoar, desdobrar e tornar mais
  consistentes os princípios epistêmicos em torno dos quais giram as
  diferentes teorias, os diferentes autores.
Núcleo duro por Innis
• A construção de um saber comunicacional autônomo não
  foi uma questão para Innis como ainda não é para a
  maioria dos autores canadenses. A própria área de
  comunicação só se organizaria mais tarde.

• Dessa forma, a contribuição de Innis deve ser buscada
  não exatamente no plano do texto, mas em princípios que
  se encontram no plano do projeto. E assim também para
  McLuhan, cujo texto, como comentamos acima, é
  permeado       de    argumentações   inapropriadas    a
  interdisciplinaridade, bem como a abordagem crítica ou
  humanista não podem ser entendidas como o núcleo duro
  do projeto comunicacional innisiano.
Três palavras-chave e três teses: a obra
comunicacional de Innis
• Em seus trabalhos, Harold Innis analisa o
  tamanho do Canadá, sua industrialização e
  situação geopolítica.

• Ele estuda também a dependência político-
  econômica do desenvolvimento de economias
  locais em relação a economias centrais.

• Seu ponto de partida é a dependência político-
  territorial em relação à expansão da rede de
  transportes e de comunicação.
Três palavras-chave e três teses: a obra
comunicacional de Innis
• "Se tivéssemos que atribuir três palavras-chave
  para sintetizar esse projeto, provavelmente
  seriam: impérios, meios de comunicação,
  monopólio do conhecimento." (MARTINO, p. 130)

• Essa dependência do plano econômico - mas
  também do político, do histórico etc - aos meios de
  comunicação pode ser expressa por, pelo menos,
  cinco modos:
a) Determinismo Tecnológico
- Entende a ação dos meios sobre a sociedade como uma relação causal.
- Se confunde com um materialismo, já que Innis não faz distinção entre suporte material e meio de
comunicação propriamente dito.
- O primeiro está restrito à ordem material. Já o meio de comunicação articula a ordem material com a ordem
simbólica.

b) Análise Dialética
- A análise dialética escapa do determinismo tecnológico.
- Ela elimina o fator unidirecional da análise causal.
- Consiste em eliminar a tensão entre os planos, conciliando-os numa totalidade dinâmica.

c) Correlação Funcional
- “Isto em função daquilo"
- Em vez de causalidade, existe uma interdependência, sem subordinação entre as instâncias.
- Trata-se apenas de compreender algo através de outro fator, o que pressupõe a unidade de ambos

d) Análise Estrutural
-É uma radicalização do funcionalismo
-"Aplicado ao nosso caso poderia ser entendido como os reflexos da estrutura global presentes na arquitetura
do sistema comunicacional, que podem ser transpostos para as dimensões econômica, política, histórica,
enfim, para a organização social em todas as suas dimensões" (MARINO, p. 133)

e) Centralidade
-Consiste em eleger um fator, que passa a ser central, dentro de uma dada problemática
-Salienta a decisão de uma escolha metodológica ou epistemológica, ao mesmo tempo que introduz um
princípio de interpretação para a totalidade
Três palavras-chave e três teses: a obra
comunicacional de Innis
• Não existe relação de subordinação entre esses
  elementos.

• A vantagem dessa interpretação é produzir teses
  fortes sem impor qualquer tipo de determinismo,
  permitindo que o pesquisador lide com um
  grande número de fatores.

• Seria inapropriado escolher uma delas como a
  verdadeira ou mais fiel à obra de Innis.
Três palavras-chave e três teses: a obra
comunicacional de Innis
• Porém, Martino afirma que não é possível deixar
  de ter um posicionamento. O que o pesquisador
  escolheu foi o da centralidade.

• "Assim, adotamos a proposição da centralidade
  dos meios como a tese central do programa
  comunicacional de Innis, de modo que os meios
  de comunicação passam a constituir uma chave
  de interpretação para a organização social."
  (MARTINO, p. 135)
Os ataques às hipóteses secundárias
• Características do trabalho de Innis: amplo, polêmico,
  difícil e com interface com muitos domínios de
  conhecimento;

• Ausência de base epistemológica e de sistematização
  do pensamento;

• Críticas de Vere Gordon Childe:
a) Insuficiência de reflexão sobre a significação teórica;
b) Inconsistência teórica;
c) Falta de clareza;
d) Não correspondência com os fatos.
Os ataques às hipóteses secundárias
• Ponto essencial do núcleo duro do programa
  comunicacional innisiano com base nas
  proposições retidas e destacadas por Childe:
a) Ação técnica nos processos de comunicação;
b) Centralidade dos meios de comunicação para
entender a organização social.

• Quadro conjuntural de Innis e de McLuhan
  segundo Gäetan Tremblay;
Os ataques às hipóteses secundárias
• Obras paradoxais e exuberantes no campo
  comunicacional;

• Enfatizam e desenvolvem abordagens nas quais
  os meios de comunicação assumem um papel
  central;

• As perspectivas abertas por Innis e McLuhan
  inauguram e fundamentam um saber comunicacional
  stricto sensu.
O programa de pesquisa de Innis
e McLuhan
• Childe e Innis: destacaram a importância dos meios
  de comunicação, a partir de uma análise histórica.

• Para Innis, eram os meios de comunicação que estavam
  por detrás de grandes transformações na História, da
  organização das civilizações e das próprias relações
  humanas.

• Innis como pioneiro dos estudos da comunicação: seu
  estudo da comunicação não se tratou de algo isolado,
  restrito a um único meio. Ele realizou um projeto de
  pesquisa sobre o conjunto dos meios de comunicação
  (escrita, jornais, telégrafo, rádio e TV).
O programa de pesquisa de Innis
e McLuhan
• Teorização dos meios de comunicação: a tese da
  centralidade midiática introduz um objeto de estudo
  que permite à comunicação ser reconhecida em sua
  autonomia, de modo que pode se desenvolver como
  uma disciplina das ciências sociais.

• 1948: Entrada da TV na vida canadense, significando
  uma invasão da cultura comercial estadounidense.
  Innis foi um dos primeiros a entender a extensão do
  império americano por meio da cultura midiatizada.
O programa de pesquisa de Innis
e McLuhan
• McLuhan: dificuldade de definir o objeto de estudo da comunicação.
  Gerações de estudiosos da comunicação não conseguiram perceber
  a diferença entre a forma (sistema midiático) e o conteúdo (fluxo das
  mensagens) da atualidade midiática.

• Ideias de McLuhan: cultural oral recuperada pelos meios eletrônicos,
  aldeia global (McLuhan x Dominique Wolton), os meios de
  comunicação são extensões do corpo e “o meio é a mensagem”.

• Distinção de meio e mensagem, bias dos meios de comunicação
  (tempo x espaço) e a compreensão dos meios como extensões, e
  não apenas como materialidade constituem a formação do núcleo
  central da fundamentação da comunicação como domínio de
  conhecimento.
Questionamentos feitos por
Luiz Martino
• Que critério poderia dizer o que é e o que não é
  comunicação, ou que tradições compõem ou não
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A Escola Canadiana: Innis e McLuhan

  • 1. Pensamento comunicacional canadense: as contribuições de Innis e McLuhan Beatriz Cavalcante Isis Cavalcante Lívia Priscilla Monique Targino
  • 2. Como devem ser estudados Innis e McLuhan • Innis e Mc Luhan são apontados com os mais significativos nomes do pensamento comunicacional canadense, apesar das diferenças são estudados em conjunto. • Innis influenciou grandes pensadores como James Carey, Joshua Meyrowitz e Ian Angus. Economista, historiador, acadêmico, mas também intelectual e político atento às relações internacionais. • McLuhan foi um intelectual midiático, ele utiliza-se da tese que ele chamou de "meio frio" A rigor, são recursos retóricos para a captação da atenção, que atribui ao apelo participativo dos meios frios, à medida que exigem uma reação do receptor, uma contrapartida para dar sentido à mensagem, gerando um esforço e atitude participativa, que prende o receptor à mensagem.
  • 3. Características da escola • A escola dá extrema importância aos meios de comunicação. Esse foco nos permite ressignificar à abordagem interdisciplinar desses autores e diferenciá-la de uma visão holística.
  • 4. Significado de programa de pesquisa • Segundo Imre Lakatos, um programa de pesquisa é constituído por uma constelação de problemas e teorias, que não devem ser analisados de forma isolada, mas como séries ou conjuntos estruturados. Ele não nasce pronto e acabado, sua gênese comporta (...) falhas que deverão ser tratadas através da criação de teorias ou de hipóteses. Estas têm valores diferenciados, pois algumas constituem o núcleo duro, o qual não pode ser atacado sem colocar em risco o programa de pesquisa, e um anel protetor, correspondendo a aquelas teorias – denominadas como hipóteses secundárias –, que, ao contrário, podem ser criticadas e revistas sem colocar em risco o programa de pesquisa (Lakatos,1994: 64) • A Escola de Toronto pode ser entendida como uma série de autores trabalhando no sentido de aperfeiçoar, desdobrar e tornar mais consistentes os princípios epistêmicos em torno dos quais giram as diferentes teorias, os diferentes autores.
  • 5. Núcleo duro por Innis • A construção de um saber comunicacional autônomo não foi uma questão para Innis como ainda não é para a maioria dos autores canadenses. A própria área de comunicação só se organizaria mais tarde. • Dessa forma, a contribuição de Innis deve ser buscada não exatamente no plano do texto, mas em princípios que se encontram no plano do projeto. E assim também para McLuhan, cujo texto, como comentamos acima, é permeado de argumentações inapropriadas a interdisciplinaridade, bem como a abordagem crítica ou humanista não podem ser entendidas como o núcleo duro do projeto comunicacional innisiano.
  • 6. Três palavras-chave e três teses: a obra comunicacional de Innis • Em seus trabalhos, Harold Innis analisa o tamanho do Canadá, sua industrialização e situação geopolítica. • Ele estuda também a dependência político- econômica do desenvolvimento de economias locais em relação a economias centrais. • Seu ponto de partida é a dependência político- territorial em relação à expansão da rede de transportes e de comunicação.
  • 7. Três palavras-chave e três teses: a obra comunicacional de Innis • "Se tivéssemos que atribuir três palavras-chave para sintetizar esse projeto, provavelmente seriam: impérios, meios de comunicação, monopólio do conhecimento." (MARTINO, p. 130) • Essa dependência do plano econômico - mas também do político, do histórico etc - aos meios de comunicação pode ser expressa por, pelo menos, cinco modos:
  • 8. a) Determinismo Tecnológico - Entende a ação dos meios sobre a sociedade como uma relação causal. - Se confunde com um materialismo, já que Innis não faz distinção entre suporte material e meio de comunicação propriamente dito. - O primeiro está restrito à ordem material. Já o meio de comunicação articula a ordem material com a ordem simbólica. b) Análise Dialética - A análise dialética escapa do determinismo tecnológico. - Ela elimina o fator unidirecional da análise causal. - Consiste em eliminar a tensão entre os planos, conciliando-os numa totalidade dinâmica. c) Correlação Funcional - “Isto em função daquilo" - Em vez de causalidade, existe uma interdependência, sem subordinação entre as instâncias. - Trata-se apenas de compreender algo através de outro fator, o que pressupõe a unidade de ambos d) Análise Estrutural -É uma radicalização do funcionalismo -"Aplicado ao nosso caso poderia ser entendido como os reflexos da estrutura global presentes na arquitetura do sistema comunicacional, que podem ser transpostos para as dimensões econômica, política, histórica, enfim, para a organização social em todas as suas dimensões" (MARINO, p. 133) e) Centralidade -Consiste em eleger um fator, que passa a ser central, dentro de uma dada problemática -Salienta a decisão de uma escolha metodológica ou epistemológica, ao mesmo tempo que introduz um princípio de interpretação para a totalidade
  • 9. Três palavras-chave e três teses: a obra comunicacional de Innis • Não existe relação de subordinação entre esses elementos. • A vantagem dessa interpretação é produzir teses fortes sem impor qualquer tipo de determinismo, permitindo que o pesquisador lide com um grande número de fatores. • Seria inapropriado escolher uma delas como a verdadeira ou mais fiel à obra de Innis.
  • 10. Três palavras-chave e três teses: a obra comunicacional de Innis • Porém, Martino afirma que não é possível deixar de ter um posicionamento. O que o pesquisador escolheu foi o da centralidade. • "Assim, adotamos a proposição da centralidade dos meios como a tese central do programa comunicacional de Innis, de modo que os meios de comunicação passam a constituir uma chave de interpretação para a organização social." (MARTINO, p. 135)
  • 11. Os ataques às hipóteses secundárias • Características do trabalho de Innis: amplo, polêmico, difícil e com interface com muitos domínios de conhecimento; • Ausência de base epistemológica e de sistematização do pensamento; • Críticas de Vere Gordon Childe: a) Insuficiência de reflexão sobre a significação teórica; b) Inconsistência teórica; c) Falta de clareza; d) Não correspondência com os fatos.
  • 12. Os ataques às hipóteses secundárias • Ponto essencial do núcleo duro do programa comunicacional innisiano com base nas proposições retidas e destacadas por Childe: a) Ação técnica nos processos de comunicação; b) Centralidade dos meios de comunicação para entender a organização social. • Quadro conjuntural de Innis e de McLuhan segundo Gäetan Tremblay;
  • 13. Os ataques às hipóteses secundárias • Obras paradoxais e exuberantes no campo comunicacional; • Enfatizam e desenvolvem abordagens nas quais os meios de comunicação assumem um papel central; • As perspectivas abertas por Innis e McLuhan inauguram e fundamentam um saber comunicacional stricto sensu.
  • 14. O programa de pesquisa de Innis e McLuhan • Childe e Innis: destacaram a importância dos meios de comunicação, a partir de uma análise histórica. • Para Innis, eram os meios de comunicação que estavam por detrás de grandes transformações na História, da organização das civilizações e das próprias relações humanas. • Innis como pioneiro dos estudos da comunicação: seu estudo da comunicação não se tratou de algo isolado, restrito a um único meio. Ele realizou um projeto de pesquisa sobre o conjunto dos meios de comunicação (escrita, jornais, telégrafo, rádio e TV).
  • 15. O programa de pesquisa de Innis e McLuhan • Teorização dos meios de comunicação: a tese da centralidade midiática introduz um objeto de estudo que permite à comunicação ser reconhecida em sua autonomia, de modo que pode se desenvolver como uma disciplina das ciências sociais. • 1948: Entrada da TV na vida canadense, significando uma invasão da cultura comercial estadounidense. Innis foi um dos primeiros a entender a extensão do império americano por meio da cultura midiatizada.
  • 16. O programa de pesquisa de Innis e McLuhan • McLuhan: dificuldade de definir o objeto de estudo da comunicação. Gerações de estudiosos da comunicação não conseguiram perceber a diferença entre a forma (sistema midiático) e o conteúdo (fluxo das mensagens) da atualidade midiática. • Ideias de McLuhan: cultural oral recuperada pelos meios eletrônicos, aldeia global (McLuhan x Dominique Wolton), os meios de comunicação são extensões do corpo e “o meio é a mensagem”. • Distinção de meio e mensagem, bias dos meios de comunicação (tempo x espaço) e a compreensão dos meios como extensões, e não apenas como materialidade constituem a formação do núcleo central da fundamentação da comunicação como domínio de conhecimento.
  • 17. Questionamentos feitos por Luiz Martino • Que critério poderia dizer o que é e o que não é comunicação, ou que tradições compõem ou não o campo? • Em que medida o campo e o próprio conceito de comunicação podem se afastar da centralidade dos meios de comunicação sem perder consistência?